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Tipologia: Notas de estudo
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Projetoespecialização em linguagem de pesquisa do curso de Orientadora: Mirian Goldenberg
Estudo teórico sobre o tema: "Influência da família na aprendizagem da criança", refletindo as principais questões: - Por que certas crianças não aprendem, ou aprendem mal.?
Antigamente costumava-se atribuir à criança, toda culpa por seu fracasso escolar. Hoje, porém, já se reconhece que as dificuldades em aprendizagem não se dão no vazio, e sim em contextos, tanto situacionais, quanto interpessoais. Não podemos falar de dificuldades tendo somente a criança como ponto de referência: o "contexto" em que a criança se encontra precisa ser considerado. Assim, quer a família, quer a escola, podem ser grandes responsáveis pela determinação dos distúrbios de aprendizagem. O objetivo deste estudo é verificar até que ponto a influência da família pode determinar tais distúrbios. A importância da referida pesquisa justifica-se, visto que: − a família nuclear, constituída de pai, mãe e filhos, ainda é considerada como a menor unidade social, a célula que reunida às outras formará o tecido social; − o lar e a vida familiar podem proporcionar, através do seu ambiente físico e social, as condições necessárias ao desenvolvimento da personalidade da criança; − as influências precoces são as mais duradouras e as mais estáveis; − é na família que a criança encontra, em primeiro lugar, os modelos a serem imitados ( modelo de identificação ); − existem momentos muito adequados para a realização de determinadas aquisições, conforme o desenvolvimento maturativo da criança, e isso acontece enquanto ela está sob a custódia da família; − a família é um contexto de socialização especialmente relevante para a criança;
O trabalho constou da análise das seguintes idéias: 1-- conceito de aprendizagem; 2--conceito de distúrbío de aprendizagem; 3--família e aprendizagem:- família e formação da personalidade, família e ajustamento emocional, família e desenvolvimento cognitivo, família e nível sócio- econômico.
2-1 Conceito de Aprendizagem
Mussen (1970) define aprendizagem como mudança no comportamento ou desempenho em resultado de experiência. A aprendizagem ocorrerá de maneira mais satisfatória se houver uma motivação (necessidade ou desejo de aprendê-la) e um reforço (recompensa). O autor, porém, considera que alguns processos de aprendizagem podem ocorrer sem motivação e reforço, ou seja, através da identificação com o outro; exemplificando: quando uma criança se identifica com seus pais, adquire muitas das características, pensamentos e sentimentos deles; em suma, adquire o padrão de comportamento da família. Gagné (1974) discorre sobre oito tipos de aprendizagem, desde a mais simples (aprendizagem de sinais ) até a mais complexa (aprendizagem de solução de problemas).
Celidonio (1998) concebe a aprendizagem como um processo em que a personalidade da criança possa se desenvolver autonomamente e não como um reflexo de um certo modelo de indivíduo que a família ou a sociedade julgam ideal. Enfatiza a questão de valores e as idealizações que cada membro do casal normalmente projeta sobre o outro e sobre cada um de seus filhos, como fenômeno constitutivo de conflitos e crises do sistema familiar. A autora constata que o processo de aprendizagem, ao invés de ser visto de forma mecânica e estática, deve ser visto como um processo ativo em que a aquisição de padrões e conteúdos, por parte de um indivíduo, envolve um processo de atribuição de significado àquilo que é aprendido. José & Coelho (1999) também focalizam a aprendizagem significativa e aprendizagem como mudança de comportamento em função da experiência. Ressaltam que é comum as pessoas restringirem o conceito de aprendizagem somente aos fenômenos que ocorrem na escola, como resultado de ensino. No entanto, o termo tem um sentido mais abrangente: compreende os hábitos que formamos, os aspectos da nossa vida afetiva e a assimilação de valores culturais. Referem-se a aspectos funcionais, resultantes de toda estimulação ambiental recebida pelo indivíduo no decorrer da vida. Considerando o que foi exposto , conclui-se que:
sua linguagem. De zero a quatro anos, a interação lingüística entre a mãe e o filho é muito relevante para a maturação emocional e para o desenvolvimento cognitivo. José & Coelho (1999) também consideram como desencadeantes dos distúrbios de aprendizagem, o tipo de educação familiar, além de fatores orgânicos (saúde física deficiente, falta de integridade neurológica, alimentação inadequada, etc.) e fatores psicológicos (inibição, ansiedade, angústia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição, etc.) Para Drouet (1995), a aprendizagem, como parte de um processo de comunicação - a Educação -, apresenta quatro elementos: - comunicador ou emissor(professor) - mensagem(conteúdo educativo) - receptor da mensagem(aluno)
2-3 Família e Aprendizagem
2-3-1 Família e formação da personalidade
Torna-se cada vez maior a preocupação dos pais em acertar na educação dos filhos. Muitas vezes aqueles se perguntam onde foi que erraram para que o filho tivesse a dificuldade que hoje tem.
Bossa (1998) ressalta que mais do que responsáveis pela qualidade de vida, os pais são construtores do aparelho psíquico dos seus filhos. Nascendo numa condição de total incompletude, o ser humano depende totalmente dos adultos que estão a sua volta, especialmente de seus pais ou daqueles que fazem função paterna e materna. Embora trazendo uma carga genética que também interfere no seu destino, o fator genético será menos influente, quanto mais influente for a educação. A aprendizagem humana envolve uma relação sujeito-objeto. O sujeito que nasce como um ser biológico, logo se constitui como um sujeito psicológico. A evolução normal das funções egóicas (atenção, memória, pensamento, juízo, percepção, linguagem, motricidade, afetividade) dependem das condições externas, mais especificamente da relação mãe-bebê, uma vez que uma comunicação especial se estabelece nessa relação desde os primeiros momentos da vida do bebê. Piletti (1984) considera, assim como diversos outros autores, que as primeiras experiências educacionais da criança, geralmente são proporcionadas pela família. Através das influências familiares, vai-se paulatinamente moldando seu comportamento. Os pais o fazem, na maioria das vezes, de modo inconsciente. Diga-se que os resultados esperados, quando se quer influenciar de modo consciente e deliberado, nem sempre acontecem. O que é ensinado inconscientemente tende a permanecer por mais tempo. O autor considera de fundamental importância para o desenvolvimento posterior da criança e para sua aprendizagem escolar, os sentimentos que os pais nutrem por ela durante os anos anteriores à escola. Tais sentimentos contribuem para o desenvolvimento do
reforçar e fortalecer as que foram aprendidas no lar; em outros, podem ser diferentes e até opostas. Quando as expectativas familiares e as do grupo de fora da família se chocarem, a criança conhecerá um conflito. Se sua identificação com os pais for sólida, dificilmente adotará valores contrários aos deles; porém, se for tênue sua identificação com os pais, ou, se a pressão do grupo de fora for grande, é possível que adote valores defendidos por este.
. O comportamento, desejável ou indesejável, não apenas acontece: é causado. Conforme o enfoque dado pelos pais à aprendizagem escolar, será o tipo de influência exercida sobre a criança; exemplificando: se os pais preferem ver TV, passear, assistir a algum filme, ao invés de ler, certamente a criança, mesmo possuindo revistinhas e livros, não terá muito interesse por leitura. Portanto, sem intenção de ensinar, os pais podem influenciar a aprendizagem de seus filhos através de atitudes e valores que passam a eles. Moreno & Cubero (1995) atribuem à família garantia de sobrevivência física de seus membros e ressaltam que é dentro dela que se realizam as experiências básicas que serão imprescindíveis para o desenvolvimento autônomo dentro da sociedade (aprendizagem do sistema de valores, da linguagem, do controle de impulsividade, etc.). Referem-se ao modelamento psicológico da criança, citando os meios para tal: recompensas, castigo, observação. Consideram o poder da família, não absoluto, nem infinito, visto que: -- quando a criança nasce, certas características podem ao menos estar parcialmente definidas, como sua saúde e temperamento infantil; --outros contextos socializadores, como escola e colegas, influem sobre a criança, paralelamente à ação dos pais, em maior ou menor grau; --
a família é influenciada por uma série de fatores determinantes de seu funcionamento, por exemplo, situação sócio-econômica dos pais. Os referidos autores discorrem sobre diferentes estilos de comportamento dos pais e conseqüentes efeitos sobre o desenvolvimento social e da personalidade da criança. Classificam os pais nas seguintes categorias: − pais autoritários- manifestam altos níveis de controle, de exigências de amadurecimento, porém baixos níveis de comunicação e afeto explícito. Os filhos tendem a ser obedientes, ordeiros e pouco agressivos, porém tímidos e pouco persistentes no momento de perseguir metas; baixa auto-estima e dependência (não se sentem seguros, nem capazes para realizar atividades por si mesmos); filhos pouco alegres, mais coléricos, apreensivos, infelizes, facilmente irritáveis e vulneráveis às tensões, devido à falta de comunicação desses pais. − pais permissivos- pouco controle e exigências de amadurecimento, mas muita comunicação e afeto; costumam consultar os filhos por ocasião de tomada de decisões que envolvem a família, porém não exigem dos filhos, responsabilidade e ordem; estes, tendem a ter problemas no controle de impulsos, dificuldade no momento de assumir responsabilidade; são imaturos, têm baixa auto-estima, porém são mais alegres e vivos que os de pais autoritários. − pais democráticos - níveis altos tanto de comunicação e afeto, como de controle e exigência de amadurecimento; são pais afetuosos, reforçam com freqüência o comportamento da criança e tentam evitar o castigo; correspondem às solicitações de atenção da criança; esta tende a ter níveis altos de autocontrole e auto-estima, maior capacidade para enfrentar situações novas e persistência nas tarefas que iniciam; geralmente são interativos, independentes e carinhosos; costumam ser
2-3-2 Família e ajustamento emocional
Estudos clínicos revelam que a atmosfera familiar também está relacionada com o ajustamento emocional. Se for intenção estudar os processos de interação familiar e sua influência sobre a criança, não é suficiente restringirmos à análise de uma díade; é necessário estabelecer o conjunto total de relações que se dá entre os diferentes membros da família (pai, mãe, irmãos). Os atritos entre os pais constituem, conforme o autor, o mais comum antecedente dos desajustamentos emocionais nos filhos. As tensões paternas muitas vezes envolve dificuldades sexuais, falta de consideração ou de cooperação, saúde frágil, conflitos sobre amigos ou parentes, e qualquer desses motivos pode impedir o estabelecimento de relações descontraídas e felizes entre pais e filhos. Faltando tais relações, torna-se difícil para a criança aprender reações emocionalmente maduras e adaptadas. Além dos efeitos diretos que a atuação do pai e da mãe tem sobre a criança, é necessário considerar-se os efeitos de segunda ordem ou indiretos, processos através dos quais uma pessoa influi sobre a outra por intermédio de uma terceira;
exemplificando: o pai pode afetar positiva ou negativamente a interação que a mãe tem com o seu filho e, conseqüentemente, o desenvolvimento deste, em função da relação emocional que mantém com sua mulher. Drouet (1995) constata que o relacionamento entre pais e filhos depende muito do clima emocional que se estabelece em um lar e que para se obter um bom clima emocional é preciso que haja harmonia do casal e tratamento igual dispensado a todos os filhos. Celidonio (1998) afirma que muitas crianças que poderiam ter um relacionamento sadio, não são valorizadas e muitas vezes até são desprezadas porque diferem daquilo que delas esperavam seus pais. Daí surgirem grandes conflitos e por parte dos pais, sentimentos de decepção e fracasso diante da inutilidade de "tanto esforço". A escola, no entanto, poderá contribuir, e muito, no sentido de promover mudanças nos alunos considerados antes desacreditados pelos pais; e estes mesmos, através da interação filho-escola, de alguma forma, conseguem também modificar seu comportamento, percebendo e respeitando as características reais de seu filho, a partir do momento em que este é valorizado pela equipe da escola que o assiste diariamente. Para Mussen (1970) e outros, a influência do lar é sumamente importante para o crescimento emocional da criança, dada a importância das primeiras experiências. Se estas forem saudáveis, a criança terá segurança , fará uma avaliação realista do seu valor, de suas forças e de suas limitações. Aceitará a si mesma pelo que é, e estando livre de angústia, poderá empregar construtivamente suas energias a fim de solucionar problemas.
− disciplina severa- traz ansiedade e apreensão. Quanto ao nascimento de um irmão: sem dúvida significa para a criança uma mudança em sua vida, principalmente se ela for primogênita; esse fato tende a aumentar os afrontamentos entre a mãe e a criança; esta, conseqüentemente, manifesta todo um repertório de condutas que repentinamente tornam-se presentes ou se acentuam (distúrbios do sono, da alimentação, aumento dos medos, regressões na linguagem ou no controle esfincteriano, estados de tristeza ou mau humor, manias, caprichos, maiores desejos de independência ou, ao contrário, de dependência, etc.). O ajuste da criança à nova situação e relação com o novo irmão, dependerão do caráter da criança, mas também da interação com os pais e de outras variáveis (idade, anos de diferença entre os irmãos, sexo). Moreno & Cubero (1995) ressaltam que as características de personalidade são o resultado do conjunto de experiências pelas quais os indivíduos passam ao longo de sua vida. Dessa forma, a experiência com os irmãos é somente uma delas, e a ordem de nascimento pode ter seu efeito, mesmo não sendo o determinante fundamental. Por exemplo, costuma-se dizer que os primogênitos tendem a falar antes, a ser mais orientados para os adultos, a ser mais ansiosos no momento de alcançar metas e a ser mais dependentes, em virtude de terem recebido por certo tempo uma atenção exclusiva. E as conseqüências para a aprendizagem? Celidonio (1998) constata que as tensões acumuladas na dinâmica das relações familiares certamente surgirão na escola (primeiro universo mais amplo que se segue às relações familiares) sob a forma de um problema de adaptação e ou aprendizagem na vida escolar.
Os progressos na aprendizagem ficam inibidos quando a tensão emocional é grande. A coordenação muscular é marcadamente enfraquecida por uma situação emocional bastante intensa. A eficiência da aprendizagem será menor, sobretudo se depender da habilidade de manipulação. A eficiência intelectual é reduzida diante de forte tensão emocional podendo até ser psicologicamente verdadeira a expressão: "eu estava tão nervoso que não podia pensar." -- Comparando-se a produção de uma pessoa normal, e de outra em estado intenso de emoção, a produção desta é reconhecidamente menor. Crianças amedrontadas, zangadas, desapontadas ou deprimidas podem reagir em situações de aprendizagem com menos da metade da capacidade com que poderiam fazê-lo. Mediante o exposto, conclui-se que:
2-3-3 Família e desenvolvimento cognitivo
Não menos importante é a contribuição da família para o desenvolvimento cognitivo da criança.