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Análise de Variância Fatorial Dupla: Interação entre Fatores, Notas de estudo de Design

Este documento explica o conceito de análise de variância fatorial dupla (anova) e sua aplicabilidade quando se deseja estudar a interação entre dois ou mais fatores em relação a uma variável. O texto aborda o conceito de anova hierárquica, modelos de anova com efeitos fixos, aleatórios e mistos, interação entre fatores e como realizar a análise no spss.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Nazario185
Nazario185 🇧🇷

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bg1
An´alise de Variˆancia com dois ou mais factores -
planeamento factorial
Em muitas experiˆencias interessa estudar o efeito de mais do que um factor
sobre uma vari´avel de interesse. Quando uma experiˆencia envolve dois ou mais
factores diz-se que temos uma ANOVA ultipla. Uma ANOVA em que todas
as combina¸oes de todos os n´ıveis de todos os factores ao consideradas diz-se
ANOVA factorial. Na maioria das situa¸oes, quando estamos interessados em
estudar a influˆencia de dois ou mais factores numa vari´avel, utilizamos uma
ANOVA factorial.
Exemplo: Pretende-se estudar a concentra¸ao de alcio no sangue de uma
popula¸ao de aves parte da qual foi sujeita a um tratamento hormonal. Os
investigadores pretendem averiguar se existem diferen¸cas na concentra¸ao edia
de alcio dependendo do tratamento hormonal e tamb´em dependendo do sexo
das aves. Os factores deste estudo ao o tratamento hormonal (presente ou
ausente) e o sexo (feminino e masculino).
Bioestat´ıstica, 2007 1
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
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Baixe Análise de Variância Fatorial Dupla: Interação entre Fatores e outras Notas de estudo em PDF para Design, somente na Docsity!

An´

alise de Variˆ

ancia com dois ou mais factores -

planeamento factorial

Em muitas experiˆ

encias interessa estudar o efeito de mais do que um factor

sobre uma vari´

avel de interesse. Quando uma experiˆ

encia envolve dois ou mais

factores diz-se que temos uma

ANOVA m´

ultipla

. Uma ANOVA em que todas

as combina¸

c˜ oes de todos os n´

ıveis de todos os factores s˜

ao consideradas diz-se

ANOVA factorial

. Na maioria das situa¸

c˜ oes, quando estamos interessados em

estudar a influˆ

encia de dois ou mais factores numa vari´

avel, utilizamos uma

Exemplo:ANOVA factorial.

Pretende-se estudar a concentra¸

c˜ ao de c´

alcio no sangue de uma

popula¸

c˜ ao de aves parte da qual foi sujeita a um tratamento hormonal.

Os

investigadores pretendem averiguar se existem diferen¸

cas na concentra¸

c˜ ao m´

edia

de c´

alcio dependendo do tratamento hormonal e tamb´

em dependendo do sexo

das aves.

Os factores deste estudo s˜

ao o tratamento hormonal (presente ou

Bioestat´ ausente) e o sexo (feminino e masculino).

ıstica, 2007

1

An´

alise de Variˆ

ancia m´

ultipla - planeamento hier´

arquico

Em geral o n´

umero de n´

ıveis de cada factor bem como o seu valor n˜

ao

depende dos restantes factores.

Quando o n´

umero de n´

ıveis ou o seu valor

varia consoante os n´

ıveis considerados nos restantes factores diz-se que temos

uma

ANOVA hier´

arquica

. Nestes casos deixamos de ter uma ANOVA factorial.

Enquanto numa ANOVA factorial os factores s˜

ao

cruzados

(dando origem a

todas as poss´

ıveis combina¸

c˜ oes dos seus n´

ıveis), numa ANOVA hier´

arquica os

factores s˜

ao

encaixados

uns nos outros (dando origem a uma estrutura tipo

Exemplo: Pretende-se fazer um estudo sobre os n´´arvore).

ıveis de uma dada substˆ

ancia

no sangue (usada como anti-epil´

eptico) e para tal v´

arias amostras de sangue

foram enviadas para 4 laborat´

orios. Cada laborat´

orio utiliza diferentes t´

ecnicas

para fazer a an´

alise e o n´

umero de t´

ecnicas dispon´

ıveis tamb´

em varia de

laborat´

orio para laborat´

orio.

Neste caso temos dois factores:

o laborat´

orio

(com 4 n´

ıveis) e a t´

ecnica de an´

alise (com um n´

umero de n´

ıveis que depende

do laborat´

orio). Este ´

ultimo factor encontra-se encaixado no primeiro.

Bioestat´

ıstica, 2007

2

An´

alise de Variˆ

ancia m´

ultipla - interac¸

ao entre factores

Quando temos dois ou mais factores h´

a que ter em conta que estes podem

interagir entre si,

i.e.,

a varia¸

c˜ ao na vari´

avel resposta produzida por uma

altera¸

c˜ ao do n´

ıvel de um dos factores pode variar consoante os n´

ıveis dos

restantes factores. Assim h´

a que prestar aten¸

c˜ ao `

as poss´

ıveis interac¸

c˜ oes entre

os v´

arios factores, dois a dois, trˆ

es a trˆ

es, etc.. Quanto mais factores existirem

no estudo mais complexo se torna o modelo, porque o n´

umero de interac¸

c˜ oes

poss´

ıveis aumenta muito rapidamente. Quando n˜

ao existe interac¸

c˜ ao entre os

factores o valor esperado de cada combina¸

c˜ ao de n´

ıveis dos factores ´

e a soma

dos valores esperados de cada n´

ıvel separadamente e o modelo diz-se aditivo.

Seguidamente apresenta-se um conjunto de gr´

aficos que pretende ilustrar difer-

entes comportamentos de ANOVA’s com 2 factores (

A

e

B

), tendo cada um

deles apenas 2 n´

ıveis (

A 1 e A 2 , B 1 e B 2

Quando as linhas s˜

ao paralelas

temos modelos sem interac¸

c˜ ao entre os factores (modelo aditivo). Este tipo de

gr´

aficos permite ao investigador ter uma ideia se a interac¸

c˜ ao est´

a presente ou

n˜ ao.

Bioestat´

ıstica, 2007

4

Bioestat´

ıstica, 2007

5

An´

alise de Variˆ

ancia dupla

Uma ANOVA com dois factores diz-se

ANOVA dupla

Em seguida iremos

Iremos designar os factores porpletamente aleatorizado).considerar o modelo geral de uma ANOVA factorial dupla (planeamento com-

A

e

B

sendo que

A

tem

a

n´ ıveis e

B

tem

b

n´ ıveis.

Existem portanto

ab

combina¸

c˜ oes poss´

ıveis dos n´

ıveis dos factores.

Tal como

ou seja, para cada combina¸foi feito para a ANOVA simples iremos considerar o planeamento equilibrado,

c˜ ao de n´

ıveis dos factores existem

n

observa¸

c˜ oes

(r´

eplicas) independentes. No total s˜

ao necess´

arias

N

abn

observa¸

c˜ oes.

As observa¸

c˜ oes da vari´

avel de interesse

Y

s˜ ao indexadas por 3 ´

ındices,

Y

ijk

i representa o n´

ıvel do factor

A

j

representa o n´

ıvel do factor

B

, e

k

representa

a posi¸

c˜ ao dentro do grupo

ij

.

Bioestat´

ıstica, 2007

7

Modelo de ANOVA factorial dupla

Y

ijk

μ

(^) τ i + β j + γ

ij

ǫ ijk

i = 1

,... , a,

j

= 1

,... , b,

k

= 1

,... , n,

onde

μ

representa a m´

edia global,

τ i representa o efeito do n´

ıvel

i

do factor

A

β j

representa o efeito do n´

ıvel

j

do factor

B

γ ij

representa o efeito da interac¸

c˜ ao dos factores

A

e

B

,

ǫ ijk

representa um erro aleat´

orio de cada observa¸

c˜ ao sendo estes erros

independentes entre si e todos com distribui¸

c˜ ao Normal de m´

edia 0 e

variˆ

ancia

σ 2 .

Bioestat´

ıstica, 2007

8

Parti¸

ao da soma de quadrados

Seja

y i ··

=

b

j ∑

n

k ∑

y ijk

¯y i ··

=

y i ··

bn

y · j · =

a

i ∑

n

k ∑

y ijk

¯y ·j · =

y · j ·

an

y ij

·

n

k ∑

y ijk

¯y ij · =

y ij

·

n

y ···

a

i ∑

b

j ∑

n

k ∑

y ijk

¯y ···

y ···

abn

Bioestat´

ıstica, 2007

10

a

i ∑

b

j ∑

n

k ∑

y ijk

¯y ···

) 2

SS

total

bn

a

i ∑

y i ··

¯y ···

) 2

SS

A

(^) an

b

j ∑

y · j · −

¯y ···

) 2

SS

B

(^) n

a

i ∑

b

j ∑

y ij

· −

¯y i ··

¯y · j ·

  • ¯

y ···

) 2

SS

AB

a

i ∑

b

j ∑

n

k ∑

y ijk

¯y ij

· ) 2

SS

E

Bioestat´

ıstica, 2007

11

Tabela de ANOVA

Fonte de Varia¸

c˜ ao

Soma

de

quadrados

g.l.

edia

de

quadrados

F

obs

p

factor A

SS

A

a

M S

A

SS

A

a − 1

M S

A

M S

E

factor B

SS

B

b −

M S

B

SS

B

b − 1

M S

B

M S

E

Interac¸

c˜ ao

SS

AB

a

(^) 1)(

b (^) −

M S

AB

SS

AB

( a − 1)(

b −

M S

AB

M S

E

Erros

SS

E

ab

n

(^) 1)

M S

E

Total

SS

total

abn

Bioestat´

ıstica, 2007

13

Atrav´

es desta tabela podemos testar as hip´

oteses referidas anteriormente atrav´

es

dos

p-values

da ´

ultima coluna. Neste caso:

a estat´

ıstica de teste para as hip´

oteses 1 (efeito principal do factor

A

e

F

M S

A

M S

E ∼ F a − 1

,ab

( n −

, sob

H

0 ;

a estat´

ıstica de teste para as hip´

oteses 2 (efeito principal do factor

B

e

F

M S

B

M S

E ∼ F b − 1

,ab

( n −

, sob

H

0 ;

a

estat´

ıstica

de

teste

para

as

hip´

oteses

(interac¸

c˜ ao) ´

e

F

M S

AB

M S

E

F

( a − 1)(

b −

,ab

( n −

, sob

H

0 ;

Bioestat´

ıstica, 2007

14

Ora,

μ

(^) τ i + β j + γ

ij

representa o valor m´

edio da combina¸

c˜ ao dos n´

ıveis

A

i e

B

j , que podemos representar por

μ ij

. Este valor m´

edio pode ser estimado pela

edia das observa¸

c˜ oes deste grupo,

ij ·

. Assim, os erros podem ser estimados

por

ˆǫ ijk

Y

ijk

ij · .

Estas diferen¸

cas chamam-se

res´

ıduos

e costumam-se representar por

e ijk

Uma an´

alise de res´

ıduos consiste em estudar o conjunto de todos os res´

ıduos

(^) e

ijk

i

= 1

,... , a

j

= 1

,... , b

k

= 1

,... , n

, no sentido de averiguar se podemos

considerar que

essa amostra ´

e

aleat´

oria e

proveniente

de

uma popula¸

c˜ ao

Normal.

Para averiguar a Normalidade, constroem-se QQ-plots e fazem-se

No SPSS, podemos guardar os res´testes de ajustamento.

ıduos, para seguidamente os analisar, atrav´

es

do bot˜

ao

Save

do menu da ANOVA,

Analyze / General Linear Model /

Univariate

Bioestat´

ıstica, 2007

16

An´

alise de Variˆ

ancia com blocos aleatorizados

Em certas experiˆ

encias podem existir factores (externos) que introduzem vari-

abilidade nos dados e que interessa controlar.

Por exemplo, se estivermos

interessados em comparar 3 variedades de trigo atrav´

es do peso m´

edio dos

gr˜

aos, pode ter influˆ

encia o tipo de solo em que as plantas v˜

ao crescer. Em vez

de seleccionarmos ao acaso um certo n´

umero de campos para semear as v´

arias

caracter´sementes, podemos seleccionar um conjunto de campos (possivelmente com

ısticas de solo diferentes) e dividir cada campo em trˆ

es parte de modo a

semear as trˆ

es variedades de trigo em cada campo. Neste tipo de planeamento

designa-se cada campo por

bloco

. Os blocos constituem o factor externo cuja

variabilidade induzida vai ser poss´

ıvel controlar do ponto de vista estat´

ıstico.

que possuiAssim, num planeamento com blocos aleatorizados temos um factor de interesse

g

n´ ıveis (tratamentos) e temos

b

blocos prefazendo um total de

N

gb

observa¸

c˜ oes.

Os tratamentos s˜

ao distribu´

ıdos aleatoriamente pelos

g

Bioestat´^ elementos de cada bloco.

ıstica, 2007

17

ANOVA com blocos aleatorizados - pressupostos

  1. O modelo descrito anteriormente ´ Pressupostos exigidos:

e v´

alido.

  1. Os erros s˜

ao aleat´

orios e independentes entre si, com distribui¸

c˜ ao Normal,

ǫ ij

⌢ N

, σ

  1. O factor em estudo e o factor bloco n˜

ao tˆ

em interac¸

c˜ ao (resulta do pressu-

posto 1.).

Bioestat´

ıstica, 2007

19

Hip´

oteses a testar

No caso de o factor em estudo ser de feitos fixos temos

H 0 : μ 1 = μ 2 =

μ g

=

μ

vs

H 1 : μ i 6

μ

pelo menos para um

i

ou equivalentemente

H 0 : τ 1 = τ 2 =

τ g

= 0

vs

H 1 : τ i 6

pelo menos para um

i

No caso de o factor em estudo ser de efeitos aleat´

orios temos

H

0

:

σ τ 2

= 0

vs

H

1

: σ τ 2

onde

σ τ 2

representa a variˆ

ancia associada ao factor de interesse.

Bioestat´

ıstica, 2007

20