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Fundamental II assimilam o estudo da Transitividade Verbal a partir das ... de verbo transitivo e reconhece que há quatro principais classes de verbos ...
Tipologia: Notas de aula
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PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS – (ProfLetras) PATRÍCIA MOTA DO AMARAL LIMA
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS – (ProfLetras) PATRÍCIA MOTA DO AMARAL LIMA
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS – da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, como requisito parcial e obrigatório para obtenção do título de Mestre em Letras. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valéria Viana Sousa VITÓRIA DA CONQUISTA- BA 2019
Profª. Drª. Valéria Viana Sousa – Orientadora Professora Titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB Profª Drª Leilane Ramos da Silva Professora Titular da Universidade Federal de Sergipe - UFS Profª Drª Vera Pacheco Professora Titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
A minha família, e, de modo muito especial, a minha mãe Laura Mota do Amaral ( in memoriam ), a quem eu devo os meus primeiros e mais sólidos conhecimentos.
A transitividade (Patrícia Mota do Amaral Lima) A transitividade da vida me impulsiona porque tudo é mistério e desafio; A transitividade das palavras me cativa porque tudo é relativo e contínuo; A transitividade do intransitivo me revela que nada basta por si só, é definitivo e absoluto.
A Transitividade Verbal é o objeto de estudo desta dissertação por representar, tradicionalmente, um dos conteúdos da matriz curricular da disciplina Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II e por, geralmente, os alunos apresentarem dificuldades para compreender o fenômeno da transitividade que, segundo a Tradição Gramatical, é uma propriedade inerente ao verbo – que pode ter sentido completo ou necessitar de complemento. No entanto, do ponto de vista da Linguística, a transitividade ultrapassa a estrutura e o sentido isolado do verbo e recai sobre toda a sentença, em um processo continuum e escalar, abarcando desde os elementos externos(sujeito) até os internos(complementos do verbo), sendo influenciada por elementos linguísticos e extralinguísticos. Diante dessas duas possibilidades de abordagens, objetivamos investigar se os alunos de 8º ano do Ensino Fundamental II assimilam o estudo da Transitividade Verbal a partir das contribuições de parâmetros funcionalistas. Para tanto, ancoramo-nos em pesquisas bibliográficas, acerca do tema, na perspectiva da Tradição Gramatical representada, nesta Dissertação, pelos gramáticos Cunha (1986); Rocha Lima (2003); Cegala (2005) e Bechara (2007) e cânones da perspectiva descritiva : Azeredo (2002); Perini (2002) e Castilho (2016). Nesse campo, priorizamos, ainda, os parâmetros propostos por Hopper e Thompson (1980), os quais integram a concepção funcionalista norte-americana. Ainda, nessa área, recorremos às contribuições de Cunha e Souza (2011); Abraçado e Kenedy (2014); Cunha; Oliveira; Martelotta (2015) e de pesquisas contemporâneas. Realizamos, posteriormente, pesquisas no livro didático Português: Linguagens de Cereja e Magalhães – 4ª e 9ª edições, para identificarmos a concepção adotada pelos autores e, consequentemente, a teoria predominante na sala de aula. Como resultado, desenvolvemos uma intervenção, com uma proposta pedagógica a partir de uma Sequência Didática ancorada na Linguística Funcionalista, transcrita em um caderno pedagógico nas versões para docente e discente, para contribuirmos positivamente com o processo de ensino/aprendizagem da Transitividade Verbal , pois, diante dos resultados da pesquisa, confirmamos a hipótese de que a abordagem tradicional desse conteúdo contribui para a baixa compreensão por parte do aluno, enquanto que o ensino considerando as especificidades da língua em uso facilita a aprendizagem. PALAVRAS-CHAVE : Transitividade Verbal. Funcionalismo. Proposta Pedagógica
Gráfico 01 - Questão 01 do quiz: Identificação da presença dos participantes na sentença................................................................................................................................... 122 Gráfico 02 - Questão 02 do quiz: Identificação da transferência de ação verbal na sentença................................................................................................................................... 123 Gráfico 03 - Questão 03 do quiz: Identificação de ação verbal concluída ou em processo na sentença................................................................................................................................... Gráfico 04 - Questão 04 do quiz: Identificação da ação verbal instantânea na sentença........ 124 Gráfico 05 - Questão 05 do quiz: Identificação da intencionalidade do sujeito na sentença.. Gráfico 06 - Questão 06 do quiz: Identificação de sentença com valor positivo.................... 125 Gráfico 07 - Questão 07 do quiz: Identificação de ação verbal real ou hipotética na sentença................................................................................................................................... 126 Gráfico 08 - Questão 08 do quiz: Identificação da transferência de ação entre o sujeito e o objeto....................................................................................................................................... 126 Gráfico 09 - Questão 09 do quiz: Identificação do afetamento do objeto.............................. 127 Gráfico 10 - Questão 10 do quiz: Identificação da caracterização do objeto.......................... 128 Gráfico 11 - Resumo das questões do quiz com maior número de erros................................ 128
AC Adjunto Circunstancial CP Complemento do Predicado EJA Educação de Jovens e Adultos Ex Exigência L Aceitação Livre LSF Linguística Sistêmico- Funcional OD Objeto Direto PPP Projeto Político Pedagógico Pv Predicativo Rec Recusa SD Sequência Didática SNs Sintagmas Nominais
14 INTRODUÇÃO Ao longo da vida estudantil, todo aluno se depara, incontáveis vezes, com o estudo de verbos conduzido pelo professor de Língua Portuguesa. A cada série e etapa de ensino, esse estudo, como é previsível, amplia-se e, com isso, esperamos maior competência comunicativa e, consequentemente, maior domínio da linguagem por parte do aluno, tanto na escrita quanto na oralidade. Todavia, não é raro o professor desapontar-se diante da resistência ou dificuldades apresentadas por parte do alunado no que tange ao estudo e ao uso dos verbos, seja no Ensino Fundamental I, no Ensino Fundamental II ou no Ensino Médio. O estudo da Transitividade Verbal exemplifica, muito bem, esse desafio de ensinar e aprender, o qual deve ser superado por professores e alunos. Compreender como se dá a transitividade é, na maioria das vezes, um processo demorado e que exige do professor de Língua Portuguesa um esforço contínuo para possibilitar ao aluno o conhecimento e a aprendizagem necessária. Diante dessa experiência vivenciada na sala de aula, resta-nos questionar: Essa dificuldade apresentada pelos alunos em compreender o fenômeno da transitividade está diretamente associada ao método de perfil mais tradicional de ensino e à contribuição do livro didático? Sendo afirmativa essa pergunta, a abordagem linguística contribuiria para uma aprendizagem mais significativa? Destarte, ante a essa problemática vivenciada na prática por muitos professores de Língua Portuguesa e visando uma maior eficiência do trabalho docente, o objetivo geral deste estudo/pesquisa é investigar se os alunos de 8º ano do Ensino Fundamental II do Colégio Municipal Alcides Cordeiro assimilam o estudo da Transitividade Verbal a partir das contribuições de parâmetros funcionalistas, uma vez que o trabalho até então desenvolvido, na sala de aula, acerca do nosso objeto de estudo prima pela tendência tradicionalista. Nesse contexto, se de um lado temos aluno com dificuldades para compreender o fenômeno da transitividade, apresentando aprendizagem limitada acerca desse conteúdo e, do outro lado, temos uma prática pedagógica subsidiada pelo livro didático ainda carregado de conceitos e atividades norteadas pela Tradição Gramatical, hipotetizamos, inicialmente, diante dos questionamentos supracitados, que a abordagem teórica de perfil mais tradicional pode ser um dos fatores que contribua para a baixa compreensão da Transitividade Verbal por parte do aluno. Da mesma forma, acreditamos, também, em uma segunda hipótese importante que, quanto à transitividade, os falantes lançam o olhar sobre toda a sentença, buscando o seu
15 sentido como um todo, como propõe os linguistas e não unicamente sobre o verbo, como defendem os gramáticos tradicionais. Buscando respostas para nossas inquietações e validação para nossas hipóteses, pretendemos, também, analisar (i) as contribuições dos parâmetros funcionalistas para o processo de ensino e aprendizagem da Transitividade Verbal; (ii) analisar os resultados da aplicação de atividades elaboradas sob a perspectiva linguística, para a compreensão da transitividade por parte de alunos do 8º ano do Ensino Fundamental II. Assim sendo, embora outros estudos já tenham sido desenvolvidos abordando essa temática, ainda se faz necessário desenvolver pesquisas/estudos que tenham como foco o fazer pedagógico, cujos frutos beneficiem diretamente o alunado e os professores de Língua Portuguesa. Sob essa perspectiva, este estudo justifica-se, pois, por apresentar uma nova proposta para se trabalhar, nas escolas, a Transitividade Verbal , oferecendo ao docente de Língua Portuguesa respaldo para uma abordagem além do verbo, voltando-se para a sentença a partir da valorização de todos os elementos externos (extralinguísticos) e internos (linguísticos), sejam eles os sintagmas nominais ou o verbo. Para tanto, ancoramo-nos nos pressupostos de Hopper e Thompson (1980) sobre os dez parâmetros fundamentais para a compreensão global da sentença, parâmetros esses que se inter-relacionam e mostram que a transitividade acontece de forma gradual e contínua, manifestando-se na sentença por completo. Desse modo, buscamos, por meio desta pesquisa, testar nossas formulações hipotéticas, propondo uma postura docente menos tradicional e mais pautada nas discussões linguísticas, uma vez que elas valorizam os aspectos linguísticos e extralinguísticos, aproximando, consequentemente, os discursos do dia a dia aos discursos apontados e analisados no cotidiano escolar. Isso representa um importante passo na prática pedagógica por permitir ao aluno estabelecer conexão entre o que se estuda na escola e o que ele vivencia com o uso social da língua. Essa possibilidade, no entanto, não desconsidera as contribuições da Tradição Gramatical, aqui representadas pelos gramáticos Said Ali (1964), Cunha (1986), Rocha Lima (2001), Cegalla (2005) e Bechara (2009), todavia, propõe um caminho diferente, na tentativa de encontrar resultados também diferentes dos comumente apresentados nas salas de aula, tendo em vista que eles não são satisfatórios. Para tanto, recorremos aos linguistas Neves (2000), Azeredo (2002), Perini (2005) e Castilho (2016) a fim de estabelecermos um paralelo entre essas duas concepções, pontuando a disparidade entre ambas e que, por sua vez, pode
17 gramáticas tradicionais, apontando as semelhanças entre elas e como, sob esse panorama, dá- se a compreensão da Transitividade Verbal. Na subseção posterior, trazemos a compreensão da Transitividade Verbal sob a ótica de quatro linguistas e, desse modo, apresentamos as principais discrepâncias entre a visão tradicional e a visão da Tradição Linguística, por isso, essa subseção tem o título Como a Transitividade Verbal é compreendida sob a perspectiva da Tradição Linguística? Ainda na busca pelo entendimento da Transitividade Verbal no campo da Linguística, na subseção seguinte, com o título Como a Transitividade Verbal é percebida sob o viés do Funcionalismo? , expomos o ponto de vista do Funcionalismo, mais precisamente do Funcionalismo Norte-Americano, o qual traz as contribuições de Hopper e Thompson (1980) com dez parâmetros considerados por eles premissas para a comprovação de que a transitividade ocorre de forma gradual e contínua, em toda a sentença. Na subseção Como a transitividade é abordada nas pesquisas linguísticas contemporâneas funcionalistas? , trazemos as considerações de autores que abordaram o nosso objeto de estudo sob uma perspectiva contextual e dinâmica, considerando como fundamental entendermos a ocorrência da transitividade de acordo com os contextos de uso. E, finalmente, na última subseção, Como a Transitividade Verbal é apresentada nos livros didáticos de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II? , como o próprio título sugere, questionamos a abordagem da transitividade no livro didático do Ensino Fundamental II, Português: Linguagens de Cereja e Magalhães, de duas coleções de edições diferentes, analisando conceitos e atividades sobre o tema proposto. Na terceira seção, cujo título é Metodologia , apresentamos a nossa conduta metodológica para coleta e análise dos dados. Na subseção Local da pesquisa: a escola, especificamos e descrevemos o local da pesquisa e o público participante da proposta de intervenção, cujos atores foram fundamentais neste processo de testes e descobertas. Na quarta seção, com o título Proposta de intervenção , introduzimos as informações acerca da nossa proposta de trabalho, mas, antes de descrevermos a atividade de intervenção, optamos por aprofundar um pouco mais o conhecimento sobre Sequência Didática, abordando suas características, uma vez que a nossa proposta é por meio de uma. Na subseção intitulada Sequência Didática , é que trazemos, passo a passo, a nossa proposta de intervenção, a qual deu origem ao caderno pedagógico em duas versões: docente e discente, com todas as atividades pensadas e planejadas para trabalharmos a Transitividade Verbal a partir dos dez parâmetros funcionalistas propostos por Hopper e Thompson (1980).
18 Acreditamos nessa proposta, conforme mostramos na Análise e discussão dos dados , apresentados na quinta seção e a consideramos plausível, tendo em vista que se trata de mais uma oportunidade de se trabalhar conteúdos considerados antigos de forma que possibilite tanto ao professor quanto ao aluno pensar e repensar conceitos e conhecimentos a partir de situações diversificadas, assim como se realizam o uso da língua e as situações comunicativas. Baseando-se nesses princípios, podemos afirmar e ratificamos nas Considerações Finais que se trata de uma pesquisa relevante não apenas no campo científico, mas, sobretudo, na prática diária do docente de Língua Portuguesa que, por sua vez, convive com angústias e inquietações sobre como abordar a Transitividade Verbal na sala de aula de forma que o aluno não se entedie antes mesmo de aprender e dominar os conhecimentos necessários. Confiamos nos resultados positivos desta Dissertação e, consequentemente, no aprendizado do nosso aluno que é o reflexo de nossas ações e o fruto do nosso esforço.