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Análise da Mobilidade Urbana em Recife para a Copa do Mundo de 2014: Desafios e Impactos, Manuais, Projetos, Pesquisas de Planejamento urbano

As obras de infraestrutura para a copa do mundo de 2014 em recife, avaliando o impacto na mobilidade urbana e os desafios enfrentados. Aborda projetos como o brt, via mangue e o terminal marítimo, além de analisar a situação das obras e seus impactos no cenário local. Dados e informações relevantes sobre o planejamento e a execução das obras, bem como as dificuldades e os resultados obtidos.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2021

Compartilhado em 12/09/2024

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mateus-costa-3io 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
PLANEJAMENTO DO TRANSPORTE URBANO
LUÍS FELIPE TABORDA PRADO
GABRIELA CASTILHO HONORATO
MATEUS COSTA CORDEIRO
NATÁLIA DO NASCIMENTO ALVES
COPA DO MUNDO 2014: OBRAS DE MOBILIDADE URBANA EM
RECIFE
GOIÂNIA
OUTUBRO/2021
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Baixe Análise da Mobilidade Urbana em Recife para a Copa do Mundo de 2014: Desafios e Impactos e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Planejamento urbano, somente na Docsity!

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

PLANEJAMENTO DO TRANSPORTE URBANO

LUÍS FELIPE TABORDA PRADO

GABRIELA CASTILHO HONORATO

MATEUS COSTA CORDEIRO

NATÁLIA DO NASCIMENTO ALVES

COPA DO MUNDO 2014: OBRAS DE MOBILIDADE URBANA EM

RECIFE

GOIÂNIA

OUTUBRO/20 21

LUÍS FELIPE TABORDA PRADO

GABRIELA CASTILHO HONORATO

MATEUS COSTA CORDEIRO

NATÁLIA DO NASCIMENTO ALVES

COPA DO MUNDO 2014: OBRAS DE MOBILIDADE URBANA EM

RECIFE

Trabalho da matéria de Planejamento do Transporte Urbano do curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Goiás Professor: Willer Luciano Carvalho GOIÂNIA OUTUBRO/20 21

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Situação das obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo 2014, em Recife. ....................................................................................................................................... 14

LISTA DE FIGURAS

Figura 6 - Vegetação alta em torno do Terminal Integrado de Passageiros Cosme e Damião.

1. INTRODUÇÃO

A Copa do Mundo é uma competição internacional organizada pela Federação Internacional de Futebol a cada quatro anos. Esse evento passou a ser realizado em 1930, tendo o Uruguai como primeira sede da competição. A escolha da nação-sede é determinada em eleições feitas pela própria Fifa. Sendo este um dos maiores eventos esportivos do planeta, ele atrai milhares de espectadores. Em 2014, sua vigésima edição, ocorreu no Brasil, trazendo uma sobrecarga na infraestrutura urbana do país e, principalmente, nos municípios que receberam os jogos. Para enfrentar esse problema, vários planos e metas foram estabelecidos para se adequar e oferecer condições mínimas de acessibilidade aos meios de transporte. Apesar disso, indo em desencontro com a execução, grande parte dos investimentos inseridos foram comprometidos e muitos projetos nem se quer saíram do papel. Na região Nordeste, onde se encontra o maior número de cidades-sedes da Copa do Mundo, Recife foi um dos poucos municípios que executaram uma parcela significativa do planejado. Figura 1 - Situação das obras de mobilidade urbana em 2014 da região Nordeste. Fonte: Pinheiro, Souza, Cunha e Ferraz (2017)

A escolha do Recife como uma das subsedes da Copa do Mundo Fifa 2014, em 31 de maio de 2009, foi compreendida como uma oportunidade para a mudança de prioridade nos investimentos em infraestrutura. Buscou-se reorientar a política de mobilidade e fortalecer uma rede de transportes públicos com alcance metropolitano, que fosse eficaz nos deslocamentos e que garantisse a prioridade do transporte coletivo na malha viária urbana (MARTINS, 2019). Os principais projetos para mobilidade urbana para a Copa do Mundo 2014, de Recife, são o BRT, Via e Corredor (SEGALLA, 2017). Segundo um estudo do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), que utilizou dados primários da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, IBGE), entre 2004 e 2014, o tempo médio de deslocamento casa-trabalho na Região Metropolitana do Recife (RMR) aumentou 32%. A maior elevação entre as 10 regiões metropolitanas brasileiras pesquisadas. O tempo de deslocamento casa-trabalho, em um dia, correspondia, em 2014, a 41 minutos, atrás apenas do registrado em São Paulo e no Rio de Janeiro (MARTINS, 2019). Apesar dos problemas enfrentados com a finalização da execução das obras da Copa trouxe, elas trouxeram significativas mudanças para o cenário local. A partir dos investimentos, a sociedade passou a contar com um serviço de transporte urbano mais rápido, confortável e de melhor qualidade, além de ganhos sociais e de mobilidade urbana. Obras de melhoria da infraestrutura complementar também foram realizadas, a exemplo da conclusão da Via Mangue, da construção do Terminal Marítimo do Recife e do Túnel Abolição e da reforma e requalificação dos armazéns do Porto, no Marco Zero, dentre outras. Além disso, com influência do planejamento de execuções para a Copa, o Aeroporto Gilberto Freyre passou por modificações para melhor receber os turistas que desembarcaram na capital pernambucana em 2014, isso propiciou o título de melhor e mais moderno do país. Essas intervenções contribuíram para o aquecimento da economia do Estado, estimulando o turismo, o comércio e a construção civil e gerando novos empregos. Apesar disso, o atual modelo de mobilidade urbana presente nas metrópoles brasileiras não atende as demandas de sustentabilidade e eficiência na prestação de serviços. Avalia-se como urgente a mudança nas políticas que não priorizam o transporte coletivo e permitem ou encorajam o uso intensivo dos automóveis causando congestionamentos e poluição (MARTINS, 2019).

9.877.977,07 depois de cinco aditivos), que retomou a execução da obra no mês de outubro de 2013, com um prazo de apenas 5 meses para entrega, de acordo com fontes do TCE-PE. 2.1.2 Ramal de acesso à Cidade da Copa O Ramal de acesso à Cidade da Copa foi objeto da Concorrência 007/2011 que gerou o Contrato nº 18/2011, feito pelo Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria das Cidades e o Consórcio formado pelas empresas Mendes Júnior Trading e Engenharia S.A. e Servix Engenharia S.A. O Contrato foi assinado em setembro de 2011 com o valor de R$ 131.014.036,10, mais especificamente com R$ 47.104.208,75 pelo Ramal Interno e R$ 83.909.827,35 para o Ramal Externo. Porém, depois de 13 aditivos feitos, chegou-se a R$ 163.720.816,36 (R$ 58.683.261,16 para o Ramal Interno, e R$ 105.037.549,14 para o Ramal Externo. O início da execução dessa obra foi em 2011, porém em decorrência das inúmeras irregularidades encontradas, houve a rescisão de contrato do Estado com o consórcio ainda em 2015, sem a sua finalização, de acordo com o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. 2.1.3 Passarela entre o sistema viário da Linha Sul ao Aeroporto Internacional Figura 3 - Estrutura conta com três esteiras rolantes e um elevador que dá acesso ao interior do terminal integrado (Foto: Vitor Tavares/G1)

A construção da passarela que interliga o sistema viário da linha sul ao aeroporto internacional foi outra obra para a Copa do Mundo de 2014 que buscava desenvolver a Mobilidade Urbana no município de Recife. A Concorrência nº 011/2011 deu lugar ao contrato 023/2011 com o Consórcio Triunfo Engenharia Ltda./Construtora Potencial Ltda., pelo custo de R$ 23.451.712,76 e prazo de execução de 12 meses. Porém, o contrato que começou em julho de 2012 passou por 11 aditivos, e o valor subiu para R$ 27.259.475,47 (TCE-PE). 2.1.4 Ramal ligando a Avenida Agamenon Magalhães ao Terminal Joana Bezerra Outra obra de mobilidade urbana para a Copa em Recife seria a implantação do ramal ligando a Avenida Agamenon Magalhães ao Terminal Joana Bezerra, como parte do corredor de transportes Norte-sul. O projeto previa um corredor exclusivo para Transporte Rápido por Ônibus (TRO), ciclovia e requalificação do calçamento, em toda a extensão da avenida Agamenon Magalhães, e as paradas iriam se transformar em nove estações, climatizadas e com capacidade para 1.200 pessoas, de acordo com o então governador do estado de Pernambuco, Eduardo Campos. Ela chegou a ser licitada pela Concorrência nº 003/2012-CEL, então foi firmado o contrato 011/2013 com o Consórcio Heleno & Fonseca Construtécnica S.A/Consbem Construção e Comércio Ltda., custando R$ 96.570.509,59. A obra tinha prazo para ser feita em 18 meses, mas em 2014 foi paralisada, quando já se tinha sido pago R$ 2.541.383,00 ao Consórcio. 2.1.5 Terminal Marítimo de Passageiros de Recife Figura 4 – Terminal marítimo (Foto: PortoDoRecife.pe.gov)

2.1.7 BRT ( Bus Rapid Transit ) Devido ao impulso dado pela escolha de Recife como cidade sede da Copa do Mundo Fica 2013 e pelas linhas de financiamento federal em infraestrutura por meio do PAC Mobilidade, a implantação do BRT foi considerada a solução para o sistema de mobilidade urbana local. O Sistema Via Livre de BRT conta com dois corredores: Via Livre Leste-Oeste e Via Livre Norte-Sul, inaugurados respectivamente em junho e julho de 2014. Ambos os corredores se destacam como eixos importantes do Sistema Estrutural Integrado (SEI).

3. PLANEJAMENTO DE ENTREGA O planejamento das obras avaliadas neste trabalho tem as condições, situações atuais, datas de início e, se houver, de término são anilhadas na Tabela 3.1.

Tabela 3. 1 – Situação das obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo 2014, em Recife. OBRAS SITUAÇÃO PREVISÃO ENTREGA ÍNICIO OBRAS ENTREGA PLANEJADO Terminal Integrado de Passageiros Cosme e Damião Concluída - Novembro de 2011 2014 Pré-Copa do Mundo Ramal de acesso à Cidade da Copa Em 2014, faltava uma das duas faixas previstas.

  • 2011 Não entregue completamente antes da Copa do Mundo Pré-Copa do Mundo Passarela entre o sistema viário da Linha Sul ao Aeroporto Internacional Concluída 12 meses Julho de 2012 2014 Pré-Copa do Mundo Ramal ligando a Avenida Agamenon Magalhães ao Terminal Joana Bezerra Concluída 18 meses Julho de 2013 Não entregue antes da Copa do Mundo Pré-Copa do Mundo Terminal Marítimo de Passageiros de Recife Concluída - - Julho do ano de 2013 Pós-Copa do Mundo Via do Mangue Em 2014, faltava ser entregue a pista Leste/ sentido subúrbio/cidade. 30 meses Junho de 2011 Não entregue completamente antes da Copa do Mundo Pré-Copa do Mundo BRT (Bus Rapid Transit) Em 2014, faltava algumas estações para ser entregues.

Não entregue completamente antes da Copa do Mundo Pré-Copa do Mundo Dentro da matriz de responsabilidade da Copa em Pernambuco, o ponto fora da curva parece ser a Via Mangue. A obra acabou sendo beneficiada com recursos do PAC Copa, mas na prática não trouxe influência direta para a mobilidade durante a Copa. Dos dois corredores de BRT, o mais significativo, sem dúvida, no trajeto para a Arena Pernambuco foi o corredor Leste/Oeste, mas não precisou de muito esforço e operou na Copa com apenas duas estações: Guararapes e Derby (TANIA, 2014). Outras obras tiveram um impacto mais direto como a construção do Terminal Integrado Cosme Damião, que acabou sendo o principal acesso com o metrô como transporte de massa, mesmo com todos os problemas que foram registrados na Copa das Confederações e corrigidos a tempo para a Copa do Mundo. O ramal da Copa funcionou com uma das duas faixas previstas, mas foi importante para o acesso do BRT à Arena. Também deu conta do recado o Terminal Marítimo de Passageiros, que recebeu um público recorde de mexicanos (TANIA, 2014).

Em maio de 2021, a vegetação em volta do terminal estava alta e densa (Figura 7 ), era frequente a presença de cavalos e outros animais nas pistas, eram verificados bancos e outros equipamentos quebrados, além da má iluminação nas rampas de acesso (atrelada por uma usuária à maior incidência de assaltos) e de alguns pilares apresentarem armaduras expostas (Figura 8 ). Usuários também relatavam atraso das linhas (TV Jornal, 2021). Figura 7 - Pilar com armadura exposta no Terminal Integrado Cosme e Damião. Segundo o site Foursquare, na data em que este texto foi escrito, o Terminal Integrado Cosme e Damião se encontrava permanentemente fechado. 4.1.2 Ramal de acesso à Cidade da Copa Conhecido como Ramal da Copa, ele não ficou inteiramente pronto para o evento FIFA. Apenas um de seus viadutos de foi entregue a tempo, enquanto o segundo teve sua construção retomada apenas em 2017. Em relação às mudanças no projeto do Ramal de acesso à cidade da copa, vale citar o viaduto que era pra ter 6 faixas, mas tem apenas duas faixas em funcionamento. Outas duas obras deverão ser acrescentadas no projeto do Ramal a fim de evitar a escavação na fundação do viaduto por conta da chuva, o que pode comprometer a estrutura, e assim minimizar transtornos no trânsito pela região, são elas: a obra de proteção da fundação do viaduto V2 do Ramal da Copa e o revestimento do canal formado pelo Riacho Mesquita entre os municípios

de Camaragibe e São Lourenço da Mata. No ano de 2021 foi lançada pelo governo de Pernambuco uma licitação para a conclusão das obras (JC, 2021). O ramal de 6 km tem como um de seus trechos mais perigosos justamente a saída do segundo viaduto (V2), onde há vegetação alta e baixa iluminação, causando acidentes ocasionalmente. Toda a extensão do ramal conta com essa vegetação alta, além de problemas de sinalização e presença de lixo no canteiro da via. Para os pedestres, a travessia pelo ramal é complexa, já que não existe nele passarelas e nem mesmo faixas de pedestres. A Secretaria do Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estados (Seduh) justifica a paralização das obras com o argumento de que o os investimentos estão sendo utilizados no enfretamento da pandemia do COVID- 19 (JC, 2020). Figura 8 - Ausência de sinalização e de faixa de pedestres no Ramal da Copa. 4.1.3 Passarela entre o sistema viário da Linha Sul ao Aeroporto Internacional Figura 9 - Interior da Passarela do Aeroporto, 2017.

prevista no projeto inicial. Em 2021, houve ainda uma expansão no comprimento da faixa, que passou de 4 km a 7,2 km de extensão. A adoção da faixa azul reduziu o tempo de viagem dos usuários das linhas que transitavam pela avenida (Portal Folha de Pernambuco, 2021). Figura 11 - Avenida Agamenon Magalhães, 2020. 4.1.5 Terminal Marítimo de Passageiros de Recife Figura 12 - Show no Terminal Marítimo de Recife, 2019. Não foram encontradas reportagens que abordassem problemas no Terminal Marítimo de Passageiros de Recife, sendo encontrados apenas comentários positivos de usuários e vídeos

de até mesmo shows acontecendo no local. Então, entende-se que a estrutura continua sendo utilizada para os fins que foi projetada e sem apresentar maiores problemas. 4.1.6 Via do Mangue Figura 13 - Ausência de gradis em trechos da Via Mangue. Foi no ano de 2000 quando o prefeito Roberto Magalhães concluiu o estudo da Linha Verde que hoje se transformou em Via Mangue. Porém, esse projeto teve várias mudanças desde a concepção até a sua obra e cada prefeito deixou sua marca. No mandato de Magalhães era previsto um pedágio na via com o objetivo de pagar a obra que seria muito cara, mas isso foi abortado no mandato de João Paulo como, também, foi substituído as palafitas pela proposta dos habitacionais e a previsão da proteção do mangue. A obra que se iniciou em 2011, só teve adequações novamente no mandato de Geraldo Júlio, em 2013, que concebeu um novo traçado com ciclovia e corredores de ônibus que se tornou hoje a Via Mangue. O sistema viário contemplou a construção de dois elevados, oito pontes, uma alça de ligação e de uma passagem semienterrada. O trajeto não conta com semáforos ou cruzamentos de tráfego, evitando retenções. O projeto também incluiu a melhoria da rede de saneamento, obras de urbanização e construção de 992 moradias para famílias que moravam em palafitas e de outras localidades que foram atingidas pelo sistema viário.