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Guias e Dicas
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Núcleos da Base: Anatomia, Função e Doenças Relacionadas, Notas de estudo de Neurologia

A anatomia e função dos núcleos da base, estruturas cerebrais essenciais para o controle motor, aprendizado e cognição. Explora as vias diretas e indiretas que conectam os núcleos da base ao circuito motor talamocortical, além de discutir as síndromes hipercinéticas e hipocinéticas, como a doença de huntington e a doença de parkinson, respectivamente. O documento também descreve a fisiopatologia, manifestações clínicas e tratamento dessas doenças.

Tipologia: Notas de estudo

2025

À venda por 06/04/2025

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1. Definição:
Aglomerados de neurônios localizados na porção
basal do cérebro.
2. Estruturas anatômicas:
Telencéfalo:
Núcleo caudado;
Putâmen;
Globo pálido;
Núcleo accumbens.
Mesencéfalo:
Substância negra (parte compacta e reticular).
Diencéfalo:
Núcleo subtalâmico.
3. Agrupamentos:
Núcleo lentiforme: Putâmen + Globo pálido.
Corpo estriado dorsal: Núcleo caudado + Putâmen +
Globo pálido.
Corpo estriado ventral: Núcleos basal de Meynert +
Núcleo accumbens.
CLEO CAUDADO
1. Características gerais:
Grande massa de substância cinzenta em forma de
"C".
Localizado lateralmente ao tálamo e estreitamente
relacionado ao ventrículo lateral.
Face lateral em contato com a cápsula interna, que o
separa do núcleo lentiforme.
2. Divisões anatômicas:
Cabeça:
Extremidade anterior dilatada.
Localizada no assoalho do corno anterior do
ventrículo lateral.
Funde-se com a parte anterior do putâmen
(formando o estriado).
Corpo:
Situado no assoalho da parte central do
ventrículo lateral.
Cauda:
Longa, delgada e arqueada.
Estende-se até a extremidade anterior do corno
inferior do ventrículo lateral.
3. Função principal:
Relacionada à motricidade.
Antecede movimentos oculares.
APG 13-Síndromes hípo e hípercínetícas
Objetívos
1-Rever a morfofisiologia dos núcleos da base;
2-Conhecer os distúrbios do movimento com foco nas
síndromes hipo e hipercinéticas;
3-Compreender a doença de Parkinson.
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  1. Definição:  Aglomerados de neurônios localizados na porção basal do cérebro.
  2. Estruturas anatômicas:  Telencéfalo:  Núcleo caudado;  Putâmen;  Globo pálido;  Núcleo accumbens.  Mesencéfalo:  Substância negra (parte compacta e reticular).  Diencéfalo:  Núcleo subtalâmico.
  3. Agrupamentos:  Núcleo lentiforme: Putâmen + Globo pálido.  Corpo estriado dorsal: Núcleo caudado + Putâmen + Globo pálido.  Corpo estriado ventral: Núcleos basal de Meynert + Núcleo accumbens.

NÚCLEO CAUDADO

  1. Características gerais:  Grande massa de substância cinzenta em forma de "C".  Localizado lateralmente ao tálamo e estreitamente relacionado ao ventrículo lateral.  Face lateral em contato com a cápsula interna, que o separa do núcleo lentiforme.
  2. Divisões anatômicas:  Cabeça:  Extremidade anterior dilatada.  Localizada no assoalho do corno anterior do ventrículo lateral.  Funde-se com a parte anterior do putâmen (formando o estriado).  Corpo:  Situado no assoalho da parte central do ventrículo lateral.  Cauda:  Longa, delgada e arqueada.  Estende-se até a extremidade anterior do corno inferior do ventrículo lateral.
  3. Função principal:  Relacionada à motricidade.  Antecede movimentos oculares.

APG 13-Síndromes hípo e hípercínetícas

Objetívos

1-Rever a morfofisiologia dos núcleos da base; 2-Conhecer os distúrbios do movimento com foco nas síndromes hipo e hipercinéticas; 3-Compreender a doença de Parkinson.

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PUTÂMEN

  1. Características anatômicas:  Componente maior dos núcleos da base (GB).  Localizado mais lateralmente em relação aos demais núcleos.
  2. Relações anatômicas:  Se relaciona medialmente com: A cápsula interna (separa o núcleo lentiforme do núcleo caudado e tálamo).  Lateralmente com: A cápsula externa.
  3. Estruturas associadas:  Núcleo lentiforme: Putâmen + Globo pálido (forma de lente).  Estriado: União do núcleo caudado com o putâmen.
  4. Função:  Precede ou antecipa movimentos corporais.  A principal função do putâmen é a de regular os movimentos amplos (grosseiros) e influenciam diversos tipos de aprendizagem, especialmente ao condicionamento.
  5. Características dos neurônios: pálido.  A maior parte dos neurônios do putâmen é do tipo espinhoso (neurônios com dendritos coberto com espinhos), que são gabaérgicos, contendo o neurotransmissor inibitório ácido gama-aminobutírico (GABA).

GLOBO PÁLIDO

  1. Características anatômicas:  Menor porção do núcleo lentiforme.  Localizado medialmente.  Apresenta coloração pálida devido à alta concentração de fibras nervosas mielinizadas.
  2. Divisões:  Seguimento medial: É dividido pela lâmina medular acessória, em 2 porções: uma mais medial-globo pálido interno (relacionado ao fascículo lenticular), e outra mais lateral-globo pálido externo.  Seguimento lateral.  Lâminas medulares:  Lâmina medular medial: Separa os segmentos medial e lateral.  Lâmina medular acessória: Divide o segmento medial em duas porções.
  3. Função:  Regulação do tônus muscular.  Essencialmente motora.

SUBSTÂNCIA NEGRA

  1. Características anatômicas:  Estrutura de coloração escura, devido à presença de melanina nos neurônios.  Localizada no mesencéfalo, entre o tegmento e a base do pedúnculo.
  2. Função e conexões:  Contém neurônios dopaminérgicos e inibitórios.  Apresenta diversas conexões com o corpo estriado.  Controle dos movimentos.  (^) Integração entre emoções, motivação e vigília.

NÚCLEO SUBTALÂMICO

  1. Localização:  Situado no diencéfalo, ventralmente ao tálamo.
  2. Conexões:  Aferências:  Segmento externo do globo pálido.  Córtex motor.  Eferências:  Segmentos externo e interno do globo pálido.
  3. Características dos neurônios:  Glutaminérgicos e excitatórios.  Possuem muitas conexões com:

estaelly.gomes  Influenciam o córtex motor através de vias que passam pelo tálamo.

  1. Funções adicionais:  Além das funções motoras, estão envolvidos em funções cognitivas e perceptivas.

CONEXÕES E CIRCUITOS

  1. Estruturas e conexões:  Input (aferências):  Corpo estriado é a principal estrutura de input.  Recebe informações de áreas corticais para execução de padrões aprendidos de movimento.  Circuitos internos:  Ligam as várias estruturas do núcleo da base.  Interconexões entre substância negra, núcleos subtalâmicos e outras estruturas internas.  Output (eferências):  Globo pálido e substância negra são os principais núcleos de output.  Função de output é predominantemente inibitória, influenciando núcleos talâmicos e o controle cortical motor.  Circuitos vindos de centros corticais específicos passam pelo núcleo da base para modular a excitabilidade de determinados núcleos talâmicos e, desse modo, influenciar o controle cortical de funções motoras altamente aprendidas, automáticas e estereotipadas.
  2. Circuitos corticoestriado-talamocorticais:  Áreas corticais projetam-se para o corpo estriado.  O corpo estriado conecta-se ao tálamo, que projeta de volta às áreas corticais de origem.  Tipos de circuitos identificados:  Motor.  Oculomotor.  Pré-frontal dorsolateral.  Pré-frontal orbitofrontal.  Límbico.
  3. Características gerais:  Núcleos da base não possuem conexões diretas com a medula espinal, por isso suas conexões são exercidas por circuitos.  Modulam funções motoras aprendidas, automáticas e estereotipadas. Origem e Projeção:  Origina-se nas áreas motoras do córtex e na área somestésica.  Projeta-se para o putâmen de maneira somatotópica (cada região do córtex corresponde a uma região no putâmen). Circuito Motor:  A partir do putâmen, o circuito motor segue por duas vias: Via Direta: Facilita o movimento. 1. Córtex → Putâmen:  O córtex excita o putâmen utilizando o neurotransmissor glutamato (excitatório). 2. Putâmen → Globo Pálido Interno (GPi):  O putâmen, que é gabaérgico, inibe o GPi através do neurotransmissor GABA (inibitório). 3. GPi → Tálamo:  O GPi, também inibitório, reduz sua ação inibitória sobre o tálamo ao ser inibido pelo putâmen. 4. Tálamo → Córtex:  A redução da inibição sobre o tálamo resulta em um efeito excitatório final do tálamo sobre o córtex, facilitando o início dos movimentos. 5. Efeito Final:  A via direta promove a execução do movimento ao facilitar a excitação do córtex motor pelo tálamo. Via Indireta: Inibe o movimento. 1. Córtex → Putâmen:  O córtex estimula o putâmen, aumentando a produção de GABA (neurotransmissor inibitório). 2. Putâmen → Globo Pálido Externo (GPe):  O putâmen inibe o GPe, que também é uma estrutura inibitória (possui GABA-encefalina). 3. GPe → Núcleo Subtalâmico:  A inibição do GPe reduz sua liberação de GABA, diminuindo a inibição sobre o núcleo subtalâmico.  O núcleo subtalâmico desinibido aumenta sua ação excitatória. 4. Núcleo Subtalâmico → Globo Pálido Interno (GPi) e Substância Negra Reticulada:  O núcleo subtalâmico excita o GPi e a parte reticulada da substância negra. 5. GPi → Tálamo:

estaelly.gomes  O GPi exerce uma forte ação inibitória sobre o tálamo.

  1. Tálamo → Córtex:  O tálamo mais inibido reduz sua influência sobre o córtex cerebral, suprimindo os movimentos.
  2. Efeito Final:  A via indireta age de forma oposta à via direta, resultando em uma supressão dos movimentos ao reduzir a excitação do córtex motor. Circuito Subsidiário:  O putâmen mantém conexões recíprocas com a substância negra.  As fibras nigroestriatais são dopaminérgicas e modulam o circuito motor:  Excitação na via direta.  Inibição na via indireta. Receptores de Dopamina:  No putâmen, existem dois tipos de receptores:  (^) D1 (excitatório): Atua na via direta.  D2 (inibitório): Atua na via indireta. Parkinsonismo:  Resulta de uma deficiência na projeção dopaminérgica, comprometendo a modulação do circuito motor.  Sistemas Descendentes Eferentes  Sistema Piramidal: Fibras passam pelas pirâmides bulbares.  Sistema Extrapiramidal: Fibras não passam pelas pirâmides bulbares.  Via Motora e Estruturas Associadas  Trato Piramidal: Origina-se no córtex do giro pré- frontal.  Sistema Extrapiramidal: Inclui os núcleos da base.  Conceito Atual  Estudos neurofisiológicos modernos mostram a interdependência entre várias estruturas:  (^) Córtex pré-motor, área motora suplementar, córtex motor, gânglios da base, cerebelo, tronco encefálico e medula espinal.  O termo síndrome extrapiramidal é considerado obsoleto, devido à complexidade do controle motor.

DISTÚRBIOS EXTRAPIRAMIDAIS

 Disfunção nas vias indiretas ou diretas que conectam os núcleos da base ao circuito motor talamocortical.

SÍNDROMES HIPERCINÉTICAS

 Definição  Presença de movimentos excessivos ou anormais.  Também chamadas de hipercinesias, discinesias ou movimentos involuntários anormais.  Doença de Huntington: protótipo dessa síndrome, caracterizada por movimentos coreicos.  Fisiopatologia  Comprometimento dos neurônios do neostriado (neurotransmissores: GABA e encefalina) →Diminuição da atividade inibitória do complexo pálido medial/substância negra pars reticulata sobre o tálamo.  Hiperfunção da via direta (D1).  Inibição da via indireta (D2).  Aumento da atividade dopaminérgica, resultando em:  Globo pálido interno (GPi) com baixa atividade.  Menor inibição do tálamo.  Estímulo excessivo do córtex motor pela via tálamo-cortical (mediada por glutamato, neurotransmissor excitatório).

estaelly.gomes arremesso de objetos pelos membros acometidos.  (^) Causas:  Lesões estruturais, como:  Acidente vascular encefálico (AVE).  Lesões expansivas no núcleo subtalâmico de Luys contralateralmente.  Tipos:  Monobalismo: Restrito a um membro.  Hemibalismo: Afeta um lado do corpo.  Parabalismo: Afeta ambas as pernas.  Bibalismo: Generalizado.

DISTONIA

 Características principais:  Contrações musculares mantidas e simultâneas de grupos agonistas e antagonistas.  Resulta em torção e movimentos repetitivos/posturas anormais.  Pode ser associada a "tremor distônico".  Fatores de agravo:  Frequentemente iniciada ou agravada por ação voluntária.  Associada a atividade muscular de transbordamento (overflow).  Gravidade:  Pode afetar desde um grupo muscular (distonia focal) até múltiplos grupos musculares, com comprometimento grave e incapacitante.  Padrões de Distonia:  Manifestações podem variar de mínimas a generalizadas e graves.  Exemplo: Cãimbra do escrivão (distonia tarefa específica) ocorre apenas ao escrever.  Causas Comuns:  (^) Doença de Wilson (genética) e outras condições, como doenças neurodegenerativas.

ATETOSE E TIQUES

TREMOR

 Definição:  Movimentos oscilatórios rítmicos causados por contrações alternadas ou simultâneas de músculos agonistas e antagonistas.  É o distúrbio do movimento mais comum.  Tipos e Características:  Aspectos de Diferenciação:  Frequência.  (^) Amplitude.  Situação: Repouso, postura, movimento, intenção.  Localização: Cabeça, membros, voz, etc.  Simetria.  Sintomas associados.

MIOCLONIAS

 Abalos involuntários muito rápidos, lembrando descargas elétricas (com duração de fração de segundos), que acontecem de maneira imprevisível.

SÍNDROMES HIPOCINÉTICAS

 Características:  Paucidade de movimentos: Lentidão e redução da amplitude dos movimentos.  (^) Rigidez muscular: Presente na maioria dos casos.  Causas:  Primárias: Doença de Parkinson.

estaelly.gomes  Secundárias: Uso de medicamentos (neurolépticos, flunarizina, lítio, reserpina).  É a segunda doença neurodegenerativa mais comum, ficando atrás apenas da Doença de Alzheimer (DA).  É um distúrbio degenerativo dos núcleos da base.  Combinação de tremor, rigidez, acinesia/bradicinesia (lentificação dos movimentos), e alterações posturais.  Se caracteriza pela destruição progressiva da via nigroestriatal com subsequente redução das concentrações de dopamina no corpo estriado.  Fenótipos da Síndrome Parkinsoniana:  Forma Tremulante: Tremor é o sinal predominante.  Forma Rígido-Acinética: Tremor raro ou ausente; rigidez e acinesia são os sinais principais.

FATORES DE RISCO

CLASSIFICAÇÃO DAS SÍNDROMES

PARKISONIANAS

 Idiopática (Primária)  Doença de Parkinson (DP): Principal causa (80% dos casos).  Secundária (Sintomática/Adquirida)  Causas principais:  Medicamentosa: Antivertiginosos e antipsicóticos (mais comum).  Infecciosa: Pós-encefalítica.  Tóxica: Etanol, metanol, cocaína, etc.  Vascular.  Traumática: TCE, pugilismo.  Parkinsonismo Atípico (Plus)  Condições associadas:  Paralisia supranuclear progressiva.  Degeneração corticobasal.  Atrofia de múltiplos sistemas.  Demência com corpos de Lewy.  Genéticas  Doença de Huntington.  Doença de Wilson.

ETIOPATOGENIA

  1. Natureza Multifatorial  Envelhecimento normal (neurônios começam a morrer a partir dos 30 anos de idade).  Fatores genéticos: Genes dominantes (sintomas graves) e recessivos (sintomas mais brandos).  Dominantes: α-sinucleína (corpos de Lewy).  Recessivos: Proteína Parkin age como uma enzima (ubiquitina ligase), que tem como alvo as proteínas defeituosas. A perda da função normal da Parkin causa a agregação de proteínas anormais →alterações neurodegenerativas.  Fatores ambientais e tóxicos: Contato com pesticidas, dano mitocondrial.
  2. Mecanismos Patogenéticos  Hipóteses principais:  Disfunção mitocondrial e estresse oxidativo.  Conformação e agregação anormais de proteínas.
    1. Toxinas ambientais danificam a mitocôndria e gera estresse oxidativo;
    2. Redução da atividade do complexo I mitocondrial (baixa síntese de ATP) na substância negra;
    3. Acúmulo de elétrons livres → aumento do estresse oxidativo;
    4. Depleção de glutationa reduzida (ineficácia na eliminação de espécies reativas de oxigênio) → danos aos neurônios.
    5. Há degeneração dos neurônios do tronco encefálico que contêm neuromelanina, especialmente dos neurônios que contêm dopamina da camada ventral da sub.negra (parte compacta) e dos neurônios que contêm norepinefrina do locus cerúleo.
    6. Impacto Genético e Celular  Genes dominantes: Envolvidos na homeostasia da degradação de proteínas (α-sinucleína, LRRK2, VPS35).  α-sinucleína: participa da reciclagem de vesículas sinápticas. Suas formas anormais se propagam, dispersando a patologia ao longo das projeções neuronais.  LKKR2: circulação e função citoesquelética das vesículas.  Ambas afetam as vias de autofagia e reciclagem celular.  Genes recessivos: Afetam vias mitocondriais e metabólicas
    7. Progressão da patologia (Braak):  Inicia no bulbo (núcleo motor dorsal do vago).  Avança para o tronco encefálico, telencéfalo e córtex cerebral.
    8. Características Neuropatológicas

estaelly.gomes  Definição:  Tremor assimétrico, mais intenso em repouso, podendo surgir em posturas específicas.  Alteração rítmica (4-7 Hz) de movimentos de flexão e contração.  É a manifestação mais visível da doença.  Característico: o Movimentos que lembram “contar moedas” ou “enrolar pílulas”.  Características:  Geralmente unilateral, progride para envolver os dois lados do corpo.  Acomete mãos, pés, face, lábios, mandíbula, etc.  Desaparece com movimento ativo e durante o sono.  É de alta amplitude e baixa frequência.  Teste clínico:  Observar enquanto o paciente caminha e pedir que ele faça alguma tarefa mental que o distraia.  Definição:  Resistência constante ao longo do movimento passivo, com caráter assimétrico.  É observada quando se deixa o membro do paciente em determinadas posições e assim ele poderá ficar por um tempo.  Sinais característicos:  Roda denteada: o Interrupção periódica (diminuição da resistência) durante movimentação passiva, semelhante a uma engrenagem.  Progressão:  Inicia unilateralmente e avança para ambos os lados.  (^) Seguimento sacádico:  Interrupções no seguimento lento dos olhos ao acompanhar o movimento do dedo do examinador.

ALTERAÇÕES MOTORAS TARDIAS

 Após pelo menos 3 anos do início dos sintomas motores.  Principais alterações:  Pull test positivo: o Tendência à queda para trás ou necessidade de 2 ou mais passos para se equilibrar. o Indica perda dos reflexos posturais.  Posturas características: o Camptocormia: Flexão exagerada do tronco para frente. o Sinal de Pisa: Inclinação do tronco para um dos lados.  Características principais:  Festinação: o Passos curtos e rápidos, base estreita (pés próximos). o Aparência de "correr atrás do centro de gravidade".  Dificuldade para ultrapassar obstáculos: Ex.: Passar por uma porta.  Virada em bloco: o Movimento de mudança de direção sem tirar um dos pés do chão, rodando o corpo como um bloco rígido.  Complicações farmacológicas:

estaelly.gomes  Discinesias induzidas por levodopa.  Congelamento da marcha: Episódios de incapacidade de iniciar ou continuar o movimento.

ALTERAÇÕES NÃO MOTORAS

DIAGNÓSTICO

 É essencialmente clínico, baseado nos dados da história e exame físico.  Critérios da Movement Disorders Society

EXAMES COMPLEMENTARES

 Diagnóstico de Certeza  Anatomopatológico: Presença de corpos de Lewy na substância negra do mesencéfalo.  Não realizado in vivo, sendo restrito a estudos pós-morte.  Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT)  Utiliza traçador de dopamina (DaT Scan ou TRODAT).  Avalia a concentração de radiofármaco em neurônios nigroestriatais.  Redução da captação: Sugestiva, mas não específica para Parkinson.  Captação normal: Contra o diagnóstico de Parkinson.  Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)  Usada com FDG para detectar alterações metabólicas cerebrais.  Diferencia Parkinson de outras causas de parkinsonismo atípico.  Maior acurácia que o DaT Scan, mas baixa disponibilidade.  (^) Ressonância Magnética de 3 Tesla (3T)  Avalia o nigrossomo-1 na substância negra do mesencéfalo.  Perda do “sinal da cauda da andorinha” pode indicar Parkinson.

TRATAMENTO

 Deve ser altamente individualizado.  O tratamento meramente controla os sintomas, não existe um medicamento que possa impedir a progressão total da doença.

NÃO FARMACOLÓGICO

 Grupos de apoio, orientação, exercício diário e alimentação balanceada.  Injeções de toxina botulínica no tratamento de distonias, como o espasmo da pálpebra e distonias dos membros que estão associados à DP.

FARMACOLÓGICO

 É determinado pela gravidade da doença.

estaelly.gomes  Inibição da dopa-descarboxilase → Ativação compensatória da COMT ( via da levodopa) → Aumento de 3-O-metildopa (3-OMD).  Efeito da 3-OMD:  Compete com a levodopa pelo transporte ativo (mucosa intestinal e barreira hematoencefálica).  Associada a resposta terapêutica precária à levodopa.  Inibidores seletivos da COMT (ex.: tolcapona e entacapona):  Prolongam a ação da levodopa.  Reduzem o metabolismo periférico da levodopa.  Efeitos Adversos  Relacionados à maior exposição à levodopa:  Discinesias.  Náuseas.  Confusão.  Levodopa: Precursor metabólico da dopamina (ela não atravessa a barreira hematencefálica).  Entra no cérebro via transportador LAT.  Convertida a dopamina no SNC.  Associação com carbidopa:  Inibidor periférico da dopa-descarboxilase.  Reduz conversão periférica de levodopa em dopamina.  Benefícios  Diminui a taxa de mortalidade quando iniciada precocemente.  Melhora sintomas motores (bradicinesia, rigidez, tremor).  Efeitos Colaterais e Problemas do Uso Prolongado  Discinesias (ocorrem em até 80% dos pacientes após 10 anos):  Geralmente apresentam-se como coreoatetose da face e extremidades.  Relacionadas à dose, mas variam entre indivíduos.  Possível relação com a distribuição desigual de dopamina no estriado.  Fenômeno Wearing Off:  Encurtamento do tempo de ação da levodopa.  Necessidade de antecipar a próxima dose.  Fenômeno On-Off:  Alternância abrupta entre: "On": Melhora da mobilidade com discinesias. "Off": Períodos de acinesia severa (ex.: congelamento da marcha).  Manejo das Complicações Crônicas  Discinesias:  Fracionamento das doses de levodopa.  Uso de amantadina (primeira linha).  Associação com inibidores de MAO ou COMT (opcional).  Tratamento cirúrgico em casos refratários (ablação ou estimulação cerebral profunda).  Períodos "Off":  Injeção subcutânea de apomorfina para alívio temporário (pode aumentar discinesias).  Observações  Os benefícios da levodopa tendem a diminuir após 3-4 anos de terapia, independentemente da resposta inicial. Isso acontece devido a uma perda dos terminais nervosos nigroestriatais dopaminérgicos ou a algum processo patológico envolvendo diretamente os receptores dopamínicos estriatais.  Não interrompe a progressão da doença, mas melhora a qualidade de vida no curto e médio prazo.  Em pacientes com menos de 65 anos evita-se lovodopa para retardar o surgimento das discinesias.

REFERÊNCIAS:

MENESES, Murilo S. Neuroanatomia Aplicada. Grupo GEN,2011. SNELL, R. S. Neuroanatomia clínica, 7a ed., Guanabara Koogan, 2010. SPLITTGERBER, Ryan. Snell Neuroanatomia Clínica. Grupo GEN, 2021. KATZUNG, Bertram G.; VANDERAH, Todd W. Farmacologia básica e clínica. Grupo A, 2023. ESTRATÉGIA MED E SANAR

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