Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Aleitamento materno e alimentação complementar na primeira infância, Notas de estudo de Pediatria

Este documento aborda os diferentes tipos de aleitamento materno (exclusivo, predominante, complementado e misto) e a importância do aleitamento materno até os 2 anos de idade, destacando seus benefícios para a saúde da criança e da mãe. Também discute a alimentação complementar, que deve ser introduzida aos 6 meses de idade, seguindo os princípios do guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. São apresentadas as recomendações sobre a consistência, diversidade e quantidade de alimentos a serem oferecidos, bem como os sinais de prontidão da criança para receber a alimentação complementar. O documento também aborda a alimentação complementar para lactentes não amamentados, ressaltando a importância do uso de fórmulas infantis até os 9-12 meses de idade.

Tipologia: Notas de estudo

2024

À venda por 15/08/2024

maria-luiza-grazi
maria-luiza-grazi 🇧🇷

4 documentos

1 / 7

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
Alimentação do lactente
Aleitamento materno
Aleitamento materno exclusivo: A criança recebe apenas
leite humano, sem qualquer outros líquidos ou sólidos, salvo
xaropes e remédios.
Aleitamento materno predominante: A criança recebe
apenas leite humano e outros líquidos à base de água
(incluindo a fórmula).
Aleitamento materno complementado:A criança recebe
leite humano e outros alimentos sólidos.
Aleitamento misto: A criança recebe leite humano e não
humano.
O leite materno é composto por cerca de 3% de gorduras,
sendo 98% dessas gorduras triglicerídeos; a proteína
majoritária no leite humano é a lactoalbumina. O leite
humano contém cerca de 40g de gordura a cada litro e 700
kcal por litro. Além disso, contém altos níveis de
aminoácidos essenciais que são essenciais para o
desenvolvimento do SNC.
A recomendação é que as crianças sejam alimentadas com
leite materno até os 2 anos de idade, sendo o alimento
exclusivo durante os seis primeiros meses. Nenhum outro
alimento deve ser ofertado, inclusive água, uma vez que o
leite materno oferece todos os nutrientes necessários para a
nutrição adequada para a criança, assim como seu nível de
hidratação.
A oferta de outros alimentos para crianças menores de 6
meses pode interferir na absorção de nutrientes do leite
materno, podendo ser prejudicial.
O aleitamento materno é de extrema importância, pois
fortalece o vínculo entre mãe e bebê, faz bem à saúde da
mulher, é econômico e ecológico, beneficia a saúde e o
desenvolvimento da criança.
A amamentação deve ser iniciada o mais cedo possível, para
otimizar o pico de PRL, idealmente na primeira hora de
vida.
Benefícios da amamentação até os dois
anos
Estudos demonstram que a amamentação até os 24 meses
traz inúmeros benefícios para o binômio mãe-bebê.
A longo prazo, para o bebê, é possível citar a redução da
asma e sibilância, a redução dos riscos de obesidade,
sobrepeso e diabetes tipo 2. E, a curto prazo, a redução da
mortalidade, redução da incidência de doenças
respiratórias, diarreicas e de otite média.
Para a lactante os benefícios são a diminuição da incidência
de câncer de útero e de mama, e da diabetes tipo 2.
A amamentação é a intervenção isolada de saúde pública
que apresenta maior potencial para diminuir a mortalidade
dos menores de 5 anos.
Como amamentar
Apesar de natural, o ato de amamentar é complexo, e leva
tempo até que a família se adapte com o processo. Cada
experiência de amamentação é única e, muitas vezes, pode
ser complicada.
A posição e a pega são de extrema importância para que a
amamentação seja facilitada. As posições são:
- Mulher sentada, com o bebê bem junto à mãe, com
o corpo do bebê virado para o corpo da mãe e bem
apoiado pelo braço do mesmo lado da mama que
está sendo oferecida (posição tradicional).
- Mulher sentada, com o bebê apoiado ao seu corpo
verticalmente (posição de cavalinho).
- Mulher sentada, com o bebê posicionado na sua
lateral (posição de jogador de futebol americano).
- Mulher sentada, apoiando a criança com o braço
oposto ao da mama que está sendo oferecida
(posição tradicional invertida).
- Mulher deitada, junto ao bebê.
A pega é o movimento que o bebê faz com a boca ao redor
do mamilo. A posição em “c” ao segurar a mama ajuda na
pegada; remover quaisquer barreiras entre a boca do bebê e
pf3
pf4
pf5

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Aleitamento materno e alimentação complementar na primeira infância e outras Notas de estudo em PDF para Pediatria, somente na Docsity!

Alimentação do lactente

Aleitamento materno

→ Aleitamento materno exclusivo: A criança recebe apenas leite humano, sem qualquer outros líquidos ou sólidos, salvo xaropes e remédios. → Aleitamento materno predominante: A criança recebe apenas leite humano e outros líquidos à base de água (incluindo a fórmula). → Aleitamento materno complementado: A criança recebe leite humano e outros alimentos sólidos. → Aleitamento misto: A criança recebe leite humano e não humano. O leite materno é composto por cerca de 3% de gorduras, sendo 98% dessas gorduras triglicerídeos; a proteína majoritária no leite humano é a lactoalbumina. O leite humano contém cerca de 40g de gordura a cada litro e 700 kcal por litro. Além disso, contém altos níveis de aminoácidos essenciais que são essenciais para o desenvolvimento do SNC. A recomendação é que as crianças sejam alimentadas com leite materno até os 2 anos de idade, sendo o alimento exclusivo durante os seis primeiros meses. Nenhum outro alimento deve ser ofertado, inclusive água, uma vez que o leite materno oferece todos os nutrientes necessários para a nutrição adequada para a criança, assim como seu nível de hidratação. A oferta de outros alimentos para crianças menores de 6 meses pode interferir na absorção de nutrientes do leite materno, podendo ser prejudicial. O aleitamento materno é de extrema importância, pois fortalece o vínculo entre mãe e bebê, faz bem à saúde da mulher, é econômico e ecológico, beneficia a saúde e o desenvolvimento da criança. A amamentação deve ser iniciada o mais cedo possível, para otimizar o pico de PRL, idealmente na primeira hora de vida.

Benefícios da amamentação até os dois

anos

Estudos demonstram que a amamentação até os 24 meses traz inúmeros benefícios para o binômio mãe-bebê. A longo prazo, para o bebê, é possível citar a redução da asma e sibilância, a redução dos riscos de obesidade, sobrepeso e diabetes tipo 2. E, a curto prazo, a redução da mortalidade, redução da incidência de doenças respiratórias, diarreicas e de otite média. Para a lactante os benefícios são a diminuição da incidência de câncer de útero e de mama, e da diabetes tipo 2. A amamentação é a intervenção isolada de saúde pública que apresenta maior potencial para diminuir a mortalidade dos menores de 5 anos.

Como amamentar

Apesar de natural, o ato de amamentar é complexo, e leva tempo até que a família se adapte com o processo. Cada experiência de amamentação é única e, muitas vezes, pode ser complicada. A posição e a pega são de extrema importância para que a amamentação seja facilitada. As posições são:

  • Mulher sentada, com o bebê bem junto à mãe, com o corpo do bebê virado para o corpo da mãe e bem apoiado pelo braço do mesmo lado da mama que está sendo oferecida (posição tradicional).
  • Mulher sentada, com o bebê apoiado ao seu corpo verticalmente (posição de cavalinho).
  • Mulher sentada, com o bebê posicionado na sua lateral (posição de jogador de futebol americano).
  • Mulher sentada, apoiando a criança com o braço oposto ao da mama que está sendo oferecida (posição tradicional invertida).
  • Mulher deitada, junto ao bebê. A pega é o movimento que o bebê faz com a boca ao redor do mamilo. A posição em “c” ao segurar a mama ajuda na pegada; remover quaisquer barreiras entre a boca do bebê e

o seio. A amamentação não precisa doer se estiver na posição e com a pegada correta e a amamentação deve ser iniciada o mais cedo possível, preferencialmente na primeira hora de vida, sendo ofertado por livre demanda do bebê e dando tempo o suficiente para esvaziar ambas as mamas. As mamadeiras e chupetas podem atrapalhar o processo da amamentação, por influenciarem na maneira com que o bebê suga o peito, além de poder diminuir o tempo que ele passa no peito. → Sinais de boa posição e pega

  • Rosto da criança virado para mama, com nariz em oposição ao mamilo;
  • criança bem apoiada;
  • corpo próximo ao da mãe;
  • cabeça e tronco alinhados;
  • areola pouco mais visível acima da boca da criança;
  • lábio inferior virado para baixo;
  • Queixo tocando a mama.

Fisiologia da amamentação

A mama é composta por diversos alvéolos que secretam leite que desembocam em dúctulos, seguindo pelo ducto lactífero e atingindo a papila. A sucção do mamilo provoca o reflexo liberador de prolactina (somático), que libera a PRL na hipófise anterior (adenohipófise). A ejeção do leite ocorre pelo estímulo da ocitocina nas células mioepiteliais que se contraem liberando o leite. A liberação da ocitocina depende do sistema límbico, por isso, o estado psicológico da nutriz é de extrema importância para o sucesso da amamentação.

Alimentação Complementar

A alimentação complementar diz respeito ao processo de introdução alimentar da criança, a introdução deve ocorrer aos 6 meses de idade e seguir com o aleitamento até os 23 meses. A introdução alimentar permite o desenvolvimento dos futuros padrões alimentares e também auxiliam no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. O guia alimentar da criança (Brasil, 2019) apresenta 12 princípios para uma alimentação saudável.

  1. Amamentar até dois anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses.
  2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos seis meses.
  3. Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.
  4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno.
  5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até dois anos de idade.
  6. Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança.
  7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família.
  8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família.
  9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição.
  10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família.
  11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa.
  12. Proteger a criança da publicidade de alimentos.

outros nutrientes. Após a introdução alimentar, a oferta de fórmula deve continuar. Segundo os órgãos de referência nacionais e internacionais a oferta de fórmula de continuar até os 9/ 12 meses, não há necessidade de crianças maiores de dois anos consumirem fórmulas, salvo em casos especiais.

Referências

  1. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Guia Prático de Atualização. Alimentação complementar para o lactente saudável. nª 162 de 22 de julho de 2024.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de dois anos. Versão resumida. Brasília: Ministério da Saúde; 2021

3.https://www.scielo.br/j/qn/a/yrk5WCHmR38mXy

c6VQ9KqTm/