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Este documento discute a importância da psicopedagogia no processo de aprendizagem humana, sua relação com as dificuldades de aprendizagem e o papel da escola na compreensão dessas dificuldades. O texto apresenta um estudo de caso de uma criança com dificuldades de aprendizagem escolar e o objetivo de refletir sobre as intervenções psicopedagógicas efetivas. A pesquisa foi realizada na epr, em anápolis, goiás.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação da Faculdade Católica de Anápolis, para obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia sob a orientação da Professora Especialista: Ana Maria Vieira de Souza.
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pela saúde, fé e perseverança que tem me dado. Depois aos meus pais por se constituírem diferentemente enquanto pessoas, igualmente belos e admiráveis em essência, estímulos que me impulsionaram a buscar vida nova a cada dia, aos meus filhos meu agradecimento por terem aceitado se privar de minha companhia pelos estudos, concedendo a mim a oportunidade de me realizar ainda mais.
“ Aprender é arriscar-se
a fazer dos sonhos textos possíveis”
Alicia Fernández, 2001
The educational psychology seeks to understand the process of human learning, as well as solving the difficulties it presents. The role of the educational psychologist is directly related to learning; the school seeks to answer complaints, particularly with regard to school failure, noting that each situation is unique and requires specific professional attitudes. The psycho-pedagogical diagnosis can detect aspects that lead to school failure. To conduct the psycho-pedagogical diagnosis the following activities were undertaken: anamnesis (integration of the dimensions of past, present and future of the patient); contact the school (direct or through a questionnaire) ; observing performance in a learning situation and application testing specific psychopedagogic. This case study is a result of a pedagogical intervention that was performed with a 9- year-olds who have difficulties in school learning related to the acquisition of the alphabetic writing system and mathematical logic the same attended the 2nd year of elementary school twice. The tools were essential to the observations and hypotheses psychopedagogic. This study aims to discuss how to develop the learning process, supported by an educational psychology look and hence lead us to reflect on the difficulties presented by the children in this process.
Keywords : Learning Disability. School Failure. Psychopedagogical Intervention.
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Nesta pesquisa apresentam-se dados sobre o sujeito atendido, sobre o material utilizado nas sessões de atendimento psicopedagógico e a descrição dos procedimentos utilizados. Bem como os resultados do caso clínico que foram alcançados durante a intervenção e as considerações finais. As provas e testes estarão em anexo.
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A psicopedagogia a princípio preocupa-se com as dificuldades de aprendizagem e o fracasso escolar. Porém estudos e pesquisas têm ampliado de forma abrangente o seu foco de análise, explicitando a relevância da compreensão do processo de ensino-aprendizagem, dentro ou fora do ambiente escolar, considerando também a influência dos fatores físico, emocional, psicológico, pedagógico, social e cultural. Segundo Weiss (2003) a não-aprendizagem na escola é uma das causas do fracasso escolar. O surgimento da Psicopedagogia segundo Andrade (1998), teria acontecido na década de 1920, momento em que se instituiu o primeiro Centro de Psicopedagogia do mundo. Ligado ao pensamento psicanalítico de Lacan, tal centro, de acordo com a autora, fundamentou aquilo que posteriormente foi nomeado de Psicopedagogia Clínica. Para Bossa (1994), por outro lado, apontam que a Psicopedagogia teria nascido no ano de 1946, período em que se deu a criação dos primeiros Centros Psicopegagógicos na Europa, em Paris, por Juliet te Favez-Boutonier e George Mauco. No Brasil, segundo Bossa (1994) a psicopedagogia surgiu na década de 1970, em busca de resolver dificuldades de aprendizagem relacionadas a disfunção neurológica mínima (DCM), tentando encobrir os problemas sociais e também educacionais da época. A partir desse enfoque a psicopedagogia brasileira também se construiu sob uma ótica médica e patológica, com uma natureza mais prática do que acadêmica. Sob essa perspectiva, tais problemas eram tratados como originários de disfunções neurológicas tão pequenas que, por essa razão, acabavam não sendo detectadas nos exames clínicos, embora provocassem alterações de comportamento. Porém se por um lado o conceito de DCM permitiu um maior processo de aceitação da criança e do adolescente por parte de seus pais e professores, por outro, contribuiu para desmotivar alguns professores e pais a investirem na aprendizagem desses sujeitos. A Psicopedagogia é uma área de conhecimento interdisciplinar que tem como objetivo o processos de ensino-aprendizagem, que integra o diagnóstico e a
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França,...,onde se percebeu as primeiras tentativas de articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na solução dos problemas de comportamento e de aprendizagem. Dessa maneira, na psicopedagogia são encontradas também contribuições de diversas áreas do saber como da Antropologia, da Epistemologia, da Lingüística, da Neurolingüística, da Fonoaudiologia, da Pedagogia, da Psicanálise, da Psicologia, da Sociologia e outras. Toda essa confluência de saberes, teorias e campos de conhecimento presentes na formação da Psicopedagogia explica-se na medida em que, embora ela possa ser considerada como um corpo teórico organizado, não conseguiu até agora sustentar-se pela qualidade de seu saber científico, em razão de se manter muito presa a esfera da empiria (BOSSA, 1994). Segundo Bossa (2007) espera-se através desta união Psicologia-Psicanalise- Pedagogia, conhecer a criança e o seu meio, para que fosse possível compreender o caso para determinar uma ação reeducadora. Diferenciar os que não aprendiam, apesar de serem inteligentes, daqueles que apresentavam alguma deficiência mental, física ou sensorial era uma das preocupações da época.
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O referido trabalho foi de caráter exploratório e descritivo; exploratório, pois geralmente o pesquisador trabalha com levantamento bibliográfico, coleta de dados realizados através de entrevistas com diretora, coordenadora, professora e a mãe da aprendente. Descritivo, pois, assemelha-se à pesquisa exploratória e, além disso, esse tipo de pesquisa visa descrever as características de um determinado assunto em questão. Fundamentado nas teorias de Maria Lúcia Weiss, Piaget, Vygotsky, Visca e outros autores que dedicaram seus estudos a este assunto, este trabalho foi desenvolvido com a apresentação das atividades do estágio Supervisionado do Curso de Especialização em Psicopedagogia. O Estágio permite trabalhar com o aprendente investigando vários aspectos que podem interferir na sua aprendizagem. Deu-se início o processo de diagnóstico psicopedagógico, realizado através de sessões individuais, nos quais foram desenvolvidas técnicas apropriadas à investigação do caso. Após algumas observações feitas pela escola foi realizada uma entrevista com a professora para uma conversa sobre a aluna. As queixas eram de que a aluna não conseguia se apropriar do Sistema de Escrita Alfabética e não conseguia organizar seu raciocínio lógico matemático. A escola relatou que a aluna em alguns momentos é agressiva, falta com a verdade e não alcança um bom desempenho nas atividades propostas, interage com os colegas da sala de aula e mesmo com todas as dificuldades em acompanhar a turma ela é uma criança participativa. As atividades de sala só são realizadas com o auxílio da professora, porém as que vão para casa são feitas por ela, assim afirma a família. O campo possibilitou o trabalho com o aprendente investigando vários aspectos que podem interferir na sua aprendizagem, bem como suas relações afetivas, social e cultural.
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sujeito que, o impedem de crescer na aprendizagem dentro do esperado pelo meio social. E o sucesso de um diagnóstico não está na quantidade de instrumentos utilizados, mas na competência e sensibilidade do terapeuta em explorar os aspectos revelados. Portanto, de acordo com Weiss (2003) o diagnóstico é mais que uma coleta de dados, é um instrumento que leva o psicopedagogo a ter uma olhar e uma escuta diferenciada, voltada para a criança em questão, de maneira que possibilite o conhecimento dos sintomas e sua analise, onde poderá buscar as soluções para as dificuldades estudadas.
3.1 DESCRIÇÃO DA ESCOLA /CAMPO DE ESTÁGIO
De acordo com o Projeto Político Pedagógico a instituição tem como meta atender as necessidades da comunidade, diminuir o índice de desistência, melhorar a qualidade de ensino e também atuar na formação e desenvolvimento integral da criança para que ele tenha condições de conquistar seu lugar na sociedade, viver com dignidade, reivindicar seus direitos, respeitando o direito do outro e cumprindo seus deveres, dando assim sua colaboração para a construção de um mundo mais humano e uma sociedade mais justa. A escola desempenhará bem seu papel, na medida em que, partindo daquilo que a criança já sabe (o conhecimento que ela traz de seu cotidiano, suas ideias a respeito dos objetos, fatos e fenômenos, suas “tórias” acerca do que observa no mundo), ela for capaz de ampliar e desafiar a construção de novos conhecimentos, na linguagem vygotskiana, incidir na zona de desenvolvimento potencial dos educandos. (REGO, 2010, p.108) Para isto a instituição busca educadores comprometidos com uma educação de qualidade e capazes de exercer seu trabalho com dignidade, carinho e respeito pelo aluno. O organograma da Estrutura Organizacional da Instituição de acordo com a diretora local, é composto de uma diretora administrativa, uma secretária geral, duas auxiliares de secretária, uma coordenadora técnica e uma coordenadora pedagógica. Conta também com duas auxiliares gerais, merendeiras, porteiros e o corpo docente formado por educadores com graduação em Pedagogia. Em 2013 a EPR contou com a presença de 166 alunos nos turnos matutino e vespertino. O trabalho pedagógico está pautado em conteúdos programáticos que
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levem o aluno a construir conceitos inerentes à sua necessidade psicológica, afetiva e cognitiva. A escola é pequena, possui apenas quatro salas de aula, cozinha, secretaria, pátio e três banheiros. Ainda trabalha com datas comemorativas, Projetos levando- os à produção de texto, leitura e interpretação, valorizando a cultura regional e os valores familiares. A disciplina de toda a unidade escolar, principalmente das crianças é trabalhada com atenção especial uma vez que vai contribuir na aprendizagem.
3.2 DISCUSSÃO TEÓRICA DO CASO
A psicopedagogia é uma área de estudos muito nova, isso permite que ela se construa para atender aos atuais problemas enfrentados no processo de ensino e aprendizagem. Segundo Porto: Tanto na clínica quanto na instituição, o psicopedagogo atua intervindo como mediador entre o sujeito e sua história traumática, ou seja, a história que lhe causou a dificuldade de aprender. No entanto, o profissional não deve fazer parte do contexto do sujeito, já que ele está contido em uma dinâmica familiar, escolar ou social ( PORTO, 2006, p.14). Assim o psicopedagogo auxiliará o sujeito a reelaborar a sua história de vida, podendo assim reconstruir fatos que estavam fragmentados, retomando o percurso normal de sua aprendizagem. Entende-se que a clínica é um lugar de ajuda (PORTO, 2006). Este estudo de caso refere-se a uma criança com dificuldade de aprendizagem escolar, ou seja, tem dificuldades no raciocínio lógico matemático e também na aquisição do Sistema de Escrita Alfabético. A aprendente já cursou o segundo ano por duas vezes, nessa caminhada ela passou por duas professoras com metodologias diferenciadas e também contou com o apoio da escola, coordenadora pedagógica, com aulas de reforço para que pudesse desenvolver aspectos cognitivos relacionados ao processo de ensino–aprendizagem, porém não foi suficiente para que a aprendizagem supracitada fosse alcançada. Durante o atendimento foi possível perceber que a criança não tem limites em seu comportamento, gostava só dos testes que eram para brincar, principalmente de massinhas, os testes de português, matemática, estes ela não queria fazer, dizia que não sabia, estava sempre cansada para respondê-los.
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desenvolvimento de seu intelecto. De acordo com Weiss (2003), essas primeiras hipóteses levantadas nortearão a sequência diagnóstica e os instrumentos capazes de auxiliar na organização de intervenção psicopedagógica. As hipóteses levantadas podem relacionar-se a obstáculos de caráter cultural, afetivo ou vincular, funcional ou cognitivo. As hipóteses levantadas, bem como a linha de pesquisa que deverá ser aplicada para confirmar ou não tais hipóteses estão registradas em anexo.
3.3 EFES (ENTREVISTA FAMILIAR EXPLORATÓRIA SITUACIONAL)
O primeiro contato com a família foi através do (CEMAD) Centro Municipal de Apoio ao Deficiente que marcou o primeiro encontro com a família, neste dia somente compareceu a mãe, pois o pai estava trabalhando. A mãe se dispôs prontamente para a realização da entrevista. De acordo com Weiss (2003, p.43) “A maneira como o profissional acolhe o primeiro contato com a família ou o próprio paciente é muito importante para a continuidade do processo”. No início foi lido o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a mãe, a mesma assinou e se comprometeu a levar a aprendente às sessões. O clima de ansiedade era notório e evidente, porém ao discorrer e esclarecer o objetivo do trabalho a ser desenvolvido, a tranquilidade e a confiança nortearam a conversa, o que proporcionou uma situação mais amena e agradável. A mãe reconhece a dificuldade relativa á aprendizagem que sua filha apresenta, diz acompanhar as tarefas de casa. Diz que a criança é muito emotiva e que com o pai é mais carinhosa. Tem o hábito de conversar sozinha e gosta de brincar com as amigas de casinha, gosta de assistir televisão e de brincar de pique- pega. Na visão de Weiss (2003) é fundamental que ao final dessa entrevista, os pais e o paciente saiam mais tranquilos e menos ansiosos, sem perder de vista a necessidade de continuidade do diagnóstico. Concluída a entrevista, resta expectativa da análise do caso e a esperança de possíveis orientações, recomendações e/ou o encaminhamento necessário que
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possam facilitar o processo de construção do conhecimento de M. conduzindo a uma aprendizagem mais significativa.
3.3.1 Anamnese
Anamnese é um momento em que passamos com a família, onde são levantadas informações importantes sobre o paciente dentro de sua dinâmica familiar, conhecendo toda a sua história de vida. Deve-se fazer uma entrevista bem dirigida, pois a partir daí teremos o segundo levantamento de hipóteses. Para Weiss (2003) anamnese é um dos pontos cruciais de um bom diagnóstico, pois possibilita a integração das dimensões de passado, presente e futuro do paciente, onde podemos perceber a construção ou não de sua própria continuidade e das diferentes gerações. Segundo Andrade (1998) anamnese é a história de vida do paciente, um instrumento para compreensão do processo de instalação das dificuldades de aprendizagem. Através da anamnese, a mãe deixa claro que apesar da gravidez não ter sido planejada, a M.M. foi uma criança muito bem vinda e esperada por toda a família. A gestação ocorreu sem maiores problemas, apenas sofreu algumas cólicas de rins. Foi feito acompanhamento pré- natal necessário. O parto foi normal, ao nascer a M. M. reagiu bem a todos os estímulos que foi submetida. Após o nascimento a mãe sofreu depressão. M.M. fez uso do leite materno durante o primeiro mês de vida, após os seis meses, iniciou a ingestão de papinhas e outros alimentos. Conclui-se que M.M. ainda não adquiriu o controle cognitivo da micção e até no momento urina durante a noite, usa fralda descartável para dormir. Segundo a mãe a filha é muito manhosa, mente muito, gosta de cuidar de bebês e vive no mundo da fantasia, gosta muito de brincar com as colegas. Diante dos relatos da mãe, fica claro a imaturidade da referida criança. M.M. encontra-se de acordo com sua idade de 09 anos, no operatório concreto, ou seja, deveria ter desenvolvido noções de tempo, espaço, ser capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade, não se limitar somente à imaginação, mas fazer uso do mundo concreto para chegar à abstração. Contudo diante dos fatos observa-se que está no pré-operatório, isto é, ainda