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O presente artigo fala sobre a teoria behaviorista dando ênfase aos teóricos Edward Thorndike e Burrhus Frederic Skinner e as implicações teóricas desses ...
Tipologia: Notas de estudo
Compartilhado em 07/11/2022
4.4
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BEM, Lana Yara do Nascimento. Discente do curso de Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano- IF Sertão Campus Salgueiro. Salgueiro – PE – Brasil. CEP: 56000-000/ Telefone: ( 87 ) 3421.0050 / E-mail: lanayarabem@gmail.com
CARVALHO, Silvia Meirilany Pereira de. Discente do curso de Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano- IF Sertão Campus Salgueiro. Salgueiro – PE – Brasil. CEP: 56000-000/ Telefone: (87) 3421.0050 / E-mail: meirillany@outlook.com.br
OLIVEIRA, Cristiane Ayala de. Doutora/Tecnóloga em Agroindústria Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano- IF Sertão Campus Salgueiro. Salgueiro – PE – Brasil. CEP: 56000-000/ Telefone: ( 87 ) 99664 - 3349 / E-mail: cristiane.ayala@ifsertao-pe.edu.br
SANTOS, Marcelo Anderson Batista dos. Doutor/Graduado em Sistemas de Informação Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano- IF Sertão Campus Salgueiro. Salgueiro – PE – Brasil. CEP: 56000-000/ Telefone: (81) 99838-6191 / E-mail: marcelo.santos@ifsertao-pe.edu.br
Essa pesquisa tem como objetivo analisar a concepção behaviorista e os princípios e práticas dessa teoria no contexto educacional. Diante disso, é oportuno levantar a seguinte questão: de que forma a concepção behaviorista vem influenciando nos princípios e práticas empregados no contexto escolar? O behaviorismo tem como objeto de estudo o comportamento, e parte do pressuposto de que a aprendizagem é centrada em condições externas e no comportamento do aluno. O presente artigo fala sobre a teoria behaviorista dando ênfase aos teóricos Edward Thorndike e Burrhus Frederic Skinner e as implicações teóricas desses autores no contexto escolar, com ênfase na educação profissional. Traremos, então, uma reflexão sobre a concepção behaviorista e sua contribuição para potencializar a formação de novos conhecimentos através da aprendizagem, assim como os questionamentos a esse modelo no contexto educacional. Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura, no qual se buscou artigos e estudos sobre o tema. Os resultados encontrados indicam que alguns métodos empregados no contexto escolar baseiam-se na concepção behaviorista. Constatou-se também escassez de pesquisas sobre o tema o que demonstra a necessidade de mais estudos que busque refletir sobre o tema em questão.
Palavras-chave: concepção behaviorista, teoria de Skinner, teoria de Thorndike.
This research aims to analyze the behaviorist conception and principles and practices of this theory in the educational context. Given this, it is opportune to raise the following question: in what way has the behaviorist conception been influencing the principles and practices employed in the school context? Behaviorism has as its object the study of behavior, and assumes that learning is centered on external conditions and student behavior. This article discusses the behavioral theory emphasizing the theorists Edward Thorndike and Burrhus Frederic Skinner and the theoretical implications of these authors in the school context, with emphasis on professional education. We will then present a reflection on the behaviorist conception and its contribution to potentialize the formation of new knowledge through learning, as well as the questioning of this model in the educational context. This is a literature review research, in which articles and studies on the topic were searched. The results indicate that some methods used in the school context are based on the behaviorist conception. There was also a lack of research on the subject, which demonstrates the need for further studies that seek to reflect on the subject in question.
keywords: behaviorist conception, Skinner's theory, Thorndike's theory.
Educar é um desafio devido à complexidade inerente do processo ensino-aprendizagem. Há diversas correntes pedagógicas que, por vezes, provocam dilemas educacionais por se mostrarem conflitantes entre si. Nesse contexto, podemos destacar teóricos como Carl Rogers, Frederic Skinner, Jean Piaget, Lev Vigotsky e Paulo Freire. A Educação Profissional Tecnológica (EPT) é uma modalidade que como finalidade formar para o exercício de profissões. Há duas modalidades segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB): (1) educação de jovens e adultos, (2) a educação básica no nível do ensino médio de forma integrada ou concomitante e (3) na forma subsequente. Nesse contexto, o processo de ensino-aprendizagem acarreta novas dificuldades, como, por exemplo, trazer disciplinas técnicas para adolescentes que estão no ensino médio já no seu 1º ano. Facilitar a absorção de informações e transformá-la em conhecimento é muitas vezes um processo árduo para os docentes e discentes que se veem imersos em um novo ambiente. Dessa forma, este trabalho tem como um de seus objetivos discutir e apresentar umas das teorias de aprendizagem baseada no modelo cognitivo- comportamental conhecida como Behaviorismo a partir de um olhar para teorias mais antigas como a de Edward Thorndike, e as mais atuais através da concepção de Burrhus Frederic Skinner, em que ambas tem objeto de estudo o comportamento. O behaviorismo percebe “o ser humano como produto do processo de aprendizagem vivido ao longo de sua vida” (FILHO et al., 2009, p.29). Essa concepção parte da premissa de que o individuo realiza ações no mundo em que vive de maneira direta e indireta, e que esse processo ocorre durante toda a vida. Assim, torna-se evidente que a ação humana pode sofrer modificações pelas consequências obtidas, pois toda ação gera em si um efeito, ou seja, consequências para o individuo, e consequentemente mudanças em seu ambiente (FILHO et al., 2009). No que se refere ao processo educativo, de acordo com Nogueira (2007 p. 85) “os pressupostos associacionista-behavioristas constituem a base da escola tradicional, aquela que é voltada para o que é ensinado”. Ou seja, cabe ao educador transmitir o conhecimento ao aluno. Acrescenta-se que o behaviorismo skinneriano possibilita a compreensão de que “conhecer é um ato de descobrir o ambiente, experienciá-lo, associar fatos ambientais e valorizar a aprendizagem por meio da prática” (FILHO et al., 2009, p.30). Tendo como alicerce a teoria empirista “o modelo behaviorista de aprendizagem é centrado em condições externas e no comportamento do aluno” (NOGUEIRA, 2007 p. 85). A escola nessa concepção é vista como espaço que possibilita o desenvolvimento da autonomia do sujeito; a prática escolar tem planejamento sistemático de ações a serem realizadas sempre em consonância com os objetivos almejados, estando isso sob a responsabilidade do professor que deverá transmitir o conhecimento necessário ao aluno (NOGUEIRA, 2007). Desse modo, percebeu-se como questão central a ser investigada: identificar de que maneira os princípios e práticas educativas baseados na concepção behavioristas vem sendo empregadas na escola? A discussão realizada neste artigo encontra-se organizada da seguinte forma: no primeiro tópico intitulado “concepção behaviorista” realizou-se uma breve discussão acerca da
Thorndike, psicólogo que propôs a Lei do Efeito, conceituava as mudanças ocasionadas pelas consequências do comportamento, em termos de efeitos emocionais: a “satisfação” que exercia efeito fortalecedor e o “desconforto” que enfraquecia a conexão entre a situação e as respostas (GONGORA et al., 2009). Nas palavras do psicólogo, o termo conexões é utilizado para expressar essas tendências de uma dada situação evocar certas respostas ao invés de outras. Estes efeitos eram por ele explicados, inicialmente, por duas leis opostas: uma positiva, a da recompensa, relacionada à satisfação do organismo e ao fortalecimento de conexões entre situação e respostas; outra negativa, a da punição, relacionada ao desconforto e ao enfraquecimento de tais conexões (GONGORA et al., 2009). Assim, a punição é definida como uma consequência do comportamento que reduz a probabilidade futura daquele comportamento. Ao conjunto dessas duas leis, Thorndike (1911) denominou “Lei do Efeito”. Entretanto, em 1931, essa primeira lei foi reformulada e substituída por uma segunda Lei do Efeito, da qual ele excluiu o princípio da punição e manteve apenas o da recompensa. Isto tendo como base a constatação de que, em estudos de punição, com escolha de palavras, punir escolhas incorretas com a palavra “Errado” não afetava, significativamente, a frequência de ocorrência dessas respostas (GONGORA et al., 2009). Ou seja, a Lei do Efeito remete à ideia de que a probabilidade de uma resposta é função das consequências produzidas por ela. Sendo assim, dependendo da consequência, a probabilidade de ocorrência de uma resposta pode aumentar ou diminuir (CATANIA, 1999 apud ZILIO & CARRARA, 2008). Assim, esta lei sugeria que o cientista do comportamento deveria voltar sua atenção para mudanças na probabilidade da resposta, como função de mudanças na “satisfação” do organismo produzida por sua ação (TOURINHO, 2011). Quanto maior a satisfação ou o desconforto, maior o fortalecimento ou enfraquecimento do vínculo (THORNDIKE, 1911/2007, p. 118 apud TOURINHO, 2011). Portanto, para Thorndike, “a melhor explicação para a aprendizagem seria o “reforçamento”. A aprendizagem ocorreria por que o comportamento resultou em algo agradável e/ou na eliminação de algo desagradável para o indivíduo” (BIZERRA & Ursi, 2 014 ). Pela sua lei, “as respostas que ocorrem imediatamente antes de um estado satisfatório de eventos são mais propensas a serem repetidas. Da mesma forma, as respostas que ocorrem pouco antes de um estado desagradável de coisas são mais propensas a não serem repetidas” (BIZERRA & URSI, 2014). Assim, “em uma determinada situação, um indivíduo emite certo número de repostas, dentre as quais uma (ou algumas) resulta em solução ou em “um estado satisfatório”. Nesse processo, forma-se uma conexão entre a resposta e a situação, que seria aprendida ou, como dizia Thorndike, gravada” (BIZERRA & URSI, 2014 ). “Para ele, é assim que as pessoas aprendem: estabelecem conexões entre estímulos e respostas, vínculos estes que possuem a forma de conexões neurais” (BIZERRA & URSI, 2014).
Desse modo, a aprendizagem consiste na formação de ligações (conexões) que se originam a partir de impulsos diretos para a ação, e não a partir da consciência ou de ideias. Essas conexões são fortalecidas, ou seja, tenderão a se repetir, quando provocam satisfação, ou são enfraquecidas, e tenderão a não se repetir quando provocam desconforto (SIGNORINI, 2016). Posto isto, vê-se que muitas das ideias presentes nas escolas, “como o professor que dá ponto positivo pela tarefa feita ou que passa uma lista extensa de exercícios de matemática com poucas variações, ou ainda que apresente situações diferentes de um mesmo tema, ressaltando suas semelhanças, são derivadas das ideias de Thorndike” (BIZERRA & URSI, 2014).
Burrhus Frederic Skinner foi um behaviorista que desejava “reformar todo o campo para se adequar a mim”(SKINNER, 1979 apud LEFRANÇOIs, 2008). Skinner constrói sua teoria behaviorista, intitulando-a de Behaviorismo radical, no qual se podem estudar tanto os eventos públicos (observáveis) como eventos privados (não observáveis) (SANTOS et al., 2014). Para Matos (1995), segundo Santos et al., 2014, o Behaviorismo Radical é constituído numa interpretação filosófica e seu embasamento está numa investigação sistemática, que se denomina como Análise Experimental/Funcional do Comportamento. Skinner (2003, p. 70 e 71 apud SANTOS et al., 2014) afirma que “[...] é possível tornar um evento contingente a um comportamento, sem identificar, ou sem que se possa identificar um estímulo anterior”. Baseado nisso, se inclui primeiro a ação da resposta (comportamento) para se obter o estímulo, isto é, vai depender do ambiente ou contexto para que o comportamento seja emitido. Nessa constatação, “passou a ser relevante identificar o contexto onde o organismo está inserido para que ocorra a emissão da resposta. A partir daí, passou-se a dar importância às consequências das respostas” (SANTOS et al., 2014). “As consequências do comportamento podem retroagir sobre o organismo. Quando isso acontece, podem aumentar a probabilidade do comportamento ocorrer novamente” (SKINNER, 2003, p. 65 apud SANTOS et al., 2014). Sendo assim, seu trabalho “foi pautado na busca pelas leis que governam o comportamento, ou melhor, todo e qualquer comportamento. Pretendia então, desenvolver um corpo teórico que desse conta de explicar as mais diversas respostas humanas aos estímulos do mundo” (BIZERRA & URSI, 2014). Para Skinner, “essas leis deveriam ser extremamente objetivas e descritivas, não poderiam ter um caráter especulativo ou inferencial, já que as causas do comportamento humano não seriam internas, mas se originariam fora da pessoa, sendo observáveis e possíveis de serem estudadas” (BIZERRA & URSI, 2014). Portanto, Skinner rejeita “o estudo da mente e se pauta, dessa forma, no comportamento humano” (BIZERRA & URSI, 2014). Com isso, Skinner afirmava que “o comportamento do organismo como um todo é produto de três tipos de variação e seleção” (SKINNER, 1990, p. 1206 apud DE CARVALHO-NETO, 2017): a) contingências de sobrevivência responsáveis pela seleção natural das espécies, b) contingências de
estar do individuo, pois através dela individuo aprenderá comportamentos que serão necessários à vivência cotidiana e para o futuro. No que se refere ao processo educativo, Skinner compreende que “conhecer é um ato de descobrir o ambiente, experenciá-lo, associar fatos ambientais e valorizar a aprendizagem por meio da prática, questões importantes para se pensar os processos de ensino aprendizagem” (FILHO et al., 2009, p.30). No que tange aos reforçadores, entende-se que o reforço positivo fortalece o comportamen- to que procede (fortalece sua permanência) e o reforço negativo fortalece a resposta de enfraque- cer o comportamento que procede (reforça a retirada do comportamento). Acrescenta-se o conceito de punição que visa à extinção de comportamentos indesejáveis, porém sem promover o surgimento de novos comportamentos (FILHO et al., 2009). Os reforçamentos (positivo e negativo) são recomendáveis pelos behavioristas como estraté- gias a serem utilizadas no processo educativo, tendo em vista promovem o fortalecimento de com- portamentos desejáveis e o enfraquecimento de comportamentos indesejáveis. Já a punição, pre- sente no contexto educativo, não é indicada, tendo em vista seus efeitos e também por não promo- ver o surgimento de novos comportamentos. Acerca disso, Luma (2000) menciona alguns aspectos que precisam ser considerados quanto ao uso de punição na escola. Primeiro, seu efeito apenas temporário, de modo que o comportamento punido voltará a ocorrer, quando a punição acabar; segundo, poderá gerar efeitos indesejados, como esquiva e fuga do aluno no processo educativo; terceiro, a punição não tem propósito instrutivo, e por fim, a punição agrada muito mais o agente punidor do que o individuo punido. A concepção behaviorista compreende que o ser humano não aprende unicamente pela ex- periência própria, esse aprendizado pode ocorrer através do outro, da experiência desse outro, através do processo de observação do que o outro faz (modelação) com o auxilio do comportamento verbal. De acordo com Ribeiro & Carmo (2012) é possível aplicar os princípios behavioristas a edu- cação, desde a formação inicial até o nível superior, incluindo assim a formação em educação pro- fissional e tecnológica. A educação é vista como o preparo para a vida fora da escola e para o futu- ro, o propósito primeiro da educação deverá ser o de promover independência e auto governança do sujeito. No que diz respeito ao processo de ensino-aprendizagem, entende-se que existe a percep- ção do ensino como transmissão do conhecimento social e cultural acumulado pela humanidade, e que o ensino deve ser uma organização sistemática de contingências capazes de gerar aprendiza- gem. Ostermann & Cavalcanti (2010) mencionam que a concepção skinneriana de aprendizagem compreende que o ensino de qualidade depende da organização de situações que sejam estimulado- ras, de modo que o aluno saia da situação de aprendizagem diferente da forma que entrou, ou seja, que o ensino possa sempre agregar algo novo ao aluno. “Assim, ensinar consiste em explicar (até a exaustão) e aprender consiste em repetir (ou exercitar) o ensinado até ser capaz de reproduzi-lo fielmente” (NOGUEIRA, 2007, p.85).
O professor nessa concepção é uma figura importante, pois este identifica o repertório exis- tente, define os objetivos a serem alcançados através do ensino (conhecimentos, habilidades, com- portamentos acadêmicos, ético, intelectual), seleciona os conteúdos escolares para atingir os obje- tivos, e proporciona ações necessárias para a consecução de tais objetivos e explicitar os objetivos educacionais (CARMO & RIBEIRO, 2012). Nogueira (2007) salienta que os pressupostos da teoria behaviorista constituem a base do modelo do ensino tradicional, dando foco ao que é ensinado, colocando o aluno como passivo no processo educativo e o professor como transmissor do conhecimento. Carmo & Ribeiro (2012) salientam alguns aspectos referentes ao papel do professor na visão behaviorista, a saber: 1- diminuir ou extinguir contingências aversivas na escola; 2- possibilitar con- dições consequentes ao comportamento do aluno, um seja, reforçar positivamente ações produtivas através de: confirmação de desempenho, indicação de progresso, indicação do melhor trabalho e aprovação social; 3- fazer a substituição de reforçadores arbitrários por reforçadores naturais; 4- respeitar o ritmo do aluno, no seu processo de desenvolvimento, compreende-o como um ser único, singular; 5- graduar os conteúdos escolares por nível de dificuldade, desde o mais simples ao mais complexo, promovendo um processo sequencial de aprendizado. Acrescenta que cabe ao professor propor procedimentos e estratégias ao ensino através de “modelagem, modelação, instruções, fa- ding, timeout, instigação, treino discriminatório, discriminação condicional, discriminação condici- onal por exclusão, etc” (RODRIGUES, 2002, p. 52). De acordo Cavalcanti & Ostermann (2010) Edward Thorndike percebe a aprendizagem como conexões entre estímulos e respostas (E-R). Essas conexões podem ser fortalecidas (quando seguidas de uma consequência satisfatória) ou enfraquecidas (quando seguidas de uma consequência insatis- fatória). Edinne (2011) reforça que este autor é considerado um autor do “reforço”, pois considera que a aprendizagem é um processo de formação de conexões ou vínculos entre uma situação e a resposta que ela ocasiona, e que a satisfação é tida como a principal força para formar conexões. Através da educação, alguns elementos da natureza do homem podem ser modificados, com propósito de torná-los melhores, gerando assim informações, hábitos, interesses e ideias desejáveis. Infere-se, ainda, que o propósito da educação consiste em modificar e perpetuar algumas tendên- cias naturais, a saber: manter estímulos que sejam adequados e exercitá-los, através da associação com as ações; algumas tendências são eliminadas pelo desuso delas, ou pela associação com o des- conforto de suas ações (EDDINE, 2011). Segundo Thorndike (1905 apud EDDINE, 2011) as mudanças que ocorrem no intelecto, cará- ter e habilidade, ocorrem através de três leis: lei do efeito, lei do exercício e a lei da prontidão. De acordo com Moreira (1999), na lei do efeito, entende-se que as conexões são fortalecidas, quando seguidas de consequências satisfatórias, sendo mais provável que essa mesma resposta apareça no- vamente diante do mesmo estimulo; porém, se a conexão é seguida de um estado de coisas irritan- tes, esta é enfraquecida. A lei do exercício pode ser entendimento através da lei do uso (que se dá com a prática) e a lei do desuso (que se dá através da descontinuidade da prática). Na lei da pronti- dão, depreende-se que, há a necessidade que haja prontidão (ajustamentos) para que a concretiza-
membros o saber historicamente produzido pelas gerações anteriores. A educação também é essencial ao bem estar do indivíduo e da cultura porque é preciso ensinar aos alunos comportamentos que serão vantajosos para eles e para os outros em algum momento no futuro (SKINNER, 1981 [1953] apud HENKLAIN& DOS SANTOS CARMO, 2013). O valor ético por excelência é a sobrevivência do grupo (isto é, da cultura), associada à produção de liberdade, dignidade e qualidade de vida para todos os seus integrantes. Uma forma de garantir isto está numa educação cujo papel primordial é o de estabelecer nos membros da cultura comportamentos que serão vantajosos, no futuro, tanto para ele (membro) como para o seu grupo (HENKLAIN& DOS SANTOS CARMO, 2013). Decorre, portanto, que a escola tem o papel fundamental de ensinar comportamentos significativos para os alunos e para o seu grupo. Em resumo, o objetivo último da educação é o desenvolvimento de comportamentos que serão vantajosos no futuro. Isso envolve ensinar comportamentos como autocontrole, resolução de problemas e tomada de decisão, os quais devem dar chances ao indivíduo de contribuir com a sobrevivência de sua cultura (HENKLAIN& DOS SANTOS CARMO, 2013). Posto isto, pode-se ver que o behaviorismo trata o sujeito em sua interação com o meio com uma visão geral de contingências, tanto passadas como atuais (SANTOs et al., 2014). Segundo Costa (2011, p.? apud SANTOS et al., 2014), “A análise do comportamento compreende os alunos em sua totalidade englobando aspectos cognitivo, corporal e social, através da análise das contingências de reforçamento do mesmo.” Com base nisso, vê-se que esta abordagem pode ser eficaz tanto no contexto educacional como na psicologia.
Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica realizada durante o período de março a abril de 2019. Para realização desta, formam definidas e realizadas as seguintes etapas: identificação do tema, busca de artigos que abordassem o tema, inclusão e exclusão de artigos selecionados e desenvolvimento do artigo de revisão bibliográfica. No processo de busca dos artigos, foram utilizadas as bases de dados Google Acadêmico , Lilacs, Scielo , PePSIC, PsycINFO utilizando os descritores: concepção behaviorista, teoria de Skinner, teoria de Thordike. Para tanto, foram encontrados o total de 23 artigos sobre o tema, que após uma analise final resultou em uma amostra final de 21 artigos publicados no período de 2000 a 2017 no qual foram utilizados nesse artigo junto com outras produções.
De acordo com a visão behaviorista, o homem age no mundo de acordo com as consequências (positivas e negativas) advindas de seu comportamento. A literatura descreve essa concepção como tecnicista que tem como foco o comportamento humano, acreditando este ser algo previsível e passível de mudança.
Essa concepção parte da compreensão de que os seres humanos aprendem sobre o mundo da mesma forma que outros organismos, reagindo às condições apresentadas no ambiente de diversas maneiras. O ambiente nessa perspectiva é visto como tudo que está dentro e fora do sujeito, isso inclui dimensões internas e externas que estão em constante interação. Infere-se com isso que, o homem afeta o ambiente e é afetado por ele. De acordo com o objetivo desse estudo, analisar a concepção behaviorista e os princípios e práticas dessa teoria no contexto educacional, através da análise dos artigos, identificou-se que a concepção behaviorista tem seus métodos inseridos no contexto educacional de maneira geral, incluindo a educação profissional. No que diz respeito à relação do homem com o contexto escolar, identifica-se que na visão behaviorista a escola é um espaço passível de descobertas e promotora de mudança de comporta- mento, sendo o principal objetivo desse contexto, promover a autonomia do sujeito e prepará-lo para o futuro.
A concepção behaviorista deixa evidente que o professor é visto como peça chave no processo educativo, pois cabe a ele identificar o repertório existente, planejar o que precisa ser realizado de acordo com os objetivos almejados; cabe a este promover a transmissão do conhecimento que tem como foco a preparação para o futuro, e espera-se do aluno a apropriação do que foi transmitido. Espera-se, que o professor seja capaz de criar condições que proporcione a efetivação da aprendizagem. Acrescenta-se que, cabe também ao educador utilizar reforçadores (positivos e negativos) como estratégias necessárias a aprendizagem. O reforço positivo visando o fortalecimento de comportamentos desejáveis e o reforço negativo, tendo como propósito a extinção de comportamentos indesejáveis. A punição, de acordo com a literatura não é um método recomendo, pois seus efeitos são temporários, este pode gerar efeitos indesejáveis, como por exemplo: fuga, medo e desmotivação do aluno, não gerando efeitos benéficos ao individuo que sofre a punição. Contudo, percebe-se que o behaviorismo pode oferecer possibilidades educativas diversificadas ao contexto escolar, que se aplicados de forma adequada, poderá gerar benefícios ao contexto de ensino aprendizagem e a mudança de comportamento. Espera-se que essa pesquisa possa contribuir para mais discussões e estimular o surgimento de novos estudos sobre o tema. Evidenciou-se também escassez de pesquisas sobre o tema e a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas.
BIZERRA, Alessandra Fernandes; URSI, Suzana. Teorias da aprendizagem: influências da psicologia experimental. Introdução aos estudos da educação I , 2014.
em:https://www.redalyc.org/html/3073/307324783012/.
OSTERMANN, Fernanda.; CAVALCANTI, Cláudio, J.H.C. Teoria de aprendizagem. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. PAPALIA, Diane, E.; FELDMAN, Ruth, D. Desenvolvimento humano , 12ª ed. São Paulo: Armed, 2013.
RODRIGUES, Ester. M. Behaviorismo radical: mitos e discordâncias. Cascavel, Edunioeste, 2002.
SANTOS, Anderson Oramísio. Implicações das teorias behavioristas e cognitivistas na aprendizagem matemática nas séries iniciais do ensino fundamental. In: Anais do Encontro de Pesquisa em Educação e Congresso Internacional de Trabalho Docente e Processos Educativos, 2015.
SANTOS, Yrlan Henrique dos Santos Costa et al. Análise do comportamento no processo de ensino aprendizagem na educação. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-ALAGOAS , v. 2, n. 1, p. 213-226, 2014.
SIGNORINI, R. Errando, Discutir (errando, aprende-se) ou aprendizagem por ensaio-e-erro. 2016. Disponível em: < http://roneysignorini.com.br/site/2016/05/27/errando-discitur-errando-aprende- se-ou-aprendizagem-por-ensaio-e-erro/> Acesso em: 08 abr. 2019.
TOURINHO, Emmanuel Zagury. Notas sobre o Behaviorismo de ontem e de hoje. Psicologia: Reflexão e Crítica , v. 24, n. 1, p. 186-194, 2011.
ZILIO, Diego; CARRARA, Kester. Mentalismo e explicação do comportamento: aspectos da crítica behaviorista radical à ciência cognitiva. Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis de Comportamiento , v. 16, n. 3, 2008.