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Análise caso Dora - Psicanálise, Trabalhos de Psicanálise

Análise de graduação do caso Dora relatado na literatura psicanalítica

Tipologia: Trabalhos

2021

Compartilhado em 26/05/2021

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daniel_lima1 🇧🇷

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Resumo e Análise: Caso Dora na atualidade (Luiz Augusto M. Celes)
Aluno: Daniel Flávio Pires de Lima RA: 202026079
O documento em análise objetiva trazer o caso Doria para a contemporaneidade
analisando assim quais as intervenções a serem refutadas em função da evolução dialética
teórico-prática da terapia psicanalítica e a aplicabilidade dos seus fundamentos de acordo com
um cenário mais atualizado.
No primeiro momento é importante ressaltar que o texto foi confeccionado mantendo a
perspectiva na qual os parâmetros circunstanciais e ambientais, inerentes a época, foram
considerados, tanto que Lewin (1973) traz o contra-argumento à possibilidade de ato do desejo
inconsciente de Dora, que seria o casamento com o Sr.K.
O caso, agora analisado comparando os relatos de Dora com os casos contemporâneos
de tratamento psicanalítico, se mostraria com um desfecho inadequado ao considerar
analogamente os casos contemporâneos chamados difíceis, bordeline por exemplo. As
atualizações observadas na clínica atual seriam justificadas pela diferença do cenário atual em
detrimento das demandas neuróticas que Freud teria enfrentado, visto as diferenças de
desenvolvimento social e cultural daquele tempo.
Ainda acerca do desenvolvimento da psicanálise, é possível observar a riqueza obtida na
taxonomia dos transtornos disponíveis na literatura contemporânea e também o entendimento
da subjetivação e as nuances mais específicas da compreensão da estruturação do psiquismo. E
enquanto Freud apresenta uma análise pós-educativa, a contemporaneidade clínica traria
aspectos mais formativos e educadores.
A psicanálise também é caracterizada pela superposição de conceitos, concepções e
metodologia analítica tornando categoricamente impossível a definição de um conceito estável
ou que seja passível de uma síntese completa, sendo possível observar na literatura a mútua
presença de conceitos antigos e atualizados, como o caso da compreensão da sexualidade, bem
como a superposição e análise do emaranhamento dos três grandes sítios característicos da
psicanálise: sexualidade, tratamento e aquilo que se trata.
Trazer a análise do caso de Dora para a atualidade somente seria razoável ao aproxima-la
dos enquadramentos clínicos atuais relacionados com a psicopatologia e sintomatologia, porém
seria metodologicamente inviável uma vez que foram afastadas da análise realizada por Freud.
Mesmo trazendo o caso para a atualidade a dificuldade do caso Dora, continuaria sendo um
modelo particularmente difícil no qual a psicanálise atual empenha-se em superar através da
reinvenção da abordagem como um todo.
O principal diferencial que poderia ser observado entre uma análise clássica e
contemporânea seria a óbvia relação com a cultura de cada tempo, pois em termos de método
de tratamento o caso ainda é observado as mesmas limitações clínicas e conceituais devido à
complexidade limítrofe inerente ao caso Dora.
Na constituição da psicanálise, o caso Dora apresenta um novo olhar analítico de forma
que as teorias prévias que levaram à crise terapêutica da psicanálise de 1987, agora seriam
incrementadas com novos olhares, como a nova perspectiva do inconsciente trazida na
Interpretações dos Sonhos e também a revolução da metodologia a ser desempenhada pelo
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Resumo e Análise: Caso Dora na atualidade (Luiz Augusto M. Celes) Aluno : Daniel Flávio Pires de Lima RA : 20 2026079 O documento em análise objetiva trazer o caso Doria para a contemporaneidade analisando assim quais as intervenções a serem refutadas em função da evolução dialética teórico-prática da terapia psicanalítica e a aplicabilidade dos seus fundamentos de acordo com um cenário mais atualizado. No primeiro momento é importante ressaltar que o texto foi confeccionado mantendo a perspectiva na qual os parâmetros circunstanciais e ambientais, inerentes a época, foram considerados, tanto que Lewin (1973) traz o contra-argumento à possibilidade de ato do desejo inconsciente de Dora, que seria o casamento com o Sr.K. O caso, agora analisado comparando os relatos de Dora com os casos contemporâneos de tratamento psicanalítico, se mostraria com um desfecho inadequado ao considerar analogamente os casos contemporâneos chamados difíceis, bordeline por exemplo. As atualizações observadas na clínica atual seriam justificadas pela diferença do cenário atual em detrimento das demandas neuróticas que Freud teria enfrentado, visto as diferenças de desenvolvimento social e cultural daquele tempo. Ainda acerca do desenvolvimento da psicanálise, é possível observar a riqueza obtida na taxonomia dos transtornos disponíveis na literatura contemporânea e também o entendimento da subjetivação e as nuances mais específicas da compreensão da estruturação do psiquismo. E enquanto Freud apresenta uma análise pós-educativa, a contemporaneidade clínica traria aspectos mais formativos e educadores. A psicanálise também é caracterizada pela superposição de conceitos, concepções e metodologia analítica tornando categoricamente impossível a definição de um conceito estável ou que seja passível de uma síntese completa, sendo possível observar na literatura a mútua presença de conceitos antigos e atualizados, como o caso da compreensão da sexualidade, bem como a superposição e análise do emaranhamento dos três grandes sítios característicos da psicanálise: sexualidade, tratamento e aquilo que se trata. Trazer a análise do caso de Dora para a atualidade somente seria razoável ao aproxima-la dos enquadramentos clínicos atuais relacionados com a psicopatologia e sintomatologia, porém seria metodologicamente inviável uma vez que foram afastadas da análise realizada por Freud. Mesmo trazendo o caso para a atualidade a dificuldade do caso Dora, continuaria sendo um modelo particularmente difícil no qual a psicanálise atual empenha-se em superar através da reinvenção da abordagem como um todo. O principal diferencial que poderia ser observado entre uma análise clássica e contemporânea seria a óbvia relação com a cultura de cada tempo, pois em termos de método de tratamento o caso ainda é observado as mesmas limitações clínicas e conceituais devido à complexidade limítrofe inerente ao caso Dora. Na constituição da psicanálise, o caso Dora apresenta um novo olhar analítico de forma que as teorias prévias que levaram à crise terapêutica da psicanálise de 1987, agora seriam incrementadas com novos olhares, como a nova perspectiva do inconsciente trazida na “Interpretações dos Sonhos” e também a revolução da metodologia a ser desempenhada pelo

analista quanto buscar nuances da ordem do não dito, a escuta da transferência: “Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir pode convencer-se de que os mortais não podem guardar nenhum segredo” (Freud, 1905). Freud ainda caracteriza o caso Dora como “pequena histeria” visto a magnitude dos quadros de histeria da época e também da observável articulação e desprendimento de Dora ao fazer a associação livre e relatar sonhos tão vívidos, fornecendo assim material para análise e diminuindo o seu esforço interpretativo requerido. Porém Dora não era uma histérica clássica que resultou em um tratamento errado e, após três meses, interrompido por Dora configurando pela primeira vez a, já conhecida atualmente, crise de um tratamento clássico. O ponto de maior distopia do caso Dora para a atualidade, talvez seja a confiança que Freud tinha na tentativa incisiva de analisar e solucionar a demanda por meio da explicitação das cenas de sedução que teria interferido na solução edipiana de Dora, regredindo a sua libido às fixações orais. E por mais que seja observado a ausência da compreensão das relações de objeto na análise, aparentemente o fim da análise se deu de maneira mais estrutural relacionado com as intenções terapêuticas da psicanálise. Posteriormente retoma esse contraponto e conclui que o princípio do prazer não seria suficiente para sustentação da análise e sim na repetição de transferência por meio da compulsão repetida do recalcado, promovendo a constituição de algo mais primitivo e pulsional. Sendo nessa atualização de fundamentação, aonde repousa o maior argumento crítico à conclusão do caso Dora. Um contraponto importante sobre diferenciação entre a visão clássica e atual é a promessa de gozo em outro lugar perpassado pelo exemplo freudiano clássico, enquanto nos casos difíceis contemporâneos, borderline e outros, a promessa é realizada sem sedução, tornando-a mais real, efetiva e manobrável para condução das análises responsivas, porém ambas apresentam problemas quanto à conclusão das análises. As conclusões psicanalíticas são encaradas como problemáticas desde seus fundamentos até os dias atuais devido a grande quantidade e heterogeneidade de reflexões e propostas obtidas na aplicação metodológica psicanalítica dificultando a assim a formulação de uma síntese, tornando inerente ao processo a impossibilidade de uma completa inteligência sistêmica. É possível observar no caso Doria como a constituição subjetiva do desejo é limitada às condições ambientais e, principalmente, às construções sociais de o que poderia ser taxado como comportamento aceitável ou não, traçando assim o limite de possibilidade de manifestação do desejo, provocando o recalcamento do desejo primário e que transforma-se em uma potência pulsional que não encontra uma maneira de ser trazido ao ato consciente. Sendo assim é possível observar que as emoções, sonhos e comportamentos, que são menos controláveis, foram modulados através de mecanismos de transferência no intuito de diminuir a tensão provocada pela repressão do desejo inconcebível, por se tratar de uma relação primordial entre filha e pai, que naturalmente já é delimitada por diversos estigmas e padronizações socio-culturais.