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Automedicação e Resistência Bacteriana: Um Problema de Saúde Pública, Resumos de Fisiologia Humana

O artigo aborda a problemática da automedicação e seus impactos na saúde pública, com foco na resistência bacteriana. Explora as causas, consequências e estratégias para combater o uso inadequado de antibióticos, destacando o papel crucial de profissionais de saúde na educação e orientação sobre o uso racional de medicamentos.

Tipologia: Resumos

2025

Compartilhado em 17/03/2025

susy-melo-8
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Conscientização da Automedicação,
Superbactérias e Novas Descobertas para
Tratamento.
1°Edição
Manaus Amazonas
Editora Poisson
2025
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Baixe Automedicação e Resistência Bacteriana: Um Problema de Saúde Pública e outras Resumos em PDF para Fisiologia Humana, somente na Docsity!

Conscientização da Automedicação,

Superbactérias e Novas Descobertas para

Tratamento.

1°Edição Manaus – Amazonas Editora Poisson 2025

Organizadores Susy Christine Góes de Melo Martins Fernando Alves costa Possui graduação em Farmácia Bioquímica pelo centro Universitário do Norte e graduado em Direito pelo Centro Universitário Luterano. Especialista em Análise Clínicas, Farmacologia, Farmacologia plicada Clínica, Hematologia Clínica, Direito penal e processual Penal. Exerce função como farmacêutico Bioquímico Hematologista na Fundação do Hemoam, atualmente é professor Centro Universitário Fametro. Jamily de Oliveira Guimarães Possui graduação em Estética e Cosmetologia pelo Centro Universitário Uninorte Laureate, pós-graduação em Docência do Ensino Superior pelo Centro Universitário Fametro. Atualmente é estudante do 7° período do Curso de Farmácia pelo Centro Universitário Fametro. Linda Inês Nascimento Nunes Atualmente graduando o 7° período do curso de farmácia pelo Centro Universitário Fametro.

teve como objetivo geral explorar as causas e consequências da automedicação e das superbactérias, além de investigar os progressos no tratamento da doença de Parkinson. Considerou-se como a conscientização sobre automedicação e a compreensão das superbactérias podem ajudar a prevenir problemas de saúde. E como os novos avanços para o tratamento de Parkinson podem ser aplicados de forma eficiente, a hipótese sugeriu que uma maior conscientização poderia reduzir a incidência de superbactérias e que os avanços científicos beneficiariam diretamente os pacientes. A pesquisa utilizou um método bibliográfico, analisando artigos científicos e estudos relevantes, e concluiu que abordagens integradas são essenciais para mitigar os impactos da automedicação e das superbactérias e para aplicar inovações no tratamento da doença de Parkinson com eficácia. A conscientização acerca destes temas é vital para promover mudanças comportamentais e incentivar o uso responsável de medicamentos. Este estudo representa um passo importante nessa direção, oferecendo uma visão abrangente e atualizada sobre esses assuntos relevantes para a saúde pública. Palavras-chave : Automedicação. Superbactérias. Doença de Parkinson.

SUMÁRIO

Parte I: Introdução à Prática da Automedicação.

  • Capítulo 1: A AUTOMEDICAÇÃO O que é, como acontece e qual é a gravidade dessa prática?
  • Capítulo 2: A INFLUÊNCIA DA MÍDIA E DAS REDES SOCIAIS NA AUTOMEDICAÇÃO Como o papel da publicidade pode influência a facilidade de acesso a medicamentos sem prescrição e as consequências dessa prática. Parte II: Automedicação e o Uso Inadequado.
  • Capítulo 3: A AUTOMEDICAÇÃO COM MEDICAMENTOS PARA EMAGRECIMENTO Uma visão do consumo exagerado de medicamentos e seus efeitos danosos, uma busca pelos padrões impostos sociedade.
  • Capítulo 4: PROBLEMAS E EFEITOS ADVERSOS DA AUTOMEDICAÇÃO Como medicamentos utilizados sem conhecimentos apresentam vários perigos e preocupações.
  • Capítulo 5: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA NA RESISTÊNCIA BACTERIANA DEVIDO A AUTOMEDICAÇÃO Muitas vezes iniciado pela automedicação, leva ao desenvolvimento de bactérias resistentes, tornando as infecções mais difíceis de tratar. Parte III: Mecanismos e Impactos da Resistência.
  • Capítulo 6: OS MECANISMOS DA RESISTÊNCIA BACTERIANA E SUPERBACTÉRIAS A importância do conhecimento desses mecanismos para o profissional de saúde.
  • Capítulo 7: EXEMPLOS DE SUPERBACTÉRIAS E SEUS IMPACTOS. Alguns dos impactos na saúde pública de superbacterias, como a Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA) e outras.

Orientações para a dispensação segura e eficaz de Antibióticos, incluindo a importância da informação ao paciente.

  • Capítulo 1 8 : POLÍTICAS PÚBLICAS E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA A importância da vigilância Epidemiológica para a disseminação de Superbacterias e avaliar o impacto das intervenções. Parte VII: Prevenção, Controle e Conscientização, Perspectivas Futuras e Desafios.
  • Capítulo 1 9 : RISCO DA UTILIZAÇÃO DE FÁRMACOS SEM SUPERVISÃO MÉDICA E FARMACÊUTICA Importância para promover a educação em saúde na conscientização sobre o uso adequado de antibióticos e evitar automedicação.
  • Capítulo 20 : CONSCIENTIZAÇÃO DA AUTOMEDICAÇÃO, SUPERBACTÉRIAS E AS NOVAS DESCOBERTAS PARA TRATAMENTO Uma visão mais abrangente do assunto.
  • Capítulo 21 : CONCLUSÃO GERAL E RECOMENDAÇÕES FUTURAS
  • CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • REFERÊNCIAS
  • CAPÍTULO 1: A AUTOMEDICAÇÃO

O que é, como acontece e qual é a gravidade dessa prática.

(Delly Barreto de Oliveira Rodrigues, Michele de Souza Ferreira, Linda Inês Nascimento Nunes, Jamily de Oliveira Guimarães) A automedicação é um fenômeno bastante discutido na cultura médica e farmacêutica e não é uma prática restrita ao Brasil, mas uma preocupação global pois afeta um número grande de países. Em países desenvolvidos, o número de medicamentos de venda livre tem crescido nos últimos tempos, assim como a disponibilidade desses medicamentos em estabelecimentos não farmacêuticos, o que favorece a automedicação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define automedicação como seleção ou uso de medicamentos para tratar doenças autodiagnosticadas, caracterizando como um conjunto de ações de autocuidado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define a automedicação como a forma de utilizar ou sugerir um fármaco por sua própria experiência, sem a orientação de um profissional. Um dos perigos mais frequentes da automedicação é a intoxicação medicamentosa. Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) indicam que, desde 1996, os medicamentos ocupam a primeira colocação entre os agentes causadores de intoxicações humanas no país. Em 1999, por exemplo, foram responsáveis por 28,3% dos casos inseridos no registro (SINITOX, 2024). A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destaca que essa prática torna as infecções mais difíceis de estarem tratadas, aumentando o risco de propagação de doenças, gravidade dos casos e mortalidade (OPAS, 2024). A automedicação da mesma forma pode levar à dependência de medicamentos, especialmente no caso de matrizes substanciais com potencial de abuso, como analgésicos opioides e benzodiazepínicos. O uso prolongado sem orientação médica pode resultar em tolerância, dependência física e síndrome de abstinência, além de outros efeitos adversos (MINISTÉRIO da SAÚDE, 2024). Outro risco associado é a de formas de estímulos alérgicos graves. Sem o conhecimento adequado sobre os elementos dos medicamentos, indivíduos podem se expor a matrizes substanciais às quais são alérgicos, revertendo-se em formas de estímulos que se diversificam de erupções cutâneas a choque anafilático, uma condição eventualmente fatal (MINISTÉRIO da SAÚDE, 2024).

enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas, representando, portanto, problema a ser prevenido. A automedicação pode mascarar sintomas de doenças graves, retardando o diagnóstico e o tratamento adequado. Por exemplo, o uso indiscriminado de analgésicos para desanuviar dores pode ocultar sinais de condições sérias, como apendicite ou problemas cardíacos, levando a consequências eventualmente fatais (MINISTÉRIO da SAÚDE, 2024). A prática da automedicação da mesma forma tem encadeamentos econômicas importantes. O tratamento de consequências decorrentes do uso inadequado de medicamentos, como internações por intoxicações ou formas de estímulos adversas, gera custos elevados para o sistema de saúde pública, além de impactar a eficiência e a qualidade de vida dos indivíduos afetados (SINITOX, 2024). No entanto, a fiscalização duradoura e a conscientizações da população são necessárias a fim de que essas medidas possam ser eficazes (OPAS, 2024). Os idosos frequentemente enfrentam múltiplas condições de saúde, levando ao uso simultâneo de vários medicamentos, prática conhecida como polifarmácia. Esse cenário aumenta os riscos da automedicação, prática comum entre essa população, frequentemente influenciada por familiares, vizinhos ou mídias. Segundo Arnaud et al. (2024), o uso inadequado de medicamentos pode agravar quadros clínicos, gerar interações medicamentosas perigosas e até levar ao óbito. A conscientização sobre os riscos associados à automedicação é, portanto, essencial para promover a segurança medicamentosa. A automedicação indiscriminada também contribui para o aumento da resistência bacteriana, um problema global de saúde pública. Estudos como o de CALDAS FREIRE CALDAS et al. (2021) mostram que o uso excessivo de antibióticos sem prescrição médica favorece a seleção de microrganismos resistentes, dificultando tratamentos futuros. Entre os idosos, que geralmente possuem sistemas imunológicos enfraquecidos, os efeitos dessa resistência podem ser devastadores. A automedicação também reflete um problema comportamental entre os idosos, frequentemente relacionado à tentativa de reduzir custos ou evitar consultas médicas. DA SILVA CAMPOS, TEIXEIRA E CASALINI (2019) indicam que muitos usuários não consideram a gravidade dos efeitos colaterais e interações medicamentosas. Isso demonstra a importância de estratégias educacionais direcionadas à terceira idade, enfatizando o uso racional de medicamentos.

Outro ponto crítico é a automedicação para controle de dores crônicas, uma prática comum entre idosos. ARNAUD et al. (2024) mostram que analgésicos e anti- inflamatórios usados sem prescrição podem levar a complicações renais e gástricas, condições especialmente prevalentes nessa população. A orientação médica torna-se indispensável para evitar esses riscos. DA SILVA CAMPOS, TEIXEIRA E CASALINI (2019) destacam ainda o papel de profissionais de saúde na educação para o uso racional de medicamentos. Farmacêuticos, em particular, têm uma função estratégica na orientação de idosos, ajudando-os a compreender os riscos da automedicação e a necessidade de aderir às prescrições médicas. A prática da automedicação também está associada ao uso inadequado de suplementos alimentares e vitaminas. Segundo DA SILVA VALLADARES E BAIENSE (2023), muitos idosos acreditam que esses produtos não apresentam contraindicações. Contudo, o excesso de algumas vitaminas pode causar toxicidade e agravar condições preexistentes, como problemas cardiovasculares. A automedicação entre idosos é um fenômeno multifacetado que envolve fatores culturais, sociais e econômicos. Muitas vezes, essa prática surge como uma resposta às limitações do acesso à saúde pública, falta de informações adequadas e a crença popular na eficácia de medicamentos indicados por conhecidos. SEGUNDO DA SILVA CAMPOS, TEIXEIRA E CASALINI (2019), o comportamento é agravado pela desinformação quanto aos riscos e consequências de tal prática, como interações medicamentosas perigosas e agravamento de condições preexistentes, especialmente em uma faixa etária que apresenta maior vulnerabilidade fisiológica. Ademais, os medicamentos anorexígenos têm ganhado destaque como uma das principais classes associadas à automedicação, especialmente entre idosos que buscam soluções rápidas para o controle de peso. Estudos de DA SILVA, BAIENSE E ANDRADE (2023) mostram que essas substâncias podem provocar efeitos colaterais significativos, como alterações do sistema nervoso central e cardiovasculares, que são particularmente perigosas em idosos devido às mudanças fisiológicas relacionadas à idade. Esses riscos destacam a importância de orientação médica rigorosa no uso de tais medicamentos. Os riscos associados à automedicação vão além do físico, atingindo também o bem-estar emocional e psicológico dos idosos. Os efeitos adversos, muitas vezes inesperados, podem gerar sensações de ansiedade, insegurança e até isolamento social. DA SILVA CAMPOS, TEIXEIRA E CASALINI (2019) ressaltam que a

indiquem a necessidade de atendimento médico. O papel dos profissionais de saúde, especialmente dos farmacêuticos, é essencial na orientação sobre o uso correto de medicamentos. Eles podem fornecer informações sobre dosagens, interações medicamentosas e efeitos colaterais, além de identificar aceitáveis casos de automedicação e encaminhar os pacientes para atendimento médico quando necessário (OPAS, 2024).

  • CAPÍTULO 2: A INFLUÊNCIA DA MÍDIA E DAS REDES SOCIAIS NA AUTOMEDICAÇÃO Como o papel da publicidade pode influência a facilidade de acesso a medicamentos sem prescrição e quais as consequências dessa prática. (Sabrina Alves dos Santos, Sônia Alves Amâncio, Linda Inês Nascimento Nunes, Jamily de Oliveira Guimarães)

A era digital nos presenteou com um banquete de informações, mas também com um banquete de desinformação. A mídia e as redes sociais, com seus algoritmos personalizados e alcance global, moldam a forma como percebemos o mundo, inclusive a saúde. Neste capítulo, vamos desvendar como a publicidade, as notícias e as informações online influenciam a prática da automedicação e disseminam informações falsas, colocando em risco nossa saúde. No caso dos medicamentos, a publicidade pinta um quadro idílico, onde os problemas de saúde são resolvidos com um simples comprimido e a vida se torna um mar de rosas. Essa visão simplista e otimista, no entanto, esconde os riscos da automedicação. Ao omitir os efeitos colaterais e interações medicamentosas, pode induz as pessoas a acreditarem que os medicamentos são inofensivos e que podem ser utilizados sem orientação profissional. Essa prática, além de ser antiética, pode levar a consequências graves para a saúde, como reações alérgicas, agravamento de doenças e até mesmo a morte. No Brasil, embora haja regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a comercialização propaganda de medicamentos que possam ser adquiridos sem prescrição profissional (venda livre), não há a regulamentação é o ato de atenção farmacêutica, desta forma ficaria melhor colocar que há uma recomendação para que se procure o médico ou farmacêutico, conforme obrigado que seja vinculado nas propagandas. A internet tornou-se uma ferramenta muito importante na vida das pessoas, pois, através dela há a possibilidade de acessar diferentes informações com uma maior flexibilidade, além de abrir portas para diversos meios de comunicação. “Dentre as publicações de ambas as redes sociais, destaca-se as publicações sobre remédios, vitaminas e suplementos. Os usuários utilizam as redes sociais para relatarem sua enfermidade e mostrar os remédios receitados por médicos, enquanto os Digitais Influencers realizam propaganda dos medicamentos, ocasionando em diferentes pessoas comentários e visualizações. Ambos os meios de divulgação incentivam a automedicação, uma vez que os usuários comparam seu estado de saúde com a publicação que se encontra, resultando na dedução de diagnóstico. A influência das mídias e redes sociais é relevante no aumento da automedicação entre idosos. Conforme observado por DA SILVA VALLADARES E BAIENSE (2023), campanhas publicitárias e informações não confiáveis promovem o consumo de medicamentos sem qualquer controle. Para os idosos, que podem

com base em informações não científicas. Isso cria um ambiente de confiança para práticas inadequadas, aumentando os riscos para a saúde desses grupos vulneráveis. Durante a pandemia, a desinformação sobre a eficácia de antibióticos no combate ao vírus causador da COVID-19 levou muitas pessoas a recorrerem à automedicação, agravando a situação da resistência bacteriana. A azitromicina, por exemplo, foi amplamente utilizada sem prescrição, apesar de não haver evidências suficientes para seu uso no tratamento do coronavírus (DE SOUZA LEAL et al., 2021). Esse comportamento reforça a necessidade de campanhas informativas que esclareçam os riscos da automedicação e promovam o uso responsável de antibióticos. Em gestantes, o uso de suplementos vitamínicos sem orientação médica é outro problema recorrente. ARNAUD et al. (2024) destacam que o excesso de algumas vitaminas, como A e D, pode ter efeitos teratogênicos ou causar complicações metabólicas graves. Apesar da importância dos suplementos durante a gestação, é essencial que sejam administrados apenas com base em prescrições médicas, considerando as necessidades individuais da paciente. Para crianças, a falta de acesso a orientações específicas sobre dosagens adequadas é uma das principais causas de automedicação inadequada. DA SILVA CAMPOS, TEIXEIRA E CASALINI (2019) ressaltam que medicamentos para adultos são frequentemente adaptados de forma errada para uso infantil, levando a erros de dosagem. Esses erros podem resultar em intoxicação ou em tratamentos ineficazes, prejudicando o estado de saúde da criança. A internet é agora possivelmente o maior desafio das fiscalizações e do próprio farmacêutico, por ser considerado um território de todo mundo, na qual qualquer um pode expor e anunciar o que desejar. Os medicamentos são enquadrados pelo mercado, como qualquer outro produto, sendo comercializado em sites, banners, e- mails e pop-ups induzindo como a fórmula perfeita para cura de qualquer doença a partir de um click, por muitas vezes não passam de propagandas enganosas, suspeitos e sem nenhum tipo de registro na ANVISA (BUENO; TAITELBAUN, 2008). As plataformas de redes sociais têm um papel ambíguo na questão da automedicação. Embora ofereçam oportunidades para a educação e a promoção de saúde positiva, elas também podem facilitar a propagação de informações enganosas e perigosas. A responsabilidade das plataformas em moderar e regulamentar conteúdos relacionados à saúde é crucial para proteger os usuários contra práticas prejudiciais e promover informações baseadas em evidências (PEREIRA et al, 2023).

A grande quantidade de propagandas que prometem verdadeiras “curas milagrosas”, retratando na maioria das vezes artistas, passam a ideia de essencialidade do produto, onde todas as pessoas devem ter os medicamentos sempre ao alcance das mãos para o alívio rápido de sintomas e para qualquer tipo de dores (PACHELLI et al, 2013). Na Sociedade de Consumo os bens são objetos de desejo e se apresentam como manifestação da felicidade, riqueza, saúde, beleza e bem-estar. Atualmente, também o medicamento é visto como objeto de consumo, o que resulta na banalização do seu uso, facilitado pelas técnicas de marketing de grandes indústrias farmacêuticas, de grandes redes de farmácias e drogarias, e pela democratização do acesso à informação pela internet. O modelo de farmácias e drogarias da sociedade de consumo é diferenciado. Farmácia não é mais apenas o lugar onde se adquirem remédios, mas também o local onde estão disponíveis para consumo os mais variados tipos de produtos com finalidades estéticas. E, se por um lado o direito de acesso à medicação adequada para o tratamento de um problema de saúde é direito fundamental, complementar ao direito à saúde, não se pode ignorar o fato de que o usuário de medicamentos de modo geral é consumidor e precisa ter respeitados os seus direitos básicos, como informação, transparência, proteção à vida e segurança, segundo (CARVALHO, 2019). A automedicação faz parte da realidade da sociedade brasileira, instigada pela publicidade e pela abundância de informações às quais tem acesso ao consumidor da sociedade de informação. É fácil atualmente buscar informações sobre o uso e aquisição de medicamentos pela internet, por exemplo, sem que, muitas vezes, se dê ao consumidor maiores detalhes acerca do uso e efeitos de determinados medicamentos sobre a sua saúde. Em suma, a automedicação com antibióticos, impulsionada por falta de informação e pelo fácil acesso a esses medicamentos, é um dos fatores que mais contribuem para o aumento da resistência bacteriana. A disseminação de informações adequadas e a restrição do uso desses medicamentos são ações cruciais para preservar a saúde pública e evitar o agravamento desse problema (DA SILVA CAMPOS; TEIXEIRA; CASALINI, 2019). A promoção do uso racional de antibióticos e a implementação de políticas eficazes são passos essenciais para garantir um futuro em que as infecções possam continuar a ser tratadas de maneira eficaz. A publicidade, portanto, pode ser realizada de várias formas, a critério apenas da criatividade, pouco importando o meio em que será veiculada. Muito mais do que

contribuir para a prevenção de doenças e para a promoção da saúde. Com as informações corretas, adotarão as medidas preventivas preconizadas pela ciência. Ele poderá saber onde e quando fazer os exames, obter diagnósticos e receber o atendimento médico necessário. A saúde é uma das áreas em que há, cada vez mais, informação disponível nas mídias digitais para pessoas interessadas. Na internet, são incontáveis os sites sobre temas vinculados, de alguma forma, às questões relativas à saúde doença, as propagandas de medicamentos sem orientação é cada vez maior, o número de pessoas que acessam a internet para obter alguma informação sobre sua condição de saúde, e se automedicar. Nas redes sociais, qualquer pessoa pode se autoproclamar especialista em saúde e compartilhar informações sem qualquer embasamento científico. Essa falta de filtro e a facilidade de compartilhar informações falsas podem levar a uma verdadeira epidemia de desinformação sobre saúde, incentivando a automedicação e colocando em risco a vida de muitas pessoas. O consumo e o compartilhamento de informações de saúde por meio das novas tecnologias de comunicação, têm levado à criação de um novo ator na área da saúde: “o paciente expert”, ele é um paciente que busca informações sobre diagnósticos, doenças, sintomas, medicamentos e tratamento na internet. Onde ele acredita que pelo fato de ter acesso à quantidade de informações disponíveis na internet, esse paciente realiza seu próprio tratamento de maneira errônea em busca alívio e cura. E menos disposto a procurar atendimento médico, o paciente expert é, portanto, um consumidor destes serviços e produtos de saúde, sem conhecimento de informações científicas que deveriam ser levadas em consideração. Além disso, a proliferação de notícias falsas, ou fake New, sobre tratamentos milagrosos e curas alternativas pode levar as pessoas a abandonarem tratamentos convencionais e eficazes, colocando em risco sua saúde. As barreiras culturais e de comportamentos são outro obstáculo no enfrentamento à resistência bacteriana. SILVEIRA et al. (2023) enfatizam que, em algumas comunidades, existe uma confiança excessiva em antibióticos como solução universal para doenças, mesmo em casos em que seu uso não é apropriado. Essa percepção é estimulada pela falta de acesso a informações adequadas e pela publicidade inadequada de medicamentos. A mídia e as redes sociais são ferramentas poderosas que podem ser utilizadas para o bem ou para o mal. Ao entender como a publicidade, as notícias e as

informações online influenciam a prática da automedicação e a disseminação de informações falsas, podemos tomar decisões mais conscientes e proteger nossa saúde. A integração de tecnologias digitais no monitoramento e orientação dos idosos quanto ao uso de medicamentos é uma alternativa promissora para reduzir os riscos da automedicação. Aplicativos e sistemas de alerta podem lembrar os pacientes sobre horários de administração, evitando erros comuns. Além disso, plataformas digitais podem oferecer orientações confiáveis, diminuindo a influência de informações enganosas promovidas pela mídia (DA SILVA VALLADARES; BAIENSE, 2023). A saúde é um bem precioso que deve ser cuidado com carinho. Não permita que a busca por informações rápidas e fáceis coloque em risco sua vida. Consulte sempre um profissional de saúde e busque informações confiáveis.

  • CAPÍTULO 3: AUTOMEDICAÇÃO COM MEDICAMENTOS PARA EMAGRECIMENTO Uma visão do consumo exagerado de medicamentos e seus efeitos danosos, uma busca pelos padrões impostos sociedade. (Eliane de Souza pena, Erika Layane Amoedo da Silva, Linda Inês Nascimento, Jamily de Oliveira Guimarães) A busca por um corpo esbelto e a pressão social pela magreza têm levado muitas pessoas a procurarem atalhos para perder peso. Um desses atalhos, infelizmente, é a utilização de remédios para emagrecer sem prescrição. Mas será que essa prática, tão comum, é realmente segura? A resposta, infelizmente, é não. Diversos estudos científicos apontam os perigos da automedicação para emagrecer. Esses medicamentos, muitas vezes, prometem resultados rápidos e milagrosos, mas escondem riscos sérios para a saúde (DA SILVA; BAIENSE; DE ANDRADE, 2023). A demanda pelo corpo perfeito é algo quem vem crescendo cada vez mais devido a imagens Ilusórias criadas e propagadas pela mídia, e para alcance desse