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Abordagem propedêutica e nutricional na litíase renal, Resumos de Semiologia

O resumo contém as principais manifestações clínicas e o exame físico, o manejo agudo, a avaliação do caso suspeito e os exames solicitados (exames laboratoriais e de imagem). Contém ainda a composição dos principais cálculos e quando cada um aparece, os principais hábitos alimentares e prevenção e quando é necessário a intervenção urológica

Tipologia: Resumos

2024

À venda por 19/12/2024

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Clara Montelo T8
Abordagem propedêutica e nutricional
na litíase renal
GBD, homem, 19 anos, sem comorbidades, deu
entrada no pronto socorro com relato de ter sido
acordado de madrugada por dor intensa em flanco
esquerdo com irradiação para região inguinal com
início súbito algumas horas e sem fatores de
melhora.
Sinais vitais: PA 110×70 mmHg, FC 107 bpm, FR
16, SpO2 96%, T.axilar 36,2 °C
Encontrava-se em bom estado geral, hipocorado
2+/4+, hidratado, afebril, eupneico, fácies de dor.
Abdome atípico, flácido, com dor intensa à
palpação de flanco esquerdo e fossa ilíaca
esquerda, sinal de Giordano positivo à esquerda,
sem sinais de peritonite.
Quando solicitado exame de urina, o paciente
declarou que não estava conseguindo urinar e
conseguiu após administração de Morfina EV.
A amostra apresentava uma hematúria maciça.
EAS: hematúria ++++, nitrito -, cristais de oxalato
de cálcio, bactérias ausentes.
Dor que acorda o paciente – dor orgânica
Qual o provável órgão acometido? via
urinária no geral, rins → infecção urinária
Avaliação no exame físico → Giordano
Hipótese Diagnóstico: pielonefrite e litíase renal
Pedir: hemograma; urina tipo 1;
Opióides levam a enjoo (morfina)
Litíase ou a nefrolitíase é um problema comum na
prática médica
Os pacientes podem apresentar os sintomas
clássicos de cólica renal e hematúria
Outros podem ser assintomáticos ou apresentar
sintomas atípicos, como dor abdominal vaga
A dor pode aparecer somente quando ela se
movimenta e acaba levando a obstrução da urina e
a dor segue o caminho da urina (dos flancos para
a região inguinal)
A formação de cálculos ocorre quando o material
normalmente solúvel (por exemplo, cálcio, oxalato)
supersatura a urina e inicia o processo de
formação de cristais (por exemplo, cristal de
oxalato de cálcio)
Manifestações clínicas
Cálculos assintomáticas
Hematúria micro ou macroscópica
Dor - geralmente, em cólica, sem fator de
melhora. Inicia-se quando os cálculos
passam da pelve renal para o ureter,
acredita-se que a dor ocorre principalmente
por obstrução urinária com distensão da
cápsula renal. Consequentemente, o local
da dor é determinado pelo local da
obstrução, ela pode mudar à medida que a
pedra migra e geralmente se resolve
rapidamente após a passagem da pedra
Outros sintomas que são comumente vistos
incluem náuseas, vômitos, disúria e
urgência urinária
Pessoa com cálculo não tem posição
que melhore, então ela fica se
mexendo, andando, mudando de
posição → paciente inquieto
Exame físico
Existem dois tipos de percussão usados no exame
físico dos rins. Os golpes são dados na área de
projeção deste órgão (regiões lombares). A
ocorrência de dor é sugestiva de lesões
inflamatórias das vias urinárias altas
Punho percussão: mantendo–se a mão
fechada, golpeia-se com a borda cubital a
região
Percussão com a borda da mão: os dedos
ficam estendidos e unidos, golpeando-se a
região desejada com a borda ulnar
Sinal de giordano: sensação dolorosa aguda ou em
pontada, desencadeada pela percussão na região
lombar, mais especificamente na altura da loja
renal, entre a 12 vértebra e a 3a lombrar. Sugere
pielonefrite ou litíase urinária, mas pode ser de
origem musculoesquelética
Manejo agudo
A maioria dos pacientes com cólica renal aguda
pode ser manuseada de forma conservadora com
medicação para dor e hidratação até que o cálculo
passe. Os pacientes podem ser tratados em casa
se puderem tomar medicamentos orais e líquidos
Controle da dor
Antiespasmódicos (buscopan)
AINES (diclofenaco, cetoprofeno,
ibuprofeno, nimesulida → VO)
Opióide (tramadol, codeína - oral - morfina)
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Abordagem propedêutica e nutricional

na litíase renal

GBD, homem, 19 anos, sem comorbidades, deu entrada no pronto socorro com relato de ter sido acordado de madrugada por dor intensa em flanco esquerdo com irradiação para região inguinal com início súbito há algumas horas e sem fatores de melhora. Sinais vitais: PA 110×70 mmHg, FC 107 bpm, FR 16, SpO2 96%, T.axilar 36,2 °C Encontrava-se em bom estado geral, hipocorado 2+/4+, hidratado, afebril, eupneico, fácies de dor. Abdome atípico, flácido, com dor intensa à palpação de flanco esquerdo e fossa ilíaca esquerda, sinal de Giordano positivo à esquerda, sem sinais de peritonite. Quando solicitado exame de urina, o paciente declarou que não estava conseguindo urinar e só conseguiu após administração de Morfina EV. A amostra apresentava uma hematúria maciça. EAS: hematúria ++++, nitrito -, cristais de oxalato de cálcio, bactérias ausentes. Dor que acorda o paciente – dor orgânica Qual o provável órgão acometido? → via urinária no geral, rins → infecção urinária Avaliação no exame físico → Giordano Hipótese Diagnóstico: pielonefrite e litíase renal Pedir: hemograma; urina tipo 1; Opióides levam a enjoo (morfina) Litíase ou a nefrolitíase é um problema comum na prática médica Os pacientes podem apresentar os sintomas clássicos de cólica renal e hematúria Outros podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas atípicos, como dor abdominal vaga A dor pode aparecer somente quando ela se movimenta e acaba levando a obstrução da urina e a dor segue o caminho da urina (dos flancos para a região inguinal) A formação de cálculos ocorre quando o material normalmente solúvel (por exemplo, cálcio, oxalato) supersatura a urina e inicia o processo de formação de cristais (por exemplo, cristal de oxalato de cálcio)

Manifestações clínicas

● Cálculos assintomáticas ● Hematúria micro ou macroscópica ● Dor - geralmente, em cólica, sem fator de melhora. Inicia-se quando os cálculos passam da pelve renal para o ureter, acredita-se que a dor ocorre principalmente por obstrução urinária com distensão da cápsula renal. Consequentemente, o local da dor é determinado pelo local da obstrução, ela pode mudar à medida que a pedra migra e geralmente se resolve rapidamente após a passagem da pedra ● Outros sintomas que são comumente vistos incluem náuseas, vômitos, disúria e urgência urinária ● Pessoa com cálculo não tem posição que melhore, então ela fica se mexendo, andando, mudando de posição → paciente inquieto

Exame físico

Existem dois tipos de percussão usados no exame físico dos rins. Os golpes são dados na área de projeção deste órgão (regiões lombares). A ocorrência de dor é sugestiva de lesões inflamatórias das vias urinárias altas ● Punho percussão: mantendo–se a mão fechada, golpeia-se com a borda cubital a região ● Percussão com a borda da mão: os dedos ficam estendidos e unidos, golpeando-se a região desejada com a borda ulnar Sinal de giordano: sensação dolorosa aguda ou em pontada, desencadeada pela percussão na região lombar, mais especificamente na altura da loja renal, entre a 12 vértebra e a 3a lombrar. Sugere pielonefrite ou litíase urinária, mas pode ser de origem musculoesquelética

Manejo agudo

A maioria dos pacientes com cólica renal aguda pode ser manuseada de forma conservadora com medicação para dor e hidratação até que o cálculo passe. Os pacientes podem ser tratados em casa se puderem tomar medicamentos orais e líquidos

Controle da dor

● Antiespasmódicos (buscopan) ● AINES (diclofenaco, cetoprofeno, ibuprofeno, nimesulida → VO) ● Opióide (tramadol, codeína - oral - morfina)

Dor mais leve ou que não existe confirmação: buscopan composto Dor muito forte - antiespasmódico + AINE + opioide + antiemético (bromoprida no soro de 250 mL)

Passagem de cálculos

● <5mm: normalmente passará espontaneamente (sai sozinho) ● 5-10 mm: tratamento com tansulosina por até quatro semanas → vasodilatador, dilata ureter e … usada para CA próstata ● >10 mm, dor mal controlada, não eliminação após o uso por 1 mês: encaminhados a urologia para tratamento → sempre importante confirmar a saída do cálculo

Consulta urológica de urgência ou

internação

Pacientes com infecção urinária associada, anúria, dor persistente que não melhora com tramal ou morfina, lesão renal aguda, náusea ou vômito

Avaliação da suspeita

● Exame de imagem (TC, USG, Rx) ● Exames de urina (EAS, urina 24h, urocultura) ● Exames de sangue (creatinina, ureia, PTH, ácido úrico, dosagem sérica de minerais e metabólitos) Hiperparatireoidismo primário e gota levam a formação de cálculos, porém são causas trataveis e deve-se tratar a doença

Diagnóstico por imagem

Tomografia computadorizada de abdome e pelve sem contraste é o padrão ouro Detecta de forma confiável e hidronefrose e demonstra a mais alta precisão diagnóstica para nefrolitíase, também descreve com precisão o tamanho, a localização e pode sugerir a composição Dá detalhes e mostra as possíveis complicações Ultrassonografia de vias urinárias Detecta de forma confiável a hidronefrose e não envolve radiação ionizante. Indicado para gestantes e locais sem TC → Quando não tiver TC ou quando for gestante sensibilidade é 57% então é menos confiante

Avaliação laboratorial

Exame sanguíneo : eletrólitos (para detectar a presença de hipopotassemia ou acidose tubular renal), creatinina, cálcio, ácido úrico, PTH e vitamina D (hiperparatireoidismo primário e gota são causas tratáveis de nefrolitíase) ● EAS : cristais, hematúria, leucocitúria (aumento de leucócito da urina não significa infecção, ele pode estar aumentado para tentar combater a pedra) ● Urina 24 horas: volume total, cálcio, oxalato, citrato, ácido úrico, sódio, potássio, fósforo, pH e creatinina: base para as recomendações terapêuticas