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Análise Logoterápica do Filme “O Escafandro e a Borboleta”, Provas de Psicologia

Departamento de Psicologia. 1. Psicoterapia. 2. Logoterapia. I. Título. 21. ed. CDD 616.891. Page ...

Tipologia: Provas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Reginaldo85
Reginaldo85 🇧🇷

4.5

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA UEPB
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE- CCBS
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
RENATO MORAES DA SILVA
Análise Logoterápica do Filme “O Escafandro e a Borboleta”:
Encontrando a liberdade através dos Valores
CAMPINA GRANDE-PB
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE- CCBS

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

RENATO MORAES DA SILVA

Análise Logoterápica do Filme “O Escafandro e a Borboleta”:

Encontrando a liberdade através dos Valores

CAMPINA GRANDE-PB

RENATO MORAES DA SILVA

Análise Logoterápica do Filme “O Escafandro e a Borboleta”:

Encontrando a liberdade através dos Valores

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à banca examinadora do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba, como requisito necessário para a conclusão do curso de Licenciatura e Formação em Psicologia.

ORIENTADOR: Prof° Ms. José Andrade Costa Filho

CAMPINA GRANDE-PB

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a toda a minha família, em especial aos meus pais, que com muito carinho, apoio e paciência permitiram que um grande sonho se tornasse realidade.

“Haverá neste cosmo alguma chave para destrancar meu escafandro?

Alguma linha de metrô sem ponto final?

Alguma moeda suficientemente forte para resgatar minha liberdade?

É preciso procurar em outro lugar.

É para lá que vou.”

Jean-Dominique Bauby O Escafandro e a Borboleta

RESUMO

A intencionalidade primordial desse trabalho é fazer uma análise existencial do filme “O Escafandro e a Borboleta” (2007), história real do ex-editor da revista francesa Elle, Jean-Dominique Bauby, que aos 43 anos teve um súbito acidente vascular cerebral que desencadeou uma paralisia em que o único movimento no corpo limitava- se à pálpebra do olho esquerdo. Utilizando um embasamento teórico à luz da Logoterapia, que é a psicoterapia centrada na busca de sentido da vida, será feita uma análise dos Valores Existenciais necessários ao homem para que este possa compreender, independente das circunstâncias, o seu estar no mundo. Buscou-se na história de Bauby respaldo para se fazer uma análise exemplificada dos valores existenciais. Para isso, foram selecionadas algumas partes do filme representando os três valores: criadores, vivenciais e de atitude. Os métodos utilizados foram pesquisa teórica, análise e interpretação de dados numa perspectiva fenomenológica existencial com base logoterápica e um disco de DVD, do qual foram retiradas cenas para análise.

Palavras-chave: Logoterapia, Valores, Sentido da Vida.

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................

2 METODOLOGIA .......................................................................................................

3 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................

3.1 Histórico e Conceitos Fundamentais da Logoterapia................................................

3.2 “O Escafandro e a Borboleta”: um exemplo de vida plena de sentido..............................................................................................................................

3.3 Os Valores e a Borboleta...........................................................................................

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................

REFERÊNCIAS .............................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

O seguinte trabalho foi realizado a partir da análise existencial do filme “O Escafandro e a Borboleta” (2007), abordando principalmente as categorias de valores. A Logoterapia fala que o homem encontra sentido na sua existência em três categorias de valores: criadores, vivenciais e de atitude. Ou seja, o homem pode encontrar sentido no trabalho, naquilo que ele cria e pode oferecer; o sentido no amor remete a partir das relações com os outros e com o mundo; quanto os de atitude encontram-se frente às escolhas e atitudes tomadas em situações difíceis e imutáveis. No filme supracitado, que foi inspirado na história real de Jean-Dominique Bauby, pode-se exemplificar a vivência de sentido nas três categorias de valores. A partir do momento em que a personagem vê-se privada de todos os seus movimentos físicos, com exceção de sua pálpebra esquerda, e após um período de luto e aceitação, Bauby abraça a sua condição física e escolhe por continuar livre existencialmente. Escolhe não se entregar ao desespero, encontrando sentido em sua relação com a família, em apreciar um pôr-do-sol à beira-mar ou mantendo sua mente aberta à memória e à criação. Mesmo privado de seus movimentos, conseguiu construir uma linguagem única, utilizando como instrumento de comunicação apenas o seu olho esquerdo, sendo possível escrever um livro que relata sua experiência, no qual o filme foi baseado. De início serão trabalhadas algumas idéias da Logoterapia, entre principais conceitos e contexto histórico. Em seguida, breves considerações sobre o filme. Por fim, uma análise relacionando as categorias de valores logoterápicos à obra cinematográfica. Através dessa análise fundamentada na Logoterapia, percebe-se a necessidade de refletir sobre a vida de um modo geral e de viver com sentido através dos valores. A experiência de Bauby pode ser vista como exemplo de como é possível viver com sentido e ser livre, mesmo diante das situações mais complexas.

2 METODOLOGIA

Este trabalho constitui-se como uma pesquisa qualitativa. O objetivo geral é exemplificar as presenças dos valores vivenciais, criativos e de atitude através do filme

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não impulsionado pelos instintos. O prazer então não é visto como meta, como finalidade das nossas ações, mas sim como consequência dos atos. Se estivesse no prazer todo o sentido da vida, a vida seria sem sentido, uma vez seja o prazer um estado. Em época da eclosão da Segunda Guerra Mundial, Frankl já era famoso no ciclo vienense, reconhecido como um excelente psiquiatra, fruto de inúmeros trabalhos realizados no Hospital Psiquiátrico de Viena. Devido ao holocausto, Frankl encontra-se em um difícil dilema: ou se refugiava nos Estados Unidos da América e dava continuidade à sua carreira de psiquiatra, ou permanecia na Áustria junto à sua família e seus companheiros e enfrentava os terríveis campos de concentração nazistas. Frankl, que era bastante ligado aos seus princípios de fé e amor, opta por permanecer e enfrentar o seu destino. Passou três anos em diferentes campos de concentração, entre eles Auschwitz, Theresienstadt e Dachau. Esses anos foram fundamentais para comprovar a teoria logoterápica. Na obra “Em Busca de Sentido”, Frankl relata suas experiências nos campos de concentração e descreve seu método terapêutico para encontrar sentido em todas as formas de existência e, com isso, uma razão para continuar vivendo: “o campo de concentração foi para Frankl o laboratório vivo que ensinou ou confirmou muitas lições sobre o ser humano. Uma antropologia vivencial do próprio autor” (XAUSA, 1988). Frankl percebeu que a Logoterapia ajudava os refugiados nos campos de concentração a encontrar um sentido, permitindo-os sobreviver a todo sofrimento vivenciado:

Era o nascimento da logoterapia. Uma modalidade de tratamento que buscava resgatar, da intimidade da alma dos prisioneiros, o sentido da vida, o interesse por alguma tarefa interrompida, à espera de realização após o fim do martírio, ainda que fosse simplesmente procurar encontrar familiares em alguma parte do mundo. (GOMES, 1992, p. 21)

Então a Logoterapia e Análise Existencial, a terapia através da vontade de sentido, vem atender a uma necessidade bastante observada na atualidade, ao que se refere também e principalmente em relação ao “vazio existencial”, profundo sentimento que denota ausência de sentido (FRANKL, 1978). Foi principalmente nos Estados Unidos que Frankl ganhou notoriedade mundial. Lecionou como professor visitante em diversas universidades americanas

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como Harvard, San Diego, Dallas e Pittsburgh. No ano de 1970, em San Diego, Califórnia, foi fundado o primeiro instituto de logoterapia do mundo. Na Universidade Internacional dos Estados Unidos, também situada na Califórnia, foi instalada uma disciplina especial para a Logoterapia. Entre as principais obras de Frankl, pode-se encontrar o já referido “Em busca de sentido – Um psicólogo no campo de concentração”, Best Seller internacional tendo vendido mais de nove milhões de cópias apenas nos Estados Unidos, considerada uma obra que relata as observações mais sutis e profundas da natureza humana (XAUSA, 1988). E “Psicoterapia e Sentido da Vida”, outra obra muito conhecida e que traz muitos dos principais conceitos da teoria. Frankl faleceu no dia 02 de setembro de 2007, em Viena. Para a Logoterapia, o ser humano é tridimensional. Possui além da dimensão física (corporal) e psíquica (anímico), uma terceira dimensão, a noética (espiritual) (XAUSA, 1988). É a dimensão mais elevada, a dimensão do especificamente humano que inclui e abarca as outras duas. É na dimensão noética que o indivíduo pode sair de suas condicionalidades e visualizar o seu sentido. No entanto, o ser humano deve ser entendido considerando-se essas três dimensões, levando-se em conta que as três agem e interagem entre si. Ainda sobre a dimensão espiritual, Xausa (2003 p. 48-49) nos fala:

A logoterapia reconhece, pois, a espiritualidade do homem e se refere a ela não com sentido unicamente religioso, mas de forma muito mais ampla. Inclui na vida espiritual vários fenômenos, como por exemplo, afetos, amor, vontade de sentido, ideais, valores, fenômenos intelectivos, racionais e intuitivos, enfim, toda gama da criatividade humana, incluindo mitos, conceitos religiosos, fé, manifestações místicas, etc. tudo isto, para Frankl não pode derivar do instinto, nem unicamente do psico-instintivo, mas pertence ao psico-espiritual. Para Frankl (2003), apenas o homem como ser é capaz de vivenciar a problemática do seu próprio ser. Só a ele é ofertado a chance de experimentar a sua existência e formar problemática, podendo perguntar a si mesmo qual o sentido da vida. Isso é saudável para Frankl, enquanto que para Freud o homem, ao se perguntar pelo sentido da vida, seria um doente. O sentido pode ser subjetivo e relativo em uma determinada relação com a pessoa e na situação em que esta mesma se insere. Por ligar-se também à relação, pode-

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situacional; Desreflexão que procura estimular a capacidade de transcender, de ir além e em direção de metas mais significativas; o Diálogo Socrático, geralmente usado juntamente com a outras duas técnicas anteriores, fazendo com que o paciente entre em contato com seu lado espiritual; entre outros.

3.2 “O Escafandro e a Borboleta”: um exemplo de vida plena de sentido

Jean-Dominique Bauby foi um famoso jornalista francês, editor da revista francesa Elle, um dos mais conceituados periódicos de moda do mundo. Aparentemente tinha tudo: fama, dinheiro e prestígio. No dia 8 de dezembro de 1995, Bauby foi vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) que o deixou em coma. Ao acordar, 20 dias depois, descobriu que perdera todos os movimentos corporais com exceção de sua pálpebra esquerda. O AVC, apesar de tê-lo deixado com tamanha deficiência física, não afetou suas estruturas intelectuais e emocionais. Bauby continuava a pensar, a sonhar e a recordar. Continuava livre como uma borboleta, mesmo estando preso à cadeia que era o seu corpo. Diante de tal situação Bauby não se desesperou, conseguiu desenvolver um código que o permitiu manter-se em comunicação com os outros. Esse código, que consistia em escrever palavras indicando cada letra com piscadelas, além de permitir que Bauby continuasse a se comunicar com sua família, médicos e terapeutas, permitiu que ele ainda pudesse exercer sua criatividade. Bauby se dedicou a escrever um livro contando toda a sua experiência, sensações e lembranças. Mesmo com seu corpo sofrendo as conseqüências do derrame e lentamente padecendo, Bauby conseguiu terminar sua obra e ver suas palavras publicadas. Veio a falecer em 9 de março de 1997, decorrente de uma pneumonia, apenas dez dias depois que seu livro foi publicado. O livro tornou-se rapidamente sucesso de vendas na França e em vários outros países. Além da admiração pelo autor, todos tinham a curiosidade de saber como Bauby conseguiu superar tamanha situação de forma tão positiva. Em 2007, o livro foi adaptado para o cinema pelo diretor Julian Schnabel, autor de “Baquiat – Traços de Uma Vida” (1996) e “Antes do Anoitecer” (2000). O filme foi considerado uma adaptação fiel ao livro de Bauby e foi bastante elogiado pela

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crítica internacional, rendendo vários prêmios em diversos festivais de cinema, além de indicações ao Oscar nas categorias de melhor diretor (Julian Schnabel), melhor roteiro adaptado (Ronald Harwood), melhor fotografia (Janusz Kaminski) e melhor edição (Juliette Welfing). Além da fidelidade ao livro, o filme ganha pela excelente atuação de Matthieu Amalric no papel de Bauby e pela primorosa direção de Schnabel, assim como se ler na resenha presente no livro “1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer”:

Schnabel dirige a fita com maestria, como um deslumbre e rico caleidoscópio de imagens, ação, sexualidade, desespero, arrogância, e mereceu todos os prêmios de melhor direção que recebeu por ela. O que poderia ser apenas um melodrama árido ou simplesmente tolo conseguiu ser algo mais. Com clareza e convicção, Schnabel nos mantém imersos nos monólogos interiores de Bauby, vivazes e sarcásticos, e mostra que é um cineasta que merece reconhecimento. (SCHNEIDER, 2008, p. 937).

Sendo assim, “O Escafandro e a Borboleta” entrou para a história do cinema não só pela excelente qualidade cinematográfica, mas como exemplo de luta e superação de um homem que teve uma vida plena de sentido.

3.3 Os Valores e a Borboleta

Segue-se agora com uma apresentação e análise de algumas cenas do filme “O Escafandro e a Borboleta”. Como foi utilizada a mesma ordem de cenas apresentada no filme, acompanha o tempo em que as respectivas cenas são apresentadas juntamente com transcrições de algumas falas selecionadas no roteiro e análise exemplificada das mesmas frente a teoria da Logoterapia.

0.11.

Relance de Bauby em um escafandro embaixo d‟água.

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A fonoaudióloga Henriette apresenta uma placa com letras do alfabeto na ordem de maior freqüência de uso no idioma francês.

Henriette : Veja isto. Não é o alfabeto da sala de aula. As letras estão listadas pela freqüência de uso. Está vendo? Bauby : (pisca uma vez: SIM) Henriette : E, S, A, R, I, N,... Bauby : Freqüência de uso? Henriette : Fiz diversas pesquisas, conversei com colegas... e espero ter idealizado um esquema funcional. Bauby : Que bom pra você. Henriette : É assim: você decide o que dizer. Quando estiver pronto, pisque. Vou pronunciar essas letras bem devagar. Quando eu disser a primeira letra da sua palavra, pisque. Eu vou anotar, letra por letra, e assim por diante. Talvez a gente forme palavras, frases. Mais duas coisas. Ao terminar uma palavra, pisque duas vezes. Como se batesse numa tecla de espaçamento. Se eu errar, pisque rapidamente. Sei que pode parecer difícil... mas, acredite, vamos conseguir. Seus amigos e família também poderão usar. Pronto para tentar? Olhe para mim. Quer tentar? Bauby : (pisca uma vez) Henriette : Já pensou no que dizer? Ótimo. Vamos lá. Bauby : Não, espere. Eu não sei o que dizer. Henriette : “E”. Bauby : (pisca uma vez) Henriette : “E” é a sua primeira letra? Não é E. Bauby : Eu nem mesmo sei... Henriette : Sei que é difícil. Vamos fazer bem devagar. E, S, A... Bauby : Está muito devagar. Não consigo manter a pálpebra aberta. Depressa! Eu... Henriette : Eu? Bauby : Muito bem. Henriette : “Eu” é a sua primeira palavra?

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Bauby : (pisca uma vez) Minha primeira palavra é “eu”. Eu. Henriette : E, S... Bauby : (pisca) Henriette : S? Bauby : (pisca novamente) Não! Henriette : Não é S. Bauby : Está indo muito rápido. Não vamos conseguir. Que pesadelo. Seu método não vai funcionar. Henriette : Vamos continuar. (novamente a imagem de Bauby imerso e preso em um escafandro volta a aparecer) Bauby : Eu não quero. Deixe-me em paz.

É um dos momentos mais significativos do filme onde Bauby começa a retomar sua comunicação com os outros. Surge o código que permitirá escrever seu livro. É uma das primeiras atitudes frente à sua situação. Frankl (2008) traz que o homem pode reagir de maneira positiva mesmo diante das situações mais opressoras.

0.31.

Cena em que Pierre Roussin visita Bauby. Tempos atrás Bauby cedeu seu lugar a Roussin em um vôo ao qual foi seqüestrado. Roussin passou quatro anos preso em Beirute e, no entanto, conseguiu sobreviver à situação. Visto o estado de Bauby, Roussin compartilha com ele sua experiência como forma de ajudar Bauby a lutar pela sobrevivência:

Roussin : ...eu sobrevivi. Agarrando-me ao que me torna humano. Eu não tinha escolha. É o que tinha me restado, como a você. Agarre-se o mais rápido possível ao humano dentro de você... e sobreviverá. Bauby : O humano? Fácil! Roussin : É o que vim dizer a você.

A Logoterapia vem acrescentar às demais correntes teóricas da Psicologia, a idéia da dimensão noética (FRANKL, 2003), a dimensão do especificamente humano