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Transtorno Neurocognitivo (TNCs): Delirium - Abordagem Completa, Notas de estudo de Neurologia

O transtorno neurocognitivo (tncs), com foco no delirium, uma síndrome aguda que afeta a atenção e o nível de consciência. O texto descreve as características principais do delirium, incluindo causas, instalação, duração, quadro clínico, evolução temporal, subtipos, etiologia, fatores de risco, tratamento e prevenção de complicações. O documento também destaca a importância da abordagem interdisciplinar e fornece informações sobre o confusion assessment method (cam), um instrumento utilizado para identificar delirium.

Tipologia: Notas de estudo

2025

À venda por 06/04/2025

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Transtornos neurocognitivos
O transtorno neurocognitivo (TNCs) é uma condição
que afeta as funções cognitivas, como memória,
atenção, linguagem, raciocínio e julgamento.
Entre elas temos: delirium, demências, transtorno
amnéstico, etc.).
São manifestações mentais e comportamentais,
justificando estudo pela psicopatologia, psiquiatria e
psicologia clínica, além da neurologia.
Subdivisão dos TNCs:
TNCs agudos (curta duração): Delirium.
TNCs crônicos (longa duração):
oTNCs Maiores: demências e síndromes
amnésticas.
oTNCs Leves (COMPROMETIMENTO COGNITIVO
LEVE - CCL): déficits menores, sem perda de
autonomia.
Risco de progressão: 5 a 20% ao ano evoluem
para TNC maior (demência)
DELIRIUM
É uma síndrome aguda (dura em média uma semana)
que altera a atenção e o nível de consciência, além
disso, pode ocorrer também, desorientação e
pensamento confuso.
É o TNC encontrado com mais frequência no dia a
dia da prática clínica.
Termos mais comumente utilizados: delirium o
mais adequado), estado confusional agudo,
“paciente confuso”, síndrome confusional aguda,
síndrome orgânico cerebral aguda e encefalopatia
metabólica.
Características principais:
1. Causas:
Distúrbios cerebrais diretos: Infecções, inflamações,
neoplasias, AVCs.
Distúrbios sistêmicos com impacto cerebral:
Insuficiência hepática, renal, cardíaca, pulmonar.
Sempre envolve alteração cerebral direta ou indireta
(funcional e/ou estrutural).
2. Instalação e Duração:
Aguda ou subaguda (horas a dias).
Duração média: 1 semana.
Casos raros: Podem durar até 1 mês.
3. Prognóstico:
Potencialmente reversível se a causa for tratada.
Possibilidade de sequelas cognitivas está sendo
discutida na literatura.
4. Eletrencefalograma (EEG):
Tipicamente lentificado.
Exceção: Delirium tremens (abstinência alcoólica)
EEG acelerado.
FISI OPATOLOGIA
Disfunção difusa do tecido cerebral:
Hemisférios cerebrais (córtex pré-frontal, parietal
não dominante, giro fusiforme anterior).
Sistema reticular ativador ascendente.
Sistema nervoso autônomo.
Neurobioquímica:
Déficit colinérgico (↓ acetilcolina). A acetilcolina é
essencial para funções cognitivas, como atenção
e memória.
Hiperatividade dopaminérgica (↑ dopamina).
Excesso causa inibição da produção de
acetilcolina.
Alterações em outros neurotransmissores:
Noradrenalina, glutamato e GABA.
Resposta aberrante ao estresse: Hiperatividade
do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
APG 11-Delirium
Objetivos
1-Diferenciar delírio de delirium;
2-Compreender o delirium;
3-Comparar os transtornos neurocognitivos agudos e
crônicos.
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Transtornos neurocognitivos

 O transtorno neurocognitivo (TNCs) é uma condição que afeta as funções cognitivas, como memória, atenção, linguagem, raciocínio e julgamento.  Entre elas temos: delirium, demências, transtorno amnéstico, etc.).  São manifestações mentais e comportamentais, justificando estudo pela psicopatologia, psiquiatria e psicologia clínica, além da neurologia. Subdivisão dos TNCs:  TNCs agudos (curta duração): Delirium.  TNCs crônicos (longa duração): o TNCs Maiores: demências e síndromes amnésticas. o TNCs Leves (COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE - CCL): déficits menores, sem perda de autonomia.  Risco de progressão: 5 a 20% ao ano evoluem para TNC maior (demência)

DELIRIUM

 É uma síndrome aguda (dura em média uma semana) que altera a atenção e o nível de consciência, além disso, pode ocorrer também, desorientação e pensamento confuso.  É o TNC encontrado com mais frequência no dia a dia da prática clínica.  Termos mais comumente utilizados: delirium (é o mais adequado), estado confusional agudo, “paciente confuso”, síndrome confusional aguda, síndrome orgânico cerebral aguda e encefalopatia metabólica.

Características principais:

  1. Causas:  Distúrbios cerebrais diretos: Infecções, inflamações, neoplasias, AVCs.  Distúrbios sistêmicos com impacto cerebral: Insuficiência hepática, renal, cardíaca, pulmonar.  Sempre envolve alteração cerebral direta ou indireta (funcional e/ou estrutural).
  2. Instalação e Duração:  Aguda ou subaguda (horas a dias).  Duração média: 1 semana.  Casos raros: Podem durar até 1 mês.
  3. Prognóstico:  (^) Potencialmente reversível se a causa for tratada.  (^) Possibilidade de sequelas cognitivas está sendo discutida na literatura.
  4. Eletrencefalograma (EEG):  Tipicamente lentificado.  Exceção: Delirium tremens (abstinência alcoólica) → EEG acelerado.

FISIOPATOLOGIA

 Disfunção difusa do tecido cerebral:  Hemisférios cerebrais (córtex pré-frontal, parietal não dominante, giro fusiforme anterior).  Sistema reticular ativador ascendente.  Sistema nervoso autônomo.  Neurobioquímica:  Déficit colinérgico (↓ acetilcolina). A acetilcolina é essencial para funções cognitivas, como atenção e memória.  Hiperatividade dopaminérgica (↑ dopamina). Excesso causa inibição da produção de acetilcolina.  Alterações em outros neurotransmissores: Noradrenalina, glutamato e GABA.  Resposta aberrante ao estresse: Hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. APG 11-Delirium Objetivos 1-Diferenciar delírio de delirium; 2-Compreender o delirium; 3-Comparar os transtornos neurocognitivos agudos e crônicos.

QUADRO CLÍNICO

  1. Rebaixamento do nível da consciência e alteração da atenção  Sonolência evidente (face sonolenta, pálpebras caídas, pouca reatividade).  Sinais indiretos: Desorientação (sobretudo temporal), perplexidade, alteração da atenção.  Déficits atencionais: Dificuldade em focalizar, direcionar e manter atenção/concentração.
  2. Orientação e memória  Desorientação alopsíquica (temporal e espacial) → Temporal ocorre primeiro.  Falso reconhecimento: Paciente confunde locais e pessoas.
  3. Pensamento e discurso  Pensamento ilógico e confuso → Ideias desconexas, discurso pouco compreensível.  Conteúdos inusitados e bizarros.
  4. Alterações da sensopercepção  Ilusões e alucinações visuais (ambiente com poucas luminosidade)/táteis.  Zoopsias: Alucinações com pequenos animais (aranhas, baratas, cobras, etc.).
  5. Humor  Ansiedade intensa, perplexidade, terror, pavor, irritação.  Ideação paranoide pouco organizada (ideia de perseguição).  Labilidade afetiva (oscilações frequentes e intensas de humor).  Apatia pode ocorrer na subforma hipoativa.
  6. Psicomotricidade  Mais comum: Agitação psicomotora.  Subforma hipoativa: Lentificação motora, pouca movimentação, hipersonolência.
  7. Flutuação ao longo do dia  Oscilação do estado clínico nas 24 horas.  Paciente pode estar bem em um momento e muito alterado horas depois.
  8. Perturbação do ciclo sono-vigília  Inversão do ciclo: Insônia e agitação à noite, sonolência diurna.  Hipervigilância à tarde e início da noite → Dorme no fim da madrugada e manhã. OBS: deve-se atentar ao fenômeno sundowning (pôr do sol). Em geral, no fim da tarde e início da noite, a pessoa fica inquieta (podendo ficar agitada), ansiosa, irritada (até à agressividade), desorientada e bastante confusa. É comum em delirium sobreposto à demência. Principal hipótese: alteração da ritmicidade do ciclo sono-vigília por disfunção do núcleo supraquiasmático do hipotálamo e diminuição da produção de melatonina.

EVOLUÇÃO TEMPORAL DO DELIRIUM

  1. Fase Prodrômica (Inicial)  Sintomas iniciais: Ansiedade, dificuldade de concentração, inquietação, medo, perplexidade.  Hipersensibilidade: Luz e sons.  Alterações do sono: Dificuldade para adormecer, sonhos ameaçadores e pesadelos.
  2. Evolução do Quadro  Fim da tarde e início da noite: o Ilusões visuais e táteis (ex.: roupas parecem monstros). o Aumento da ansiedade e da agitação psicomotora. o Alterações autonômicas: Suor intenso, febre, taquicardia, tremores (incluindo flapping/asteríxis).
  3. Intensificação do Delirium  Mais intenso no entardecer, à noite e de madrugada.
  4. Recuperação  Após alguns dias: Retorno ao estado normal de vigília.  Raramente há lembrança clara dos sintomas vividos.
  5. Variação Temporal e Diagnóstico  Marcante flutuação dos sintomas, podendo dificultar o diagnóstico.  Subtipos segundo o DSM-5: o Agudo: Duração de horas a dias. o Persistente: Duração de semanas a meses.

SUBTIPOS DE DELIRIUM

 Vitamina B12: Associada a delirium e demência, comum em desnutridos. ⚠ Atenção à identificação e tratamento precoce para evitar danos neurológicos permanentes!

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

DIAGNÓSTICO

 O Confusion Assessment Method (CAM) é um instrumento amplamente utilizado na prática clínica e na pesquisa para identificar delirium, devido à sua alta acurácia, rápida aplicação e facilidade de uso. Possui sensibilidade de 94% e especificidade de 89%.

TRATAMENTO

 O tratamento do delirium envolve uma abordagem multifacetada que combina medidas para tratar a causa subjacente, intervenções não farmacológicas e, em casos graves, uso de medicamentos. Abaixo estão os principais aspectos do manejo:

  1. Tratamento da Causa Subjacente  Identificar e corrigir a causa base do delirium é a prioridade. Exemplos: Infecções: tratadas com antibióticos.  Desidratação: corrigida com líquidos e eletrólitos intravenosos.  Abstinência de álcool: manejada com benzodiazepínicos.  Suspender medicamentos que possam agravar o quadro, como anticolinérgicos ou sedativos.
  2. Medidas Gerais  Ambiente tranquilo e iluminado: ajuda na orientação espacial e temporal do paciente.  Estímulo cognitivo: incluir atividades como leitura, jogos de tabuleiro ou revisitar álbuns de fotografia.  Sono adequado: manter um ambiente escuro e silencioso durante a noite, evitando interrupções desnecessárias.  Apoio sensorial: garantir o uso de óculos e aparelhos auditivos para pacientes com déficits sensoriais.
  3. Controle da Agitação  Medidas não farmacológicas:  Explicar procedimentos ao paciente para reduzir ansiedade.  Mobilização precoce no leito e estímulo à deambulação nos pacientes aptos.  Envolver familiares no cuidado para maior conforto emocional.  Tratamento farmacológico (em casos graves):  Antipsicóticos como haloperidol, quetiapina ou risperidona para controlar agitação severa.  Benzodiazepínicos para delirium relacionado à abstinência alcoólica ou opioide.

 Dexmedetomidina pode ser usada em pacientes críticos para reduzir a incidência de delirium hiperativo. MECANISMO DE AÇÃO:  Haloperidol: O haloperidol é um antipsicótico típico que age bloqueando os receptores dopaminérgicos D2 no sistema nervoso central, especialmente na via mesolímbica, reduzindo sintomas positivos da esquizofrenia, como delírios e alucinações.  Quetiapina e resperidona: ambos bloqueiam receptores dopaminérgicos D2 e serotoninérgicos 5- HT2A, reduzindo sintomas psicóticos.

  1. Prevenção de Complicações  Monitorar problemas comuns associados ao delirium, como desidratação, desnutrição, quedas e úlceras por pressão.
  2. Abordagem Interdisciplinar  Envolver uma equipe composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e assistentes sociais para garantir cuidados abrangentes e personalizados ao paciente. IMPORTANTE: O manejo farmacológico deve ser reservado apenas para casos graves ou quando há risco iminente à segurança do paciente ou da equipe médica. A abordagem ideal combina o tratamento da causa com suporte ambiental e emocional. REFERÊNCIAS: DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. Porto Alegre: ArtMed,
  3. E-book. p.438. ISBN 9788582715062. Disponível em:https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/boo ks/9788582715062/. Acesso em: 15 mar. 2025. HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN. DELIRIUM: GUIA DO EPISÓDIO DE CUIDADO. São Paulo: Medical Suite,
  4. Disponível em: https://medicalsuite.einstein.br/pratica- medica/Pathways/Delirium.pdf. Acesso em: 15 mar.