Albinismo nos HOPIS
Elevando-se a 300 metros acima do deserto, o planalto de Black Mesa domina o horizonte do
Deserto Encantado e fornece um ponto de referência familiar para os viajantes que passam
através do nordeste do Arizona. Black Mesa ou "chapa preta" não é apenas o nome de uma
formação geológica proeminente, mas também é o lar ancestral dos Hopis, nativo dos Estados
Unidos. A maioria de suas aldeias são pequensa e têm apenas uma dúzia de habitantes e são
incrivelmente velhas. Uma deles, Oraibi, existiu no Black Mesa desde 1150 d C. e representa o
lugar habitado da América do Norte mais antigo. Em 1900, Ales Herdlieka, um antropólogo e
médico que trabalhava para o Museu Americano de História Natural, visitou as aldeias de Black
Mesa Hopis e fizeram uma descoberta surpreendente. Entre os Hopis encontrados onze pessoas
eram brancas, não caucasianas, más na verdade nativos americanos brancos. Essas pessoas
tinham um transtorno genético conhecido como albinismo. O albinismo é causado por um
defeito em uma das enzimas necessárias para a produção de melanina, o pigmento que escurece
a nossa pele, cabelo e olhos. Pessoas com albinismo não produzem ou produzem uma pequena
quantidade de melanina e, consequentemente, tem cabelos brancos, pele branca e falta de
pigmentação na íris dos olhos. Em condições normais, a melanina protege o DNA dos efeitos
deletérios da radiação ultravioleta da luz solar sobre as células da pele. Ao mesmo tempo, a
presença de melanina é essencial durante o desenvolvimento do olho para alcançar a visão
normal.
A base genética do albinismo foi descrita pela primeira vez por Archibald Garrod, que, em
1908, reconheceu que a desordem é herdada como traço autossômico recessivo. Isso significa
que o indivíduo deve receber duas cópias da mutação albina, uma de cada pai, para sofrer de
albinismo. Há alguns anos foi elucidada a natureza molecular das mutações que causam
albinismo. Em humanos, o albinismo é causado por defeitos em qualquer um dos quatro genes
que controlam a síntese e armazenamento de melanina; cada gene pode ser afetado em
diferentes tipos de mutações e cada um deles pode levar ao albinismo. O albinismo encontrado
nos Hopis e o óculo-cutâneo tipo 2, devido a um defeito no gene OCA, no cromossomo 15.
Os Hopis não são a única tribo que têm os albinos entre seus membros. O albinismo afecta
quase todos os grupos étnicos e tem sido descrito em escritos antigos; É provável que o
albinismo tenha estado presente desde o início da humanidade. O que é relevante nos Hopis é a
alta frequência de albinismo. Na maioria dos grupos humanos, o albinismo é raro, com uma
incidência de aproximadamente 1 cada 20.000 indivíduos. Nas aldeias de Black Mesa atinge
uma frequência de 1 de cada 200, 100 vezes mais frequentes do que na maioria das outras
populações. A resposta a esta pergunta, não é conhecida, embora geneticistas que estudaram o
albinismo nos Hopis afirmam que a alta frequência do gene albino está relacionada ao lugar
especial que o albinismo tem tido sobre sua cultura. Ao longo da sua história, os Hopi deram um
lugar especial aos Membros albinos de sua tribo. Pessoas albinas eram consideradas bonitas,
limpas e inteligentes. O fato de ter várias pessoas albinas na tribo foi considerado um bom sinal,
um símbolo que as pessoas da tribo tinham sangue puro hopi. Os albinos participavam das
cerimônias dos hopis e assumiam cargos de liderança na tribo: muitas vezes se tornaram chefes,
curandeiros ou líderes religiosos. Albinos hopis também receberam um tratamento especial no
dia a dia. Por exemplo, os Hopis cultivaram pequenas extensões de terra no planalto de Black
Mesa durante séculos. Todos os dias, durante a época de crescimento, os homens da tribo
caminhavam para a base da Black Mesa e passavam grande parte do dia sob o sol trabalhando
com milho e legumes.
Os Albinos são muito sensíveis a queimaduras devido a luz do sol e têm uma alta incidência de
câncer de pele quando exposta ao sol. Além disso, muitos deles não têm boa visão na luz solar
brilhante. Homens de Hopi Albino ficaram isentas as tarefas masculinas e foram autorizados a
permanecer na aldeia com as mulheres para executar outras tarefas. Os geneticistas têm
sugerido que estas considerações especiais para os homens albinos da tribo são parcialmente
responsáveis da alta frequência de albinismo entre os Hopis. Em toda a estação de crescimento,
os homens albinos foram os membros somente masculinos da tribo que passaram o dia todo na
vila com as mulheres. Portanto, eles apreciaram uma vantagem em relação as chances de
acasalamento, que ajudou a espalhar o gene albino
