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Animais aquáticos de importância médica no Brasil, Notas de estudo de Zoologia

Anotações de estudo baseadas em artigo científico sobre os animais aquáticos de importância médica presentes no Brasil, destacando a taxonomia, quadro clínico dos acidentes e medidas de tratamento.

Tipologia: Notas de estudo

2023

À venda por 26/08/2023

dudasuzart
dudasuzart 🇧🇷

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Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – Maria Eduarda Gonçalves Suzart
Animais aquáticos de importância médica
Aspectos clínicos e terapêuticos dos
principais acidentes causados por animais
aquáticos no Brasil
Esponjas marinhas
Poríferos;
Os animais mais comumente associados a acidentes
são dos gêneros
Tedania
e
Neofibularia
;
Provocam quadro irritativo nos pontos de contato
com os animais, de padrão eczematoso;
Ação de um limo tóxico de superfície e de
espículas de carbonato de cálcio;
Tratamento: anti-histamínicos e corticosteroides
tópicos.
Águas-vivas e caravelas
Cnidários;
Animais de estrutura radial, a maioria com
tentáculos, podendo ter forma fixa (hidras ou
pólipos) ou móveis (medusas);
Caravelas: classe Hidrozoa e espécie
Physalia
physalis
– podem provocar acidentes graves;
Algumas pequenas hidromedusas podem causar
acidentes menores exemplo
Olindias
sambaquiensis
(sul e sudeste);
Cubomedusas: classe Cubozoa associadas a
acidentes fatais em vários países;
No Brasil:
Tamoya haplonema
e
Chiropsalmus quadrumanus;
Quadro clínico
Depende da ação dermonecrótica e neurotoxina do
veneno;
Manifesta-se por placas lineares ou arredondadas
eritematosas e dor intensa local;
Pode haver náuseas, vômitos dispneia, arritmias
cardíacas, edema agudo pulmonar e óbito;
Primeiros socorros
Compressas de água do mar gelada para controle da
dor;
Banhos de vinagre (desnatura o veneno) no local;
O uso de água doce dispara nematocistos íntegros
por osmose e aumenta o envenenamento;
Sintomas mais graves necessitam de atendimento
hospitalar.
Vermes marinhos
Poliquetas;
A maioria das espécies possuem mecanismo de
defesa venenosos – mandíbulas de quitina e cerdas
urticantes;
Acidentes são raros (mais comum com pescadores
de mexilhões);
Quadro clínico e tratamento semelhantes aos
relatados em acidentes por esponjas.
Moluscos
Não são observados acidentes por moluscos
venenosos no Brasil.
Ouriços, estrelas e pepinos-do-mar
Equinodermos;
Ouriços-do-mar
Ouriços-do-mar pretos (
Echinometra locunter
) são
responsáveis por cerca de 50% dos acidentes
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Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – Maria Eduarda Gonçalves Suzart 1

Animais aquáticos de importância médica

Aspectos clínicos e terapêuticos dos

principais acidentes causados por animais

aquáticos no Brasil

Esponjas marinhas Poríferos; Os animais mais comumente associados a acidentes

são dos gêneros Tedania e Neofibularia;

Provocam quadro irritativo nos pontos de contato com os animais, de padrão eczematoso; Ação de um limo tóxico de superfície e de espículas de carbonato de cálcio; Tratamento: anti-histamínicos e corticosteroides tópicos. Águas-vivas e caravelas Cnidários; Animais de estrutura radial, a maioria com tentáculos, podendo ter forma fixa (hidras ou pólipos) ou móveis (medusas);

Caravelas: classe Hidrozoa e espécie Physalia

physalis – podem provocar acidentes graves;

Algumas pequenas hidromedusas podem causar

acidentes menores – exemplo Olindias

sambaquiensis (sul e sudeste);

Cubomedusas: classe Cubozoa – associadas a acidentes fatais em vários países;

No Brasil: Tamoya haplonema e

Chiropsalmus quadrumanus;

Quadro clínico Depende da ação dermonecrótica e neurotoxina do veneno; Manifesta-se por placas lineares ou arredondadas eritematosas e dor intensa local; Pode haver náuseas, vômitos dispneia, arritmias cardíacas, edema agudo pulmonar e óbito; Primeiros socorros Compressas de água do mar gelada para controle da dor; Banhos de vinagre (desnatura o veneno) no local; O uso de água doce dispara nematocistos íntegros por osmose e aumenta o envenenamento; Sintomas mais graves necessitam de atendimento hospitalar. Vermes marinhos Poliquetas; A maioria das espécies possuem mecanismo de defesa venenosos – mandíbulas de quitina e cerdas urticantes; Acidentes são raros (mais comum com pescadores de mexilhões); Quadro clínico e tratamento semelhantes aos relatados em acidentes por esponjas. Moluscos Não são observados acidentes por moluscos venenosos no Brasil. Ouriços, estrelas e pepinos-do-mar Equinodermos; Ouriços-do-mar

Ouriços-do-mar pretos ( Echinometra locunter) são

responsáveis por cerca de 50% dos acidentes

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – Maria Eduarda Gonçalves Suzart 2 atendidos em Pronto-Socorros nas cidades litorâneas;

Ouriço-do-mar verde ( Lythechinus variegatus) é

mais raro, mas também pode provocar acidentes; Ambas as espécies apresentam veneno em suas pedicelárias (ficam ao lado das espículas); Os maiores problemas ocorrem pela dificuldade de extração das espículas;

Gênero Diadema tem espículas com veneno e pode

causar envenenamentos graves; Só existe em águas profundas. Pepinos-do-mar Acidentes raros, pois depende de ingestão. Estrelas-do-mar Não existem estrelas-do-mar venenosas no Brasil. Siris, caranguejos, tamburutacas Crustáceos; Não existem crustáceos venenosos no Brasil; Podem ocorrer quadros de intoxicação ou reações alérgicas por ingestão da carne; A maioria dos acidentes é traumática. Peixes venenosos brasileiros Todo acidente por peixe venenoso causa dor de intensidade variável e necrose ocasional; Venenos com propriedades necróticas e neurotóxicas; Os acidentes por bagres (família Ariidae) são os mais comuns no Brasil, mas ocorrem acidentes por arraias, peixes-escorpião (Scorpaena), peixes-sapo (Thalassophryne), moreias (Gimnothorax), cações (Squalus) e outros; Na rede fluvial os bagres também são os maiores responsáveis por acidentes envolvendo veneno,

principalmente a família Pimelodidae. Outros

peixes de couro podem apresentar ferrões, mas não há comprovação que possuam substâncias tóxicas. Nos acidentes causados por arraias fluviais (rio Paraná, Paraguai, Araguaia e Amazonas), a dor e a necrose local são mais importantes do que as provocadas por arraias marinhas – são incapacitantes; Piranhas causam lesões laceradas – acidente traumático; Peixes elétricos podem aplicar correntes de até 300 volts; Candiru (pequeno bagre hematófago e parasita natural de guelras de peixes grandes) pode penetrar na uretra e no ânus de seres humanos; Répteis aquáticos podem causar acidentes traumáticos importantes; Os acidentes possuem gravidade e quadro clínico variável.

Acidentes provocados por ingestão de

animais marinhos

Não existem dados sobre esse tipo de acidentes no Brasil. Existem alguns relatos de envenenamento e óbito por baiacus, através da tetrodotoxina; A saxitoxina é outra potente neurotoxina que pode provocar óbito e é encontrada em moluscos e crustáceos.

Referência

Haddad Junior V. Acidentes por animais aquáticos no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 2003;36(5):591-597.