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Manual de Quadros de ProcediMentos
2 meses a 5 anos
AIDPI crianÇa
MINISTÉRIO DA SAÚDE ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA Brasília – DF 2017
Ficha Catalográfica Brasil. Ministério da Saúde. Manual de quadros de procedimentos : Aidpi Criança : 2 meses a 5 anos / Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Fundo das Nações Unidas para a Infância. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 74 p. : il. Modo de acesso: World Wide Web: http://bvsms.saude.gov.br/publicacoes/manual_quadros_procedimentos_aidpi_crianca_2meses_5anos.pdf ISBN 978-85-334-2502-
- Atenção Integrada ás Doenças Prevalentes na Infância (Aidpi). 2. Saúde da Criança. 3. Doenças. I. Título. II. Organização Pan-Americana da Saúde. III. Fundo das Nações Unidas para a Infância CDU 616-053. Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2017/ Título para indexação: Manual of procedures: IMCI Child: 2 months to 5 years 2017 Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Fundo das Nações Unidas para a Infância. Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4. Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: <www.saude. gov.br/bvs>. Tiragem: 1ª edição – 2017 – versão eletrônica Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção a Saúde Departamento de Ações Programáticas Coordenação-Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno SAF Sul, trecho 2, lotes 5/6, Edifício Premium, bloco II CEP: 70070-600 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315- ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE SEM, lote 19 CEP: 70800-400 – Brasília/DF Tel.: (61) 3251- FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA SEPN 510 Bl A - s/n An 1 CEP: 70750-521 - Brasília/DF Tel.: (61) 3340- Supervisão-Geral: Cristiano Francisco da Silva – MS – DF Gizeli de Lima João Amaral – UFC – CE Thereza de Lamare Franco Neto Vera Lopes dos Santos Revisão Técnica : Amanda Souza Moura - MS - DF Bárbara C. M. Souza - MS - DF Cristiano Francisco da Silva – MS – DF Estanislene Oliveira Brilhante Silva - MS - DF Fernanda Ramos Monteiro - MS - DF Fernando Pessoa de Albuquerque - MS - DF Gabriel Côrtes - MS - DF Gisele Menê de Castro - MS - DF Gizeli de Lima - MS - DF Gizeli de Lima – MS – DF Hernane Guimarães dos Santos Junior - MS - DF Isabela Resende Pereira- MS - DF Jaime Henrique Castro Valencia – MS – DF João Amaral – UFC – CE Juliana Silva Gama - MS - DF Livia Custodio Puntel Campos - MS - DF Lúcia Helena Rodrigues – Imip – PE Marcia Dorcelina Trindade Cardoso - RJ Maria da Graça Mouchrek Jaldin – Ufma – MA Maria de Lourdes Ribeiro - MS - DF Raysa Micaelle dos Santos Martins - MS - DF Thayna Maria Holanda de Souza - MS - DF Projeto gráfico e diagramação : Compasso Comunicação Capa e revisão da diagramação : Maherle Leite Apoio : Instituto da Primeira Infância – Iprede Normalização : Delano de Aquino Silva – Editora MS/CGDI Revisão : Tamires Alcântara – Editora MS/CGDI Tatiane Souza – Editora MS/CGDI
Capítulo 1 Avaliar e Classificar
A estratégia Aidpi é apresentada em uma série de quadros que mostra a sequência e a forma dos procedimentos a
serem adotados pelos profissionais de saúde. Esses quadros descrevem em cores, segundo os riscos (vermelho, amarelo
e verde), os seguintes passos: Avaliar e Classificar, Tratar a Criança, Aconselhar a Mãe, Pai ou Responsável pelo Cuidado e
Consulta de Retorno. Eles foram desenhados para ajudar o profissional de saúde a atender as crianças de forma correta e
eficiente. O profissional de saúde receberá orientação quanto à forma de tratar as crianças doentes seguindo os quadros
de conduta, que incluem informações como:
Avaliar sinais e sintomas de doenças, o estado nutricional e de vacinação da criança.
Classificar a doença, identificar o tratamento adequado para cada classificação e decidir se cabe referi-la ou não ao
hospital.
Administrar tratamentos prévios antes de referir a criança ao hospital (como por exemplo, a primeira dose de um
antibiótico, vitamina A, uma injeção de antimalárico ou começar o tratamento para evitar uma hipoglicemia), e como
referir a criança.
Administrar tratamentos no serviço de saúde como, por exemplo, terapia de hidratação oral (TRO), nebulização e
aplicação de vacinas.
Ensinar a mãe a administrar medicamentos específicos em casa, como um antibiótico oral, um antimalárico oral ou
um suplemento alimentar específico.
Recomendar a mãe, pai ou responsável pelo cuidado sobre a alimentação e os cuidados a serem prestados à criança
em casa.
Orientar a mãe, pai ou responsável pelo cuidado sobre quando voltar imediatamente e para a consulta de retorno.
Reavaliar o caso e prestar a atenção apropriada quando a criança voltar à unidade de saúde.
É importante que todo atendimento realizado seja registrado também em prontuário
Manual de Quadros de Procedimentos AIDPI CRIANÇA 5
Avaliar e classificar a criança de 2 meses a 5 anos de idade Perguntar à mãe que problemas a criança apresenta
1º) Receba bem a mãe e peça-lhe que se sente. Diga seu nome, sua função e pergunte o seu nome e o da criança.
2º) Pergunte à mãe qual o problema da criança.
3º) Determine se é primeira consulta ou consulta de retorno para este problema.
Verificar se há sinais gerais de perigo
PERGUNTAR
- A criança consegue beber ou mamar no peito?
- A criança vomita tudo o que ingere?
- A criança apresentou convulsões ou movimentos anormais há menos de 72h?
OBSERVAR
- Se a criança está letárgica ou inconsciente.
- Se a criança apresenta tempo de enchimento capilar >2seg.
- Se a criança apresenta batimento de asa do nariz e/ou gemência.
Obs: uma criança que apresente qualquer sinal geral de perigo necessita ser urgentemente
assistida; completar imediatamente a avaliação, administrar o tratamento indicado prévio à referência e referir urgentemente ao hospital.
Em caso de resistência e/ou recusa dos responsáveis em encaminhar a criança
indígena para referência, busque apoio na comunidade com as lideranças para
sensibilização e negociação em relação ao tratamento.
6 Avaliar e Classificar
Avaliar e classificar a sibilância A criança tem sibilância?
Se a resposta for Sim:
PERGUNTAR:
- Há quanto tempo?
- Primeira crise?
- Está em uso de broncodilatador adequadamente há 24h?
OBSERVAR/DETERMINAR:
- Nível de consciência da criança.
- Se há sibilância.
- Se há estridor em repouso.
- Tiragem.
- Grau de dificuldade para respirar.
- FR em um minuto*.
- Se possível, a Sat O 2. CLASSiFiCAR a sibilância
* ATENÇÃO! A criança deve estar tranquila!
8 Avaliar e Classificar
Avaliar e classificar AVALiAR CLASSiFiCAR TRATAR Um dos seguintes sinais:
- Qualquer sinal geral de perigo
- Letargia ou sempre agitada.
- Estridor em repouso.
- Fala frases incompletas (palavras isoladas); no lactente: choro curto ou não consegue chorar.
- Tiragem universal.
- Sat. O 2 ≤ 90% * em ar ambiente. SiBiLÂNCiA GRAVE ou DOENÇA mUiTO GRAVE
- Oxigênio, se disponível.
- Beta-2 agonista por via inalatória.
- Primeira dose do corticoide.
- Primeira dose do antibiótico.
- Referir urgentemente ao hospital. Um dos seguintes sinais:
- Nível de consciência normal com períodos de agitação.
- Fala entrecortada ou choro entrecortado.
- Tiragem subcostal.
- Respiração rápida.
- Sat. O 2 de 91 a 95%* em ar ambiente SiBiLÂNCiA mODERADA
- Administrar beta-2 por via inalatória (até três vezes, a cada 20 minutos).
- Administrar corticoide oral. Se não melhorar: REFERIR, após dar a primeira dose do antibiótico injetável e O 2 , se possível. Se melhorar:
- Tratamento domiciliar com beta-2 por via inalatória (cinco dias).
- Corticoide por via oral (três dias).
- Dar orientações a mãe para o controle da asma e quando retornar imediatamente.
- Marcar o retorno em dois dias.
- Não há sinais suficientes para classificar como sibilância grave ou moderada.
- Sat. O 2 ≥ 95%* em ar ambiente SiBiLÂNCiA LEVE - Tratamento domiciliar com beta-2 agonista por via inalatória (cinco dias). - Se estiver em uso de beta-2 há 24 horas ou mais: prescrever corticoide por via oral (três dias). - Dar orientações à mãe para o controle da asma e quando retornar imediatamente. - Seguimento em dois dias, se não melhorar ou se estiver usando corticoide.
Obs: * Aferir Sat. O 2 , se oximetria de pulso estiver disponível.
Após conduta para sibilância leve ou moderada, reavaliar para classificar a tosse ou dificuldade de respirar. Manual de Quadros de Procedimentos AIDPI CRIANÇA 9
Avaliar e classificar AVALiAR CLASSiFiCAR TRATAR Dois dos seguintes sinais:
- Letárgica ou inconsciente.
- Olhos fundos.
- Não consegue beber ou bebe muito mal.
- Sinal da prega: a pele volta muito lentamente ao estado anterior. DESiDRATAÇÃO GRAVE - Se a criança não se enquadrar em outra classificação grave: Iniciar terapia endovenosa (Plano C). - Se a criança também se enquadrar em outra classificação grave: Referir URGENTEMENTE ao hospital, com mãe e o profissional de saúde administrando-lhe goles frequentes de SRO durante o trajeto, se possível. Recomendar a continuar a amamentação, se possível. - Se a criança tiver 2 ou mais anos de idade, e se houver cólera na sua região, administrar antibiótico. Dois dos seguintes sinais:
- Inquieta ou irritada.
- Olhos fundos.
- Bebe avidamente, com sede.
- Sinal da prega: a pele volta lentamente ao estado anterior. DESiDRATAÇÃO - Administrar SRO na unidade de saúde até hidratar (Plano B). - Dar zinco oral por dez dias. - Informar a mãe sobre quando retornar imediatamente. - Seguimento em cinco dias, se não melhorar. - Se a criança também se enquadrar em uma classificação grave devido a outro problema: - Referir URGENTEMENTE ao hospital, com a mãe e profissional de saúde administrando-lhe goles frequentes de SRO durante o trajeto. - Recomendar à mãe que continue a amamentação, se possível.
- Não há sinais suficientes para classificar como DESIDRATAÇÃO ou DESIDRATAÇÃO GRAVE. SEm DESiDRATAÇÃO - Dar alimentos e líquidos para tratar a diarreia em casa (Plano A). - Dar zinco oral por dez dias. - Informar a mãe sobre quando retornar imediatamente. - Seguimento em cinco dias se não melhorar.
- Com desidratação. DiARREiA PERSiSTENTE GRAVE - Tratar a desidratação antes de referir a criança, a não ser que esta se enquadre em outra classificação grave. - Referir URGENTEMENTE ao hospital.
- Sem desidratação. DiARREiA PERSiSTENTE - Informar sobre como alimentar uma criança com DIARREIA PERSISTENTE. - Dar zinco oral por dez dias dias. - Informar sobre quando retornar imediatamente. - Marcar retorno em cinco dias.
- Sangue nas fezes. DiSENTERiA - Dar um antibiótico recomendado em sua região para Shigella, se houver comprometimento do estado geral. - Dar zinco oral por dez dias. - Marcar o retorno em dois dias. - Informar sobre quando retornar imediatamente. Manual de Quadros de Procedimentos AIDPI CRIANÇA 11
Avaliar e classificar a febre A criança está com febre (determinada pela anamnese/quente ao toque/temperatura ≥ 37,5ºC)?
Se a resposta for Sim:
Determinar o risco de malária:
- Área sem risco. Área com risco: gota espessa/teste rápido. Se positivo, especifique:______ Há quanto tempo? __dias Se há mais de cinco dias: Houve febre todos os dias? Sim Não
Observar e palpar:
Rigidez de nuca. Petéquias. Abaulamento de fontanela. (^) CLASSiFiCAR a febre 12 Avaliar e Classificar
Avaliar e classificar o problema de ouvido A criança está com problema de ouvido?
Se a resposta for Sim:
PERGUNTAR:
- Está com dor de ouvido?
- Há secreção no ouvido? Se houver, há quanto tempo?___dias
Observar e palpar:
Observar se há secreção purulenta nos ouvidos. Palpar para determinar se há tumefação dolorosa atrás das orelhas. CLASSiFiCAR O problema de ouvido 14 Avaliar e Classificar
Avaliar e classificar AVALiAR CLASSiFiCAR TRATAR
- Tumefação e/ou vermelhidão dolorosa ao toque atrás da orelha. mASTOiDiTE - Dar a primeira dose de um antibiótico recomendado. - Dar analgésico em caso de dor. - Referir URGENTEMENTE ao hospital.
- Secreção purulenta visível no ouvido há menos de 14 dias ou otoscopia alterada*. iNFECÇÃO AGUDA DO OUViDO - Antibiótico recomendado por oito dias. - Dar analgésico em caso de dor. - Secar o ouvido com uma mecha se houver secreção. - Marcar o retorno com dois dias. - Orientar sinais de retorno imediato.
- Dor no ouvido**. (^) POSSÍVEL iNFECÇÃO AGUDA DO OUViDO - Dar analgésico em caso de dor. - Marcar o retorno com dois dias. - Orientar sinais de retorno imediato.
- Secreção purulenta visível no ouvido há 14 dias ou mais. iNFECÇÃO CRÔN DO OUViDOiCA - Secar o ouvido com uma mecha. - Marcar o retorno com cinco dias. - Orientar sinais de retorno imediato.
- Não tem dor de ouvido e não foi notada alguma secreção purulenta no ouvido. NÃO HÁ iNFECÇÃO DO OUViDO - Nenhum tratamento adicional.
- Membrana timpânica opaca ou hiperemiada com abaulamento ou perfuração. ** Sempre que for possível, utilize o otoscópio. Manual de Quadros de Procedimentos AIDPI CRIANÇA 15
Avaliar e classificar AVALiAR CLASSiFiCAR TRATAR Um dos seguintes sinais:
- Qualquer sinal geral de perigo.
- Abaulamento de palato.
- Amígdalas com a presença de membranas branco-acinzentadas. iNFECÇÃO GRAVE DE GARGANTA
- Dar a primeira dose de um antibiótico recomendado.
- Referir URGENTEMENTE ao hospital. Um dos seguintes sinais:
- Gânglios aumentados e dolorosos no pescoço.
- Amígdalas hiperemiadas com pontos purulentos ou petéquias em palato. iNFECÇÃO mODERADA DE GARGANTA
- Dar um antibiótico recomendado.
- Dar analgésico em caso de dor.
- Marcar consulta de retorno com dois dias.
- Informar a mãe sobre quando retornar imediatamente. Se:
- Vesículas e ou hiperemia de garganta, associados a sinais de resfriado comum. iNFECÇÃO LEVE DE GARGANTA - Dar analgésico em caso dor. - Seguimento em dois dias se persistir dor de garganta. - Informar a mãe/pai/acompanhante sobre quando retornar imediatamente. Se:
- Não há nenhum dos sinais acima descritos.
NÃO HÁ
iNFECÇÃO DE GARGANTA
- Nenhum tratamento adicional. Manual de Quadros de Procedimentos AIDPI CRIANÇA 17
Avaliar e classificar desnutrição, anemia e outros problemas de crescimento A seguir, verificar se há desnutrição, anemia e outros problemas de crescimento
OBSERVAR E VERIFICAR:
- Emagrecimento acentuado visível.
- Edema em ambos os pés.
- Palidez palmar: Palidez palmar grave? Palidez palmar leve?
- Verificar o crescimento: Peso para a idade. CLASSiFiCAR o estado nutricional e a palidez palmar 18 Avaliar e Classificar