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- Conceito E a ciência que estuda os princípios e métodos de interpretação. Aplicada a teologia, e a ciência que interpreta os textos bíblicos e os aplica na vida prática. Em palavras mais simples, interpretar e explicar, esclarecer, traduzir para aplicar. Ha Hermenêutica Jurídica (interpreta leis latu sensu), Filosofia (interpreta textos filosóficos), Cientifica (a da compreensão linguística), Aplicada (interpretação das expressões da vida humana e um ato de compreensão histórica), Fenomenológica (compreensão da existência humana) Cultural (interpretação e recuperação do sentido dos mitos e símbolos de determinada época) e outras, qualquer uma que busque interpretar um texto ou discurso1.
- Etimologia: Do G. HERMENEUTES, “intérprete”, de HERMENEUEIN, “interpretar”, considerado um derivado do nome do deus HERMES, divindade da fala e da eloquência, ou o que trazia mensagens. Por isso “Hermenêutica”.
- Importância: se ate em um diálogo entre 2 ou + pessoas que vivem na mesma época, falam a mesma língua e moram na mesma cidade há problemas de interpretação, quanto mais entre nós e os escritos bíblicos.
- As duas ciências que formam a hermenêutica Critica textual ou Baixa Critica: estuda os manuscritos, os livros e cartas bíblicos, procurando encontrar possíveis erros e restaurá-los até o máximo possível. E um trabalho de arqueologia, buscando os textos mais antigos possíveis; comparação de versões de documentos bíblicos; comparações com textos extrabíblicos, para compreensão do contexto etc. • Curiosidade: a Crítica Histórica ou Alta Critica e a que se ocupa de criticar, problematizar o texto e tudo o que ele diz, ou seja, autoria (foi mesmo este autor, que da nome ao livro, que o escreveu?; ex: o livro de Isaias , provavelmente, não foi todo escrito pelo profeta, segundo alguns críticos), idade (ex: livro de Daniel, que supostamente foi escrito depois dos acontecimentos que ele profetiza, ou seja, não se tratava de profecia, mas de história), dentre outros aspectos. Exegese: extrair do texto, interpretar, arrancar para fora do texto o que ele significa. A exegese bíblica e a tentativa de extrair o significado de um texto bíblico. O exegeta, neste caso, precisa conhecer bem os idiomas bíblicos, o contexto histórico, cultural etc. Por isso e tão difícil separar hermenêutica de exegese, porque esta e o que o texto diz e àquela e o que nós pensamos sobre ele e como o aplicamos na prática. Ex: Salmo 130 v.6: Espero pelo Senhor mais do que as sentinelas pela manhã; sim, mais do que as sentinelas esperam pela manhã! Exegese: buscando o texto original hebraico e o contexto percebe-se que os guardas temiam o período noturno porque os inimigos se valiam da escuridão para atacar. Hermenêutica (uma das possíveis aplicações): nosso desejo por Deus e maior que o dos guardas pela segurança trazida da manhã, ou seja, nossa segurança deve estar no Senhor e não no que nossos sentidos podem perceber. [Curiosidade] Eisegese: não faz parte da hermenêutica. Enquanto exegese e extrair, externar, exteriorizar, expor, ou seja, retirar do texto o que ele diz, eisegese e injetar no texto algo que o intérprete quer que esteja ali mas que não faz parte do que foi escrito. E forçar o texto a dizer o que ele não diz. Ex: “’Maldito o homem que confia no homem’ (Jeremias 17:5 parte “a” ), por isso não podemos confiar em ninguém, vivermos isolados, não confessar nada a pastores muito menos a outros irmãos etc”. O texto do próprio versículo da parte da resposta “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor”, ou seja, a ênfase não e na confiança em outra pessoa, mas em deixar sua vida como um todo confiada na forca humana e não em Deus.
- A Bíblia é Cristocêntrica
“Cristo é o Mestre, as Escrituras são apenas o servo. A verdadeira prova a submeter todos os Livros é ver se eles operam a vontade de Cristo ou não. Nenhum Livro que não prega Cristo pode ser apostólico, muito embora sejam Pedro ou Paulo seu autor. E nenhum Livro que prega a Cristo pode deixar de ser apostólico, sejam seus autores Judas, Ananias, Pilatos ou Herodes”. Martinho Lutero Apesar de utilizarmos a bíblia, sabemos que não e ela quem salva. Jesus e o Evangelho; suas palavras, ações, sua morte e ressurreição são a nossa fé, não o escrito em si. Ha cristãos no mundo que nunca tiveram o Evangelho de Mateus nas mãos, mas já ouviram e vivem o Evangelho. “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica”. 2 Coríntios 3: 5,6. Assim, toda a bíblia aponta para Jesus; tudo o que foi dito antes (especialmente) e depois dele, e cumprido n'Ele, e o que não se adequa a Ele e seu Espírito deve ser rejeitado ou compreendido a luz do que Ele ensinou. Não e possível obedecermos ao pé da letra toda a bíblia e permanecermos cristãos. Como podemos, por exemplo, desejar a morte de nossos inimigos ou que seus filhos sejam esmagados contra a rocha (Salmo 137:9), já que o Senhor, pendurado na cruz, pediu ao Pai que perdoasse o povo que o estava assassinando (Lucas 23:34)? Entender o contexto da época do Salmo, a revelação que até então tinha o povo judeu e a que nos temos hoje, com o Espírito de Cristo, e essencial para interpretar e aplicar qualquer parte da bíblia, inclusive no novo testamento. De todo modo, aprendemos sobre Jesus pelo que está escrito nos evangelhos, nos livros de Mateus, Marcos, Lucas e Joao. Jesus mesmo, nada escreveu. Só sabemos sobre Ele em segunda mão, no mínimo – estou-me referindo apenas aos textos bíblicos. Porém, e inegável que a revelação de Cristo se da por uma ação do Espirito, não da leitura. Se dá com novo nascimento (vide Joao 3 e a conversa de Jesus com Nicodemos), não com nova interpretação sobre textos bíblicos. Apesar da verdade contida nesta conclusão, só podemos assim concluir porque e exatamente isto que está escrito na bíblia, nos evangelhos e no restante do Novo Testamento. Em outras palavras, a experiencia e pessoal, real, mas e confirmada ou rejeitada pelos textos que lemos. Se assim não fosse, qualquer pessoa, com qualquer tipo de doutrina, poderia dizer ter sido por Deus visitada e não teríamos qualquer base para examinar seu ensino. Como crer em uma “revelação” de alguém que afirma que sabe o dia e a hora que Jesus retornara ou que alega saber das “coisas inefáveis que Paulo ouviu no terceiro céu”? Apenas interpretando os textos bíblicos que tratam de tais assuntos.
- A importância do contexto Esdras Costa Bentho, ao explicar a etimologia da palavra: “No latim, cun e preposição do ablativo que denota união, associação ou companhia, e textum significa 'tecido'; por extensão, 'contextura, trama'. Aplicados a documentos escritos, expressa a conexão de pensamento que existe entre diferentes partes para fazer dela um todo coerente”. Ninguém e um ser isolado da época que vive, nem os personagens dos textos bíblicos eram, incluindo Jesus. Por isso, antes de retirar qualquer conclusão apressada sobre uma doutrina ou ate aplicação pessoal, necessitamos entender o contexto que cada texto esta inserido, a inter-relação de circunstancias que acompanham os fatos, historias, recomendações, cartas bíblicos. Ex: Mateus 2: 23 “E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno”. Se formos apressados concluímos que existe esta profecia no AT, mas em NENHUM lugar ha tal referência nem a Nazaré nem a algum nazareno. O que fazer? Olhar para o contexto. Mateus, o escritor, e judeu e profundo conhecedor do AT, sendo difícil que ele cometesse um erro crasso como este. Nota-se que quando ele se refere a algum profeta, faz a introdução no singular: “para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta” (Mateus 1.22) ou “Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias” (Mateus 2.17), o que leva a crer que não esta, em 2:23, referindo-se a fala especifica de algum profeta, mas ao ensino geral sobre o Messias no AT. São apontadas 3 soluções:
cuja temática e a “Denuncia dos pecados de Judá”, e a segunda, os capítulos 40-60, cujo tema e a “Consolação de Juda”. Recorrendo a outros textos, fora do livro de Isaias, encontramos o mesmo tema (formalismo, ativismo religioso e práticas de culto destituídas de justiça e sensibilidade espiritual): a) os filhos de Eli (I Sm 2.12-36); b) o estado de Israel e dos seus sacerdotes em Malaquias (1:6-14). No NT vemos a confirmação e ampliação do mesmo tema, por exemplo em Marcos 7:6, que Jesus cita exatamente o texto de Isaias 29: 13, respeitando o contexto da profecia, para se referir ao cerimonialismo externo e hipócrita dos fariseus, que perguntaram a Jesus o porque de seus discípulos comerem sem lavarem as mãos. Jesus arremata: Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens... Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira para pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecer às suas tradições! Marcos 7:8,9. Como a premissa do contexto remoto e entender o ASSUNTO estudado relacionando-o com outras partes da bíblia, podemos nos valer de uma ferramenta interessante, o paralelismo. Na geometria, duas retas são paralelas quando possuem a mesma inclinação - mesmo coeficiente angular - a distância entre elas e a mesma e não possuem pontos em comum. Da mesma forma, agora tratando das palavras, aparentemente, assuntos paralelos não se encontram: os escritores são diferentes, ou as épocas, ou o assunto principal do livro, ou todos estes pontos são distintos. Porem, a depender do tipo de geometria que você considera10, duas retas paralelas podem se encontrar no infinito. Da mesma maneira, ainda que textos paralelos não sejam iguais, o ponto comum sobre eles esta no Infinito, em Jesus. A chave hermenêutica e Jesus e para Ele todos os assuntos bíblicos convergem. Vejamos dois tipos básicos de paralelismo. ◦ Paralelismo verbal: a mesma palavra em diferentes textos. Na maioria das bíblias há um recurso chamado “Concordância Bíblica”, que aponta diferentes textos que tratam da mesma palavra ou do mesmo assunto (paralelismo real, que veremos adiante). Podemos comparar uma mesma palavra ou locução em diversos textos e perceber como eles se relacionam. Por vezes a relação será imediata, em outras não haverá pontos em comum. Vejamos um exemplo: A palavra luz: podemos comparar 2 Sm 23: 4 (ler versos 1 a 4) com Joao 8:12 e com Mateus 5:14. Percebemos que há pontos em comum, mesmo que não imediatos. O de 2 Sm demonstra que, assim como a luz dissipa a escuridão depois da noite ou após um dia nublado, o sucessor de Davi será o comandante das nações após um período de dificuldades; os textos do NT demonstram que Jesus e a luz que ilumina os homens (em Joao), que estão em trevas por causa do pecado e, ampliando a ideia, seus discípulos iluminarão o mundo (em Mateus), não apenas cumprindo algum mandamento seu, mas sendo a sua própria presença no meio de uma geração corrompida. Não e possível ver o mesmo sentido no texto de Joao 16:21, que usa “luz” como nascimento (“dar a luz”). Na comparação de Jesus, assim como a criança está no escuro até que venha a luz (ou seja, nasça), os discípulos também estavam em trevas, vivendo as “dores do parto” com a iminente morte de Jesus; porém, logo depois ficariam felizes, na ressurreição do Senhor, assim como fica a mulher que vê seu filho nascer, não mais se lembrando das dores que sentira enquanto estava em trabalho de parto. Paralelismo real: o mesmo assunto em vários textos. Nem sempre são utilizadas as mesmas palavras, literais, mas o assunto de um texto pode ter relação estreita ou remota com outro. Já vimos um exemplo (Isaias 29:13 com Marcos 7:6), e neste caso o assunto e exatamente o mesmo, ou seja, a nação de Israel cultuava a Deus apenas externamente, nas formalidades, mas não no coração, na vida. Ha, porém, textos que tratam de assuntos semelhantes ainda que não haja citação direta de um por outro. Ex: Pv 29:20 “Você já viu alguém que se precipita no falar? Há mais esperança para o insensato do que para ele” e Tiago 1: 19 e 20 “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus”. E possível perceber em ambos os textos a necessidade de prudência ao falar; o assunto de um (precipitação na fala) confirma o de outro (a fala que gera a conclusão precipitada); o assunto do segundo (ira humana não pode produzir justiça divina) amplia o do primeiro etc.
- A importância do entendimento do propósito do escritor de um determinado livro Os livros bíblicos têm um assunto principal, um proposito que o escritor quer passar. Ha muitos tipos de texto (poético, profético, cartas etc) mas há dois tipos básicos: o narrativo e o discursivo. Textos narrativos são os que descrevem eventos históricos, como a trajetória de uma pessoa ou de parte de sua vida (ex: Ester), de um evento especifico (ex: Neemias, que descreve a saída do povo de Babilônia para a reconstrução da cidade e dos muros de Jerusalém), de um período da história de um povo (ex: Êxodo, que conta a história de Moises, a libertação do povo de Israel e seu caminho no deserto; Atos, que conta a história dos apóstolos e da igreja primitiva, da ascensão de Jesus até a chegada de Paulo a Roma; os 4 evangelhos) etc. Tais livros ensinam princípios, mandamentos ou outros assuntos, mas no decorrer da narrativa. O assunto principal do livro se desenvolve enquanto a história e contada, e saber o propósito de cada autor ajuda muito na compreensão do livro, dos trechos, dos assuntos etc. São perguntas importantes a se fazer em textos deste tipo: a) quem e (são) o principal(is) personagem(ns)? b) qual o assunto principal (história de amor, conflito, viagem, crise local)? c)onde ocorre esta história? d)quando ocorre esta história? Tomemos o livro de Juízes: a) principais personagens: os juízes, que eram líderes militares ou civis que libertavam o povo de Israel de seus opressores; b) assuntos principais: a falta de liderança (depois da morte de Josué), idolatria, apostasia, opressão de povos estrangeiros e libertação de Deus através dos juízes. c) Onde: terra de Canaã ainda não totalmente conquistada d) quando: entre a morte de Josué e a instituição da monarquia, com Saul, no período de 1380 a 1050 a.C., aproximadamente. Textos discursivos são os que tratam de assuntos, temas, mais que de ação. Podem trazer doutrina (ex: as cartas de Paulo, Pedro, Joao), poesia/sabedoria (ex: Cânticos, Provérbios, Eclesiastes), instruções (ex: Filemom), profecia (ex: Apocalipse, Isaias) etc. Eventualmente uma história pode ser narrada, mas dentro do tema desejado pelo autor. Algumas perguntas importantes: a) quem escreveu? b) por que escreveu? c) como as ideias são relatadas? d) quais ordens, conselhos, ensinamentos estão sendo passados pelo autor? Tomemos como exemplo a carta de 1a Coríntios: a) quem: Paulo b) por quê: para tratar problemas doutrinários e práticos da comunidade de fé deixada em Corinto c) como as ideias são relatadas: Paulo trata dos assuntos que lhe chegaram, noticiados por alguns de seus discípulos, e passa a ensinar e corrigir a igreja a partir destes problemas d) ordens e conselhos: exortação a unidade, prática do amor, ordem no culto, utilização dos dons na comunidade, tratamento de pecados sexuais etc. Por todo o visto, saber o propósito do autor e mais relevante em textos discursivos, mas mesmo nos narrativos, ha um motivo maior para o livro especifico a ser estudado.
- A importância dos auxílios externos Como já dissemos exaustivas vezes, o texto se desenvolve em um contexto. Ha uma serie de traços que nao estao no texto, literalmente – ou que não estao acessíveis a nós imediata e cotidianamente –
(norte de Israel) uma estela (pedra) que celebra a vitória do rei de Damasco (capital da Síria) sobre a 'Casa de Davi'”. O artefato – datado para o século VIII a.C. – seria a primeira evidência extrabíblica da existência do rei Davi. Ocorre que o hebraico não possuía vogais, por isso a tradução geralmente não e fácil. Na inscrição aparecem as seguintes consoantes: BYT DVD. Inserindo as vogais podemos lê-la como BeYT DaViD (“Casa de Davi”) ou como BeYT DoD (“Casa do amado”). A expressão “Casa de Davi” seria uma referência a dinastia davidica (como “casa de Jeroboao”, cf. 1Rs 13,34). A expressão “Casa do Amado” seria uma referência a Jerusalém (como “casa do Sol”, cf. Js 15,10)”. Esta referência externa reforça a historicidade do rei Davi. Ex de História Bíblica: “A Bíblia hebraica apresenta os querubins com a função de guardiões (Gn 3:24; Ez 28:16) e montaria de Jave (Sl 18:10). Dotados de asas e corpo de animais, tem aparência semelhante aos lamassus assírios/persas e esfinges egípcias (Ez 1;10). Na iconografia do Antigo Oriente Próximo aparecem ilustrando tronos de reis/divindades. Isso explica a formula: “Javé se assenta sobre os querubins” (2Sm 6:2). Não eram vistos como “anjos” (mensageiros celestes), mas como guardiões. Não eram percebidos como meninos peladinhos e gordinhos alados (como na iconografia renascentista), mas seres com aparência imponente, intimidadora”. Esta referência corrige a ideia que temos ao ler “anjo” na bíblia. 6.3 A geografia da Palestina na época da escritura da Bíblia Geografia Bíblica e a parte da Geografia Geral que estuda as terras e os povos bíblicos e conduz a História Bíblica. Conhecer o “chão” sobre o qual os povos se assentaram nos da visão mais ampla, expandindo nossa compreensão do texto. O texto bíblico faz menção a vários aspectos geográficos, tais como montes, rios, planícies, montanhas, vegetação, que trazem informações a respeito da narrativa que está se desenvolvendo. Se a narrativa destaca um ponto físico, cidade, rio, monte, vale e etc, em particular, e porque esses elementos são de muita importância para compreender aquele texto. Isso nos mostra que o completo entendimento daquela história bíblica só e atingido quando estudamos as relações de todos esses aspectos em conjunto. Na maioria das bíblias de estudo encontramos alguns mapas e descrições sobre como era a geografia de alguma época especifica sobre o livro que estamos lendo. Nossa disciplina não e sobre Geografia Bíblica, mas daremos alguns exemplos de como esta matéria influencia na compreensão do texto: Ex: Deuteronômio 11:10-1218. Este texto trata da diferença entre a terra do Egito e a de Israel. O Egito tem geografia plana (como o Rio Grande do Sul) e toda a sua cultura de alimentos se desenvolveu as margens do rio Nilo, que com suas inundações deixava o solo pronto para o plantio e adubado para a agricultura. A terra de Israel tem relevo acidentado, com vales e montanhas, mais parecido, nesse sentido, com o Rio de Janeiro. E o texto usa uma figura de linguagem, “da chuva dos céus bebera as águas”, para se referir que lá a agricultura depende da chuva; e que por isso, depende de dos céus, depende de Deus. Ex: Êxodo 16:35. Entre o Egito e Israel ha cerca de 500km – alguns dizem 430km, a distância entre Rio e São Paulo – a depender da escolha da rota, e obviamente não justificam 40 anos de caminhada. Com certeza as caravanas daquele período faziam esse trajeto em cerca de 1 mês. Há algo a considerar na narração bíblica para além de uma simples viagem do Egito para a Terra Prometida. Ha várias respostas: as guerras pelo caminho, os constantes acampamentos no deserto, a complicada movimentação de 3 milhões de pessoas e, principalmente, o pecado do povo, o que fez Deus retardar a chegada para esperar que a geração que saiu do Egito morresse e entrasse apenas os filhos, com exceção de Josué e Calebe. Hoje e possível fazer a travessia Jerusalém-Cairo em 12 dias a pé (450km em 6 horas por dia, a 6km/h cada dia perfazendo 36km percorridos), apesar de ser uma aventura complicada (deserto, calor, conflitos na região etc). 6.4 - As muitas versões da Bíblia As versões são necessárias porque a língua e dinâmica, inclusive a nossa. Joao Ferreira de Almeida, tradutor mais conhecido e preferido dos cristãos brasileiros, fez sua primeira tradução com 16
anos de idade, em 1644, do Espanhol para o Português e, considerando que ele mesmo era português, não brasileiro, imagine a diferença da língua do século XVII, traduzida do espanhol para o português de Portugal? Nem de perto as versões de Almeida de hoje se parecem com a original. A pesquisa avançada que existe hoje das línguas originais, a evolução da linguagem, a arqueologia que nos faz entender melhor os textos e a própria cultura, tão mutante, fazem com que as versões e atualizações sejam necessárias. A primeira bíblia completa na língua portuguesa foi a Almeida Revista e Corrigida de 1898, fim do século XIX. Hoje ha inúmeras e cada uma serve a um proposito. A NTLH, por exemplo, serve para pessoas com pouca instrução, mas constantemente faz paráfrases (releituras); a NVI (minha de preferencia) e mais fiel ao texto original mas “atualiza”, por exemplo, medidas, distancias, para padrões atuais (coloca côvados em metros, arrobas em kg etc) e assim por diante. Para estudar, o mais indicado e recorrer a varias traduções, pois e na comparação que teremos visão melhor e mais ampliada. Um dos muitos sites que encontramos versões e o bibliaonline.com.br.
- A importância do tempo em que a Bíblia foi escrita 7.1) Como a bíblia divide a humanidade Não se tornem motivo de tropeço, nem para judeus, nem para gregos, nem para a igreja de Deus. 1 Coríntios 10:32. Ha muitos povos na bíblia, de egípcios a sírios, de hebreus (povos dos quais descende Israel, os filhos de heber, os que estão do outro lado do rio) a romanos, de sírios a medo-persas, porem a ênfase do autor bíblico e nestas três categorias: judeu, gentio e igreja.
- Judeu: nome que se da ao natural de Israel no NT. A origem mais primitiva deste povo e o povo hebreu, já que Abraão e designado por esta origem (Gn 14:13), que se refere aos descendentes de Heber. O capitulo 10 de Genesis fala dos descendentes de Noé e das nações que se formaram a partir deles. Noé – descendente de Sete, um dos filhos de Adão e Eva - teve três filhos: Sem, Cam e Jafe, além de outros mais que nasceram depois do diluvio. Heber foi um dos trinetos de Sem, filho de Noé. Segundo a tradição judaica, Heber teria se recusado a participar da construção da Torre de Babel e o idioma de seu povo foi preservado, o qual recebeu o nome de seu “protetor”, por isso a língua e hebraica. O termo “israelita” e a versão em português do termo “filhos de Israel” (Bnei Yisrael). Ish ra El e “aquele que luta com Deus”, nome que recebeu Jacó apos ter lutado com Deus. Assim, Jacó (Israel) e descendente de um hebreu (Abraão), assim os termos se relacionam. De certa forma, todo o povo de Israel e também hebreu. Por fim, o termo judeu vem da tribo de Judá, um dos 12 filhos de Israel (Jacó). Ha três razoes porque este e o termo mais utilizado hoje:
- e a tribo de maior proeminência no período de maior gloria de Israel, o dos Reis, sendo Davi (e o próprio Jesus) seu descendente;
- foi a tribo que restou (junto com Benjamin) após a aculturação do reino do Norte pelo Império Assírio em meados de 700 a.C, que abarcava as outras dez tribos (eram os samaritanos da época de Jesus, um povo miscigenado);
- e a região em que ficava o templo de Israel após o retorno da Babilônia; A ordem genealógica, levando em conta os descendentes mais importantes para a história judaica, e: Adão> Sete>...Noé> Sem (semitas)>...Heber (hebreus)>...Abraão> Isaque> Jacó (Israel – israelitas)> Judá (judeus)>…Davi>...Jesus. O judeu e, portanto, o povo de Israel, escolhido por Deus no passado e que, na época de Jesus, se opôs fortemente à sua pregação. Paulo, em Romanos 9 a 11, descreve está complicada e maravilhosa história do povo judeu e seu relacionamento com Deus. Vejamos: Pois eu até desejaria ser amaldiçoado e separado de Cristo por amor de meus irmãos, os de minha raça, o povo de Israel. Deles é a adoção de filhos; deles é a glória divina, as alianças, a concessão
extraordinários de Deus na história, por isso hoje temos acesso a mais conhecimento, além de ter o todo da bíblia para comparar e estudar. 7.2.2 – A revelação de Deus é progressiva A medida que a história da humanidade avança, também avança o que Deus decide revelar sobre si mesmo aos homens. Não e possível permanecer em Deus se permanecemos agarrados aos literalismos da história, porque o próprio Deus não está amarrado a eles. Deus não se da a conhecer de uma vez a todos os homens, de maneira total, completa. A pista que Paulo da ocorre em 1 Co 13: 9, 10 e 12: Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado… Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Se olharmos para a lei de Deus do AT vemos como se trata, por exemplo, o adultero. Lv 20:10 diz que devem ser apedrejados o adultero e a adultera. Jesus, ao se deparar com a mulher adultera – curiosamente o homem não foi encontrado – não a apedreja e ainda lança sobre os acusadores o peso de suas próprias acusações. O que e isso se não a revelação de Deus sobre a profundidade de todo o pecado humano e seu consequente apedrejamento? Jesus não disse que ela não merecia o apedrejamento; ela merecia. Ele apenas mostrou que todos, absolutamente todos, tropeçavam em algum ponto da lei, e quem quisesse ser defensor da lei, que o fosse para os outros e para si mesmo. Por isso, Jesus foi o “apedrejado” em lugar de todo o pecador que n'Ele crê. 7.2.3 - A Bíblia contém ciência mas não é um livro científico; contém história, mas não é um livro histórico; contém geografia, mas não é um livro geográfico Há erros na bíblia. Contradições. Heresia? Não. A questão e que nossa visão do que é erro não é a visão do que para o escritor bíblico o era. Um bom exemplo e como enxergamos a narrativa da criação do homem e sua queda. Alguns sustentam ser literal, outros apenas linguagem figurada (afinal, há uma cobra falante na história, correto?). Outros detalhes ficam perdidos no pós-diluvio. Alguns teólogos dizem que o diluvio não foi universal, ou que não exterminou todos os homens. Ainda assim, a ideia central não e perdida: Deus trouxe um juízo suficientemente universal para parar a impiedade dos homens na terra durante aquele tempo. Como descrever a mulher de Caim? Era uma de suas irmãs ou uma mulher da raça pré-adâmica? Em qualquer resposta, o hermeneuta deve buscar ser honesto e não ter medo das respostas que obtém, sempre tendo em conta que tais aspectos não são essenciais, mas podem ajudar na compreensão do texto. Muitas vezes ha imprecisões históricas, cientificas ou geográficas, e a medida que os estudos avançam, podemos compreender um pouco melhor o universo “distante” do texto bíblico. 7.2.4 - O objetivo de Deus ao inspirar e revelar a palavra escrita (Bíblia) foi se revelar ao homem A bíblia, apesar do livro maravilhoso que e, não tem a proposta de provar a existência de Deus de forma cientifica. A ciência só pode provar aquilo que e observável, que mediante repetições em ambiente controlado se mostra plausivelmente razoável como existente. A revelação de Deus ao homem e algo – sempre – sobrenatural, e a medida que o conhecemos sentimos o desejo e ate necessidade de entender como Ele se revelou a outros homens na historia. A bíblia e a historia de Deus com o homem, não a prova de sua existência.
- As duas “linguagens” em que a Bíblia foi escrita Qualquer texto tem duas linguagens básicas, a literal e a figurada. Literal é a que usa o sentido mais básico, usual e direto de uma palavra. Quando uma palavra ou enunciado se apresenta em seu sentido usual, adquire valor denotativo, que é o significado encontrado no dicionário. Ex: Devorei um hambúrguer.
Figurada é a linguagem que usa sentidos particulares, dependentes da cultura, ampliando suas ideias para além do usual. É a linguagem em seu valor conotativo. Ex: devorei um livro. Na bíblia temos os dois tipos, e na maioria das vezes não há referência se a linguagem utilizada é literal ou figurada, dependendo o texto da interpretação que se dá. Um bom exemplo é o Milênio: alguns acham que é literal – os pré-milenistas creem em um reino terreno de Cristo por mil anos literais – e outros, como eu, acreditam se tratar de linguagem figurada, o reino de Cristo por toda a era da igreja no coração das pessoas – posição amilenista. Uma situação rara de explicação, em Mt 16: 1 a 12 23, mostra Jesus falando com os discípulos sobre o tipo de linguagem que utilizara, dizendo que não falava literalmente de fermento, de comida, mas dos fariseus, usando o fermento como metáfora para o ensino deste grupo. Neste sentido, temos que ter atenção ao que é o signo linguístico, elemento que apresenta dois aspectos, o significante e o significado24. Significante é a sequência de sons que se ouve. Se ouvimos o som “casa”, o som em si é o significante. O sentido que atribuímos ao ouvir o significante é o significado. Em “casa” podemos pensar em imóvel construído de alvenaria, ou descendência (“casa de Davi”), ou templo (“casa de Deus”). Um significante idêntico pode ter significados totalmente diferentes a depender da região, época, idioma. Ex: “embaraçada” pode significar “constrangida” em português, mas em espanhol é “grávida”. Veremos a seguir como é importante nos darmos conta dos signos linguísticos em cada situação, através do estudo das figuras de linguagem.
- Figuras de linguagens Para que entendamos o significado de uma palavra ou frase, temos de levar em conta o contexto literário, ou seja, o sentido que as pessoas da época do texto davam àquela expressão. Não é raro que, com o passar do tempo, o mesmo significante assuma significados distintos. Bom exemplo é “coração”, que em nossa cultura está ligado a sentimentos, enquanto na bíblia quer dizer todas as “fontes da vida”, ou seja, além de sentimentos os pensamentos, os desejos, as crenças. Davi era “segundo o coração de Deus” não apenas porque “sentia” o que Deus sentia, mas porque pensava de acordo com a mente de Deus para o seu tempo e inclinava sua vida em adoração a Jeová. Apesar de sentir tristeza pela morte de seu filho, fruto de um adultério com Bate-Seba, seu coração estava inclinado a adorar a Deus, contrariamente a seus sentimentos. Vejamos algumas – não todas – figuras de linguagem e recursos literários encontrados na bíblia. 9.1) Metáfora: uso de uma palavra ou expressão com o sentido de outra com a qual é possível estabelecer uma relação de analogia. Mais uma vez é preciso conhecer a cultura da época para que se entenda o real significado. Chamar alguém de “burro” ou “jumento” em nossa cultura é ofensa à intelectualidade, mas em Gênesis 49, quando Jacó vai abençoar seus filhos, Issacar é chamado de “jumento de fortes ossos” (analogia com a força e determinação - "Issacar é um jumento forte, deitado entre as suas cargas. Gênesis 49:14), Naftali de “gazela solta” (analogia com velocidade e liberdade - "Naftali é uma gazela solta, que por isso faz festa. Gênesis 49:21) e Dã de “serpente junto ao caminho” (analogia com perspicácia e estratégia diante dos inimigos - Dã será uma serpente à beira da estrada, uma víbora à margem do caminho, que morde o calcanhar do cavalo e faz cair de costas o seu cavaleiro. Gênesis 49:17) etc. 9.2) Metonímia: substituição de uma palavra por outra, quando há relação de contiguidade, ou seja, proximidade de sentido entre elas. É a substituição de palavras que guardam uma relação de sentido entre si. A palavra “gordura” estava intimamente ligada às emoções, porque é nas entranhas que há gordura, além de ser a parte mais saborosa do sacrifício, que era comido pelo ofertante e/ou pelo sacerdote, a depender do tipo de oferta. A maioria das ofertas veterotestamentárias tinha sangue – representando expiação, preço pela culpa – e gordura – representando celebração, alegria, abundância. O sacrifício pacífico de Lv 3 - que não era oferecido para pagar pecados, mas como gratidão - no verso 3 demonstra que os sentimentos, a paixão do ofertante era simbolizada pelas entranhas, as vísceras que continham a gordura. Por isso “gordura” é uma metonímia – palavra substituta - para “sentimentos”, “alegria”, “abundância” etc.
Moabe a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato, sobre a Filístia jubilarei Salmos 108:9. “Lançar o sapato” ou a “sandália” quer dizer tomar posse ou dominar algo. “Pé” também pode significar poder ou posse. “Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé será vosso; desde o deserto, e desde o Líbano, desde o rio, o rio Eufrates, até ao mar ocidental, será o vosso termo Deuteronômio 11:24. “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés” 1 Coríntios 15:25. 9.3.2 – Hebraísmo de Felicidade e Suficiência: relacionado ao termo “gordura”, como vimos. “E saciarei a alma dos sacerdotes com gordura, e o meu povo se fartará dos meus bens, diz o Senhor” Jeremias 31:14. 9.3.3 – Hebraísmo de Contraste ou Antítese: o contraste é uma figura muito usada no hebraísmo para passar ideias, conceitos, ensinamentos. É também conhecido como “paralelismo antitético”. “O filho sábio alegra seu pai, mas o homem insensato despreza a sua mãe” Provérbios 15:20. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” Salmos 30:5. “Amei a Jacó e aborreci a Esaú” Rm 9:13. “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” 2 Coríntios 5:1. 9.3.4 – Hebraísmos de Poder e de Força: o mundo semita se utilizava muito de objetos concretos para designar coisas abstratas. Muitos exemplos são encontrados e a dificuldade é saber o que se passava na mente do autor, mas em alguns pontos não é tão complicado. Um dos usos mais comuns é o de poder ou força. “O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte [segurança], e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força [chifre ou qeren] da minha salvação, e o meu alto refúgio” Salmos 18:2 ou “E quebrarei todas as forças [chifre] dos ímpios, mas as forças dos justos serão exaltadas” Salmo 75:10. Isso nos ajuda a entender o significado dos chifres em Daniel e em Apocalipse, que significam reinos, domínios, impérios ou chefes político-espirituais, individualmente falando.
PALAVRAS SIMBÓLICAS
A linguagem simbólica oferece muita dificuldade no estudo das
Escrituras. Porém, ainda quando nos tenhamos de limitar à explicação
defeituosa de algumas palavras, cremos que se ganhará algo
recapitulando e familiarizando-se com as seguintes:
Abelha, símbolo dos reis da Assíria (Isaías 7:18), os quais em seus
escritos profanos (hieróglifos) também são representados por esta figura;
Hermenêutica
às vezes simboliza também, de um modo geral, um poder invasor e cruel.
(Deut. 1:44; Salmo 118:12.)
Adultério, infidelidade, infração do pacto estabelecido e
conseqüente símbolo da idolatria, especialmente entre o povo que tem
conhecido a verdade. (Jer. 3:8,9; Ezeq. 23:37; Apoc. 2:22.)
Águia, poder, vista penetrante, movimento no sentido mais elevado.
(Deut. 32:11,12.)
Alfarroba, palha, nulidade, juízo do mal.
Âncora, esperança (Heb. 6:19.)
Arca, Cristo. (1 Ped. 3:20, 21; Heb. 11:7.)
Arco, símbolo de batalha e de vitória (Apoc. 6:2); às vezes também
de engano, porquanto se pode quebrar ou atirar o falso. (Os. 7:16; Jer.
Árvores, as altas, símbolo de governantes. (Ezeq. 31:5-9); as
baixas, símbolo do povo comum. (Apoc. 7:1; 8:7.)
Azeite, fortaleza pela unção, dai a vida e força que infunde o
Espírito de Deus (Tiago 5:14.) Azul, o celeste, o céu. (Ester 8:15.)
Babilônia, símbolo de um poder idólatra que persegue as igrejas de
Cristo, referindo-se de um modo particular ao poder romano, pagão e
papal. (Isaías 47:12; Apoc. 17:13; 18:24.)
Balança, símbolo de trato integro e justo. (Jó 31:6.) Tratando-se da
compra de viveres, simboliza a escassez. (Lev. 26:26; Ezeq. 4:16; Apoc.
Berilo, prosperidade, magnificência. (Ezeq. 1:16; 28:13.)
Besta, símbolo de um poder tirano e usurpador, porém às vezes só
de um poder temporal qualquer. (Dan. 7:3,17; Ezeq. 34:28.)
Bode, veja Macho caprino.
Boi, submissão.
Bosque, símbolo de cidade ou reino, representando suas árvores
altas os regentes ou governadores. (Isaías10:17-34; 32:19; Jer. 21:14;
Ezeq. 20:46).
Hermenêutica
Braço, símbolo de força e poder; braço nu e estendido significa o
poder em exercício. (Salmo 10:15; Isa. 52:10; Salmo 98:1; Êxodo 6:6.)
Cabras, símbolos dos maus em geral. (Mat. 25:32, 33.)
Cadeia, escravidão. (Mar. 5:4.)
Calcedônia, pureza.
Cálice, símbolo de luxúria provocante. (Apoc. 17:1), também de
ritos idólatras. (1 Cor. 10:21) e também da porção que cabe a alguém.
(Apoc. 14:10; 19:6.)
Cana, fragilidade humana. (Mat. 12:20.)
Cão, símbolo de impureza e apostasia. (Prov, 26:11; Fil. 3:2; Apoc.
22:15); também de vigilância. (Isa. 56:10.)
Carneiro, símbolo dos reis em geral e especialmente do rei persa.
(Dan. 8:3-7, 20.)
Carro, símbolo do governo ou proteção. (2 Reis 2:12.) Crê-se que
Isaías 21:7 se refere a Ciro e Dario, e Zac. 6:1 a quatro grandes
monarquias, enquanto os carros de Deus no Salmo 68:17 e Isaías 66:
designam as hostes do céu.
Casamento, símbolo de união e fidelidade no pacto ou aliança com
Deus e por conseguinte da perfeição. (Isaías 54:1-6; Apoc.19:7; Efés.
Cavalo, símbolo de equipamento de guerra e de conquista (Zac.
10:3); símbolo também da rapidez (Joel 2:4); ir a cavalo ou "subir sobre
as alturas", designa domínio (Deut. 32:13; Isa. 58:14.)
Embriaguez, símbolo da loucura do pecado (Jer. 51:7); e da
estupidez produzida pelos juízos divinos. (Isa. 29:9.)
Enxofre, símbolo de tormentos. (Jó 18:15; Salmo 9:6; Apoc.14.10;
Escarlata, sendo cor de sangue, a vida. (Isa. 1:18.)
Esmeralda, esperança.
Espinhos, abrolhos e roseiras bravas, más influências.
Ferro, severidade. (Apoc. 2:27.)
Filha, povoação, como se esta fora mãe.
Fogo, símbolo da Palavra de Deus (Jer. 23:29; Hab. 3:5); símbolo
também de destruição (Isa. 42:25; Zac. 13:9); de purificação (Mal. 3:2);
de perseguição (1 Pedro 1:7); de castigo e sofrimento (Mar. 9:44.)
Fronte, denota, segundo a inscrição ou sinal que leva, um sacerdote
(Lev. 8:9); um servo ou um soldado (Apoc. 22:4). Os servidores dos
ídolos levavam igualmente, como hoje, um sinal, um nome ou um
numero em sua testa. (Apoc. 13:16).
Fruto, manifestações das atividades da vida. (Mateus 7:16.)
Harpa, símbolo de gozo e de louvor (Salmo 49:4; 33:2; II Crôn.
20:28; Isaías 30:32; Apoc.14:1,2).
Hissopo, purificação. (Salmo 51:7.)
Incenso, símbolo de oração (queimava-se. com fogo tomado do
altar dos perfumes). (Salmo 141:2; Apoc. 8:4; Mal. 1:11.)
Jacinto e Ametista, promessas de glórias futuras.
Jaspe, paixão, sofrimento.
Lâmpada (candelabro, símbolo de luz, gozo, verdade e governo)
(Apoc. 2:5). Em 1 Reis11:36, indica-se com a existência da "lâmpada
sempre", que a Davi nunca faltará sucessor. (Salmo 132:17.)
Leão, símbolo de um poder enérgico e dominador. (2 Reis 23:33;
Am6s 3:8; Dan. 7:.4; Apoc. 5:5.)
Leopardo (tigre), símbolo de um inimigo cruel e enganoso. (Apoc.
13:2; Daniel 7:6; Isa. 11:6; Jer. 5:6; Hab, 1:8.)
Lepra, pecado asqueroso. (Isa, 1:6.) Lírio, formosura, pureza.
Hermenêutica
Livro, o livro do testemunho entregue ao rei simbolizava a
inauguração do reino (2 Reis, 11:2); um livro escrito por dentro e por
fora, símbolo de uma longa série de acontecimentos; um livro selado,
símbolo de segredos; comer um livro, símbolo de um estudo sério e
profundo (Jer. 15:16; Apoc. 10:9); o livro de vida, memória em que
estão os redimidos (Esd. 2:62; Apoc. 3:5); um livro aberto, símbolo do
princípio de um juízo. (Apoc. 20:12.)
Luz, conhecimento, gozo. (João 12:35.)
Macho caprino (bode), símbolo dos reis macedônios,
especialmente de Alexandre (Dan. 8:5-7).
Mãe, símbolo do produtor de alguma coisa (Apoc. 17:5, como por
exemplo, de uma cidade cujos habitantes se chamam seus filhos (2 Sam.
20:19; Isa. 49:23); de uma cidade central, cujos povoados satélites se
consideram suas filhas (Isa. 50:1; Os. 2:2,5); símbolo também da Igreja
do Novo Testamento. (Gil. 4:26.)
Maná, símbolo de alimento espiritual e imortal. (Apoc. 2:17; vejase
Êxodo 16:33,34.)
Mãos, símbolo de atividade. Dai mãos limpas, mãos cheias de
sangue indicam feitos correspondentes, puros ou sangrentos. (1 Tim.
2:8; Isa. 1:15.) Lavar as mãos, significa expiação de culpa ou protesto
de inocência de culpa. (1 Cor. 6:11; 1 Tim. 2:8.) Mão direita, símbolo
de posto de honra. (Mar. 16:19.) Dar as destras, símbolo de participação
de direitos e bênçãos. (Gál. 2:9.) Dar a mão, equivale a render-se.
(Salmo 68:31; 2 Crôn. 30:8.) Levantar a destra, era sinal de juramento.
(Gên. 14:22; Dan. 12:17.) Marcas nas mãos, símbolo de servidão e
idolatria. (Zac. 13:6.) As mãos postas sobre a cabeça de alguém,
símbolo de submissão de bênção, de autoridade ou de culpa. (Gên
48:14-20; Dan. 10:10.) Mãos de Deus, postas sobre um profeta, indica
influência espiritual (1 Reis 18:46; Ezeq. 1:3; 3:22); o dedo indica
influência menor; o braço, influência maior.
Medir (partir, dividir), símbolo de conquista e possessão. (Isa.
53.12; Zac. 2:2; Am6s 7:17.)
Hermenêutica
Montanha, símbolo de grandeza e estabilidade. (Isa. 2:2; Dan.
Morte, separação, separação de Deus, insensibilidade espiritual.
(Gál. 3:3; Rom. 5:6; Mat. 8:22; Apoc. 3:1.)
Olhos, símbolo de conhecimento, também de glória, de fidelidade
(Zac. 4:10), e de governo. (Núm. 10:31.) Olho maligno significa inveja.
Olho bom, liberalidade e misericórdia.
Ouro, realeza e poder. (Gên. 41:42.)
Palmeira, palmas, realeza, vitória, prosperidade.
Pão, pão da vida, Cristo; alimento; meio de subsistência espiritual.
(João 6:35.)
Pedras preciosas, símbolo de magnificência e formosura. (Apoc.
4:3, 21; Êxodo 28:17; Ezeq. 28:13.)
Peixes, símbolo de governadores das gentes. (Ezeq. 29:4, 5; Hab.
Pó, fragilidade do homem. (Ecles. 3:20; Jó 30:19.)
Pomba, influência suave e benigna do Espírito de Deus. (Mat.
Porco, impureza e gula. (Mat. 7:6.)
Porta, sede do poder; poder (João 10:9.)
Primogênitos, estes tinham autoridade sobre seus irmãos menores;
eram os sacerdotes da família, e consagrando-se a Deus, santificavam
Hermenêutica
Apoc. 3:4; Zac. 3:3.) Dar as vestiduras a alguém era sinal de favor e
amizade. (l Sam. 17:38.)
Véu, do templo, corpo de Cristo. (Heb. 10:20.)
Vinha, símbolo de grande fecundidade; vindima, símbolo de
destruição. (Jer. 2:21; Os. 14:7; Apoc. 14:18, 19.)
Virgens, símbolo de servos fiéis que não se mancharam com a
idolatria. (Apoc. 14:4.)
Lembramos que só se deve fazer uso destas interpretações no caso
de usar-se as palavras aclaradas em sentido simbólico, coisa que sempre
se descobre mediante as regras explicadas nas páginas anteriores deste
livro.