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Um estudo sobre a capacidade de estudantes do ensino fundamental em compreender atividades de leitura e interpretação de textos de um livro didático de português, com ou sem a participação ativa do professor. O documento aborda as estratégias e habilidades de leitura, os critérios de análise de textos e a importância da mediação na leitura e interpretação de textos em livros didáticos de língua portuguesa.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Belo Horizonte Faculdade de Letras da UFMG 2014
Belo Horizonte Faculdade de Letras da UFMG 2014
Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Estudos Linguísticos da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial à obtenção do título de Doutora em Linguística Aplicada.
Área de Concentração: Linguística Aplicada
Linha de Pesquisa: Ensino do Português
Orientadora: Profa. Dra. Delaine Cafiero Bicalho
“Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas...” (Rm 11:36)
“... o aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que as cercam.”
L. S. Vygotsky
Esta pesquisa verifica o processo de recepção do livro didático de português por alunos do ensino fundamental II no eixo da Leitura. Busca-se responder às seguintes questões: até que ponto os alunos compreendem sozinhos as atividades de leitura e interpretação no livro didático de português? Até que ponto eles precisam da mediação do professor para compreender as tarefas? A hipótese inicial é a de que os alunos não conseguem compreender sozinhos as atividades de leitura e interpretação de textos propostas no livro didático de português (LDP), eles necessitam da participação ativa do professor tanto para compreenderem as atividades quanto para compreenderem o texto. O objetivo geral é investigar até que ponto os estudantes do ensino fundamental conseguem compreender sozinhos as atividades de leitura e interpretação de textos do livro didático de português e/ou até que ponto a compreensão ocorre quando há mediação. Os objetivos específicos são: verificar até que ponto os alunos compreendem as atividades do livro; identificar as principais dúvidas demonstradas pelos alunos na realização das atividades de leitura; explicitar a relação aluno/livro com e sem mediação do professor; apontar, com depoimentos e entrevistas, a opinião dos alunos sobre o livro didático de português; identificar e listar, por meio das respostas às atividades realizadas, quais as habilidades de leitura os alunos revelam e quais não revelam possuir ao término da investigação. A metodologia de pesquisa adotada é qualitativa e quantitativa. A coleta de dados é feita em uma escola pública, em município do interior de Minas Gerais. O corpus de pesquisa é constituído por aulas observadas e filmadas, atividades de leitura do livro didático de português e de respostas a atividades realizadas, questionário aos alunos e entrevistas a professoras. São observadas algumas aulas e outras filmadas para verificação dos procedimentos e reações da turma durante a realização das atividades. Uma atividade de leitura do livro didático é aplicada, com estratégias diferentes, a quatro grupos distintos da turma. O grupo A faz sozinho leitura e atividades, sem nenhuma mediação; o grupo B realiza a leitura do texto com a mediação e faz sozinho as atividades; o grupo C faz sozinho leitura e realiza as atividades com mediação; por fim, o grupo D realiza a leitura e as atividades com a mediação em ambas. As mediações propostas foram a leitura colaborativa do texto e leitura e comentário das questões uma a uma. As repostas à atividade são analisadas para verificar o que os alunos compreendem sozinhos e em que precisam de mediação. Para finalizar, os alunos respondem a um questionário a fim de verificar o que pensam sobre o livro didático de português, sobre as atividades realizadas, sobre os textos e as professoras respondem à entrevista semiestruturada para verificar suas expectativas, formas de abordagem e o que pensam sobre as mediações necessárias e sobre necessidades dos estudantes. As análises são feitas à luz de teorias que compreendem a linguagem como interação, a leitura como processo social e cognitivo de produção de sentido e a intervenção didática como uso de estratégias para mobilização de capacidades para um nível ainda não alcançado antes. Toma-se como referencial teórico, autores como Antunes (2003, 2010), Bakhtin ([1929]2006, [1952/1953] 1997), Marcuschi (2002), Cafiero (2010), Dell´Isola (2001), Kleiman (2004),Rojo (2003), Solé (1998), Vygotsky (1984,1991), entre outros. Os resultados revelam que os alunos demonstram mais dificuldades na realização das atividades de interpretação textual quando têm que realizá-las sozinhos. Por outro lado, quando há ensino de leitura, ou seja, quando há mediação na realização da leitura e das atividades, o resultado dos alunos mostra-se superior. Além disso, identifica-se também que as atividades de leitura apresentam problemas de elaboração de enunciado e as repostas sugeridas no manual do professor do livro didático nem sempre são condizentes com as questões e/ou suficientes para elas. Isso dificulta o trabalho do aluno que fica refém de suas limitações e de restrições impostas pelas atividades problemáticas.
PALAVRAS-CHAVE: leitura; livro didático; ensino-aprendizagem.
Este estudio evalúa el proceso de recepción del libro de texto de portugués por los estudiantes del nivel de Primaria II (sexto a noveno año escolar) en el eje de Lectura. Se trata de responder a las siguientes preguntas: ¿Hasta qué punto los estudiantes entienden, sin ayuda de otros, las actividades de lectura e interpretación presentes en los libros de texto de portugués? ¿Hasta qué punto necesitan la mediación del profesor para entender las tareas? La hipótesis de partida es que los estudiantes no pueden entender por sí solos las actividades de lectura e interpretación de los textos propuestos en el libro de texto de Portugués (LTP), por lo que requieren la participación activa del maestro para comprender las actividades y para comprender el texto. El objetivo de este estudio es investigar hasta qué punto los alumnos de primaria pueden entender solos las actividades de lectura y de interpretación de los textos propuestos en el libro de texto de portugués y/o en qué medida la comprensión ocurre cuando hay la mediación del maestro. Los objetivos específicos son: determinar el grado en que los estudiantes a entender las actividades del libro; identificar las cuestiones clave que se muestran por los alumnos en la realización de actividades de lectura; explicar la relación alumno / libro con y sin la mediación del profesorado; punto, con testimonios y entrevistas, la opinión de los estudiantes sobre el libro de texto portugués; identificar y enumerar a través de las respuestas a las actividades que los estudiantes habilidades de lectura revelan y no revelar que poseen al final de la investigación. La metodología de investigación utilizada es cualitativa y cuantitativa. La recogida de datos se realizó en una escuela pública de un municipio del interior de Minas Gerais. El corpus de investigación se compone de clases observadas y grabadas en video, actividades de lectura del libro de texto de portugués y de las respuestas dadas a las actividades realizadas, así como la aplicación de un cuestionario a los estudiantes y entrevistas a las profesoras. Son observadas algunas clases y otras fueron filmadas para verificar los procedimientos y las reacciones del grupo durante la realización de las actividades. Una actividad de lectura del libro de texto es aplicada con diferentes estrategias a cuatro grupos diferentes de alumnos de una clase. El grupo A hace la lectura y las actividades sin ninguna mediación del maestro. El grupo B realiza la lectura del texto con mediación, pero sin ella en las actividades. El grupo C realiza la lectura sin mediación, pero con mediación en las actividades, mientras que el grupo D realiza la lectura y las actividades con mediación en ambos momentos. Las mediaciones propuestas fueron la lectura colaborativa del texto y lectura y comentario de cada una de las preguntas. Las respuestas a la actividad se analizan para comprobar qué los estudiantes comprenden ellos solos y qué necesitan en la mediación. Por último, los alumnos responden un cuestionario con el fin de determinar lo que piensan sobre el libro de texto de portugués, sobre el trabajo realizado en los textos y también los profesores participan en una entrevista semiestructurada para verificar sus expectativas, las formas de abordaje y lo que piensan sobre las mediaciones necesarias y sobre las necesidades de los estudiantes. Los análisis se realizan con base en teorías que entienden el lenguaje como interacción, la lectura como un proceso social y cognitivo de producción de sentido y la intervención didáctica como uso de estrategias para mobilizar capacidades con el fin de llegar a un nivel que no se haya alcanzado antes. Se toma como marco teórico a autores como Antunes (2003, 2010 ), Bajtín (([1929]2006, [1952/1953] 1997), Marcuschi ( 2002 ), Cafiero ( 2010 ) , Dell'Isola ( 2001 ), Kleiman ( 2004 ), Rojo ( 2003 ), Solé (1998), Vygotsky ( 1984,1991 ), entre otros. Los resultados revelan que los estudiantes muestran más dificultades en la realización de las actividades de interpretación textual cuando tienen que realizarlas solos. Por otro lado, cuando hay enseñanza de le lectura, o sea, mediación en la realización de la lectura y de las actividades, los resultados de los estudiantes se muestran superiores. También se identifica que las actividades de lectura presentan problemas en la elaboración de los enunciados y que las respuestas que se sugieren en el manual del profesor del libro de texto no siempre son coherentes con los temas y/o suficiente para ellos. Esto hace que el trabajo del estudiante sea rehén de sus limitaciones y de las restricciones impuestas por las actividades problemáticas. PALABRAS CLAVE : Lectura, libro de texto, enseñanza-aprendizaje
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classificação no total de 65 países participantes do exame, atrás de México, Colômbia e
Uruguai. Em termos de média de proficiência em leitura, o desempenho do Brasil em 2009 –
412 pontos – está abaixo da média geral dos países integrantes da OCDE, que é de 493
pontos. No relatório de primeiros resultados do SAEB/Prova Brasil 2011, a média de
proficiência em leitura dos alunos brasileiros do nono ano do ensino fundamental é de 243
pontos (BRASIL, 2011, tabela 3, p.5), o que os enquadra no nível cinco numa escala^3 de
desempenho em língua portuguesa subdividida em nove níveis.
Esse baixo desempenho também é notado nas salas de aula, onde professores deparam-se
com estudantes que mal conseguem soletrar algumas palavras, fazer uma leitura contínua, ou
seja, não leem com fluência e não atribuem sentido ao que é lido. Além disso, eles, por vezes,
apresentam dificuldades para identificar as ideias essenciais, relacionar informações,
compreender, enfim, estudantes apresentam dificuldades para ler e interpretar um texto.
A partir desse quadro, este trabalho procura discutir uma parte do universo do
desenvolvimento das capacidades da competência leitora no âmbito escolar com a utilização
do livro didático como um dos principais recursos materiais usado no processo de ensino-
aprendizagem. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo, de caráter qualitativo, numa
escola pública, com alunos do Ensino Fundamental, do sexto ano, na faixa etária
compreendida entre onze e doze anos.
Um conceito importante neste trabalho é o de competência, de acordo com Perrenoud (1999),
ou seja, é a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em
conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. Outro conceito pertinente é o de competência
leitora apresentado pelo documento oficial da OCDE/PISA (2001) que afirma: ―A capacidade
leitora consiste na compreensão, o emprego e a reflexão pessoal a partir de textos escritos
com o fim de alcançar metas próprias, desenvolver o conhecimento e o potencial pessoal e de
participar na sociedade‖. Assim, por competência leitora, entende-se a mobilização eficaz de
um conjunto de capacidades e habilidades envolvidas no processamento da leitura.
1.1 Objeto de Pesquisa
Pensar na prática escolar, nas formas de abordagem, no processo de ensino aprendizagem e,
especialmente, nos sujeitos envolvidos desperta o nosso interesse e nos remete a um universo
complexo. Para os que lidam diretamente com o meio educacional, desvendar seus caminhos
(^3) As escalas dos dois exames são diferentes e apresentam níveis diferentes também.
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pode proporcionar uma atuação substancialmente significativa, além de contribuir para um
desempenho consciente. O depoimento de uma aluna do Ensino Fundamental sobre o que os
alunos pensam sobre o livro didático, pode ser exemplo da ―relação‖ que muitos alunos têm
com esse material e, ao mesmo tempo, mostra as dificuldades que eles revelam em lidar com
ele.
Eu gosto muito do livro de português porque ele tem coisas interessantes e porque a gente pode aprender muitas coisas de português e a gente pode usar até a vida inteira... o que é muito difícil no livro é que são muitos textos, mas só que a gente lendo, a gente aprende... O que eu gosto menos é que o livro de português tem muitas coisas e os textos, na maioria das vezes, são muito grandes e hum ... as perguntas têm que ser ―elaboradas‖ mais porque as perguntas, às vezes, complica muito no texto... e confunde muito as pessoas... (Depoimento de GK,14 anos, aluna do nono ano de uma escola pública do interior de Minas Gerais).
A aluna, de certa forma, enfatiza a importância do livro ―porque a gente pode aprender muitas
coisas de português e a gente pode usar até a vida inteira‖; por outro lado, fica também
explícito o que ela considera dificuldade ―o que é muito difícil no livro é que são muitos
textos...‖ Em seguida, há referência à extensão do texto e à dificuldade em entender as
questões que, para ela, deveriam ser ―mais elaboradas‖. Isso leva à suposição que a estudante
ressente-se de informações para compreender as propostas e que as questões poderiam ser
formuladas de outra maneira para promover a compreensão.
Refletir sobre situações como essa provoca inquietação, vários questionamentos sobre o
ensino de leitura, sobre o uso de livro didático e sobre como se dá a recepção pelos estudantes
desse recurso didático e das atividades nele propostas. O depoimento da aluna revela que o
trabalho com livro didático não é tão simples, revela ainda que há nele recursos que podem
ser utilizados de forma eficaz e outros nem tanto. Mostra que há elementos que tornam a
realização das atividades menos autônomas e mais dependentes de mediações. Isto é, para
que o aluno realize as leituras e as atividades propostas no livro, é necessário que haja, muitas
vezes, a ajuda de alguém que explique, que oriente, que o ajude a construir o conhecimento.
Essa intervenção/mediação, na escola, é feita pelo professor e pode, muitas vezes, ser feita por
outros alunos.
Nas práticas docentes, é muito comum observar o uso do livro didático de língua portuguesa
(LDP) como direcionador das aulas, como planejamento. Ou seja, o livro é usado por muitos
profissionais no lugar do programa e do plano de aula. E, muitas vezes, na ausência de um
programa oficial de ensino, o livro acaba desempenhando esse papel. O manual, assim, deixa