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dos Ararás em Cuba. Também pode se mencionar dentro do campo religioso cubano o Vodu haitiano. (KLIGHEH, 2000), de predominância da cultura Daomeana, ...
Tipologia: Notas de estudo
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Universidade Federal da Bahia Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em História
Salvador 2009
Ileana de las Mercedes Hodge Limonta
Limonta, Ileana de Las Mercedes Hodge L734 Cultura de resistência e resistência de uma identidade cultura: a santería cubana e o candomblé brasileiro (1950 -2000). / Ileana de Las Mercedes Hodge Limonta. -- Salvador, 2009. 387 f. : il. Orientadora: Profª. Drª. Elizete da Silva Tese (doutorado) – Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 2009.
Aos que não alcançaram chegar até aqui e sinto saudade deles: Cuca, Willy, Albis, René e Calza A Dany , porque tu és meu ouro bruto Aos que com carinho, silêncios e paciência me empurraram: Albertino, Rolandito e Eunice Aos meus amados sobrinhos: Roly, Albita, Renecito, Alain e Adriancito Aos amigos que me estimularam quando as forças faltaram À VIDA!
Chegou ao fim um período tortuoso de cinco anos entre vindas e idas traçando uma ponte aérea entre Havana e Salvador, fazendo escalas em São Paulo. Período no qual alguns se despediram para sempre e outros se foram sem dizer adeus. E eis-me aqui rendendo-lhes uma homenagem e pedindo-lhes forças para continuar, porque falta muito caminho por andar. Antes de personificar meus agradecimentos, devo reconhecer, em primeiro lugar, que se não fosse pela ajuda financeira do CNPq, meus estudos na UFBA não teriam se realizado. E sem o apoio incondicional de meu chefe de Departamento, Jorge Ramírez Calzadilla (Calza, que faleceu em 2007, deixando uma enorme saudade), do Departamento de Estudios Socio Religiosos (DESR) e do Centro de Investigaciones Psicológicas e Sociológicas (CIPS) tudo pareceria impossível e eu ainda estaria sonhando em realizar um estudo comparativo das manifestações religiosas de matriz africana, aqui no Brasil. A estas Instituições meu infinito agradecimento. A lista é grande, a ajuda e colaboração chegaram cedo, com carinho de todas e todos os que me acolheram e me acompanharam nesta trajetória, uns de perto e outros à distância, mas absolutamente todos contribuíram com alguma coisa, acima de tudo com sabedoria. O acúmulo de conhecimento que levo daqueles que durante todos estes anos me acompanharam irá sempre comigo a qualquer lugar onde me encontrar, e se trouxe muitos cubanos em meu coração, levarei os baianos comigo, e juntos, baianos e cubanos, viverão em mim. Ainda que seja um agradecimento de caráter profissional devo começar pela família, sem ela não somos ninguém. Não basta dedicar a tese a meus pais e irmãos, confesso que agradeço por ter crescido em companhia deles. Por isso a Cuca, minha mãe, Willy, meu pai, Albis e René meus irmãos, obrigada por tudo de bom e de ruim que me deram, mas, sobretudo, por ser minha família. Estarei eternamente grata e viverão sempre comigo. Minha filha, agradeço tua aparente impassível paciência. Desculpe-me pelas minhas ausências, eu sofri tuas agonias à distância. Sempre estivestes presente. Te amo! Maykel, obrigada por estar ao lado dela nestes últimos tempos. A meus cunhados Rolandito e Eunice, junto com meus sobrinhos Roly, Albita, Renecito, Alain e Adriancito, pelo dengo de todos para comigo, e por poder contar com vocês em cada momento preciso e receber apoio incondicional. A minha prima Zaidita Hodge, por me transmitir força, coragem e muito amor, quando achei que estava sozinha.
No CIPS, a todos meus colegas em especial os do DESR e outros companheiros das áreas de Ciências Sociais do Ministério das Ciências, pela ajuda profissional, apoio emocional e disposição para colaborar na pesquisa, como foi caso de Rafael Robaina, Diretor do Instituto de Antropología de Cuba, entrevistado para este estudo. Estamos chegando ao fim e tem uma turma que pensará que ficou de fora. Neles se concentra a amizade, a colaboração profissional em matéria de pesquisa e a saudade de todos ser estrangeiros, entre eles esta Lisa Earl Castillo. Obrigada Lisa pelos materiais que compartilhastes comigo. Carlos Moore, pelas bibliografias que me emprestou e as conversas sobre religião. Vicente Aldama, obrigada pelas dúvidas sobre Obás e Babalawos que me esclarecestes. Pedri Javier, pelas dúvidas filosóficas que me preguntaste e que constantemente me lembraram meus estudos na antiga União Soviética; Pedri Cubas e Zaylin, pelo intercâmbio de bibliografia constante e por me preencher as lacunas sobre a História de Cuba. Alicia, pela irreverência ante a vida e pela preocupação constante sobre minha pessoa. A Marcial Saavedra, por nossas conversas sobre a vida. A Felix, Anike e as meninas, mi família nigeriana. A Hippolyte, pelos anos de amizade e aos Professores Itamar e Vilson, por atenderem ao convite. Agradeço a todos os iniciados que ajudaram com seus depoimentos. A todos, e em especial aos que não aparecem mencionados, muito obrigada e minhas desculpas por ter memória fraca. Não esqueci uma amiga da pós que prometeu um encontro antes de partir de volta para sua cidade a última vez que esteve na Bahia, mas que a vida não lhe concedeu esse desejo. Para ti Eliane Nunez, meus agradecimentos póstumos por te conhecer e compartilhar aulas, conhecimentos, cafezinhos e licores.
Esta tese tem como enfoque o estudo comparativo da Santería cubana e dos Candomblés brasileiros de tradição iorubá. O objetivo foi estudar os perfis identitários destas expressões religiosas de matriz africana, como cultura de resistência ante uma cultura imposta durante séculos de colonialismo pelas elites do poder, no período histórico que vai de 1950 a 2000. Teve-se em vista os mecanismos de enfrentamento ou confrontação que estas religiosidades criaram como via de defesa e inserção social. Tentamos desvendar, na medida do possível e de forma comparativa, as relações políticas e a incidência sócio-cultural no entorno social em que atuaram estas expressões em Cuba e no Brasil, conhecendo de antemão a influência que tradicionalmente elas têm exercido na esfera da consciência individual dos iniciados em seus cultos religiosos. Temas como: africanidade, etnicidade, cultura, resistência, poder e repressão foram analisados em função da estrutura religiosa da Santería e do Candomblé, em contrate com a realidade social que enfrentaram nos países para onde foram transplantadas. Esta estrutura teve como núcleo principal a família religiosa em uma intrincada rede de sociabilidades, que encontrou e ainda encontra nos terreiros e nas casas-templo o ambiente propício para recriar os elementos culturais africanos que sustentam, como parte do continuum das tradições culturais herdadas dos africanos, que buscaram e encontraram um lugar na história e identidade nacional cubana e brasileira, como expressões religiosas de resistência em defesa da identidade cultural.
Palavras-chaves : Santería, Candomblé, Cultura de Resistência, Repressão, Identidade Religiosa
Figura 22. Visita dos delegados à II Conferência Mundial ao terreiro Ilê Ibsê Alá Ketu Ogun Megegê de Muritiba…………………………………………………………………………
Figura 23. Religião africana quer acabar com sincretismo…………………………………
Figura 24. Fotografia do Professor Edvaldo Brito…………………………………………
Figura 25. Liberdade para o orgullo do Axé………………………………………………..
Figura 26. Altar de Iemanjá, enfeitado com doces frutas e vegetais em dia de festa de aniversário do iniciado………………………………………………………………………
Figura 27. Representação do quarto de Oxum pertencente a mãe-de-santo de um terreiro situado no Bairro de Cajazeiras, em Salvador………………………………………………
Figura 28. Foto que acompanha a notícia seguinte: Com sincretismo ou não o candomblé sempre será atração………………………………………………………………………….
Figura 29. Representação de Oxúm………………………………………………………...
Figura 30. Representação de Ogúm………………………………………………………...
Figura 31. Representação de Xangô………………………………………………………..
Figura 32. Representação de Iemanjá………………………………………………………
Figura 33. Representação de Obaluiaê……………………………………………………...
Figura 34. Representação simbólica de Orunmila com uma recriação, ao fundo, de um Tabuleiro de Advinhação……………………………………………………………………
Figura 35. Close up dos objetos religiosos da imagem anterior.…………………………...
Figura 36. Representação de objetos religiosos que enfeitam a casa de um Babalawo cubano……………………………………………………………………………………….
Figura 37. Close up dos pejis de Ogún que aparece na fotografia anterior………………...
Figura 38. Figuras do santoral católico, como os santos gêmeos Come e Damião e Santo Antonio, que enfeitam a casa de uma Mãe-de-santo do bairro Arenoso, em Salvador……..
Figura 39. Foto do Barracão de um terreiro no Bairro Fazenda Grande IV em Cajazeiras, Salvador, Bahia……………………………………………………………………………...
Figura 40. Altar na casa de Mãe Elisa, no Bairro de Mussurunga, em Salvador…………..
Figura 41. Imagens de Nossa Senhora da Conceição da Praia, Santa Luzia, Santo Antonio e Nossa Senhora Aparecida na casa de um terreiro…………………………………………...
Figura 42. Sincretismo não acabou na festa de São Lázaro………………………………...
Figura 43. Òsùn (Oxum) original da Nigéria representado no templo de Oduduwa…….…
Figura 44. Abese Wurá- Leque de Ouro…………………………………………………...
Figura 45. Ajunsiram Ifá Demin……………………………………………………………
Figura 46. Alá Omín Axé………………………………………………………………...…
Figura 47. Axé Iroko…………………………………………………………………..……
Figura 48. Canastillero familiar que inclui representações do santoral católico, dos orixás e oferendas…………………………………………………………………………………….
Figura 49. Fermina Gómez, Osha Obi……………………………………………………...
Figura 50. Trono ou Cadeira da mãe-de-santo do Terreio do Gantois……………………..
Figura 51. Festa das Abiãs. No destaque, a mãe-de-santo se encontra entre a Egbôme e um iniciado vestido de Omolu…………………………………………………………………..
Figura 52. Odé Kaiodê – nome de iniciada de Mãe Stella – na foto de sua posse como ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, em 17 de junho de 1976 ……………………………….…
Figura 53. Mãe Elisa na Festa das Abiãs…………………………………………………...
Figura 54. Celebração em Homenagem a Mãe Menininha do Gantois, em 10 de fevereiro de 2009………………………………………………………………………………………….
Figura 55. A matriarca Menininha com filhos e netos: Carmen e Cleuza, o casal Carlos Manoel e Ângela, Neli Cristina, Zeno Eduardo e Álvaro e, na frente, Mônica……………..
Figura 56. Carmen e a família, no quintal do Gantois, onde se encontra a reserva botânica – imprescindível nos terreiros de candomblé, com as plantas necessárias para as obrigações rituais e o uso terapêutico. À sua esquerda, a filha Ângela, o genro Carlos Manoel, os sobrinhos Zeno e Álvaro com seus três filhos, Andréa, Paula Eduarda e Philipp; à sua direita, a filha Neli e os netos Leandro, Leila e Bruno……………..………………………………..
Figura 57. Toda a beleza de uma festa pública em louvor aos orixás, conduzida pela iyalorixá Carmen, ao lado a filha Ângela, a iaquequerê da casa………………………………………
Figura 58. Representação de Eleguá…………………………………………………...……
Figura 59. Gamela de Ogúm…………………………………………………………...……
Figura 60. Representação de Oxossi…………………………..……………………………
Figura 61. Búzios…………………………………………………………………………...
Figura 62. Babalawo em cerimônia de adivinhação…………………………………………
Oferenda para Iemanjá, em Salvador, Brasil