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Uma pesquisa sobre as interações e a brincadeira na educação infantil, destacando suas importâncias no desenvolvimento e aprendizagem de bebês e crianças. O texto discute as diretrizes curriculares nacionais e a importância da interação social na construção da consciência da criança.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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ANPEd - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação 8618 - Trabalho Completo - 3ª Reunião Científica da ANPEd-Norte (2021) ISSN: 2595- GT 07 - Educação de crianças de 0 a 6 anos Interações infantis no brincar, com o brinquedo e na brincadeira como eixos estruturantes do currículo da Educação Infantil Jardilene Gualberto Pereira Fôlha - UFT-PPPGE - UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS INTERAÇÕES INFANTIS NO BRINCAR, COM O BRINQUEDO E NA BRINCADEIRA COMO EIXOS ESTRUTURANTES DO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL Resumo: A Educação Infantil vem estabelecendo uma nova concepção a respeito de sua função de educar e cuidar, e consequentemente, altera as maneiras de promover o desenvolvimento e as aprendizagens das crianças. Nessa perspectiva, o estudo objetiva compreender as interações e a brincadeira como eixos estruturantes da Educação Infantil. A pesquisa apresenta uma investigação sobre as interações das crianças e bebês no brincar, com os brinquedos e na brincadeira. A partir da análise do estudo, entende-se que as interações e brincadeiras vivenciadas no cotidiano escolar da infância estão relacionadas à busca pela qualidade na Educação Infantil e desempenham uma função significativa, favorecendo aprendizagens e desenvolvimento de diversas linguagens. Palavras-chave: Interações infantis; Brinquedos e brincadeiras; Currículo da Educação Infantil. As interações e a brincadeira são eixos fundamentais para o desenvolvimento dos bebês e das crianças e proporcionam experiências nas quais as crianças constroem e se apropriam de conhecimentos que permitem diversas aprendizagens e desenvolvimento. Na educação infantil, “as práticas pedagógicas que compõem a proposta Curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira” (DCNEI,
2009, p. 27). As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010) trazem uma concepção de criança como sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva. A criança brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. Desse modo, a BNCC (2017) segue na mesma perspectiva das Diretrizes e estabelece que a interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Acrescenta ainda que, ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções. Desde as Diretrizes, a etapa da Educação Infantil tem buscado consolidar práticas pedagógicas permeadas de interação e brincadeira. No entanto, não é uma tarefa fácil convencer os educadores a desapegarem das práticas tradicionais de ensino já estabelecidas. Nesta perspectiva, a problemática do estudo é: como os eixos estruturantes da Educação Infantil são materializados no cotidiano escolar? Nesse sentido, o estudo tem como objetivo compreender as interações e a brincadeira como eixos estruturantes da Educação Infantil. A pesquisa qualitativa se concretiza por meio d a revisão de literatura que oferece possibilidade de entendimento sobre as práticas pedagógicas contemporâneas que utilizam da interação e do brincar como estímulo ao desenvolvimento das crianças. A pesquisa fundamenta-se nos estudos pedagógicos em uma perspectiva educacional, social e cultural, que trabalha coletivamente promovendo interações e ao mesmo tempo respeita a individualidade o ritmo de cada criança. Partindo do princípio de uma educação com liberdade e responsabilidade conforme o método de Montessori (1970-1952) que defende o brincar como instrumento facilitador para a aprendizagem na educação infantil. Assim como Oliveira (2010) destaca que o brincar dá à criança oportunidade para imitar o conhecido e construir o novo, fantasiar, assumir personagens. No mesmo sentido, Rocha e Lobato (2019, p. 26) afirmam que o brincar configura-se como uma excelente estratégia de intervenção pedagógica para proporcionar o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. Nas discussões sobre as interações o texto é fundamentado nos estudos de Vygotski (1991) que traz a interação social como um espaço de constituição e desenvolvimento da consciência da criança, bem como, Barbosa, Fochi e Zuccoli (2015) dialogam sobre a necessidade que as crianças têm de interagir afim de compreender o mundo e dar sentido às suas vidas. A Educação Infantil é o momento de inserção da criança no universo escolar, local que tem a função de acolher as crianças em suas necessidades individuais e ao mesmo tempo inseri-las no coletivo. Vygotsky (1986) (1989) defende que a interação social é um processo que se dá a partir e por meio de indivíduos com modos histórico e culturalmente determinados de agir, pensar e sentir, sendo inviável dissociar as dimensões cognitivas e afetivas dessas interações e os planos psíquico e fisiológico do desenvolvimento decorrente. Nessa perspectiva, Vygotski (1991) argumenta que a interação social torna-se o espaço de constituição e desenvolvimento da consciência do ser humano desde que nasce. Neste sentido, Rocha (2019) descreve que o ato de brincar é uma das maneiras de estimular o desenvolvimento do pensamento, da motricidade, da afetividade e da sociabilidade das crianças. Os momentos do brincar e da brincadeira se constituem em estratégias pedagógicas importantes, pois são convites por excelência, à interação consigo,
cuidados pessoais e serão ajudadas e orientadas para construírem atitudes corretas, bem como estimuladas na fala e no aprimoramento de seu vocabulário. A BNCC (2017) afirma que é na interação com outras crianças e adultos que as crianças vão se constituindo como alguém com um modo próprio de agir, sentir e pensar. Descobrem que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na instituição educacional, na coletividade) constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e simultaneamente se identificando como seres individuais e sociais. Sendo assim, é essencial que as instituições que atendem a Educação Infantil proporcionem às crianças momentos lúdicos de lazer, brincadeiras e interações que as façam crescer, refletir e tomar decisões. A brincadeira pode ser livre, quando as próprias crianças decidem do que quer brincar, como também dirigidas, quando um adulto de referência conduz o momento da brincadeira com uma intencionalidade, criando situações lúdicas para trabalhar o desenvolvimento de forma específica. No entanto, vale ressaltar que em ambas as maneiras ocorrem aprendizados. Para que as interações e a brincadeira aconteçam de maneira satisfatória é importante o ambiente escolar ser adequado, seguindo os padrões de qualidade estabelecidos. As orientações são que os espaços sejam dinâmicos, vivos, alegres, exploráveis e acessíveis. Enquanto aos professores e os demais profissionais que atuam nessas instituições, os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (2006) orientam que devem, portanto, valorizar igualmente atividades de alimentação, leitura de histórias, troca de fraldas, desenho, música, banho, jogos coletivos, brincadeiras, sono, descanso, entre outras tantas propostas realizadas cotidianamente com as crianças. Os espaços escolares podem ser valorizados, quando pensados no valor que os mesmos oferecem às crianças, nesse sistema de relações, interações, brincadeiras e trocas com os pares que convivem. A brincadeira se torna mais interessante para criança quando se sente com liberdade e certa independência para escolher seus brinquedos, companheiros e os papéis que irão assumir. Conforme Duarte (2014) no método montessoriano a organização do ambiente deve ser adequada para atrair a atenção das crianças, propiciando a livre atividade articulada aos interesses que são peculiares e naturais de toda criança. A autora ainda destaca a necessidade da estruturação de um ambiente apropriado justamente às necessidades das crianças, o que evidentemente exige adaptação de proporções, pois tudo deve estar à mão, ou em condições para que a criança possa pegar ou tocar quando desejar. É essencial que as práticas pedagógicas da Educação Infantil sejam lúdicas e prazerosas, o educador enquanto facilitador, permita à criança ter autonomia de escolhas, estar em contato com uma variedade de estímulos, vivências e experiências que propiciem seu desenvolvimento integral. É importante realizar registros, relatórios e documentações de desenvolvimento da criança, durante as interações e a brincadeira como eixos estruturantes do fazer pedagógico. A esse respeito, Barbosa e Richter (2015, p. 195) esclarecem que “o professor, (...) realiza a complexa tarefa educacional de possibilitar encontros, de favorecer interações lúdicas, constituir tempos e espaços para a experiência das crianças, sem nenhuma garantia de que essa possa acontecer”. Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as competências gerais da Educação Básica propostas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam. Colocando-a em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar
desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural (BNCC, 2017, p. 35). Nesta perspectiva Oliveira (2010, p.06) destaca que: Brincar dá à criança oportunidade para imitar o conhecido e construir o novo, conforme ela reconstrói o cenário necessário para que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindo personagens e transformando objetos pelo uso que deles faz. Na brincadeira de faz-de-conta se produz um tipo de comunicação rica em matizes e que possibilita às crianças indagar sobre o mundo a sobre si mesmas e pôr à prova seus conhecimentos no uso interativo de objetos e conversações. No sentido de promover um ambiente acolhedor e convidativo, as instituições de Educação Infantil precisam prestar cuidados físicos e criam condições para o seu desenvolvimento cognitivo, simbólico, social e emocional. Nos espaços infantis as crianças convivem, exploram, conhecem, construindo uma visão de mundo e de si mesmas, constituindo-se como sujeitos. É necessário considerar os conhecimentos que a criança já possui e suas experiências culturais. Um mundo de interação deve ser proposto para as crianças, pois, irá contribuir para um desenvolvimento emocional, social, fundamentando-as nas suas formações, e na realidade de cada um. Considerações A partir do estudo, foi possível compreender que as interações no brincar, com o brinquedo e na brincadeira vivenciadas nos ambientes educacionais estão relacionadas à busca pela qualidade na educação e desempenham uma função significativa, favorecendo aprendizagens aos bebês a às crianças. Observa-se que os eixos estruturantes da Educação Infantil são materializados no cotidiano escolar a partir da escuta atenta dos profissionais e das condições dos espaços que convivem. A pesquisa permite inferir que ao colocar no centro das atividades educativas o fazer e o agir das crianças, favorece sua autonomia. Quando a criança participa de maneira efetiva das experiências e vivências escolares, brincando, interagindo, construindo ideias, criando regras, tomando decisões, fazendo escolhas e experimentos, deixam de ser espectadoras e passam a ser protagonistas. É fundamental que no cotidiano escolar as vivências e experiências estejam fundamentadas nos eixos estruturantes da Educação Infantil. As interações entre as crianças, crianças e adultos e crianças e o ambiente possibilitam o estabelecimento de laços afetivos. Contribuindo para o reconhecimento de si e do outro e estimula o convívio e respeito com as diferenças. O brincar por sua vez, se torna essencial no cotidiano escolar, pois é a linguagem natural dos bebês e das crianças, conforme as crianças brincam, surgem as possibilidades de crescer, interagir, desenvolver papéis e enredos de maneira coletiva ou individualmente. Referências BARBOSA, Maria Carmem Silveira; RICHTER; Sandra Regina Simonis. Campos de Experiência: uma possibilidade para interrogar o currículo. In: FINCO, Daniela; BARBOSA, Maria Carmen; FARIA, Ana Lucia Goulart (Orgs.). Campos de experiências na escola da infância: contribuições italianas para inventar um currículo de educação infantil
pedagógicas. Curitiba: CRV, 2019. ROCHA, José Damião T. CURRÍCULO “TOY STORY” DA EDUCAÇÃO INFANTIL: por um currículo brincante e brincalhão para bebês e crianças pequenas. Revista Espaço do Currículo, v. 12, p. 76-87, 2019. VYGOTSKI. A formação social da mente. O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1989. __________. La psique, la consciencia, el inconsciente****. Obras Escogidas. Madri: Visor,
ZUCCOLI, Franca. As indicações nacionais italianas: campos de experiência e artes. In: FINCO, Daniela; BARBOSA, Maria Carmen; FARIA, Ana Lucia Goulart (Orgs.). Campos de experiências na escola da infância: contribuições italianas para inventar um currículo de educação infantil brasileiro. Campinas, SP: Edições Leitura Crítica, 2015.