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A importância das interações sociais entre crianças na infância, enfatizando a importância dos conflitos e a necessidade de desenvolver competências sociais para resolvê-los. O texto apresenta estratégias de intervenção pedagógica, como a leitura de histórias e atividades de recorte e colagem, para estimular a comunicação oral, a identificação de necessidades e interesses dos outros, e a capacidade de resolver problemas interpessoais. O documento também destaca a importância do papel dos adultos na qualidade das interações sociais das crianças.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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outubro de 2017
Andreia Catarina Torres Veloso Promover as interações sociais entre pares e a gestão de conflitos UMinho|
outubro de 2017
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Chegar ao fim deste percurso significa o cumprir de um sonho que só se tornou possível mediante o apoio de algumas pessoas, a quem deixo, de seguida, os meus abertos agradecimentos. À minha orientadora, Professora Doutora Fátima Vieira, por todo o conhecimento transmitido ao logo do meu estágio. O meu profundo agradecimento pelo apoio, incentivo e disponibilidade. Aos meus pais e ao meu irmão por todo o amor, carinho e apoio incondicional demonstrado no fim desta minha jornada. Obrigado por acreditarem sempre em mim e ampararem, muitas vezes, os meus medos e as minhas inseguranças. Às crianças e à equipa do Jardim de Infância por me receberem tão bem e pelos momentos felizes e gratificantes que vive convosco. Às minhas amigas de sempre e para sempre, Alexandra e Catarina, pelo constante apoio e motivação. À minha colega de estágio e amiga, Bárbara, por todo o companheirismo e cumplicidade, pelas horas de luta que traçamos juntas. Às minhas parceiras de mestrado e amigas, Ana Leonor e Ana Rita, pelos momentos de partilha de experiências e troca de ideias ao longo deste nosso percurso. Ao meu priminho António que sendo apenas uma criança se revelou essencial, pelos sorrisos rasgados e abraços apertados. Devo também um agradecimento às minhas primas Ângela e Mónica pelas horas de conversa, camaradagem e apoio, bem como à minha prima Sara pela pronta ajuda na tradução. Por último, mas não menos importante, aos meus avós Margarida, Francisco, Arménio e Daniela, as minhas estrelinhas, que não estando presente fisicamente foram, muitas vezes, o meu maior alento. Sei que ficariam muito orgulhosos de mim. A todos que de algum modo contribuíram para a concretização deste relatório, a minha enorme gratidão. Bem hajam.
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This report presents a project of pedagogical intervention developed in a context of kindergarten, within the scope of the Supervised Teaching I course, the Master's Degree in Pre- School Education and Teaching of the 1st Cycle of Basic Education, University of Minho. In the first weeks of practice, through the observation of a group of children between the ages of 3 and 5, a concern arose about interactions between peers and critical incidents involving conflicts. Anchored in these observations, the project of pedagogical intervention aimed at improving social interactions among peers, promoting orientation behaviors for the other, and the capacity for autonomous resolution of conflicts. The intervention strategies that were used, prevailed on the reading of stories about social values such as friendship and sharing, awareness of emotions and feelings, dialogues about positive and negative situations of social interaction and the development of activities involving the cooperation between peers. The project provided children with opportunities to strengthen their relationships, express ideas and listen to others, and identify strategies for solving interpersonal problems. The evaluation of intervention strategies suggests a significant improvement in the interactions and interpersonal relationships of the children, in the approach to the needs of the other, as well as a greater autonomy in the resolution of conflicts. The development of the project also made it possible to highlight the important role of the educator as mediator of these processes of personal and social growth of children. Key-words: pre-school education; peer interaction; social skills; conflict management; role of the adult.
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AGRADECIMENTOS .................................................................................................................. iii RESUMO ................................................................................................................................... v ABSTRACT .............................................................................................................................. vii ÍNDICE ..................................................................................................................................... ix LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .......................................................................................... xi ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................................... xii ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................ xii Introdução ................................................................................................................................ 1 Capítulo 1- Enquadramento Teórico ...................................................................................... 3
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O presente relatório, realizado no âmbito da Unidade Curricular Prática de Ensino Supervisionado I, do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, apresenta um projeto de intervenção pedagógica, desenvolvido num contexto de jardim de infância, que visou “Promover as interações sociais entre pares e a gestão de conflitos.” Como referem as Orientações Curriculares, a educação pré-escolar destina-se às crianças entre os 3 anos e a entrada na escolaridade obrigatória, sendo considerada a “primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida.” (Lopes da Silva, Marques, Mota & Rosa, 2016, p.5). Muitas vezes, é com a entrada num contexto de educação pré-escolar que as crianças começam por ter um maior contacto e uma maior interação com os seus pares. A interação entre pares é defendida como algo vantajoso que desenvolve nas crianças competências sociais. De acordo com Hohmann & Weikart (2004), “as relações sociais que as crianças pequenas estabelecem com os companheiros (…) são profundamente importantes, porque é a partir destas relações que as crianças de idade pré-escolar geram a sua compreensão do mundo.” (p. 574). Em idade pré-escolar as crianças centram-se sobretudo nos seus próprios interesses e ideias, tendo dificuldade em colocar-se na perspetiva dos outros e ser sensível aos seus sentimentos e intenções. Consequentemente é frequente observar situações de conflito entre pares. Citando Lino (1996), “os conflitos são inevitáveis entre crianças pequenas, pelas suas próprias características, pela sua capacidade de perceber o mundo e de se relacionar com os outros” (p. 84). Estes incidentes são inevitáveis em salas onde ocorre a livre interação e a participação ativa das crianças no quotidiano educativo (DeVries & Zan 1998), A ocorrência de conflitos entre pares deve ser vista de uma forma positiva pelos adultos. Como mencionam Katz & McClellan (1996), “os problemas sociais espontâneos e inevitáveis, que aparecem quando as crianças trabalham ou brincam em conjunto, colocam o professor numa posição ideal para promover o desenvolvimento social das crianças.” (p.22). Cabe aos educadores transformar estes episódios em oportunidades de aprendizagem, uma vez que a resolução destes momentos contribui para tornar as crianças mais capazes de se relacionarem umas com as outras.
2 Assim, o educador tem um importante papel na aprendizagem de competências para a resolução de conflitos ao proporcionar a criação de um clima de interações positivas, um espaço pedagógico organizado e experiências que favoreçam a interajuda, a partilha, a cooperação e amizade entre as crianças, bem como a clarificação do seu valor para a interação com outros. O presente relatório encontra-se organizado em três grandes capítulos. O primeiro capítulo, referente ao enquadramento teórico, conterá informação sobre a temática do projeto de intervenção, a fim de se adquirir um maior conhecimento sobre a mesma. Aqui, começamos por abordar as competências socias na infância e a importância das interações entre pares, bem como ao papel do educador como promotor do desenvolvimento de competências sociais. O capítulo termina com uma abordagem aos conflitos interpessoais e às possíveis estratégias de prevenção e de apoio à sua resolução, com progressiva autonomia pelas crianças. No segundo capítulo, começamos por realizar uma breve descrição da instituição, do grupo de crianças, da organização do espaço pedagógico e da rotina diária do contexto onde decorreu o estágio, terminando com a metodologia e os procedimentos de recolha de dados, utilizados para a realização do projeto. No terceiro capítulo apresentamos a justificação da problemática e os objetivos da intervenção pedagógica e procedemos à descrição e análise reflexiva das estratégias desenvolvidas. O relatório finda com as considerações finais, que conterá uma reflexão pessoal em torno da importância do projeto e de todo o processo de estágio para mim, enquanto futura educadora de infância, enunciando as aprendizagens construídas e as dificuldades sentidas ao longo deste percurso.
4 dos outros, envolvendo-se em processos de comunicação, de participação, de responsabilidade; de iniciativa; de cooperação e entreajuda; de partilha; de argumentação, negociação e cedência. (Lopes, Rutherford, Cruz, Mathur, & Quinn, 2006). O jardim de infância, mediante as oportunidades que fornece às crianças de estabelecer relações com os seus pares, deve criar um ambiente educativo propício ao desenvolvimento deste leque diversificado de capacidades, competências e valores sociais. (Hohmann & Weikart, 2004; Katz & McClellan, 1996). 1.2. A importância das relações entre pares para o desenvolvimento de competências sociais É nos primeiros níveis de educação que as crianças formam os primeiros contactos com os seus pares, aprendendo a estabelecer relações e a desenvolver competências sociais. (Ladd & Coleman, 2004). As interações que as crianças mantêm com o seus pares/companheiros, com idades aproximadas às suas, proporcionam às mesmas experiências sociais que envolvem a troca de ideias, a assunção de papéis e a partilha de atividades em conjunto. (Almeida, 2000). Segundo Hohman & Weikart (2004), as relações entre pares oferecem benefícios substanciais, apoio emocional em contextos não familiares, a oportunidade de brincar com um igual, experiencias em liderança, seguimentos dos outros, apresentação de sugestões, experimentação de ideias, negociação e compromisso. De facto, as interações entre pares proporcionam às crianças oportunidades para dialogar, persuadir, negociar, argumentar, cooperar, perceber diferentes pontos de vista, resolver problemas, expressar afetos, estabelecer relações de amizade, entre outros. Desta forma valores preponderantes, como, igualdade, reciprocidade e a lealdade ganham uma nova dimensão social e afetiva na relação que as crianças vão estabelecendo com os seus pares. (Almeida, 2000). Como refere Cruz (2000), através das interações com os seus pares, as crianças desenvolvem valores sociais basilares para conseguirem viver em sociedade. O desenvolvimento social das crianças parece, assim, ser fortemente afetado pelas relações que estas estabelecem com os seus pares, uma vez que as desafiam a tomar consciência das necessidades, perspetivas e sentimentos dos outros e a aprender um vasto leque de competências para responder de forma adequada, em termos interpessoais, a diversas situações sociais.
5 (Portugal & Laevers, 2010). As interações estabelecidas entre pares, promovem “a consciência e a diferenciação de si mesmas e dos outros, esquemas de reação social e cooperação no pensamento e ação.” (DeVries & Zan, 1996, p. 61) 1.3. O papel do adulto como promotor do desenvolvimento de competências sociais Na perspetiva de Katz e McClellan (1996), existe uma série de capacidades que devem ser desenvolvidas nas crianças, de modo a contribuir para uma melhoria das relações interpessoais e sociais; as capacidades de “comunicar, discutir, negociar, dar a vez, cooperar, exprimir preferências e razões que estão por trás das suas ações, aceitar compromissos e empatizar com os outros, desempenham um papel na interação social.” (p. 13). A abordagem High/Scope para a educação pré-escolar, chama à atenção para a importância de promover o desenvolvimento de determinadas capacidades que são fundamentais para estabelecer relações recíprocas e assegurar o bem-estar social e emocional de cada criança. (Brickman & Taylor, 1996; Hohmann & Weikart, 2004). Essas capacidades são: