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AFETIVIDADE E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS: FERRAMENTAS FUNDAMENTAIS NA INCLUSÃO EDUCACIONAL E NA FORMAÇÃO CIDADÃ DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA, Trabalhos de Psicologia da Educação

O artigo estuda a afetividade e a aplicação das tecnologias digitais: como ferramentas fundamentais no processo de inclusão educacional e na formação cidadã dos alunos com deficiência.

Tipologia: Trabalhos

2020

Compartilhado em 17/04/2020

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AFETIVIDADE E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS: FERRAMENTAS
FUNDAMENTAIS NA INCLUSÃO EDUCACIONAL E NA FORMAÇÃO CIDADÃ
DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA
Antonio Edson Martins de Oliveira
(edson_martins@oi.com.br)
Faculdade Kurios
Resumo
O artigo estuda a afetividade e a aplicação das tecnologias digitais: como ferramentas
fundamentais no processo de inclusão educacional e na formação cidadã dos alunos com
deficiência. A partir da utilização dessas ferramentas são criadas oportunidades significativas
nas ações norteadoras das interações pedagógicas e sociais. O estudo se fundamenta nas ideias
de Pestalozzi e Henri Wallon, definindo a afetividade como um instrumento de aprendizado
poderoso no desenvolvimento cognitivo do ser humano; Piaget, Vygotsky, Paulo Freire e
Dewey que estabelecem as bases do construcionismo de Seymour Papert, permitindo que o
aluno expresse seu estilo cognitivo; refletindo sobre o que está fazendo, onde parte do
entendimento que o aluno aprende, usa a razão e a emoção, centrando-se no pensar, criar,
desafio, conflito e descoberta, sendo que o computador deve ser usado como uma máquina a
ser ensinada; a aprendizagem é vista como uma construção; os erros são considerados fontes
para novas reflexões; o centro da aprendizagem está no educando e não no professor. Estes
teóricos consideram o meio social parte indissociável da construção do conhecimento. Aborda
também a abrangência do trabalho docente e seu papel no processo inclusivo, reconhecendo a
importância das manifestações emocionais dos alunos, e a exploração das variantes afetivas
do grupo envolvido, assim como capacitar o aluno com técnicas através da utilização das TIC
´s1. Por fim, apresenta dados coletados durante uma experiência pedagógica no Telecentro
TICTAC da APAE de Maranguape, onde durante o ano de 2012 alunos bem comprometidos
que não tinham sequer domínio do mouse, hoje já apresentam total autonomia com o uso do
computador, fazendo valer sua cidadania e liberdade de escolha na sua aprendizagem, assim
como as experiências de atendimento educacional especializado nos NAPES2 das Escolas
João Cirino e Manoel Rodrigues situadas no município de Maranguape, pontuando questões
sobre a afetividade e a utilização das TIC´s, na qual a linguagem não verbal e a observação
são importantes instrumentos na aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo, psicomotor e
afetivo da pessoa com deficiência. Concluímos que nosso estudo demonstra que a utilização
da “afetividade e as Tecnologias Digitais” tornam as coisas mais fáceis para as pessoas sem
deficiência, já para as pessoas com deficiência elas tornam as coisas possíveis.
PALAVRAS-CHAVE: afetividade, TIC`S, inclusão.
1. INTRODUÇÃO
O estudo da afetividade e a aplicação de metodologias que valorizam o humano em sua
essência, assim como a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC´S
tem contribuído de maneira significativa e eficiente nas relações pedagógicas, possibilitando
ao aluno com deficiência possibilidades de mostrarem suas habilidades e competência através
das tecnologias assistivas e da informática educativa “tornando as coisas possíveis para eles”.
1 Tecnologia da Informação e Comunicação
2 Núcleo de Atendimento Educacional Especializado
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AFETIVIDADE E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS: FERRAMENTAS

FUNDAMENTAIS NA INCLUSÃO EDUCACIONAL E NA FORMAÇÃO CIDADÃ

DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA

Antonio Edson Martins de Oliveira (edson_martins@oi.com.br) Faculdade Kurios Resumo O artigo estuda a afetividade e a aplicação das tecnologias digitais: como ferramentas fundamentais no processo de inclusão educacional e na formação cidadã dos alunos com deficiência. A partir da utilização dessas ferramentas são criadas oportunidades significativas nas ações norteadoras das interações pedagógicas e sociais. O estudo se fundamenta nas ideias de Pestalozzi e Henri Wallon, definindo a afetividade como um instrumento de aprendizado poderoso no desenvolvimento cognitivo do ser humano; Piaget, Vygotsky, Paulo Freire e Dewey que estabelecem as bases do construcionismo de Seymour Papert, permitindo que o aluno expresse seu estilo cognitivo; refletindo sobre o que está fazendo, onde parte do entendimento que o aluno aprende, usa a razão e a emoção, centrando-se no pensar, criar, desafio, conflito e descoberta, sendo que o computador deve ser usado como uma máquina a ser ensinada; a aprendizagem é vista como uma construção; os erros são considerados fontes para novas reflexões; o centro da aprendizagem está no educando e não no professor. Estes teóricos consideram o meio social parte indissociável da construção do conhecimento. Aborda também a abrangência do trabalho docente e seu papel no processo inclusivo, reconhecendo a importância das manifestações emocionais dos alunos, e a exploração das variantes afetivas do grupo envolvido, assim como capacitar o aluno com técnicas através da utilização das TIC ´s^1. Por fim, apresenta dados coletados durante uma experiência pedagógica no Telecentro TICTAC da APAE de Maranguape, onde durante o ano de 2012 alunos bem comprometidos que não tinham sequer domínio do mouse, hoje já apresentam total autonomia com o uso do computador, fazendo valer sua cidadania e liberdade de escolha na sua aprendizagem, assim como as experiências de atendimento educacional especializado nos NAPES^2 das Escolas João Cirino e Manoel Rodrigues situadas no município de Maranguape, pontuando questões sobre a afetividade e a utilização das TIC´s, na qual a linguagem não verbal e a observação são importantes instrumentos na aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo da pessoa com deficiência. Concluímos que nosso estudo demonstra que a utilização da “afetividade e as Tecnologias Digitais” tornam as coisas mais fáceis para as pessoas sem deficiência, já para as pessoas com deficiência elas tornam as coisas possíveis. PALAVRAS-CHAVE : afetividade, TIC`S, inclusão.

1. INTRODUÇÃO O estudo da afetividade e a aplicação de metodologias que valorizam o humano em sua essência, assim como a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC´S tem contribuído de maneira significativa e eficiente nas relações pedagógicas, possibilitando ao aluno com deficiência possibilidades de mostrarem suas habilidades e competência através das tecnologias assistivas e da informática educativa “tornando as coisas possíveis para eles”. (^1) Tecnologia da Informação e Comunicação (^2) Núcleo de Atendimento Educacional Especializado

Temos consciência que o estudo da afetividade como um recurso para o desenvolvimento cognitivo educacional é um campo que necessita de investimento em pesquisas, particularmente em Educação Especial e Educação Inclusiva. Correntes evolucionárias em Psicologia, Desenvolvimento Humano e Educação, surgidas na primeira metade do século XX, vêm considerando a relevância do aspecto afetivo no desenvolvimento humano. A educação dialógica e libertadora de Paulo Freire, o holismo de Pierre Weil e a educação biocêntrica de Rolando Toro trazem novas perspectivas para uma profunda transformação educacional. Teóricos, como Henri Wallon, relataram a afetividade em seus estudos. Todavia, verificamos que os gestores educacionais desconsideram a potencialidade da mesma sobre o processo de construção do conhecimento do aluno. Compreendemos que as relações pedagógicas, em seus mais diversos níveis e modalidades de ensino, apresenta um profundo desconforto e não é difícil perceber os estados de tensão entre professores e alunos, ou ainda, a falta de envolvimento destes com os conteúdos, com o docente e também com a escola. Com o aluno especial, este modelo se torna ainda mais difícil devido à segregação que continua ocorrendo e despreparação e descrença dos professores, no que se refere a sua compreensão e conhecimento no atendimento educacional especializado dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Segundo, Henri Wallon (1979-1962) deve-se colocar no mesmo grau de importância os aspectos motores, afetivos, cognitivos, pessoais e sociais. “O homem é um ser biológico, é um ser social e é uma e a mesma pessoa.” (WALLON, 1975, p. 128-129). Para Wallon, desde as primeiras fases da infância, as relações afetivas estabelecidas, tanto no meio familiar quanto no contexto pedagógico, são determinantes na construção da identidade e do caráter da criança. Sendo assim, a constituição da consciência se dá pela interferência do meio social no meio orgânico. A estrutura orgânica se modifica na medida em que sofre influências do ambiente e de todos os valores ali presentes, em um processo contínuo, progressivo e recíproco. O espaço escolar para a elaboração e o desenvolvimento dos campos funcionais da criança – afetividade, cognição e motricidade, juntamente com o ambiente familiar, constituirão sua identidade. As interações se estabelecem desde o nascimento, e se modificam ao longo da vida, conforme as estruturas dos contextos, determinados pelos valores que os constituem, tais como éticos, morais, estéticos, econômicos, entre outros. Refletindo sobre estas questões, entende-se que a escola assume um papel de fundamental importância enquanto formadora de ideias, de conceitos e propiciadora de relações interpessoais qualitativas que interferem na constituição da identidade dos seus sujeitos. Entende-se que um ambiente, tanto familiar quanto pedagógico, rico em estímulos, no qual o adulto proporcione interações e escolhas da criança, são determinantes na qualidade de sua formação. Ao localizar o aluno enquanto sujeito desse processo torna-se possível projetar mediações e interações pedagógicas, que poderão favorecer a construção de sua aprendizagem, de maneira equilibrada e significativa. De acordo com Almeida (2004, p. 101): “A escola, um dos meios de influência externa, é um espaço legítimo para a construção da afetividade, uma vez que está centrada na intervenção sobre a inteligência, de cuja evolução depende a evolução da afetividade.” Pode-se referir que

´S e no Telecentro da APAE, nas observações proporcionadas através da interação com os sujeitos da pesquisa. Ao buscar o aprimoramento de ideias e a descobertas de intuições, a pesquisa, segundo os objetivos, teve o alcance exploratório, o que nos proporcionou fundamentar as técnicas para observação do fenômeno em seu contexto sem interferência ou influência, ela optou por uma abordagem do tipo qualitativa, Santos (2001). Exposição do Problema Esta pesquisa teve como objeto de estudo os NAPE´S das Escolas de Ensino Fundamental João Cirino Nogueira e Manoel Rodrigues, e o Telecentro da APAE situada no Município de Maranguape, Ceará, Brasil. A problemática pesquisada priorizou os seguintes questionamentos: qual a importância da afetividade na construção da identidade? Como pensar uma proposta pedagógica nas diversas disciplinas que possa levar em conta a afetividade, a motricidade e a cognição? Como pensar o ensino aprendizagem com a utilização das TIC´S e a inclusão cidadã de alunos com deficiência? A análise dos materiais Com o objeto do estudo definido iniciamos a caminhada para este artigo com consultas aos textos que tratavam do assunto em questão, visitamos diversos sites da web, consultamos acervos de amigos, além das realizadas em meu próprio acervo. Este esforço inicial permitiu uma primeira organização dos materiais que resultou na seleção das principais obras sobre o tema em questão, as quais de fato se mostraram indispensáveis ao desenvolvimento da pesquisa e cujos autores são os referenciais teóricos da mesma, como Pestalozzi, Henri Wallon, Piaget, Vygotsky, Paulo Freire, Dewey, Seymour Papert, dentre outros. Na sequencia da caminhada passamos à análise das fontes coletadas, inicialmente às relativas à afetividade e em seguida às relativas à utilização das TIC´s. O trabalho analítico sobre afetividade nos permitiu acesso à história, conceitos, teorias, problemas e desafios da questão. Na análise do material relativo a utilização das TIC´s verificamos a efetiva contribuição que estas vem proporcionando a educação, assim como tornando possível a verificação das habilidades e potencialidades das crianças com deficiência através da tecnologia assistiva e da informática educativa. Universo da pesquisa e amostragem O universo da pesquisa se limitou aos alunos atendidos nos NAPE´S das Escolas de Ensino Fundamental João Cirino Nogueira e Manoel Rodrigues, e o Telecentro da APAE situada no Município de Maranguape, Ceará, Brasil. A seleção da amostragem foi probabilística, e todos os elementos da população tiveram uma mesma probabilidade de participar ou não da pesquisa. Período da pesquisa

A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de janeiro de 2011 a novembro de 2012, mais especificamente janeiro a dezembro de 2011 para pesquisa bibliográfica e janeiro a novembro de 2012 para trabalho de campo. O trabalho de campo ocorreu nos NAPES e no Telecentro da APAE durante minhas visitas como coordenador técnico pedagógico da Célula de Educação Especial e análise dos relatórios enviados pelos professores.

3. O PROBLEMA Quando se analisa a questão da Inclusão e a formação cidadã de alunos com deficiências no ensino regular, muitos são os problemas nos quais ela ainda está envolvida como: a segregação, a falta de conhecimento e preparo dos professores, o desconhecimento das leis por parte dos que fazem a escola, principalmente das famílias, as dificuldades para a identificação de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, a questão da importância ou não do meio social, a dificuldade de montar ações voltadas ao atendimento destes alunos e a existência de ideias preconceituosas que impedem uma melhor compreensão da questão e que de alguma forma, isolam a temática. Verifica-se que muito dessas dificuldades decorrem da falta de conhecimento, assim como de políticas públicas que tratem o assunto com o devido peso que se exige e a falta de uma formação consistente dos alunos e futuros professores nos cursos de graduação em pedagogia e outros afins. No atual contexto educacional brasileiro, e apesar dos muitos avanços, “quem se preocupa não insinua como deveria, quem não compreende dificulta ou não contribui e quem decide não se compromete”. Acreditamos que além da falta de compreensão de conceitos, definições e da existência de ideias preconceituosas, a natureza excludente de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e superdotação ou altas habilidades, excluem características humanas importantes para a vida pessoal e social, estão na raiz dessa realidade. Algumas questões são pertinentes, e são também norteadoras para este artigo: qual a importância da afetividade na construção da identidade? Como pensar uma proposta pedagógica nas diversas disciplinas que possa levar em conta a afetividade, a motricidade e a cognição? Como pensar o ensino aprendizagem com a utilização das TIC´S e a inclusão cidadã de alunos com deficiência? Contextualização Na história da humanidade, podemos observar as muitas condições sociais que representam ou representavam uma situação de subalternidade de direitos e de funções sociais. Está problemática, relacionada á deficiência, reflete a maturidade humana e cultural de uma sociedade que estigmatizou o deficiente através de uma relatividade cultural obscura, sutil e confusa que procurou afastar, excluir os indesejáveis, os inconvenientes cuja presença ofende perturba e ameaça a ordem social. Levantamento acerca da deficiência revela-nos as razões e a forma como a mesma foi percebida em diferentes períodos históricos a começar pelo homem primitivo que via o deficiente como sinônimo de superstição e malignidade.

Antes de tudo, é preciso introduzir “a cunha da diferença” como mais um exemplo de diversidade, mas não de inferioridade, partindo do pressuposto que respeitar a diferença é “(...) deixar que o outro seja como eu não sou , deixar que ele seja esse outro que não pode ser eu; (...) mas que é absolutamente diferente, sem relação alguma com a identidade ou com a mesmidade.” (PARDO, 1996, p. 154 apud SILVA, 2000, p. 101). Alunos, professores e funcionários de estabelecimentos de ensino são, antes de mais nada, sujeitos sociais – homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens e adultos, pertencentes a diferentes grupos étnico-raciais, integrantes de distintos grupos sociais. São sujeitos com histórias de vida, representações, experiências, identidades, crenças, valores e costumes próprios que impregnam os ambientes educacionais por onde transitam com suas particularidades e semelhanças, compondo o contexto da diversidade. (GOMES & SILVA, 2002, p. 22). No NAPE das escolas João Cirino e Manoel Rodrigues, o atendimento é realizado de forma individualizada, onde cada aluno tem um PDI específico. Apresentaremos abaixo como exemplo a tabela de atendimento bimestral de uma SRM da Escola Manoel Rodrigues. A afetividade, as tecnologias digitais e os jogos são ferramentas fundamentais no atendimento e na evolução processual de cada aluno. Não apresentaremos os dados finais porque estamos no processo de consolidação dos mesmos. Sala de Recurso Multifuncional atendida pela Profissional - Dezyrer Dantas Uchôa Tabela 1 – Relatório Bimestral de Atendimento (mar/abr) Para Rita Bersch^5 , podemos afirmar que a atribuição maior do AEE^6 é a de identificar os obstáculos que impedem ou limitam o aluno de participar e de se desafiar para alcançar os objetivos educacionais propostos pela escola e, por fim, construir as condições necessárias para a superação destes obstáculos. Esta é uma pretensão e tanto e certamente o professor do (^5) Coordenadora de conteúdo na área de deficiência física do Curso de Especialização Lato Sensu em Atendimento Educacional Especializado da Universidade Federal do Ceará. (^6) Atendimento Educacional Especializado

AEE poderá sentir-se solitário e com necessidade de conhecimentos e parcerias complementares. Devemos destacar também que o AEE tem por atribuição a Educação para a Autonomia e isto significa muito mais do que dar acesso e ajudar o aluno com deficiência a desempenhar de forma mais independente possível as várias tarefas do cotidiano escolar. Podemos dizer que a autonomia diz respeito a gerenciar a própria vida. A autonomia nos faz tomar decisões para nós mesmos, sempre lembrando que estamos em relação com os outros. Durante nosso percurso de vida, desde que nascemos até a velhice, vivenciamos diferentes níveis de autonomia. Temos consciência que nossas decisões repercutem no meio em que vivemos e sobre aqueles que estão conosco. Para Berch e Bock: A autonomia é conquistada e não é uma qualidade frequentemente observada nas pessoas com deficiência. Muitos são os que pensam e decidem por essas pessoas, muitos são aqueles que definem o que é melhor e como elas devem agir. O conhecimento de profissionais especializados no campo da saúde ou educação das pessoas com deficiência frequentemente classifica, padroniza intervenções, determina prognósticos e muitas vezes desconsidera, neste processo, o sujeito para o qual deveria servir. (BERSCH, BOCK, 2007. Pag.2) Os livros não trazem o conhecimento que é próprio do sujeito que será atendido no AEE: de como ele se sente diante das barreiras que encontra e que limitam sua participação e inclusão; de como já consegue superá-las por conta do desenvolvimento de estratégias pessoais, criadas pela necessidade; das dificuldades e habilidades reais que percebe em si, no seu dia a dia; das prioridades que deseja estabelecer para si, porque fazem sentido e porque pretende perseguir em seu processo educacional. (BERSCH, BOCK, 2007. Pag.2) Alguns softwares e aplicativos (Objetos de aprendizagem) ANGULOS: Objetivos do Jogo: despertar a coordenação motora, noção de equilíbrio, desenvolve no aluno percepção visual. Processo de Avaliação: É um jogo que envolve o raciocínio lógico da pessoa que está jogando, dando a ela mas interesse pelas disciplinas a quais o jogo adquire. Abordagem Pedagógica: instrucionista. Séries a serem utilizadas: 1ºserie inicial até o fundamental 2°. ANIMAIS SILVESTRES: Objetivos do Jogo: Trabalhar a coordenação motora, percepção visual, organização espacial. Processo de Avaliação: jogo mais visual, avalio a coordenação motora. Abordagem Pedagógica: Instrucionista. Séries a serem utilizadas: Fundamental 1. APRENDENDO O ALFABETO EM INGLÊS. Objetivos do Jogo: Desenvolver o nível de leitura visualizada e oralizada das letras em inglês. Estimular a concentração. Respeitar a sequencia do alfabeto independente da língua,seguindo com o ligar dos pontos.Identificar as letras. Aperfeiçoar a coordenação motora fina ligando os traçados manuseando o mouse. Desenvolver a fala articulando palavras. Fazer uma associação da pronuncia das letras em Português e em Inglês. Fazer observações sobre os desenhos que vão se formando. Perguntar onde parou a sequencia usada do alfabeto para a formação de cada desenho e quais serão as próximas letras. Processo de Avaliação: Perceber qual o nível de leitura visualizada e oralizada levado para a língua inglesa. Observar se o aluno consegue distinguir quais

mentalmente ou se precisa de outros auxílios. Conclusões/ Recomendações/ Sugestões: Trabalhar com representações de números e das quantidades utilizando materiais diversos. Utilizar a escrita em uma folha para fazer as situações problemas. Abordagem Pedagógica: Instrucionista. Do 1º ao 6º ano do Ensino Fundamental.

4. RESULTADOS Os sujeitos da pesquisa são crianças e jovens atendidos nos NAPES e no Telecentro da APAE, escolhidos intencionalmente dentro de uma das nove salas de recurso multifuncionais existentes no município de Maranguape. Os sujeitos residem num ambiente típico semi-árido, caracterizado por possuir clima quente e seco, baixa precipitação pluviométrica anual (chuvas de fevereiro a junho somente), rios intermitentes, solos rasos e pedregosos e uma vegetação rala do tipo caatinga. Do ponto de vista social, os sujeitos são gente simples, partes de uma maioria separada dos meios de produção e com pouca assistência em termos de investimentos em educação, saúde e infra-estrutura. A vida para eles é dura e se constitui em um desafio cotidiano. Em termos econômicos, os sujeitos pertencem aos segmentos de trabalhadores da indústria e agricultura, de agricultores familiares, de artesões, de subempregados e de desempregados. A renda de suas famílias varia de meio a um salário mínimo. Resultados da Análise A utilização da afetividade e tecnologias digitais como ferramentas educacionais na formação cidadã do aluno com deficiência revelou que estes apresentam grandes habilidades, assim como um poder de superação extraordinário. As atividades foram realizadas através do PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) com observações diárias. Verificamos que através de Tecnologias Assistivas e muita afetividade, dedicação, paciência e amor, fez surgir as habilidades e talentos de: superação, autonomia, coordenação motora fina, motivação, alegria, compreensão do que está fazendo e desenvolvimento cognitivo. A natureza tranquila e fiel da maioria dos sujeitos, mostram indivíduos dotados de grande poder de comunicação, revela a ânsia pelo conhecimento e a motivação que podem chegar mais longe e até mesmo os mais comprometidos já aprenderam a se comunicar conosco e com a máquina, onde sua autonomia é visível em vários aspectos. Compreendemos que através do uso da afetividade na relação do educador e educando e de todos os envolvidos no processo educacional é possível desenvolver a motivação, qualidade e a competência tão necessária para o desempenho pleno de nossas funções como educadores, pretende-se assim refletir a maturidade humana de uma sociedade em mudança e construir através de nossas competências seres especiais participativos na escola, família e sociedade. Fazendo uso da afetividade é possível aproximá-los do nosso mundo sem excluir o mundo das pessoas com deficiência, respeitando e paralelamente trabalhar com as diferenças preparando- os para uma sociedade competitiva e flexível as mudanças valorizando os alunos especiais como seres atuantes da sociedade democrática.

5. CONCLUSÕES

O estudo se fundamentou nas ideias de Pestalozzi e Henri Wallon, definindo a afetividade como um instrumento de aprendizado poderoso no desenvolvimento cognitivo do ser humano e nos estudos de Piaget, Vygotsky, Paulo Freire, Dewey, Seymour Papert, Pierre Weil que defendem que o centro da aprendizagem está no educando e não no professor. Eles consideram o meio social parte indissociável da construção do conhecimento, assim como a abrangência do trabalho docente e seu papel no processo inclusivo, reconhecendo a importância das manifestações emocionais dos alunos, e a exploração das variantes afetivas, assim como capacitar o aluno com técnicas através da utilização dos computadores que de certa forma são apaixonante para eles. Sinto como se eles já tivessem seus dna´s modificados e sua compreensão e facilidade com o manuseio das máquinas fossem conhecimentos natos. Pela observação dos aspectos analisados, percebe-se que os resultados são positivos, sendo que no período em que foi realizada esta pesquisa que tem como tema “afetividade e a aplicação das tecnologias digitais: como ferramentas fundamentais no processo de inclusão educacional e na formação cidadã dos alunos com deficiência.” Tendo em vista os aspectos verificados a partir da utilização dessas ferramentas foram criadas oportunidades significativas nas ações norteadoras das interações pedagógicas e sociais. Concluímos que nosso estudo demonstra que a utilização da “afetividade e as Tecnologias Digitais” tornam as coisas mais fáceis para as pessoas sem deficiência, já para as pessoas com deficiência elas tornam as coisas possíveis. Esperamos que nosso trabalho possa de alguma forma servir de incentivo para outros pesquisadores no desenvolvimento de pesquisas como esta temática.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALENCAR, Eunice M. L; FLEITH, Denise de Souza. Desenvolvimento de Talentos e Altas Habilidades. Porto Alegre: Artmed, 2007. BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópoles, RJ.: Vozes, 1999. BRASIL, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil V1. Secretaria de educação Fundamental. Brasília; MEC, 1998.p.13. BRASIL, Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil V2. Secretaria Educação Fundamental. Brasília; MEC 1998. César Coll, et all. Desenvolvimento psicológico e educação - transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais; v3. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. FREIRE, Ida Mara. Um Olhar Sobre a Diferença; São Paulo; Papiro Editora p.145; apud Omote (1994, p, 66).