Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Anatomia e importância clínica dos vasos cardíacos e linfáticos, Notas de aula de Anatomia

Este documento fornece informações detalhadas sobre a anatomia e distribuição dos vasos cardíacos e linfáticos, assim como sua relação com doenças cardíacas, malformações vasculares e transplante cardíaco. Além disso, discute a importância dos vasos linfáticos na fisiologia cardíaca e no sistema de condução cardíaca.

O que você vai aprender

  • Como os vasos linfáticos desempenham um papel na fisiologia cardíaca e no sistema de condução cardíaca?
  • Qual é a origem e distribuição dos ramos das artérias coronárias e sua relação com os vasos linfáticos?

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Ronaldinho890
Ronaldinho890 🇧🇷

4.3

(96)

223 documentos

1 / 8

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
ANATOMIA CLÍNICA DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS E VASOS LINFÁTICOS CARDÍACOS
CLINICAL ANATOMY OF THE CORONARY ARTERIES AND CARDIAC LYMPHATIC
VESSELS
Marcus Alexandre Mendes LUZ
Docente do Curso de Medicina - UNILAGO
AUTORES
A distribuição e variações dos vasos cardíacos fornecem subsídios para estudos associados ao
transplante cardíaco, malformações e cirurgias de transposição e relocação de grandes artérias. O
conhecimento da origem e distribuição dos ramos das artérias coronárias contribui para o diagnóstico
preciso de oclusões e alterações vasculares em pacientes portadoras de doenças cardíacas e
malformações vasculares, prevenindo evolução para a letalidade, da mesma forma que tem se
investigado a importância dos vasos linfáticos na fisiologia cardíaca e no sistema de condução cardíaco.
Através do presente trabalho, busca-se compreender as correlações clínicas da topografia dos vasos
cardíacos e fornecer subsídios para modelos de estudo da vascularização cardíaca em pacientes jovens
e adultos.
RESUMO
Vasos coronários, vasos linfáticos, anatomia
PALAVRAS - CHAVE
pf3
pf4
pf5
pf8

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Anatomia e importância clínica dos vasos cardíacos e linfáticos e outras Notas de aula em PDF para Anatomia, somente na Docsity!

ANATOMIA CLÍNICA DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS E VASOS LINFÁTICOS CARDÍACOS

CLINICAL ANATOMY OF THE CORONARY ARTERIES AND CARDIAC LYMPHATIC

VESSELS

Marcus Alexandre Mendes LUZ

Docente do Curso de Medicina - UNILAGO

AUTORES

A distribuição e variações dos vasos cardíacos fornecem subsídios para estudos associados ao

transplante cardíaco, malformações e cirurgias de transposição e relocação de grandes artérias. O

conhecimento da origem e distribuição dos ramos das artérias coronárias contribui para o diagnóstico

preciso de oclusões e alterações vasculares em pacientes portadoras de doenças cardíacas e

malformações vasculares, prevenindo evolução para a letalidade, da mesma forma que tem se

investigado a importância dos vasos linfáticos na fisiologia cardíaca e no sistema de condução cardíaco.

Através do presente trabalho, busca-se compreender as correlações clínicas da topografia dos vasos

cardíacos e fornecer subsídios para modelos de estudo da vascularização cardíaca em pacientes jovens

e adultos.

RESUMO

Vasos coronários, vasos linfáticos, anatomia

PALAVRAS - CHAVE

ABSTRACT

Knowledge of the anatomical distribution and variations of heart vessels provides a basis for studies on heart transplantation, malformations, and surgery for transposition and switching of the great arteries. Data on the origin and distribution of the coronary artery branches contribute to the precise diagnosis of vascular occlusion and changes in patients with heart disease and vascular malformations, thereby preventing lethality, as does the investigation of the importance of lymphatic vessels in the cardiac physiology and cardiac conduction system. This study aimed to elucidate the clinical implications of the topography of the cardiac vessels and provide a basis for models of studying cardiac vascularization in young adult patients. KEYWORDS: Coronary vessels, lymphatic vessels, anatomy

1. INTRODUÇÃO O coração é o órgão central do sistema circulatório. As artérias que suprem o coração são denominadas coronárias e as veias são conhecidas como veias cardíacas. Os vasos linfáticos do coração constituem redes adjacentes ao endocárdio e ao epicárdio que drenam a linfa ao longo das coronárias e a lançam nos linfonodos traqueobrônquicos. 2. ANATOMIA DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS A denominação de coronárias para as artérias, segundo Testut e Latarjet, 1947, provém da associação da disposição desses vasos em “coroa” que circunda a base do coração. As artérias coronárias são duas, direita e esquerda, e surgem da aorta imediatamente acima de sua origem no ventrículo esquerdo, posteriormente ao tronco pulmonar. A artéria coronária direita, também denominada de artéria anterior, tem origem no seio aórtico direito, na borda livre da válvula (71% dos casos), em sua parte posterior (59% dos casos) e com menor freqüência na parte média do seio (40%), projetando-se para a direita e transitando posteriormente ao tronco pulmonar e percorrendo o sulco coronário entre o átrio e ventrículo direitos (TESTUT; LATARJET, 1947). A artéria circunda lateralmente o átrio direito, permanecendo no sulco coronário até a face diafragmática do coração, onde percorre o sulco interventricular posterior em direção ao ápice do coração. Esse ramo, denominado interventricular posterior, é a maior ramificação da artéria coronária direita e irriga a face diafragmática de ambos os ventrículos e um terço posterior do septo interventricular. Outros ramos se projetam na face esternocostal (posterior) do coração e são denominados de ramo do nó sinoatrial e ramo atrial, superiormente, ramo do cone arterial, inferiormente, e o ramo marginal, na margem direita do coração (HOLLINSHEAD, 2006). A coronária direita irriga tipicamente o ventrículo direito, a parte posterior do ventrículo esquerdo e o septo interventricular posterior, o átrio direito e o septo interatrial, contribuindo para a irrigação do sistema de condução do coração.

frequência o relato de alterações vasculares em crianças e doenças cardíacas cujo diagnóstico precoce previne evolução para a letalidade (RUBBA et al., 2010). Estudos referentes à descrição da origem anômala e trajeto intramural das artérias coronárias em neonatos revelam que 5% dos pacientes submetidos a cirurgias vasculares de relocação de vasos, apresentavam artérias intramurais. A maior incidência foi observada na artéria coronária esquerda (61%), com significativa taxa de letalidade envolvendo a cirurgia e o pós-operatório (METTON et al., 2010). Contudo, as alterações morfológicas mais freqüentes são as associadas à tetralogia de Fallot, com ampla importância clínica na cardiologia pediátrica. Por volta de 8,4% das artérias coronárias tem origem anômala nesse quadro (HUSSAIN et al., 2010), outras representam incidência da origem de vasos diretamente da artéria pulmonar (MOSS et al., 1995), ou de variações de sua projeção do seio aórtico (FELMEDEN; SING; LIP, 2000). Ramos interventriculares anteriores a partir da artéria coronária direita foram descritos por BERRY et al ., 1988. Existem 36 relatos sobre a origem anômala da artéria coronária direita a partir do ramo interventricular da artéria coronária esquerda, com inferência a uma possível isquemia associada e progressão para um curso potencialmente maligno de um quadro aparentemente assintomático (WILSON; REDÁ; GURLEY, 2009; AYALP et al ., 2002). A maior parte dos dados referentes ao conhecimento anatômico desses vasos provém do diagnóstico por imagem (FELMEDEN; SING; LIP, 2000; LI et al ., 1998 e CARVALHO et al., 1993) e do exame necroscópico, que revela a determinação precisa da causa da morte nas doenças associadas à cardiologia pediátrica em 55,6% dos casos ou contribui para o esclarecimento das causas da morte em 37,3% dos casos (GATZOULIS; SHEPPARD; HO , 1996). SUN et al ., 2003 ressaltam a importância da necroscopia pediátrica como ferramenta importante na compreensão da lesão e seu mecanismo, uma vez que aponta que em 45% dos casos examinados, o exame necroscópico confirmou o diagnóstico anatômico por imagem, 38% diagnosticou outras anomalias com potencial clínico relevante e acrescentou 17% de alterações sem potencial clínico. Em 41% dos casos analisados, a causa da morte foi obtida pela necropsia. Dessa forma, o estudo anatômico clássico da estrutura do coração e das coronárias constitui modelo valioso para a avaliação clínica, no diagnóstico, na determinação dos procedimentos invasivos adotados e na intervenção cirúrgica, principalmente na cardiologia pediátrica.

3. ANATOMIA DOS VASOS LINFÁTICOS CARDÍACOS Os vasos linfáticos do coração foram descritos e pelo anatomista sueco Olaus Rudbeck em 1651 (SAPPEY, 1869). Segundo Sappey, 1869, os vasos linfáticos podem ser classificados em superficiais , com origem na lâmina serosa do pericárdio e nas camadas musculares subjacentes, e profundos , com origem no endocárdio e nas camadas musculares.

Topografia das artérias coronárias e vasos linfáticos do coração adulto. Representação dos vasos na face anterior e posterior do coração. (TBC: tronco braquiocefálico; ACCE: artéria carótida comum esquerda. ASE: artéria subclávia esquerda; AA: artéria aorta; VCS: veia cava superior; VPSD: veia pulmonar superior direita; VPID: veia pulmonar inferior direita; VPSE: veia pulmonar superior esquerda; VPIE: veia pulmonar inferior esquerda, AE: átrio esquerdo AD: átrio direito; TP: tronco pulmonar; APE: artéria pulmonar esquerda; VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo). 1. Linfonodo mediastinal anterior; 2. Linfonodo pré-aórtico; 3. Linfonodo pré-aórtico; 4. Tronco linfático comum direito; 5. Ramo atrial; 6. A. coronária direita; 7. Ramo marginal;

  1. Ramo do cone arterial; 9. Ramo interventricular posterior; 10. Linfonodo retroaórtico; 11. Linfonodo retropulmonar; 12. Tronco linfático comum esquerdo; 13. A. coronária esquerda; 14. Ramo circunflexo; 15. Tronco linfático do sulco atrioventricular esquerdo; 1 6. Ramo interventricular anterior; 17. Ramo marginal esquerdo; 18. Tronco linfático interventricular anterior; 19. Ramo posterior do ventrículo esquerdo; 20. Tronco linfático interventricular posterior. (Ilustração do autor, adaptada de TESTUT; LATARJET, 1947, Tomo II, p.121). Testut e Latarjet, 1947, dividem o estudo dos vasos linfáticos cardíacos em três grupos: os vasos subepicárdicos, os intramiocárdicos e os subendocárdicos. Adotaremos este modelo para a descrição dos vasos linfáticos, uma vez que considera a presença de vasos intramiocárdicos como rede de comunicação entre os vasos do endocárdio e pericárdio. Os vasos subepicárdicos, junto da lâmina serosa do pericárdio, constituem finas malhas que nos ventrículos são numerosas estão orientadas no sentido das fibras musculares do miocárdio enquanto nos átrios são menos numerosas e de orientação variável. Os vasos linfáticos mais calibrosos encontram-se junto dos vasos da base, e constituem os vasos eferentes cardíacos.

4. CONCLUSÃO

O conhecimento da origem e distribuição dos ramos das artérias coronárias e sua relação com os vasos linfáticos tem relevante importância nas intervenções cirúrgicas (METTON et al. , 2010; NOVICK et al ., 2009 e DASHKEVICH et al ., 2009) como também no pós operatório, uma vez que tem sido demonstrado que o comprometimento dos vasos linfáticos resulta num aumento da fibrose e redução na eficiência da atividade cardíaca (KONG; WANG; KONG, 2007; LUPINSKI, 2009; CUI, 2010); da mesma forma que aponta-se que o diagnóstico preciso das oclusões e alterações vasculares em pacientes jovens contribui para a prevenção da evolução dessas lesões para a letalidade (LI et al ., 1998; RUBBA et al., 2010). 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLWORK, S.P. The applied anatomy of the arterial blood supply to the heart in man. J.Anat. , v. 153, p.1-16,

AYALP, R.; MAVI, A.; SERÇELIK, A.; BATYARALIEV, T.; GÜMÜSBURUN, E. Frequency in the anomalous origin of the right coronary artery with angiography in a Turkish population. Int. J. Cardiol. , v. 82(3), p. 253-7, 2002. BERRY, J.H.; EINZIG, S.; KRABILL, K.A.; BASS, J.L. Evaluation of coronay artery in patients with tetralogy of Fallot by two-dimensional echocardiography. Circulation , v. 78(1), p. 149-156, 1988. CARVALHO, J.S.; SILVA, C.M.; RIGBY, M.L.; SHINEBOURNE, E.A. Angiographic diagnosis of anomalous coronary artery in tetralogy of Fallot. Br. Heart J ., v. 70(1), p. 75-8, 1993. CUI, Y. Impact of lymphatic vessels on the heart. Thorac. Cardiovasc. Surg. , v. 58(1), p.1-7, 2010. DASHKEVICH, A.; BLOCH, W.; ANTONYAN, A.; FRIES, J.U.; GEISSLER, H.J. Morphological and quantitative changes of the initial myocardial lymphatics in terminal heart failure. Lymphat. Res. Biol. , v. 7(1),p.21-7, 2009. FELMEDEN, D.; SINGH, S.P. LIP, G.Y. Anomalous coronary arteries of aortic origin. Int. J.Clin. Pract. , v. 54(6), p. 390 - 4, 2000. GATZOULIS, M.A.; SHEPPARD, M.N.; HO, S.Y. Value and impact of necropsy in pediatric cardiology. Heart , v. 75(6), p.626-31, 1996. GRANDE, N.R.; TAVEIRA, D.; SILVA, A.C.; PEREIRA, A.S., AGUAS, A.P. Anatomical basis for the separation of four cardiac zones in the walls of the human heart ventricules. Surg. Radiol. Anat ., v. 16(4), p. 355-61, 1994. HOLLINSHEAD, W.H. Tratado de Anatomia. Rio de Janeiro: REVINTER, p. 478-479, 2006. HUSSAIN, I.; PATEL, N.; GHAFFAR, A.; KUNDI, A. Coronary anomalies in Pakistan children with tetralogy of Fallot. J. Coll. Physicans Surg. Pak., v. 20(1), p.3-5, 2010. ISHIKAWA, Y.; AKISHIMA-FUKASAWA, Y.; ITO, K.; AKASAKA, Y.; TANAKA, M.; SHIMOKAWA, R.; KIMURA- MATSUMOTO, M.; MORITA, H.; SATO, S.; KAMATA, I.; ISHII, T. Lymphangiogenesis in myocardial remodelling after infarction. Histopathology , v. 51(3), p. 345-53, 2007.

KONG, X.Q.; WANG, L.X.; KONG, D.G. Cardiac lymphatic interruption is a major cause for allograft failure after cardiac transplantation. Lymphat. Res. Biol. v. 5(1), p. 45-7, 2007. LI, J.; SOUKIAS, N.D.; CARVALHO, J.S.; HO, S.Y. Coronary arterial anatomy in tetralogy of Fallot: morphological na clinical correlations. Heart , v. 80(2), p. 174-83, 1998. LUPINSKI, R.W. Aortic fat pad and atrial fibrillation: cardiac lymphatics revisited. Anz. J. Surg. , v. 79(1-2), p.70-4,

METTON, O.; CALVARUSO, D.; GAUDIN, R.; MUSSA, S.; RAISKY, O.; BONNET, D.; SIDI, D.; VOUHÉ, P.R. Intramural coronary arteries and outcome of neonatal arterial switch operation. Eur. J. Cardiothorac. Surg ., 10,

MIYAZAKI, M.; KATO, M. The developmental study on the third coronary artery of human being. Gegenbaurs Morphol. Jahrb. , v. 132(2), p. 195-204, 1986. MOSS, R.L.; BACKER, C.L.; ZALES, V.R.; FLORENTINE, M.S.; MAVRODIUS, C. Tetralogy of fallot with anomalous origin of the right coronary artery. Ann. Thorac. Surg ., v. 59(1), p.229-31, 1995. NOVIK, W.M.; LI, X.F.; ANIC, D.; BASKEVITCH, A.; SANDOVAL, N.; GILBERT, C.L.; DI SESSA, T.G. Anomalous left coronary artery from the pulmonary artery: intermediate results of coronary elongation. Interact. Cardiovasc. Thorac. Surg ., v. 9(5), p. 814-8, 2009. PATEK, P. R. The morphology of the lymphatics of the mammalian heart. Am. J. Anat. 64, p.203-250, 1939 ROUVIERE, H. Anatomie des lynphatiques de l’homme. Paris: Masson et Co. Éditeurs, p. 229, 1932. RUBBA, F; GENTILE, M.; IANNUZZI, A.; PANICO, S.; MATTIELLO, A.; QUAGLIATA, L.; TRIASSI, M.; RUBBA, P. Vascular preventive measures: the progression from assymptomatic to symptomatic atherosclerosis management. Evidence on usefullness of early diagnosis in women and children. Future Cardiol ., v. 6(2), p.211-220, 2010. SAPPEY, P.C. Traité D`Anatomie Descriptive. Paris: Adrien Delahaye, v.II, p.838-840, 1869. SUN, C.C.; ALONSONZANA, G.; LOVE, J.C.; LI, L.; STRAUMANIS, J.P. The value of autopsy in pediatric cardiology and cardiovascular surgery. Hum. Pathol .,v. 35(5), p. 491-6, 2003. TESTUT, L; LATARJET, A. Tratado de Anatomía Humana. Madrid, Salvat Editores, Tomo.II, p.117-125, 1947. WILSON, J.; REDÁ, H.; GURLEY, J.C. Anomalus right coronary artery originating from the left anterior descending artery: case report and review of the literature. Int. J. Cardiol ., v. 137(3), p. 195-8, 2009.