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Violência: Conceitos, Análises e Dinâmicas no Brasil, Resumos de História Moderna

Este documento aborda a concepção e análise da violência, sua pluralidade e as dinâmicas que a caracterizam no contexto brasileiro. O texto discute as diferentes abordagens teóricas e ideológicas, as formas de violência simbólica, institucional e direta, e os fatores determinantes do crescimento da violência no brasil, como a reestruturação da produção, urbanização e migração. Além disso, o documento aborda a violência contra mulheres e as estatísticas de feminicídios no país.

O que você vai aprender

  • Quais são os fatores determinantes do crescimento da violência no Brasil?
  • Qual é a definição de violência segundo o texto?
  • Quais são as diferentes formas de violência discutidas no documento?

Tipologia: Resumos

2017

Compartilhado em 20/02/2022

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eric-barbosa-9 🇧🇷

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ABORDAGEM HISTÓRICA RESUMO
1 – VIOLÊNCIA CONCEITOS E ANÁLISES.
Pesquisas recentes apontam a Segurança Pública como a
maior preocupação da população na atualidade.
a definição do conceito de Violência sofre mutações
conforme a abordagem teórica, metodológica e ideológica
utilizada. Ela é ao mesmo tempo realidade histórica e
epresentação coletiva; ela é ressignificada segundo tempos,
lugares, relações e percepções e não se dá somente em atos e
práticas materiais, como, por exemplo, a Violência Simbólica.
Ao admitir que a Violência não se trata de um fenômeno
isolado, esta será considerada em sua pluralidade, que
perpassa toda a estrutura da sociedade.
Camacho (2003) a Violência se confunde, se interpenetra,
se inter-relaciona com a agressão de um modo geral e/ou
com a indisciplina, quando se manifesta na esfera escolar.
Zaluar (2004), em qualquer lugar é o limite do aceitável e
o sentido da perturbação que caracterizam um ato como
violento.
Abramovay (2004) ressalta que o fato de existir uma
pluralidade de abordagens não induz a um consenso
sobre o que se define como Violência. Segundo a autora, o
conceito transita entre o metafórico e o simbólico, bem
como entre definições legais que pedem exames de corpo de
delito e provas materiais para configurar o que se entende
por Violência passível de punição.
Wieviorka (1997) atualmente ela se caracteriza pela
exclusão social, pela falta de reconhecimento do outro
enquanto sujeito social.
Segundo estudo realizado Unesco (2002, apud Camacho
2003), a Violência estaria classificada em três níveis:
1.Violência “dura”: golpes, ferimentos, violência
sexual, roubos, crimes, vandalismos;
2. Incivilidades: agressões, humilhações, palavras
grosseiras, desordens, falta de respeito, discriminação;
3. Violência simbólica ou institucional: refere-se ao
abuso do poder baseado no consentimento que se
estabelece e se impõe mediante o uso de símbolos de
autoridade e que dissimula as relações de força e poder.
Ela fere e não necessariamente se utiliza da força física.
Conforme nos aponta Adorno (2002), os cientistas sociais, devido
à pluralidade deste fenômeno, têm tomado três direções para
explicar as causas do crescimento da Violência:
a) mudanças na sociedade e nos padrões convencionais de
delinquência e Violência;
b) crise do sistema de justiça criminal;
c) desigualdade social e segregação urbana.
Ianni (2003) aponta uma provável relação direta e indireta
entre o novo ciclo de globalização do capitalismo, a
urbanização e a violência urbana. Para o autor, na medida
em que a cidade se torna maior e mais complexa, por suas
diversidade e desigualdades, acomodações e tensões,
hierarquias e tensões, produzem-se e reproduzem-se as
condições de ruptura, conflito e violência.
Dos Santos (2002) desigualdade e segregação urbana
produzem uma exclusão social marcada pelo desemprego,
pela recarização do trabalho, salários insuficientes e por
deficiências do sistema educacional.
Abramovay (2004) situações de violência estão
intimamente relacionadas às desigualdades nas relações
de poder.
A Violência é um mero instrumento usado com maior ou
menor intensidade, o conflito é um estado social
permanente e excessivo na sociedade como um todo.
O conflito é necessário, pois o consenso total é impossível
de ser alcançado. Ele nunca é total, nem fechado ou
permanente.
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ABORDAGEM HISTÓRICA RESUMO

1 – VIOLÊNCIA CONCEITOS E ANÁLISES.

 Pesquisas recentes apontam a Segurança Pública como a maior preocupação da população na atualidade.  a definição do conceito de Violência sofre mutações conforme a abordagem teórica , metodológica e ideológica utilizada. Ela é ao mesmo tempo realidade histórica e epresentação coletiva; ela é ressignificada segundo tempos, lugares, relações e percepções e não se dá somente em atos e práticas materiais, como, por exemplo, a Violência Simbólica.  Ao admitir que a Violência não se trata de um fenômeno isolado , esta será considerada em sua pluralidade , que perpassa toda a estrutura da sociedade.  Camacho (2003) a Violência se confunde, se interpenetra, se inter-relaciona com a agressão de um modo geral e/ou com a indisciplina, quando se manifesta na esfera escolar.  Zaluar (2004 ), em qualquer lugar é o limite do aceitável e o sentido da perturbação que caracterizam um ato como violento.  Abramovay (2004) ressalta que o fato de existir uma pluralidade de abordagens não induz a um consenso sobre o que se define como Violência. Segundo a autora, o conceito transita entre o metafórico e o simbólico, bem como entre definições legais que pedem exames de corpo de delito e provas materiais para configurar o que se entende por Violência passível de punição.  Wieviorka (1997) atualmente ela se caracteriza pela exclusão social, pela falta de reconhecimento do outro enquanto sujeito social. Segundo estudo realizado Unesco (2002, apud Camacho 2003), a Violência estaria classificada em três níveis:

  1. Violência “dura”: golpes, ferimentos, violência sexual, roubos, crimes, vandalismos; 2. Incivilidades: agressões, humilhações, palavras grosseiras, desordens, falta de respeito, discriminação;
  2. Violência simbólica ou institucional : refere-se ao abuso do poder baseado no consentimento que se estabelece e se impõe mediante o uso de símbolos de autoridade e que dissimula as relações de força e poder. Ela fere e não necessariamente se utiliza da força física. Conforme nos aponta Adorno (2002), os cientistas sociais, devido à pluralidade deste fenômeno, têm tomado três direções para explicar as causas do crescimento da Violência: a) mudanças na sociedade e nos padrões convencionais de delinquência e Violência; b) crise do sistema de justiça criminal; c) desigualdade social e segregação urbana.  Ianni (2003 ) aponta uma provável relação direta e indireta entre o novo ciclo de globalização do capitalismo , a urbanização e a violência urbana. Para o autor, na medida em que a cidade se torna maior e mais complexa, por suas diversidade e desigualdades, acomodações e tensões, hierarquias e tensões, produzem-se e reproduzem-se as condições de ruptura, conflito e violência.  Dos Santos (2002) desigualdade e segregação urbana produzem uma exclusão social marcada pelo desemprego, pela recarização do trabalho, salários insuficientes e por deficiências do sistema educacional.  Abramovay (2004) situações de violência estão intimamente relacionadas às desigualdades nas relações de poder.  A Violência é um mero instrumento usado com maior ou menor intensidade, o conflito é um estado social permanente e excessivo na sociedade como um todo.  O conflito é necessário , pois o consenso total é impossível de ser alcançado. Ele nunca é total, nem fechado ou permanente.

De acordo com Galtung (1969), sociólogo norueguês pioneiro nos estudos sobre paz a violência pode ser dividida em três tipos:  Violência Direta : aquela que se pode ver, porque se manifesta pelo comportamento das pessoas. Pode ser físico ou verbal;  Violência Cultural : aquela formada por normas, discursos, símbolos, metáforas, comportamentos e representações sociais, que legitimam a violência. Por exemplo: o preconceito;  Violência Estrutural : aquela ligada à ordem social estabelecida à estrutura política e econômica. 2 – DINÂMICA DA VIOLÊNCIA NO BRASIL Região Nordeste foi a mais afetada por esse processo de deslocamento dos pólos dinâmicos da violência4, que pode ser explicado por alguns fatores determinantes conforme aponta Waiselfisz (2012). I – a reestruturação da produção brasileira, que gerou uma mudança no padrão locacional da indústria brasileira, ampliando a industrialização fora do eixo Sul-Sudeste; II – aglomerações consolidadas nas mais diversas regiões do país, fruto do processo locacional da indústria, gerando crescimento e renda e atraindo a criminalidade; III – investimentos em políticas de segurança pública nas capitais e regiões metropolitanas, trazendo maior aparelhamento e qualificando os sistemas de segurança pública, dificultando a ação da criminalidade organizada que migra para os centros menos estruturados; IV – melhoria no sistema de captação de dados de mortalidade, principalmente em estados com cobertura deficiente, reduzindo a subnotificação e ampliando as estatísticas.  Na atualidade a população tem sido socializada por meio dessa cultura do medo e da Violência. Esse medo faz com que as pessoas desconfiem de todos à sua volta, nesse cenário a banalização violência, passa a apresentar-se como um fenômeno natural e tolerável. Desta maneira, observa-se a cristalização do medo e a naturalização da cultura da violência presentes no estabelecimento das relações sociais.  A cultura do medo é duplamente perversa para os moradores das periferias, pois ao mesmo tempo em que os priva da liberdade, permite que as classes mais favorecidas produzam uma visão distorcida dessa população, que passa a ser vista como marginais e delinquentes. Vivenciando o fenômeno da invisibilidade, ou da sua demonização.  Os problemas associados ao crescimento dos homicídios nos municípios brasileiros são complexos e extensos na segurança pública (homicídios provocados pelas disputas no mercado de drogas ilegais, latrocínios, feminicídios); na saúde pública (mortalidade maciça de adolescentes e jovens adultos do sexo masculino, pardos e negros, com altos níveis de vulnerabilidade social, educacional e econômica); na sociabilidade e coesão social (insegurança, medo); na participação política (desconfiança e baixa legitimidade das instituições de segurança pública) e na economia (perda de produtividade, afastamentos, aposentadorias por invalidez) que as políticas públicas de enfrentamento dos distintos níveis de governança precisam ser integradas e avaliadas sistematicamente. (BRASIL, 2016, p. 12) 3 – VIOLÊNCIA NO ESPÍRITO SANTO.  A transformação da economia ocorreu concomitante com um intenso processo de urbanização.  O processo migratório interno , assim como a imigração conveniente de outros estados influíram no crescimento populacional da aglomeração urbana, proporcionando uma redistribuição da população que acompanhou os desequilíbrios regionais produzidos pelo desenvolvimento industrial desigual capixaba.  Devido à intensa concentração dos projetos industriais na privilegiada área da aglomeração de Vitória, a região enfrentou mudanças tanto no aspecto estrutural de transformação das forças produtivas e das relações.  Sabe-se ainda que nos locais onde o poder público não consegue agir , surge o poder paralelo do crime. Nesse momento, as relações são baseadas na dominação por meio da Violência. A inserção do Estado nestas localidades, a partir da implementação de ações voltadas para a redução da violência e criminalidade, para ser efetiva e gerar resultados positivos deve pautar-se no diagnóstico da realidade social e cultural destas regiões, assim como na