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Este documento discute a importância do trabalho do orientador educacional na educação profissional, enfatizando a relevância de práticas pedagógicas integradoras para a formação de cidadãos capazes de tomar decisões e utilizar raciocínio e valores. O texto aborda a dialogicidade e ações educacionais flexíveis e contextualizadas, e o papel do orientador educacional na implementação dessas práticas. Além disso, o documento discute as leis que suportam o ofício de orientação educacional e a evolução da função do orientador educacional.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Tereza Cristina de Paula tcpaula@firjan.org.br SENAI
Jesimar da Cruz Aves jcalves@firjan.org.br SENAI
Ana Maria Ribas anaribas@gmail.com UCDB
Resumo: Pensar a educação como fio condutor do desenvolvimento cognitivo, afetivo e social do educando requer a ressignificação das práticas pedagógicas e das ações e funções dos responsáveis por sua efetivação. Na Educação Profissional, a prática pedagógica com Projetos Integradores, com suporte do Orientador Educacional durante todo processo de elaboração, ensossa a premissa de que a dialogicidade e ações educacionais flexíveis e contextualizadas formam cidadãos capazes de tomar decisões, utilizando raciocínio e valores. Assim, esse artigo discute a magnitude da ação do Orientador Educacional em todas as atividades didático-pedagógicas de uma instuição de ensino, os benefícios inenarráveis da implementação das práticas pedagógicas com Projetos Integradores para o desenvolvimento de competências necessárias para o mercado de trabalho e a imprescindibilidade da ação do Orientador Educacional durante todo período de concepção dos Projetos Integradores para uma prática docente mediadora e para uma aprendizagem significativa discente na Educação Profissional. Para avalizar a discussão, utilizou-se a pesquisa bibliográfica como metodologia, com embasamento a
partir dos estudos de especialistas como Freire (1979), Grinspun (1994, 2003, 2006), Lück (1990), Pasinato (2012), Libâneo (2001) entre outros. A compreensão mais aprofundada da fusão da Orientação Educacional com os procedimentos instrutivos significativos em todas as modalidades da educação, e a divulgação do assunto são ferramentas proeminentes em produzir subsídios que conduzam a um melhor entendimento acerca da importância da assunção do ambiente escolar como locus da construção do conhecimento sistemático crítico e reflexivo. Ambiente no qual se oportunize o crescimento pessoal-profissional do educando, bem como sua ampliação da visão espaço-tempo e homem-mundo.
Palavras Chave: Orientação - Projeto Integrador - Aprendizagem - Prática Pedagógica - Educacional
uma prática docente mediadora e para uma aprendizagem significativa discente na Educação Profissional. Para avalizar a discussão, utilizou-se a pesquisa bibliográfica como metodologia, com embasamento a partir dos estudos de especialistas como Freire (1979), Grinspun (1994, 2003, 2006), Lück (1990), Pasinato (2012), Libâneo (2001) entre outros. A compreensão mais aprofundada da fusão da Orientação Educacional com os procedimentos instrutivos significativos em todas as modalidades da educação, e a divulgação do assunto são ferramentas proeminentes em produzir subsídios que conduzam a um melhor entendimento acerca da importância da assunção do ambiente escolar como locus da construção do conhecimento sistemático crítico e reflexivo. Ambiente no qual se oportunize o crescimento pessoal-profissional do educando, bem como sua ampliação da visão espaço-tempo e homem-mundo.
Palavras Chaves: Orientação Educacional; Projeto Integrador; Aprendizagem; Prática Pedagógica.
3 A GÊNESE DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Nas sociedades arcaicas, como explica Carvalho (1986), as funções do Orientador Educacional eram similares às funções dos mestres. As mesmas consistiam em garantir a continuidade dessas sociedades por meio da perpetuação das tradições, ritos e valores. De acordo com Gusdorf (1970, p. 270) apud Carvalho (1986, p.21);
Os mestres dos rituais de iniciação: o xamane, o feiticeiro, o curandeiro, foram os primeiros mestres-escolas do gênero humano, já que sua função consistia tanto em ensinar aos jovens valores e modos de vida de sua comunidade, como em orientá-los na busca de sua efetivação como seres pertencentes a essa comunidade.
No século XX, com o surgimento das ideias de espírito científico de teóricos como Bacon, Descartes e Galileu, a ciência foi fragmentada em diversos segmentos, desarticulando o saber e criando a necessidade de especialistas em lidar com diferentes áreas do conhecimento. (CARVALHO, 1986). Uma nova visão de homem e de mundo atinge as ciências humanas e repercute no campo educacional. “A função docente dissociou-se em especialidades cada vez mais estreitas, perdendo-se a significação do todo cultural”. (CARVALHO, 1986, p.28). Desde então, O Orientador Educacional teve suas funções atreladas aos diferentes períodos históricos. Esse profissional já se limitou ao atendimento aos desajustes dos alunos considerados problemas e à prestação de serviços com o objetivo de ajustamento e prevenção. (PASCOAL, 2005 e 2006). No que tange a legislação, data da década de 40 o embasamento de leis que suportam o ofício de Orientação Educacional, a seguir: 1942 - Lei Orgânica do Ensino Industrial (criou o Serviço de Orientação Educacional) e Decreto-Lei n. 4.073/42 (Instituiu a Orientação Educacional); 1961 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação n. 4024/ (aborda a formação do Orientador Educacional); 1971 - Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional n. 5.692/71( institui obrigatoriedade da Orientação Educacional em todas as escolas de ensino secundário); 1973 - Decreto-Lei n. 72.846/73 (assistência ao educando) e ; 1996 - atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9394/96 ( sem referência específica, mas a Orientação Educacional é mencionada em vários artigos). Diante das transformações ocorridas em nossa sociedade por questões científicas, tecnológicas, econômicas e mudanças no mundo do conhecimento gerando reestruturação do sistema de produção e trabalho, um novo perfil de aluno/trabalhador é necessário. Um novo
paradigma de qualificação profissional se presenfica impondo que o sistema de ensino reveja sua prática pedagógica, sua divisão de trabalho e sua distribuição de papéis entre a equipe que o forma. “A escola necessária para fazer frente a essas realidades é a que provê formação cultural e científica, que possibilita o contato dos alunos com a cultura, aquela cultura provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética, pela ética”. (LIBÂNEO, 2001, p. 7). Nesse cenário atual, onde a instituição de ensino se reorganiza atribuindo aos seus atores atribuições que corroborem com a eficiência e eficácia do ensino para uma clientela real, social e histórica, o Orientador Educacional passa a ter ideais normativos que vislumbram o desenvolvimento holístico 1 do educando. Durante todo o processo de ensino e aprendizagem o discente partilha sua caminhada com profissionais que têm a responsabilidade de lhe apoiar em todas suas necessidades estudantis. Profissionais como os docentes e o Orientador Educacional, por exemplo. Segundo Grispun (1994), o trabalho do Orientador Educacional não mais se restringe a agir quando há problemas de ajustes comportamentais dos alunos. Ribas (2014, p. 12), endossa esse pensamento quando afirma que o Orientador Educacional deixou de ser “[...] o profissional responsável pela disciplina dos alunos, o responsável pelo encaminhamento dos alunos “problemas” a outros profissionais como, por exemplo, o psicólogo[...]”. Corroborando com essa mudança de concepção, Grispun (2006) salienta que, na atualidade a atuação do Orientador Educacional abarca um caráter mediador auxiliando efetivamente toda comunidade escolar, contribuindo na execução de todas as ações educacionais que vislumbrem o aprendizado do educando. Assim, a mudança de foco do desajuste do aluno-problema para sua real potencialidade é um importante subsidio de caráter reflexivo na função do Orientador Educacional. Para Grispun (2003),
A orientação deve buscar uma visão mais completa da realidade e do sujeito, as especificidades do campo de ação ajudam o entendimento da totalidade, sem perder de vista a singularidade. Nessa abordagem, novos aliados terão o trabalho próprio na escola, nos quais três indicativos se impõem: a comunicação, a argumentação e a reflexão. Eles são dados significativos á formação do sujeito. A multiplicidade dos enfoques e análises que caracteriza o fenômeno educativo não torna inócua a Orientação Educacional, ao contrário precisamos dela como campo de ação e investigação para dinamizar o processo educativo e a formação do aluno cidadão. (GRINSPUN, 2003, p.92).
Na concepção de Paulo Freire (1979), quando o homem toma consciência de algo, ele o vê e o compreende da maneira que isso chega ao seu alcance. Sua realidade é e continua sendo a mesma, sem alteração nenhuma. É uma posição ingênua e espontânea. Do momento em que esse homem começa a verdadeiramente enxergar “esse algo”, que tinha apenas tomado consciência, de forma crítica, buscando compreendê-lo como essência, como uma realidade que pode ser modificada, aperfeiçoada, ultrapassada em sua estaticidade, há conscientização. O objeto torna-se conhecido e analisado mais e mais e o homem passa a ser sujeito de ação-reflexão (sujeito de práxis) distanciando-se assim de sua posição de objeto anterior. O homem conhece sua história, reflete sobre ela, atua sobre a mesma e transforma o mundo e a si mesmo. Com base no ponto de vista de Freire (1979), o Orientador Educacional, como educador que é, realiza parceria com os docentes corroborando com a compreensão dos mesmos acerca do comportamento de seus educandos e de como desempenhar ações condizentes com os perfis deles para auxiliá-los a serem sujeitos de práxis
Compreender a mutação e instabilidade presentes em todas as ações e situações reais na vida dos alunos, em sociedade e no mercado de trabalho, ratifica os benefícios do trabalho pedagógico suportado pelos Projetos Integrados, pois os autores Viegas e Carneiro (2003) explicam que, com o deslocamento do foco da ação educativa do ensinar para o aprender, os currículos dos cursos de Educação Profissional deixam de estar centrados em conteúdos e, em decorrência, afastam-se da ideia de organização em grades curriculares. A Ênfase transfere-se para aquisição e o exercício de competências, estas articuladoras de conhecimentos. Nesta perspectiva, os métodos e as técnicas de ensino/aprendizagem são essenciais para o desenvolvimento de um itinerário formativo, interligado permanentemente com os contextos polimodais do mundo do trabalho. (VIEGAS e CARNEIRO, 2003 p. 19). A construção ativa do conhecimento baseada em competências abarca conhecimentos(saber), habilidades(saber fazer) e atitudes(saber ser) necessários ao desempenho de funções e atividades de forma eficiente e eficaz no mundo do trabalho. Para que essas competências sejam apropriadas as estratégicas de ensino não podem ser outras senão aquelas centradas no sujeito principal desse processo, o discente. Para que haja a transposição do ensino automático e repetitivo para uma aprendizagem autônoma e crítica, estratégias de aprendizagem desafiadoras nas quais o aluno é visto como um ser pensante e em processo de feitura devem ser promovidas. De acordo com a explanação disponível em SENAI/DN (2013, p.130), “A Estratégia de Aprendizagem Desafiadora deve abranger os Fundamentos, Capacidades e Conhecimentos selecionados e deve sempre se referenciar aos problemas reais do mundo do trabalho pertinentes ao Perfil Profissional que deu origem ao curso.” Os Projetos Integradores são ferramentas utilíssimas nas ações pedagógicas que envolvem situações de aprendizagem desafiadoras e possibilitam tanto a construção do conhecimento quanto o desenvolvimento de competências. Esses são fontes de diálogo entre tudo o que é estudado em todas as Unidades Curriculares da grade do curso ao longo da formação e o mundo do trabalho, real e mutável. Prática e preparação “[...] inserindo o aluno no contexto da tecnologia e da ciência, da construção do conhecimento, da autoria, da curiosidade, da investigação, da descoberta e da motivação intelectual.” (SENAI/DN, 2015, p. 11). A instituição tem um gama de opções para trabalhar com Projetos Integradores por meio de diferentes estratégias que simulem situações corriqueiras do mercado de trabalho. Os Projetos também podem ter os alunos como autores quando são eles que apresentam a temática que será trabalhada, ou terem suas propostas oriundas dos docentes e alunos em consonância. As propostas, ou seja, os objetivos dos Projetos Integradores devem sempre atentar para a interdisciplinaridade, a contextualização, integração entre teoria e prática e aproximação com o mundo do trabalho. Ressalta-se que, os mesmos são planejados, executados, monitorados e avaliados dentro de um período de tempo de início e fim pré- estabelecido. As etapas de um Projeto Integrador englobam a Sensibilização, o Planejamento, o Desenvolvimento e a Conclusão. Na etapa de Sensibilização os alunos são motivados, os ambientes preparados e a proposta disseminada. Na etapa do Planejamento são planejados os ajustes e as regras são definidas. Na etapa de Desenvolvimento o projeto é executado por meio da ação mais efetiva dos alunos, interligando os conhecimentos construídos no decorrer de todo processo de sua formação. Na etapa de Conclusão o projeto é finalizado e os resultados apresentados a partir da elaboração de um trabalho escrito e produção de slides para defesa perante um banca avaliadora. (SENAI/DN, 2015). Durante todo o processo deve haver diálogo constante entre alunos, docentes e suporte pedagógico, aqui representado pelo Orientador Educacional. Nesse sentido para Santos e Barra (2012),
O Projeto Integrador, além de relacionar a teoria com a prática, por meio da contextualização dos conteúdos ministrados nas atividades do curso (disciplinas), possibilita ao aluno, a partir tutoria dos docentes e
do suporte pedagógico, aplicar o que está sendo trabalhado em sala de aula na elaboração e análise de um projeto. (SANTOS e BARRA, 2012, p.6).
Os Projetos Integradores estão atrelados a um currículo integrador em detrimento a um currículo disciplinar. No primeiro, encontramos: temas e problemas x conceitos disciplinares, desafios x objetivos e metas curriculares, projetos x lições, problema- solução x perguntas e respostas, grupos pequenos que trabalham por projetos x estudo individual, centrado no mundo real e na comunidade x centrado na escola, avaliação construída por meio de portfólios, transferência e apropriação de conteúdo x avaliação mediante provas e testes e docente como facilitador x docente como especialista. (SENAI/DN, 2015). Nessa perspectiva, quando a prática pedagógica com Projetos Integradores é contemplada, a formação do aluno na Educação Profissional é fundamentada por uma ação docente mediadora que é norteada por diretrizes e normas que a embasa e apoia, um serviço de Orientação Educacional presente que subsidia a ação docente e as necessidades estudantis dos alunos e uma aprendizagem discente significativa caracterizada pela oportunização de que o aluno se torne um sujeito de práxis. Um sujeito que constrói conhecimento por meio da ampliação de suas estruturas de pensamento porque busca informações, as interpreta, trabalha à luz de novas perspectivas, formula hipóteses e encontra a solução para a situação-problema com a qual se defronta. Ou seja, um profissional formado e preparado para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
5. ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PROJETOS INTEGRADORES FOMENTANDO O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Nas contribuições de Perrenoud (1999), compreendemos que na formação com base em competências o processo de ensino e aprendizagem recebe suporte de estratégias desafiadoras, promovendo resolução de problemas e desenvolvimento de projetos. Nessa dinâmica, quem aprende é o âmago do processo e quem ensina deixa de ser o transmissor do conhecimento e se torna mediador da aprendizagem, sendo orientado e acompanhado pela equipe técnico-pedagógica, da qual o Orientador Educacional faz parte. Para Piaget (2011), quem aprende constrói seu conhecimento por meio da assimilação, quando incorpora novas informações aos esquemas já existentes promovendo a ampliação dos mesmos, por intermédio da acomodação, quando um esquema existente é modificado ou um novo é criado para que haja interação com a nova informação, e pela equilibração que é o estado de balanço cognitivo entre assimilação e acomodação. O meio produz estímulos externos e o indivíduo reage a eles organizando e reorganizando seu conhecimento. Vygotsky (2007), parte da premissa de que quem aprende constrói seu conhecimento na interação entre as dimensões cognitivas e afetivas presentes nas trocas entre pares. A partir do diálogo, das trocas de experiências e informações e confronto de opiniões divergentes o processo de desenvolvimento ocorre entre os níveis de desenvolvimento real, capacidades já consolidadas no indivíduo, e o nível de desenvolvimento potencial, tudo aquilo que o indivíduo pode vir a alcançar com o auxílio de outros em momentos compartilhados. A distância entre esses dois níveis denomina-se Zona de Desenvolvimento Proximal, fio condutor de todo processo do desenvolvimento por abarcar os processos mentais que ainda estão em amadurecimento. Isso significa que todas as atividades que um indivíduo só faz com o auxilio de alguém hoje, ele será capaz de desempenhá-las sozinho no futuro.
princípios norteadores de uma prática docente mediadora e consequentemente, o êxito de uma aprendizagem discente imensurável. O trabalho pedagógico com Projetos Integradores abarca o processo educativo objetivando o desenvolvimento holístico do educando para que o mesmo seja ativo e crítico na construção de seu conhecimento por meio de uma educação libertadora, sem apresentar passividade na aceitação de repostas prontas e sem conceber o conhecimento como imutável, como sempre defendeu Freire (1979). A qualidade das ações educacionais galgadas nos benefícios indiscutíveis da implementação dos Projetos Integradores demanda um docente mediador e um Orientador Educacional que suporte e conduza o fazer docente e seja comprometido com a formação pessoal-profissional dos alunos. Todo o procedimento realizado em uma instituição de ensino de Educação Profissional por esses profissionais deve centrar no aluno. Pois, de acordo com Lück (1990, p. 63), A escola existe em função dele, e, portanto, para ele. A sua organização, em qualquer dos seus aspectos, deve ter em vista a consideração ao fim precípuo a que a escola se destina: a criação de condições e de situações favoráveis ao bem-estar emocional do educando, e o seu desenvolvimento em todos os sentidos: cognitivo, psicomotor e afetivo, a fim de que o mesmo adquira habilidades, conhecimentos e atitudes que lhe permitam fazer face às necessidades vitais e existenciais.
Assim, a atuação do Orientador Educacional no processo de elaboração dos Projetos Integradores no que tange a orientação do docente à assunção das diretrizes norteadoras de uma prática mediadora favorecendo a aprendizagem significativa do discente é relevante, imperioso e assegura a dinamização do curso de apropriação sistemática do conhecimento.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pensar em educação como um processo mutável e repleto de possibilidades é reconhecer que as propostas de inovação pedagógica nem sempre são implementadas em sala de aula, onde de fato ocorre a aprendizagem. A superação dessa dificuldade ocorre a partir da assunção de práticas didático-pedagógicas pertinentes ao desenvolvimento integral do educando e integração do trabalho de toda comunidade escolar. Somente por meio da multiplicidade de alternativas educacionais e orientação educacional uma instituição de ensino formará cidadãos capazes de tomar decisões, utilizando raciocínio e valores. Novas ferramentas educacionais devem ser disponibilizadas em todos os níveis e modalidades da educação. Se tratando da Educação Profissional, a utilização da prática pedagógica com Projetos Integradores conduz a aplicação de estratégias desafiadoras de aprendizagem. Os Projetos Integradores apresentam benefícios como a motivação de docentes e alunos, o fortalecimento da equipe escolar, o fortalecimento da cultura da inovação, a atualização de currículos e a ampliação da cooperação com a indústria. Também promovem o desenvolvimento de capacidades que favorecem a formação discente com base em competências (conhecimento, habilidade e atitude), essencial para o sucesso profissional no mercado de trabalho contemporâneo exigente, competitivo e desafiador. Os Projetos Integradores priorizam o aprender em detrimento ao ensinar. O aluno enxerga nas situações problemas, soluções criativas e desenvolvem pensamentos empreendedores para resolução de impasses. Uma instituição de ensino profissional que ressignifica a concepção de aprendizagem corrobora com a formação de um sujeito que aprende como construir conhecimento e consegue refletir em como utilizá-lo na resolução de problemas no trabalho e na vida. Esse
processo ativo de desenvolvimento estudantil é estruturado por elementos humanos que se interligam e interagem desempenhando papéis que lhes são próprios de suas funções. Nesse artigo ressaltamos os docentes e a equipe técnico-pedagógica, da qual o Orientador Educacional é integrante. O Orientador Educacional não pode ser mais considerado como disciplinador dos alunos problemas. Sua função abarca o atendimento ao aluno apoiando-o em todas as suas necessidades estudantis, auxilia todo o corpo docente em todas as suas necessidades didático- pedagógicas e de formação continuada, além de ser porta voz direta com a família dos alunos e entorno escolar. Ou seja, o mesmo é o profissional que vislumbra a efetividade de toda ação pedagógica e de todo relacionamento pessoal interno e externo de uma instituição de ensino. A figura do Orientador Educacional é o fio condutor de um trabalho complexo de acompanhamento de toda comunidade escolar. Esse profissional orienta, segue e enriquece as ações pedagógicas desenvolvidas em uma instituição de ensino, potencializando as estratégias de ensino e aprendizagem para que esse processo seja de qualidade. Nessa perspectiva, o educando é o âmago da sua construção do conhecimento, vivenciando práticas educacionais significativas, por exemplo, com os Projetos Integradores, considerando a Educação Profissional. Assim, o trabalho do Orientador Educacional é imprescindível durante todo o processo de elaboração dos Projetos Integradores, pois o mesmo dialoga com o aperfeiçoamento do fazer pedagógico de um docente mediador e com a formação significativa discente.
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CARVALHO, Maria de Lourdes Ramos da Silva. A função do Orientador Educacional. São Paulo: Moraes Ltda, 1986. DA ROS, Silvia Zanata. Pedagogia e Mediação em Reuven Feuerstein. O processo de Mudanças em adultos com história de deficiência. 2002. Disponível em: < https://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=YihCS5xjXGMC&oi=fnd&pg=PA13& dq=media%C3%A7%C3%A3o+de+reuven+feuerstein&ots=mzEiKV5qo3&sig=Ajb2cIjbDfu 7G7JX4ed4NBY_6fI#v=onepage&q=media%C3%A7%C3%A3o%20de%20reuven%20feuer stein&f=false>. Acesso em 25 jan. 2016. FERNANDES, Christiane Caetano Martins. Pedagogia de projetos: um repensar na prática pedagógica docente por meio dos projetos de trabalho na escola. 2011. Disponível em: <dialogoseducacionais.semed.capital.ms.gov.br/index.php/dialogos/.../33>. Acesso em: 29 jan. 2016.