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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO. ENSINO FUNDAMENTAL. Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da. Universidade Regional do Noroeste do ...
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Ijuí, 2014
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul- Unijuí, na área de concentração da Alfabetização e Letramento nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental.
Orientadora: Professora Iselda Sausen Feil
Ijuí, 2014
Socializo neste espaço, a Monografia realizada como resultado do TCC - Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia da UNIJUI, na qual enfatizo os diferentes entendimentos de alfabetização e letramento e os possíveis impactos. Além disso, trago como estes dois conhecimentos são abordados nas propostas oficiais, destacando o Ensino Fundamental de Nove Anos e o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, para finalmente apontar uma proposta.
As razões da escolha deste tema foi a minha identificação pelo mesmo e a necessidade de aprofundamento como futura educadora, por entender que alfabetização e letramento serão conhecimentos importantes na minha profissão, seja como docente ou gestora de Escola da Educação Básica. Busquei a partir de então, compreender melhor este processo de ensino com a ajuda de artigos, autores, os quais me possibilitaram uma maior compreensão à respeito do assunto, fortalecida também, pela trajetória de uma pesquisa de campo num espaço alfabetizador.
O leitor encontrará neste documento questões que evidenciam a importância do alfabetizar e letrar em sala de aula, os caminhos que o alfabetizador necessita percorrer para que possa encontrar resultados positivos na busca, diante de formações e estudos mais aprofundados, pois a pesquisa apontou a complexidade deste processo e a necessidade de formação continuada.
Por fim, descrevo no decorrer desta busca, as leituras e observações organizadas em cada capítulo. No primeiro capítulo, trago as diferentes abordagens de alfabetização e letramento, apresentando a ideia e a trajetória de alguns autores sobre o tema.
No segundo capítulo abordo sobre alguns entendimentos quanto aos objetivos das novas políticas públicas de alfabetização, em especial a implantação do Ensino Fundamental
1.1 O que é alfabetização?
Saber ler e escrever possibilita o sujeito do seu próprio conhecimento, pois sabendo ler, ele se torna capaz de atuar sobre o acervo de conhecimento acumulado pela humanidade através da escrita e, desse modo, produzir, ele também, um conhecimento (Barbosa, 2013, p.19)
Como afirma Barbosa (2013), as práticas pedagógicas são culturais, históricas e evoluem em função das necessidades sociais emergentes e do acervo de conhecimento disponível, acervo esse que permite a elaboração de uma nova teoria, capaz de justificar a nova prática necessária. Assim também aconteceu e acontecerá com a alfabetização. Seu entendimento sofreu transformações significativas ao longo do tempo, implicando em novas pesquisas, metodologias e redimensionamentos.
No caso da alfabetização mais especificamente, o ano de 1789 representa o marco fundamental da associação duradoura entre a alfabetização e a escola, embora apenas 1990 esta associação realmente se efetivasse. Foi neste ano, durante a “Conferência Mundial sobre Educação para Todos”, que a alfabetização passa a ser entendida como um instrumento eficaz de aprendizagem da leitura e escrita, ou em outras palavras, passa-se a entender, de que a alfabetização comporta a aprendizagem coletiva e simultânea da leitura e da escrita. É a partir deste período que surgem movimentos de defesa de uma alfabetização mais abrangente e que superasse a mecanização deste ensino. Que a alfabetização, desde o início ensinasse simultaneamente à aquisição dos mecanismos básicos da leitura e da escrita, “o desenvolvimento da comunicação e expressão com ênfase no processo de produção e utilização de textos” (Krammer, 1986, p.19)
A defesa por uma concepção mais abrangente de alfabetização se justificava, pelo fato de ter o domínio da leitura e da escrita e permitir a inserção do aprendiz no mundo da informação, o acesso aos conhecimentos históricos e socialmente produzidos e à possibilidade
de criar outras condições diferenciadas para a produção de novos conhecimentos. Como afirma Krammer (1986, A.):
Saber ler e escrever significa dispor do veículo fundamental de acesso aos conhecimentos da língua nacional, da Matemática, das Ciências, da História, da Geografia e significa ainda, possuir o instrumento de expressão e compreensão da realidade física e social.
Soares (1985, p 21), citada por Krammer (1986, p.17), igualmente apontava um conceito de alfabetização o qual teria que ser:
Suficientemente amplo para incluir a abordagem mecânica do ler/escrever, o enfoque da língua escrita como meio de expressão/compreensão, com especificidade e autonomia em relação à língua oral, e ainda, os determinantes sociais das funções e fins da aprendizagem da língua escrita.
Estaria Magda Soares já se referindo ao letramento? Outros autores poderiam ser aqui citados, mas o que queremos salientar que neste contexto, a alfabetização é entendida como o processo de inserção da criança ao mundo cultural, ao conhecimento social diante de uma perspectiva de ensino que possa possibilitar a esta criança, o entendimento, o domínio e o uso da leitura e escrita no mundo ao qual se insere. E, que nesta nova perspectiva, implica mudança no que se refere ao ensino da leitura e da escrita.
A criança para se alfabetizar terá que interagir com outras pessoas, ter contato com muitos textos de diferentes gêneros disponíveis na sociedade e, principalmente, produzir seus próprios textos. Na medida em que a alfabetização recebe novos entendimentos e novas dimensões, principalmente quando é compreendida como um conhecimento importante para a sociedade e, também para a inserção da criança nesta sociedade, vai exigindo uma escola mais comprometida com este entendimento, o que implica em práticas adequadas e de profissionais preparados/engajados para dar conta desta aprendizagem.
Os educadores cientes de que o acesso ao mundo da escrita é em grande parte responsabilidade da escola, têm clareza sobre a necessidade de entender a alfabetização como um conhecimento complexo, pois, à eles cabe trabalhar as múltiplas possibilidades de uso da leitura e escrita na sociedade. Neste sentido, há um movimento (embora outros o questionem) de que as práticas de alfabetização devam ser orientadas de um modo que se
alfabetização. Este questionamento se dá, geralmente pelos pesquisadores da infância que se preocupam com o aceleramento da própria infância. No entanto, observando várias escolas, e lendo outros autores, é possível perceber que o processo de alfabetização/letramento já ocorre desta idade na Educação Infantil. Iniciar aos seis ou sete anos, não é problema, o problema está nas metodologias que estão adequadas ao modo da criança aprender. Os professores precisam com a experiência profissional e as formações continuadas, proporcionar um ensino de qualidade na busca de uma alfabetização esperada, desenvolvendo diferentes metodologias que instiguem a criança a desvelar/ se apropriar das diferentes linguagens.
Nos dias de hoje, nos perguntamos muito, qual a educação, aprendizagem que devemos trabalhar para o desenvolvimento da criança? Como devemos alfabetizar? São perguntas que o profissional junto com a escola, precisa responder e materializar estas respostas na construção de um currículo pautado nestes sujeitos, na elaboração de propostas metodológicas, buscando, questionando, para fluir no processo de ensino-aprendizagem.
A alfabetização precisa estar centrada na compreensão e comunicação, levando em conta o processo, modo de aprendizagem das crianças e de cada criança, pois como afirma Demo (2007, p.70): “A questão fundamental é de aprendizagem a partir das crianças. Assim a leitura não pode ser ensinada para as crianças. A responsabilidade do professor não é a de ensinar as crianças a ler, mas a de tornar a aprendizagem possível.”
Independentemente do projeto que esteja sendo desenvolvido na escola, é importante que haja uma abertura para o professor e a criança desencadearem a alfabetização propriamente dita, desde que tenha sentido para a criança, pois isso é um cuidado profissional, ocorrendo segundo Pérez e Garcia:
De forma democrática, reflexiva e participativa que atribua ou transfira gradativamente para o aluno, a responsabilidade da construção do conhecimento, que ofereça aos alunos a possibilidade real de participar ativamente de sua própria aprendizagem, negociando, chegando a consensos e escutando suas propostas de atividades e projetos a serem realizados. (...) a criação subjetiva e a independência intelectual que abrem as portas para a transformação individual e coletiva. (1997,p.25)
1.2 Como “entra” a questão do Letramento neste contexto?
Ensinar a ler e escrever não significa fornecer uma técnica, mas um modo cultural de se comportar. Sabe ler a pessoa que gosta de ler, não a pessoa que ler corretamente em um exame. Sabe ler a pessoa que linguagem escrita de modo correto, não o que, quando vai prestar o serviço militar, sabe escrever diante do oficial: “Sou um cidadão italiano”, como se fazia na Itália para demonstrar que se estava alfabetizado (Francesco Tonucci, 1985)
Letramento, segundo defensores do mesmo, como Soares (1999) e Kleimam (2007), principalmente, refere-se à apropriação da leitura e da escrita para uso social, trazendo consequências (políticas, sociais, econômicas, culturais...) para indivíduos e grupos que se apropriam da escrita, fazendo com que esta se torne parte de suas vidas como meio de expressão e comunicação. O sujeito torna-se usuário da leitura e da escrita na vida social. Neste sentido, letrado é alguém que se apropriou suficientemente da escrita e da leitura a ponto de usá-las com desenvoltura, com propriedade, para dar conta das situações sociais e profissionais.
Se considerarmos a realidade da sociedade contemporânea fica claro que apenas dominar mecanicamente a leitura e a escrita não é suficiente, em razão disso surgem estes movimentos defendendo a necessidade de associar ao processo da alfabetização, o letramento na perspectiva de fazer deste processo a aprendizagem de conhecimentos socialmente necessários. No que se refere ao tempo escolar dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, período decisivo para o processo da alfabetização, o letramento teria que ser entendido muito mais como uma forma de ampliação do próprio entendimento da alfabetização ou como modo de complementar este processo.
É sabido de que a formação do leitor ou do escritor se inicia desde o seu processo de sua inserção no mundo comandado pela linguagem e, mais especificamente no período que estes conhecimentos, leitura e escrita, são objetos centrais da prática educativa, ou seja, nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, quando o ensino é direcionado intencionalmente para estas aprendizagens. Os defensores da inclusão do conceito de letramento advertem que não é a aquisição do sistema da escrita em si que desenvolve o intelecto, mas o seu uso na multiplicidade de funções. A escrita afeta a maneira de pensar nos processos de leitura, na interpretação, na discussão e na produção de textos.
O letramento é debate internacional e surgiu a partir das reflexões em torno do analfabetismo, quando se observou que embora as crianças saíssem da escola alfabetizadas,
letramento é o estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita.
Embora o debate sobre o letramento esteja avançando, ainda há autores que defendem que esta preocupação com o letramento é de certo modo exagerada. Assim Demo (2007, p. 29), rebate este posicionamento reforçando o conceito de alfabetização de Paulo Freire e afirma que este movimento de continuidade e processo que os defensores do letramento fazem, também ocorre na alfabetização:
Desde que se entenda a alfabetização como processo de ler o mundo, o que exige domínio do código, mas na condição de simples instrumento formal. O que importa é a habilidade de dar conta da realidade circundante pela via da interpretação e intervenção questionadoras, reconstrutivas.
Tomamos apenas dois autores para analisar a complexidade deste processo e defender que, nós professores e professoras, precisamos compreender estes debates e tomar decisões....
Hoje no Brasil se busca muito nas escolas reduzir os índices de reprovações do que os do analfabetismo e isso mascara a realidade. A sociedade precisa dar mais atenção à formação de cidadãos que saibam ler e escrever de tal maneira que possam apropriar-se destas práticas sociais no seu cotidiano. É neste sentido que letramento se torna importante no processo de aprendizagem, não apenas na leitura e da escrita, mas também nas áreas do conhecimento que compõem o currículo escolar.
E o que dizem as políticas públicas de Educação para a Alfabetização?
2.1 Ensino Fundamental de Nove Anos
[...] assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar com maiores oportunidades de aprendizagem (BRASIL, 2006a)
A promulgação da Lei Federal 11.274 de 06 de fevereiro do ano de 2006, tornou obrigatória a oferta de “Nove Anos de Ensino Fundamental” para todas as escolas do País, tendo entre seus objetivos a melhoria deste nível de escolaridade, considerando a posição indesejável que o Brasil ocupava na classificação organizada pelo Programa Internacional de Avaliação Escolar (PISA).
A implantação do Ensino Fundamental de nove Anos (EF9), não apenas tornou obrigatória a oferta, como tornou obrigatório o ingresso de todas as crianças desta idade. Com esta duração ampliada, o EF9 passou a colher uma parcela da população brasileira que não conseguiam vagas nas redes públicas de ensino na educação infantil e não teriam condições de arcar com os custos de uma educação privada. Segundo os órgãos oficiais (textos disponibilizados no site do MEC), principalmente o livro Orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade + 1 ano é fundamental (Brasil, 2006ª), ora denominado Documento 1, com esta nova política se estaria corrigindo uma distorção/injustiça, incluindo todas as crianças de seis anos na escola.
Esta implantação, a qual além de expandir o tempo de duração de escolarização, antecipa a entrada da criança na escola regular, o que gerou muitos questionamentos por parte de pesquisadores da infância e produziu impactos no cotidiano das escolas e na vida das famílias dos filhos em idade escolar. Em relação aos responsáveis pela sua efetivação como: professores e, gestores, principalmente, mobilizações foram e continuam ocorrendo, pois reconfigurações, mudanças se fizeram e fazem necessárias, desde a adequação de espaços físicos, garantia de materialidade adequada, adaptação dos instrumentos de registro, das normatizações, mas, sobretudo nas propostas pedagógicas. Para melhor orientar a compreensão da proposta e responder às inúmeras indagações dos professores, o MEC, através da Secretaria de Educação Básica, elaborou o documento 2, no qual apresenta em
criança; a acolhida da criança na escola, as áreas do conhecimento articuladas entre si, a importância da relação das crianças com o mundo da leitura e da escrita e, uma avaliação emancipatória tendo a aprendizagem como referência. Além disso, destaca a importância do planejamento e oferece alguns subsídios para a organização do ensino.
Igualmente, nestes documentos estão explicitadas as condições para esta implantação, que os espaços educativos teriam que ser reorganizados e que a organização curricular teria que ser reconfigurada e que uma ampla formação continuada dos docentes teria que ser instaurada. Em decorrência disso, por parte do governo também haveria um maior compromisso para a implantação no que se refere a recursos didáticos, financeiros, entre outros.
É importante ressaltar que a entrada da criança com seis anos no ensino fundamental implica numa busca mais avançada na aprendizagem, onde professores junto da escola necessitam percorrer barreiras, caminhos positivos a serem alcançados na área da alfabetização, principalmente o fato de que a alfabetização do aluno deverá acontecer nos três primeiros anos do ensino fundamental. “A avaliação, constituída como um momento necessário de construção de conhecimentos, assumirá forma processual, gradual, cumulativa e diagnóstica, sendo redimensionadora da ação pedagógica” (BRASIL, 2008). No entanto, conversando com professores e observando o processo de alfabetização em algumas escolas, observa-se um trabalho ainda bastante fragmentado e descontinuado, um descontentamento quanto ao processo de implantação, principalmente pelo fato de vir “de cima para baixo, sem a participação dos professores nos debates”. Gestores denunciam a falta de infraestrutura. O fato é que neste ano de 2014, a maioria das escolas já concluíram um ciclo de formação e poucos falam dos impactos sobre a aprendizagem das crianças, pois, como escreve Schneider e Durli, 2009, p. 200):
[...] obviamente, a obrigatoriedade legal não assegura que todas as crianças em idade escolar tenham acesso à educação e possam concluir o ciclo obrigatório. De igual forma, o aumento da escolarização obrigatória não se traduz, necessariamente, em melhoria de qualidade do ensino.
Por outro lado, A UNESCO: OREALC (2001) defende a ampliação da escolaridade obrigatória, pode sim melhorar o nível de aprendizagem. O EF9 teve além de outros
interesses, a melhoria da aprendizagem das crianças por várias razões, a realidade escolar ainda está muito distante daquilo que está proposto, entre as causas que poderíamos apontar foi a forma de sua implantação, principalmente pela falta de sensibilização e mobilização dos professores. Atualmente o Governo vem fazendo grandes investimentos na formação continuada dos professores, entre estes destacamos o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa – PNAIC, o qual poderá contribuir para que todas as crianças brasileiras não só antecipem seu ingresso ao ensino fundamental, mas que este tempo realmente traga resultados mais positivos.
2.2 PNAIC- Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) é um compromisso formal assumido pelos Governos Federal, do Distrito Federal, dos Estados e Municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental. Observa-se diante deste processo de formação que:
Aos oito anos de idade, as crianças necessitam ter a compreensão do funcionamento do sistema de escrita; o domínio das correspondências grafofônicas, mesmo que dominem poucas convenções ortográficas irregulares e poucas regularidades que exijam conhecimentos morfológicos mais complexos; a fluência de leitura e o domínio de estratégias de compreensão e de produção de textos escritos. (PNAIC, mec.pacto.mec.gov.br)
Segundo as ações do Pacto, este oferece além da formação continuada aos profissionais da área da alfabetização, recursos didáticos através de materiais que possam dar auxílio no processo de ensino e aprendizagem, buscando a avaliação sistemática dos mesmos através das atividades e construção dos alunos.
Entretanto, esta proposta de ensino-aprendizagem vinda do Pacto, busca caminhos onde os profissionais na área da educação possam se inserir mais em um ensino de qualidade, proporcionando aos educandos um aprendizado de grandes conquistas e caminhos a serem seguidas. Com ênfase ao tema Alfabetização e Letramento nos Anos Iniciais, destaco alguns volumes onde se apresenta esta proposta de ensino no Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, seguindo: Alfabetização para todos: Diferentes percursos, direitos iguais; Organização do planejamento e da rotina na área da Alfabetização e Letramento; Currículo na
É de fundamental importância, que no início da vida escolar do aluno ao ingressar nas séries Iniciais do Ensino Fundamental, o professor alfabetizador registre como o mesmo agia e o que era capaz de fazer no início do ano, e também o “agora” no final desta etapa. Como citam Albuquerque e Cruz (2009, p.11) em uma pesquisa sobre prática docente na área da alfabetização:
As crianças iniciam o ano letivo com diferentes conhecimentos e aprendizagens, é papel do professor diagnosticar o que as crianças sabem ou não sabem sobre o que ele pretende ensinar. Mesmo quando chegam ao final do ano sem dominar os conhecimentos que o professor buscou ensinar, as crianças tem agregado saberes, é preciso identificar não apenas o que elas não aprenderam, mas também o que elas aprenderam, e valorizar suas conquistas; o diagnóstico sobre o que as crianças sabem ou não sabem deve servir para o planejamento das estratégias didáticas e não para a exclusão das mesmas.
Cabe ressaltar que muitas crianças chegam á escola tendo pouca informação da escrita, mas isso não significa que as mesmas não estão familiarizadas aos métodos de ensino- aprendizagem. O professor em casos assim, necessita investigar e partir para uma busca de caminhos que possibilitem o ensino desejado da criança identificando o seu aprendizado, a sua cultura de vida, para que possa a partir de então desconstruir barreiras e construir caminhos nesta busca de um ensino de qualidade, apresentando avanços por parte das crianças, e também a garantia da escola que seus direitos de aprendizagens sejam atendidos.
Sabemos que a função da escola se amplia à medida que o direito a educação se alarga. Ao considerarmos a educação como um direito, é preciso pensar na inclusão como princípio de organização do currículo, considerando a necessidade vinda dos estudantes onde tenham acesso aos conhecimentos e avanços nas suas aprendizagens.
Entretanto, o currículo no ciclo da alfabetização se fundamenta como uma proposta de reorganização temporal e espacial demasiada ao ensino, buscando novas formas de conceber o percurso de aprendizagens das crianças.
O processo de alfabetização é permeado mediante a sua natureza complexa e também pelos fatores políticos, sociais, econômicos e culturais. As crianças precisam ser protagonistas e, ainda a partir do seu aprendizado na área da alfabetização para que elas possam agir para a transformação de suas próprias vidas. Segundo Ferreiro e Teberosky (1979, p.14):
Para se alfabetizar, a criança precisa perceber que o que a escrita alfabética nota no papel são os sons das partes orais das palavras e que o faz considerando segmentos sonoros menores que a sílaba. No processo de construção desse conhecimento, as autoras apontaram que os sujeitos passam por diferentes fases que vão desde uma hipótese pré-silábica de escrita na qual o aprendiz não faz correspondência entre os segmentos orais e escritos das palavras, até a fase alfabética, quando percebe que as palavras são compostas de unidades sonoras como as silabas e fonemas.
Porém, todos estes processos referentes à construção da escrita alfabética envolvem aprendizagens onde todos os percursos de ensino devem ser apropriados pelas crianças, havendo atividades diversificadas, atendendo os diferentes níveis de conhecimentos e havendo bons resultados nos conhecimentos construídos.
No entanto, para que as crianças produzam textos com autonomia, é preciso que as mesmas compreendam o funcionamento do sistema de escrita e atingir o processo alfabético da escrita não significa que esteja alfabetizado. Diante desta escrita com autonomia, necessita que as correspondências som-grafia sejam consolidadas, e este processo envolve questões demasiadas da natureza ortográfica. A criança para atingir a hipótese alfabética, necessita de domínio diante das correspondências grafofônicas, identificando quais letras representam determinado fonema.
Para finalizar este percurso do Pacto referente ao processo de alfabetização e letramento, acrescento que para haver uma organização no trabalho pedagógico, é necessário acima de tudo um processo de reorganização na sala de aula, e também no processo de ensino-aprendizagem. Para que ocorra organização nas rotinas diárias, necessita-se pensar nos objetivos que estão sendo propostos diante da alfabetização e das definições das ações, procedimentos e técnicas, que atinjam certos objetivos e não estabelecer conjuntos de uma prática rotineira.
Soares (2003) coloca que a sala de aula de alfabetização deve ter o duplo objetivo: um primeiro consiste em ajudar a criança por meio da reflexão “sobre as características dos diferentes textos que circulam ao seu redor, sobre seus estilos, usos e finalidades” e um segundo, implica em ajudá-las a se apropriar do sistema de escrita, para que tenha autonomia para interagir por meio da escrita.