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Análise da Utilização da Análise Fundamentalista no Setor Bancário no Mercado de Ações, Notas de aula de Evolução

Um estudo que investiga a utilidade da análise fundamentalista na verificação de mutações de preços de ações de instituições financeiras listadas na bolsa de valores de brasília (b3). O estudo analisa empresas do setor bancário e demonstra como a análise fundamentalista é utilizada para indicar variações de preços de ações no mercado. O documento também discute o mercado de capitais, os principais títulos e valores mobiliários, e a importância de análises de liquidez, rentabilidade, endividamento, lucratividade e análise de ações.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

4.4

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Bacharelado em Ciências Contábeis Universidade de Caxias do Sul - 2020
Análise fundamentalista do setor bancário: Uma abordagem a partir de
entidades listadas na B3
Felipe Sordi
Prof. Ma Sinara Jaroseski
01/2020
Resumo
Este estudo demonstra se a análise fundamentalista pode ser utilizada para verificar as
mutações do preço das ações das instituições do setor bancário, através das demonstrações
contábeis e de seus indicadores. Tem por objetivo analisar as empresas do setor bancário
listadas na bolsa de valores brasileira (B3), tendo como base a análise fundamentalista para
demonstrar como está posicionado o setor bancário, utilizada para apontar a variação dos
preços das ações dessas instituições no mercado. Para o desenvolvimento, realizou-se uma
pesquisa bibliográfica, através de levantamentos dos assuntos relacionados ao tema
pesquisado, utilizando a análise de conteúdo. Ao final do artigo foi exposto através da análise
fundamentalista junto com os índices de liquidez, endividamento, rentabilidade e análise de
ações se é possível observar o resultado. Com o estudo conclui-se que o tempo analisado não
foi suficiente para evidenciar a análise fundamentalista como fator de influência nos preços
das ações.
Palavras-chave: Bolsa de Valores. Bancos. Análise Fundamentalista.
1 Introdução
O mercado de ações está em ascensão no Brasil, a cada dia muitas pessoas dão o
primeiro passo para começar a investir e buscarem a sua sonhada independência financeira,
isso ocorre quando os seus rendimentos de aplicações financeiras cobrem todos os seus gastos
mensais.
Na bolsa de valores, um dos setores que mais crescem, é o bancário e também um dos
mais visados pelos investidores, pois trazem pouco risco, possui pouca oscilação no preço da
ação, dificilmente os bancos dão prejuízo, trazendo assim boas distribuições de dividendos.
Uma das principais técnicas de um investidor avaliar uma ação é a análise fundamentalista,
que se trata de uma técnica para demonstrar como está a “saúde” da empresa, utiliza-se das
demonstrações contábeis, os resultados, indicadores e as informações econômicas.
A análise fundamentalista possui maiores garantias de que tenha um possível ganho no
mercado de ações. Para Graham (2017, p.37), “(...) uma operação de investimento é aquela
que, após análise profunda, promete a segurança do principal e um retorno adequado. As
operações que não atendem a essas condições são especulativas”.
Essa abordagem foi determinante para definir a questão de pesquisa: Como a análise
fundamentalista do setor bancário pode apontar a variação dos preços das ações das empresas
no mercado?
Com base na questão de pesquisa tem-se como objetivo geral identificar como a
análise fundamentalista do setor bancário é utilizada para apontar a variação dos preços das
ações das empresas no mercado.
Como objetivos específicos efetuou-se um levantamento bibliográfico da análise
fundamentalista; posteriormente os índices foram calculados comparando os resultados
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Bacharelado em Ciências Contábeis – Universidade de Caxias do Sul - 2020

Análise fundamentalista do setor bancário: Uma abordagem a partir de

entidades listadas na B

Felipe Sordi Prof. Ma Sinara Jaroseski 01/ Resumo Este estudo demonstra se a análise fundamentalista pode ser utilizada para verificar as mutações do preço das ações das instituições do setor bancário, através das demonstrações contábeis e de seus indicadores. Tem por objetivo analisar as empresas do setor bancário listadas na bolsa de valores brasileira (B3), tendo como base a análise fundamentalista para demonstrar como está posicionado o setor bancário, utilizada para apontar a variação dos preços das ações dessas instituições no mercado. Para o desenvolvimento, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, através de levantamentos dos assuntos relacionados ao tema pesquisado, utilizando a análise de conteúdo. Ao final do artigo foi exposto através da análise fundamentalista junto com os índices de liquidez, endividamento, rentabilidade e análise de ações se é possível observar o resultado. Com o estudo conclui-se que o tempo analisado não foi suficiente para evidenciar a análise fundamentalista como fator de influência nos preços das ações. Palavras-chave: Bolsa de Valores. Bancos. Análise Fundamentalista. 1 Introdução O mercado de ações está em ascensão no Brasil, a cada dia muitas pessoas dão o primeiro passo para começar a investir e buscarem a sua sonhada independência financeira, isso ocorre quando os seus rendimentos de aplicações financeiras cobrem todos os seus gastos mensais. Na bolsa de valores, um dos setores que mais crescem, é o bancário e também um dos mais visados pelos investidores, pois trazem pouco risco, possui pouca oscilação no preço da ação, dificilmente os bancos dão prejuízo, trazendo assim boas distribuições de dividendos. Uma das principais técnicas de um investidor avaliar uma ação é a análise fundamentalista, que se trata de uma técnica para demonstrar como está a “saúde” da empresa, utiliza-se das demonstrações contábeis, os resultados, indicadores e as informações econômicas. A análise fundamentalista possui maiores garantias de que tenha um possível ganho no mercado de ações. Para Graham (2017, p.37), “(...) uma operação de investimento é aquela que, após análise profunda, promete a segurança do principal e um retorno adequado. As operações que não atendem a essas condições são especulativas”. Essa abordagem foi determinante para definir a questão de pesquisa: Como a análise fundamentalista do setor bancário pode apontar a variação dos preços das ações das empresas no mercado? Com base na questão de pesquisa tem-se como objetivo geral identificar como a análise fundamentalista do setor bancário é utilizada para apontar a variação dos preços das ações das empresas no mercado. Como objetivos específicos efetuou-se um levantamento bibliográfico da análise fundamentalista; posteriormente os índices foram calculados comparando os resultados

obtidos com os das demonstrações contábeis; qualificou-se as empresas do setor bancário e o mercado de capitais e por fim analisaram-se os resultados das demonstrações financeiras e seus indicadores. No Brasil têm-se poucos investidores na bolsa de valores, em agosto de 2019 esse número chegou aos 2,2 milhões (EXAME, 2020), isso é cerca de 1% da população brasileira investindo em ações. Comparando com países desenvolvidos, metade da população investe em ações. Isso demonstra que a maioria dos brasileiros não tem conhecimento sobre o assunto, e quando buscam, falam com os gerentes de suas contas bancárias, onde são contratados justamente para vender produtos do próprio banco, buscando com que a instituição financeira maximize seus lucros com o dinheiro das pessoas físicas em sua maioria e estas tenham um rendimento pouco maior daquele oferecido pela poupança. Com os rendimentos de aplicações de renda fixa muito abaixo do desejado, tornando- as menos atraentes, muitas pessoas buscam maiores rendimentos, assim, buscando ativos de rendas variáveis. Segundo Wiltgen (2013) nem todo mundo que investe por conta própria na bolsa é especialista em economia, negócios ou finanças. Por isso mesmo, os relatórios de analistas de mercado acabam se tornando necessários para ajudar na hora de escolher os melhores papéis e as empresas mais sólidas. Quem busca investimentos com boa rentabilidade no longo prazo – como forma de poupança ou mesmo de formação de uma previdência complementar – provavelmente vai se identificar mais com a análise fundamentalista, escola tradicional dos estudos de mercado. Esta afirmação evidencia a importância que o tema tem e por si só já justifica um estudo mais profundo sobre ele. Os especialistas no mercado de ações ajudam os novos investidores, dando um norte para eles, mas mesmo assim esses especialistas estão sujeitos a erros, nem sempre por culpa deles, podendo ocorrer uma crise não prevista. Por esse motivo o investidor deve analisar em qual ação deve investir. As ações do setor bancário são uma das classes mais rentáveis que há na bolsa de valores. Segundo Modro e Santos (2015) apesar da crise econômica mundial, que levou vários bancos internacionais à falência, o setor bancário brasileiro apresentou expressivos resultados financeiros, sendo reconhecido como um setor cada vez mais sólido. Segundo Petrusheva e Jordanoski (2016) a análise fundamentalista toma por base o pressuposto de que existe um atraso, afetando os preços das ações. Diante do exposto, entende-se que o tema apresentado é importante, tanto para fins acadêmicos, científicos e profissionais, justificando-se plenamente a sua realização. 2 Referencial Teórico 2.1 Mercado de Capitais Segundo Pereira (2013), o mercado de capitais é um sistema financeiro onde empresas buscam captar recursos econômicos, vendendo parte de seus capitais em forma de valores mobiliários para outras pessoas que queiram investir e ter rendimentos futuros com elas, sendo supervisionada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Conforme Assaf Neto (2018, p. 81), “o mercado de capitais assume papel relevante no processo de desenvolvimento econômico. É o grande municiador de recursos permanentes para a economia, em virtude da ligação que efetua entre os que têm capacidade de poupança (...)”. Outro fator que ajuda o mercado de capitais é o menor custo de captação de recursos, o custo de buscar um crédito como empréstimos e financiamentos é maior do que no mercado de capitais, já que o acionista se torna sócio da empresa (PEREIRA, 2013).

Segundo Pinheiro (2016), a análise das ações obteve início no final do século XIX e começo do século XX, onde as grandes corretoras contavam com matemáticos e estatísticos para analisar as ações do mercado. Mas em 1929 surge a análise fundamentalista através de um curso chamado de Investments administrado por Benjamin Graham. Somente em 1934, com ajuda de seu aluno David Dodd, houve a publicação de seu primeiro livro intitulado The inteligent investor and security analysis que atualmente tem sido de grande importância. Nos dias atuais Benjamin Graham é conhecido como pai da análise fundamentalista. Segundo Assaf Neto (2018, p. 252), “as premissas básicas da análise fundamentalista são todos os dados e informações econômicos e financeiros que permitem formar as projeções futuras de desempenho de uma empresa, e sua capacidade de oferecer retornos aos investidores”. 2.2.1 Demonstrações Financeiras Segundo Bazzi (2016), é necessário entender as demonstrações financeiras para administrar a sociedade em que a empresa está inserida. Elas simbolizam a comunicação da empresa com as pessoas internas e externas, permitindo uma rápida visão da situação da empresa, servindo para análises e planejamento de negócios. Conforme Reis e Tosetto (2017), o analfabetismo e os investidores que não dominam noções elementares de contabilidade são semelhantes, precisando assim de terceiros para fazer esse tipo de leitura. 2.2.1.1 Balanço Patrimonial Conforme Bazzi (2016), o balanço patrimonial é a demonstração mais importante e obrigatória de uma empresa, demonstra através de contas todos seus ativos e seus passivos em determinada data. Cada uma das contas está separada por um grupo onde é melhor classificada. O balanço patrimonial mostra a situação do patrimônio, podendo o empresário identificar e acompanhar a situação de sua empresa em termos de ativos e passivos, acompanhando o aumento ou redução dos valores de cada conta durante o período. É uma demonstração fixa da situação do patrimônio do período e deve ser apresentada em comparação ao período anterior (LUZ, 2015). O ativo e o passivo “evidenciam o nível de endividamento, a liquidez da empresa e a proporção do capital próprio (patrimônio líquido)” (BAZZI, 2016 p. 16). Segundo Reis e Tosetto (2017, p. 25), “um Balanço Patrimonial representa a fotografia dos bens, direitos e obrigações de uma empresa. A história contábil desta empresa será contada, como num filme, pela sequência de Balanços Patrimoniais ao longo dos anos (...)”. 2.2.1.2 Demonstração do resultado do exercício – DRE Segundo Bazzi (2016), a Demonstração do Resultado do Exercício evidencia o que ocorreu na empresa em um determinado período. Nela consta o lucro ou prejuízo que a empresa obteve neste período, isto é, todas as receitas, diminuindo despesas, custos e impostos, chega-se ao resultado do exercício. “A DRE de uma empresa condensa num documento os resultados operacionais e não operacionais da mesma, com vistas a explicitar suas condições financeiras. A DRE não representa a situação do caixa da empresa, mas traz a explicação do resultado líquido através da exposição das receitas, custos e despesas de uma empresa” (REIS e TOSETTO, 2017, p 26). Conforme Saporito (2015, p 73), “(...) a Demonstração de Resultado permite visualizar a formação do resultado final, bem como a apuração de resultados parciais que sejam interessantes do ponto de vista de análise de desempenho”.

A Demonstração do Resultado permite investigar a estrutura, a formação e a composição do resultado de um determinado exercício social. Por meio da análise desse documento, pode-se compreender o desempenho econômico e financeiro de qualquer atividade (LUZ, 2015, p. 11). 2.2.2 Índices Segundo Assaf Neto (2018, p. 252), “os indicadores de análise objetivam avaliar os reflexos do desempenho da empresa sobre o valor de mercado de suas ações. São de grande utilidade para os analistas de mercado, acionistas e investidores em geral, como parâmetros de apoio a suas decisões financeiras”. Para Reis e Tosetto (2018, p. 77), “os indicadores têem o papel de subsidiar os investidores em seu processo decisório (...)”. 2.2.2.1 Análise horizontal e vertical Conforme Luz (2015), com a Análise horizontal percebe-se a evolução do balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício da empresa no decorrer dos anos. Sua finalidade é a análise da evolução histórica de cada uma das contas. A análise horizontal demonstra o crescimento ou a queda ocorrida em itens que constituem as demonstrações contábeis em períodos consecutivos. Esse tipo de análise envolve a verificação das variações percentuais das contas da demonstração, levando em consideração as alterações monetárias das contas no decorrer do tempo (BAZZI, 2016, p. 34). Segundo Saporito (2015), a análise vertical é aplicada tanto no balanço patrimonial como na Demonstração do Resultado do Exercício, mas também pode ser utilizada em outras demonstrações contábeis, relatórios gerenciais e qualquer outra demonstração ou relatório que preserve a lógica de identificar e quantificar os valores. A análise vertical facilita a avaliação das estruturas do ativo e passivo, além da participação de cada item da demonstração do resultado na formação do lucro ou prejuízo. Tem como objetivo determinar a relevância de cada conta em relação a um valor total (BAZZI, 2016, p. 37). Conforme Luz (2015, p. 35), “(...) por meio da análise vertical, pode-se inferir também a estratégia da empresa, no período examinado, quanto a aplicação de recursos – se investiu mais em estoques, em duplicatas a receber ou em imobilizado, por exemplo”. 2.2.2.2 Índices de liquidez Segundo Luz (2015, p. 41), “os índices desse grupo refletem a situação financeira da empresa”. “A liquidez de uma empresa é medida em termos de sua capacidade de saldar suas obrigações de curto prazo conforme se tornam devidas, ou seja, se a empresa consegue pagar todas as dívidas até a data do vencimento de cada uma delas” (BAZZI, 2016, p. 39). No quadro 1 estão apresentados os índices de liquidez.

2.2.2.4 Índices de análises de ações Conforme Assaf Neto (2018, p. 252), “os indicadores de análise objetivam avaliar os reflexos do desempenho da empresa sobre o valor de mercado de suas ações”. O Quadro 3 apresenta os índices de análises de ações: Quadro 3 – Índices de análises de ações Índice Conceito Formula Lucro Por Ação Demonstra o lucro obtido por ação. Indicadores de dividendos – Payout Demonstra os dividendos obtidos pelo lucro da ação. Indicadores de dividendos – Dividend Yield Demonstra os dividendos distribuídos pelo preço da ação. Índice Preço/Lucro Demonstra o preço do mercado pelo lucro da ação. Price to Book Demonstra o Preço de mercado pelo valor contábil do PL. Fonte: Assaf Neto (2018) Conforme Assaf Neto (2018, p. 252), “a evolução das cotações de mercado das ações apresenta-se geralmente identificada nestes indicadores de análise, sendo possível inclusive estabelecer algumas tendências futuras”. 2.2.2.5 Índices de rentabilidade Segundo Silva (2017, p. 153), “o empresário ou investidor espera que o capital investido seja adequadamente remunerado e, por outro lado, os financiadores ou fornecedores de capital desejam ter a certeza de que o financiado é capaz de gerar lucro suficiente para remunerar seus ativos e ainda honrar os financiamentos”. Conforme Hoji (2017, p. 300), “os índices de rentabilidade medem quanto estão rendendo os capitais investidos. São indicadores importantes, pois evidenciam o sucesso (ou o insucesso) empresarial”. O Quadro 4 apresenta os índices de rentabilidade.

Quadro 4 – Índices de rentabilidade Índice Conceito Formula Retorno sobre o PL Demonstra o retorno que os acionistas tiveram. Retorno sobre o Investimento Demonstra o retorno dos investimentos. Fonte: Assaf Neto e Lima (2017) Segundo Assaf Neto e Lima (2017, p. 119), “o ROE deve ser comparado sempre com a taxa de retorno mínima exigida pelo acionista (custo de capital próprio). Para se tornar atraente, todo investimento deve oferecer uma rentabilidade pelo menos igual à taxa de oportunidade”. Conforme Hoji (2017, p. 305), “o retorno sobre o investimento é considerado por muitos analistas como a melhor medida de eficiência operacional. Mas, na prática, esse indicador tem limitações e deve, portanto, ser utilizado juntamente com outros indicadores (...)”. 2.2.3 Vantagens e desvantagens da análise fundamentalista Segundo Pinheiro (2016, p.475), “denomina-se mercado eficiente aquele em que os preços refletem toda a informação relevante disponível e o ajuste a nova informação é instantâneo”. “No contexto de um mercado financeiro eficiente, o valor de um ativo é reflexo do consenso dos participantes com relação ao seu desempenho esperado (...)” (ASSAF NETO, 2018, p. 265). Para Assaf Neto (2018, p. 267), “o conceito de risco pode ser entendido de diversas maneiras, dependendo do contexto da pessoa que o está avaliando (...)”. “As principais causas determinantes do risco econômico são de natureza conjuntural, de mercado e do próprio planejamento e gestão da empresa. O risco financeiro, de outro modo, está mais diretamente relacionado com o endividamento da empresa, sua capacidade de pagamento, e não com as decisões de ativos, conforme definidas para o risco econômico” (ASSAF NETO, 2018, p. 267). Segundo Pereira (2013, p. 140 ), “o nosso papel é fazer uma análise criteriosa antes de investir, buscando minimizar a exposição aos riscos inerentes à aplicação escolhida”. Conforme Assaf Neto (2018), o risco é dividido como sistemático, e não sistemático. O risco sistemático é determinado pela sua natureza econômica, política e social, Cada um dos ativos age de forma alterada perante cada situação conjuntural, não há como evita-la, indica-se a diversificação da carteira de investimento. 2.3 Setor Bancário na Bolsa de Valores Segundo Pinheiro (2016), a criação do primeiro banco no Brasil foi no ano de 1808, por D. João VI, denominado de Banco do Brasil. Mas a partir de 1945 foi marcado pela expansão do setor bancário. Conforme Toledo Filho (2006), os primeiros bancos foram fundados no Nordeste Brasileiro, onde naquela época eram os estados mais importantes economicamente. Após o Banco do Brasil em 1808, surgiram os bancos nos estados de Ceará (1836), Pernambuco (1841), Maranhão (1846), Pará (1846) e Bahia (1847).

Conforme os procedimentos técnicos esta pesquisa tem características de pesquisa bibliográfica que de acordo com Gil (2017), é realizada com base em materiais já publicados, com a finalidade de proporcionar fundamentação teórica ao trabalho. Para Martins e Theóphilo (2016), o objetivo da pesquisa bibliográfica é possibilitar o vínculo do pesquisador com o estudo. Também este estudo trata-se de uma análise de conteúdo que segundo Bardin (2016), é um conjunto de técnicas de análise das comunicações, tem sempre a mesma finalidade, saber, esclarecer a especificidade e o campo de ação da análise. Quanto aos objetivos, se caracterizam como objetivos descritivos, pois conforme Gil (2017), têm a finalidade de descrever os fatos, com o objetivo de identificar, estudar, interpretar e analisar. O problema de pesquisa foi abordado através de pesquisa qualitativa, pois conforme Martins e Theóphilo (2016), se caracteriza pela descrição, compreensão e interpretação de fatos e fenômenos. Diante das colocações dos autores, entende-se que as metodologias escolhidas são as mais adequadas para o tipo de estudo proposto. 3.2 Procedimentos de coleta e análise dos dados Inicialmente, foi desenvolvida uma revisão da literatura sobre as demonstrações contábeis das empresas do setor bancário listadas na Bolsa de Valores (B3). Através dos dados levantados. Foram realizadas análises sobre os principais índices de liquidez, rentabilidade, endividamento, lucratividade e de análise de ações, sendo utilizado o fundamento teórico juntamente ao objetivo e questão de pesquisa. 4 Resultados da pesquisa As análises elaboradas nas empresas do setor bancário, foram realizadas conforme cálculos dos índices de liquidez, endividamento, análise de ações, rentabilidade, análise vertical e horizontal no período de 2017 até 2019. Foram analisadas as empresas do setor bancário, conforme o Quadro 5. Quadro 5 – Bancos analisados Banco Sede - Fundação Público ou Privado Banco ABC Brasil S.A São Paulo - 1989 Privado Banco Bradesco S.A. Osasco - 1943 Privado Banco BTG Pactual S.A. São Paulo - 1983 Privado Banco do Brasil S.A. Brasília - 1808 Mista Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. Porto Alegre - 1928 Mista Banco Inter S.A. Belo Horizonte - 1994 Privado Banco Pan S.A. São Paulo - 1969 Mista Banco Santander Brasil S.A. São Paulo - 1957 Privado Itaú Unibanco Holding S.A. São Paulo – 1945 Privado Fonte: Dados da pesquisa Os índices de liquidez demonstram a capacidade em honrar com suas obrigações e evidenciam a situação financeira das empresas. Os bancos possuem na sua maioria bons índices de liquidez. Vale lembrar que as empresas do setor bancário não possuem estoques, por este motivo não é válido calcular o índice de liquidez seca. A Figura 1 ilustra o índice de liquidez corrente dos bancos analisados. As instituições tiveram resultados constantes e semelhantes, demonstrando a boa capacidade das companhias em liquidar suas obrigações no curto prazo.

Figura 1 : Liquidez Corrente Fonte: Dados da Pesquisa Os resultados constantes maior que 1,00 apresentados durante o período de 2017 até 2019 pelos bancos ABC, BTG, Banrisul e Itaú, evidenciam que as empresas podem liquidar suas obrigações no curto prazo. O fato dos Bancos Bradesco, do Brasil e Santander não terem alcançado o resultado superior a 1,00, demonstra que possuem grande parte de suas obrigações no curto prazo e elevado grau de endividamento, os quais são abordados nos índices de endividamento. A Figura 2 demonstra os resultados dos índices de liquidez Imediata. Figura 2 : Liquidez Imediata Fonte: Dados da Pesquisa

Figura 4 : Endividamento Geral Fonte: Dados da Pesquisa O índice de Endividamento Geral apresenta resultados semelhantes e estáveis entre os bancos analisados, os resultados variaram entre 85,17% até 93,83%, sendo o Banco Pan e o Banco do Brasil respectivamente. Destaca-se novamente o Banco Inter que obteve uma melhora no índice no período analisado, devido ao IPO realizado (oferta pública inicial, ocorre quando as empresas vendem as ações no mercado de capitais), passaram de 89,3% em 2017 sendo esse valor normal para as instituições financeiras (conforme os resultados obtidos pela pesquisa), para 83,00% em 2018 e 78,07% em 2019, demonstrando a utilização do valor arrecadado pela abertura de capital na compra de ativos. No índice de Grau de Endividamento é realizada uma comparação entre o capital próprio e capital de terceiros, ou seja, quanto o Patrimônio Líquido representa sobre o Passivo Circulante somado ao Passivo Exigível de Longo Prazo. A Figura 5 ilustra os resultados obtidos. Figura 5 : Grau de Endividamento Fonte: Dados da Pesquisa

Os resultados obtidos pelas instituições demonstram o elevado uso de capital de terceiros para suas operações quando comparados aos demais setores (indústrias listadas na B3). O baixo valor do capital próprio é evidenciado pela alta distribuição de dividendos, onde será evidenciado nos índices de análise de ações. A melhora nos resultados do Banco Inter no índice foi em função do aumento do patrimônio líquido pela abertura de capital. Com o índice de composição de endividamento é demonstrada a proporção das obrigações que devem ser pagas em um futuro breve, esse índice compara o passivo circulante com o total do passivo diminuindo o Patrimônio Líquido. Na Figura 6 estão os resultados obtidos. Figura 6 : Composição do Endividamento Fonte: Dados da Pesquisa As instituições apresentam na sua maioria mais que 60% de suas obrigações no curto prazo, porém, grande parte dos valores são de passivos financeiros com resgates no curto prazo, ou seja, os valores em custódia do banco (são os valores de seus clientes nas contas correntes, poupanças e aplicações). No caso do Banrisul a maior parte de seu Passivo Financeiro encontra-se do Longo Prazo. As Figuras 7 e 8 ilustram os índices de rentabilidade das instituições do setor bancário, sendo possível, assim, a comparação entre elas. Os índices de rentabilidade analisados são ROI (Retorno sobre o Ativo) e ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido). O ROI é calculado a partir do Lucro Líquido sobre o total do Ativo, tendo como resultado a porcentagem de retorno sobre o investimento total.

durante o período analisado, influenciando o ROI e o ROE, tendo os resultados em uma Análise Horizontal Deflacionada de 60,6% em 2017, 34,82% em 2018 e 24,33% em 2019 (inflação em 2017: 2,95%, 2018: 3,75% e 2019: 4,31%. Fonte: IBGE/IPCA). O Banco Inter apresentou um aumento dos lucros no período analisado, porém o valor do seu ativo aumentou devido ao fato da abertura de capital, obtendo assim, o valor das ofertas primárias de ações. Os índices para analisar as ações são importantes para os investidores; com os resultados obtidos os investidores terão maiores variáveis para a tomada de decisão sobre vender, comprar ou manter uma ação. A Figura 9 ilustra o índice Lucro por Ação, que representa o lucro que cada ação teve, ou seja, o lucro líquido da instituição dividido pela quantidade de ações em circulação. Figura 9 : Lucro por Ação Fonte: Dados da Pesquisa Todas as instituições obtiveram lucros no período observado, caso alguma instituição tivesse prejuízo o índice seria com valor negativo. Os Bancos ABC, Bradesco, Pan e Itaú tiveram uma queda no índice no ano de 2018, em função do aumento de ações no mercado de capitais. O Banco BTG teve uma queda do índice no mesmo período por ter diminuído o lucro líquido. Já, o Banco Inter foi a única instituição observada que obteve uma queda no resultado do índice de 2018 para 2019, que pode ser explicada pelo fato do aumento do número de ações em circulação. De forma geral as instituições obtiveram um lucro maior no ano de 2019, melhorando o índice de lucro por ação comparado ao ano de 2018. A Figura 1 0 ilustra o Payout , este índice demonstra a porcentagem dos dividendos que foram pagos quando comparados ao Lucro por Ação.

Figura 10 : Payout Fonte: Dados da Pesquisa Os resultados variam dependendo da distribuição de dividendos que cada instituição praticou durante os anos. Bradesco, Itaú e Banco Inter apresentaram resultados acima de 100%, isso acontece quando a instituição distribui dividendos e juros sobre capital próprio maior do que obteve de lucro por ação, utilizando as reservas de lucros para a distribuição. O Bradesco teve uma elevação nos dividendos distribuídos durante os anos observados. O Banco Inter distribui R$ 0,28 por ação no ano de 2019, porém o mesmo teve somente R$ 0, de lucro por ação. A Figura 1 1 ilustra o índice de Dividend Yeld , um dos mais importantes índices dos investidores. Trata-se da porcentagem de distribuição de dividendos comparada ao preço da ação. Figura 11 : Dividend Yeld Fonte: Dados da Pesquisa Como no Payout o Dividend Yeld varia de acordo com a distribuição de dividendos de cada instituição. Como o cálculo é feito sobre o preço da ação, há bastante variação no

Figura 1 3 : Price to Book Fonte: Dados da Pesquisa Na média as empresas tiveram uma pequena evolução nos resultados do índice. Os bancos Inter, BTG e Pan apresentaram elevação nos resultados pelo fato do preço das ações terem se valorizado bastante no período. Na Figura 14 consta a mutação no preço no período de cada instituição analisada e suas variações. Lembrando que preço é o valor que cada investidor paga para ter o ativo financeiro. Figura 14: Preço Fonte: Dados da Pesquisa Conforme demonstrado na Figura 14 , as únicas instituições que apresentaram resultados superiores ao Ibovespa foi o Banco Inter e o Banco Pan, podendo ser justificado

pela expectativa dos seus acionistas terem resultados futuros melhores do que os atuais. As demais empresas obtiveram resultados inferiores ao índice Ibovespa. 5 Conclusão Considerando os resultados no curto prazo como foi abordado na pesquisa, eventualmente um único indicador acompanha as oscilações dos preços, porém a análise global de todos os indicadores fundamentalistas auxilia os investidores na tomada de decisão de compra ou venda de uma determinada empresa. Os preços das ações podem variar de diferentes formas, não somente pelos resultados dos indicadores e análises. Eles podem oscilar por questões que as empresas não têm controle, como a crise sanitária do Covid-19 que está ocorrendo no momento atual, pelos atos do governo ou até mesmo a variação do índice Ibovespa. Nessas circunstâncias, o estudo buscou identificar como a análise fundamentalista do setor bancário é utilizadas para apontar a variação dos preços das ações das empresas no mercado. Os índices de liquidez de forma geral não acompanharam os preços das ações, porém são importantes para saber a real situação financeira da empresa, quanto a mesma possui de caixa e se é dependente do estoque, por exemplo. Já os indicadores de endividamento não obtiveram qualquer relação com a variação do preço, mas é significativo para verificar as suas obrigações, “empresas sem dívidas não podem falir” (LYNCH e ROTHCHILD, 2019, p. 241). Os indicadores de rentabilidade apresentaram maior similaridade com a variação do preço da ação do que os indicadores de liquidez e endividamento, demonstrando ser mais utilizada no momento de escolha de investimentos, porém tendo algumas inconformidades em alguns períodos. Os índices de análises de ações são os mais utilizados pelos investidores nas escolhas das empresas, tendo assim, uma maior relevância na variação do preço da ação. Alguns casos com do Banco Inter e do Banco Pan apresentaram piores índices e mesmo assim o preço do papel subiu, podendo ser pelo fato dos investidores terem uma alta expectativa de crescimento pelo nicho dessas empresas no setor. Essas duas instituições apresentam inovações para o setor bancário atual, utilizando apenas plataformas digitais para atendimento, sem precisar de agências físicas, com isso diminuem os custos de mão de obra e manutenção e o cliente resolve tudo pelo aplicativo ou site da instituição. Os indicadores de análise fundamentalista são usados para auxiliarem os investidores na escolha das melhores oportunidades no mercado de ações, porém esses indicadores podem levar um maior tempo do que o período observado para terem influências nos preços das ações. Devido a esta limitação, o curto espaço de tempo analisado, podem ser realizados estudos futuros para aperfeiçoamento da análise com um maior período de tempo e um maior número de indicadores, em busca de melhores resultados. Referências ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Fundamentos de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017. ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 14. ed. São Paulo: Editora Atlas Ltda,

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70 Ltda, 2016.