

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
O filme 1984 retrata um estado totalitário que controla a população por meio do medo e constante vigilância, manipulação de informações e pelo incitamento ao ódio a um personagem, Goldstein, que representa toda e qualquer oposição ao “partido”. O líder do partido e da sociedade é chamado de Grande Irmão e todos os membros do partido chamam-se uns aos outros de irmãos. O filme é baseado no romance homônimo de George Orwel.
Tipologia: Trabalhos
1 / 2
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Seminário Maior Arquidiocesano de Brasília Nossa Senhora de Fátima Curso de Filosofia Disciplina: Filosofia Política Aluno: Paulo Guilherme Borges Chaves
O filme 1984^1 retrata um estado totalitário que controla a população por meio do medo e constante vigilância, manipulação de informações e pelo incitamento ao ódio a um personagem, Goldstein, que representa toda e qualquer oposição ao “partido”. O líder do partido e da sociedade é chamado de Grande Irmão e todos os membros do partido chamam-se uns aos outros de irmãos, como símbolo do que é dito ao final do filme por O’Brien: “a realidade está na mente humana, não na mente individual, que comete erros e logo perece, mas na mente do partido, que é coletiva e imortal”. O Grande Irmão exerce pressão e violência simbólica sobre a população e seu principal instrumento de coerção e controle é a chamada Novilíngua, um “idioma” fabricado e “higienizado” de elementos que possam veicular qualquer ideia de oposição ao partido. O objetivo do partido é que se passe da mera tradução ao pensamento em Novilíngua e a revolução (domínio total da população) se dará quando a nova língua estiver pronta e não possuir mais palavras que possam comunicar pensamentos de oposição (crime de pensamento). Desse modo, o pensamento do partido vai se tornando, pouco a pouco, o pensamento das pessoas, que já não são seres humanos (é o que sugere O’Brien nas cenas finais quando diz que Winston é o último ser humano), mas apenas parte da mente do partido, “coletiva e imortal”. O que é chamado crime de crime de pensamento refere-se, principalmente, ao que anota Winston em seu diário: “Liberdade é a liberdade de dizer ‘dois mais dois é igual a quatro’. Se isso é concedido, todo o resto se segue”. De fato, pela manipulação das notícias, de modo que estas reflitam os interesses do partido, a realidade é filtrada e chega à população enviesada por esses interesses. A 1 1984. Direção: Jean-Jacques Annaud, Produção: Al Clark, John Davis, Robert Devereux, Simon Perry, Marvin J. Rosenblum: MGM, 1984, 1 DVD.
guerra, por exemplo, serve apenas de plano de fundo para apresentar um partido que traz progressos para a sociedade, e é também simbólica, servindo de matriz para a construção controlada do presente. Notícias manipuladas e repetidas, veiculadas em Novilíngua, tecem a realidade conhecida pelos membros do partido e, pouco a pouco, consolidam o sistema. Assim, as “polícias” do partido, a manipulação das notícias, o condicionamento dos “irmãos” a verem a realidade tal como descrita pelo partido são uma forma de violência simbólica (embora praticada também por meio de tortura) que é resumida pelas palavras que introduzem o filme: “Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado”. Entretanto, a resistência sobrevive, o “espírito do homem” a que Winston faz referência quando está sendo torturado por O’Brien sempre resiste. O próprio Winston havia dito a Júlia num de seus encontros: “Se eles podem me fazer mudar meus sentimentos, eles podem me impedir de amar você. Isso seria verdadeira traição”. Júlia responde: “Eles não podem fazer isso. Eles podem te torturar e te fazer dizer qualquer coisa. Mas eles não podem te fazer acreditar”. Ao final do filme os dois parecem comportar-se e pensar de acordo com o partido, mas o “espírito do homem” insinua-se ali, dizem que precisam encontrar-se outra vez e Winston escreve ‘2+2=’ na poeira ao lado do tabuleiro de xadrez e não responde, em clara referência ao seu próprio conceito de liberdade. O regime retratado no filme parece aplicar os princípios definidos por Joseph Goebbels, ministro de propaganda da Alemanha nazista. O inimigo é um só, Goldstein, e personifica todos os outros que, quando identificados pela polícia do pensamento, acusam-se de terem sido vítimas da influência de Goldstein. Assim, o ‘mal’ personificado por esse inimigo único espalhar-se-ia por contágio. Ele é apresentado como responsável por todos os males da sociedade e o partido culpa Goldstein de tudo o que ele mesmo é culpado e cria a sensação de unanimidade com “momentos de ódio” contra seu inimigo. Uma estratégia semelhante pode ser identificada nas tentativas de implantação do comunismo no Brasil: propaganda, manipulação de dados estatísticos, criação de uma falsa sensação de unanimidade, e outros meios que imitam a prática do Partido Nacional Socialista, na Alemanha, e do Grande Irmão, no filme 1984.