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Teologia da Revelação: Deus se Revela na Criação, Resumos de Socialização e o Curso da Vida

Este texto aborda a teologia da revelação, enfatizando que deus se revela na criação. Ele discute a compreensão da teologia na antiguidade, sua evolução ao longo dos séculos, e o papel da palavra de deus na revelação. O texto também aborda a importância da fé, a relação entre a ciência humana e a revelação divina, e as etapas da revelação.

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 17/06/2021

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Índice
1.Introdução...................................................................................................................................1
1.1.Objectivos................................................................................................................................. 2
1.2.Metodologia.............................................................................................................................2
1.3.Discussão..................................................................................................................................2
2.CAPÍTULO I: A FÉ CATÓLICA.........................................................................................................2
2.1. Conceito de FÉ:........................................................................................................................2
2.1.1. Crenças.................................................................................................................................3
2.1.2. Teologia ciência da fé........................................................................................................... 3
2.2. Breve historial de Teologia...................................................................................................... 3
2.2.1 Diferentes estilos de reflexão teológica.................................................................................3
2.2.2. Síntese da Teologia da época Patrística:...............................................................................5
2.2.3. A teologia escolástica medieval............................................................................................5
2.2.4. Teologia anti- moderna – da Idade Média até Vaticano II cinco (5) séculos.........................6
2.3. A teologia hoje.........................................................................................................................6
2.4. Revelação.................................................................................................................................6
2.4.1. Conteúdos da revelação.......................................................................................................6
2.4.2. Etapas da revelação.............................................................................................................. 7
2.5. Deus se revela na Criação........................................................................................................7
2.5.1. Conceito de Criação.............................................................................................................. 7
2.5.2. Deus é o Criador................................................................................................................... 7
2.5.3. Cristo princípio, centro e fim da criação............................................................................... 8
2.5.4. Dificuldades e objecções.......................................................................................................8
2.6. A dimensão trinitária da criação..............................................................................................8
2.7. A Revelação em Abraão, Moisés e profetas.............................................................................9
2.7.1. Transmissão da Revelação divina..........................................................................................9
2.7.2. A atitude do homem para com a revelação divina.............................................................10
2.8. Evento Cristo..........................................................................................................................10
2.8.1. Quem é Jesus...................................................................................................................... 10
2.8.2. Algumas respostas da época patrística...............................................................................11
3. CAPÍTULO 2: A IGREJA...............................................................................................................12
3.1. Terminologia e etimologia.....................................................................................................12
3.2. Mistério da Igreja...................................................................................................................12
3.2.1. Pressupostos da Eclesiologia do Vaticano II........................................................................12
3.2.2. Eclesiologia da Lumem Gentium......................................................................................... 13
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Índice

  • 1.Introdução...................................................................................................................................
  • 1.1.Objectivos.................................................................................................................................
  • 1.2.Metodologia.............................................................................................................................
  • 1.3.Discussão..................................................................................................................................
  • 2.CAPÍTULO I: A FÉ CATÓLICA.........................................................................................................
  • 2.1. Conceito de FÉ:........................................................................................................................
  • 2.1.1. Crenças.................................................................................................................................
  • 2.1.2. Teologia ciência da fé...........................................................................................................
  • 2.2. Breve historial de Teologia......................................................................................................
  • 2.2.1 Diferentes estilos de reflexão teológica.................................................................................
  • 2.2.2. Síntese da Teologia da época Patrística:...............................................................................
  • 2.2.3. A teologia escolástica medieval............................................................................................
  • 2.2.4. Teologia anti- moderna – da Idade Média até Vaticano II cinco (5) séculos.........................
  • 2.3. A teologia hoje.........................................................................................................................
  • 2.4. Revelação.................................................................................................................................
  • 2.4.1. Conteúdos da revelação.......................................................................................................
  • 2.4.2. Etapas da revelação..............................................................................................................
  • 2.5. Deus se revela na Criação........................................................................................................
  • 2.5.1. Conceito de Criação..............................................................................................................
  • 2.5.2. Deus é o Criador...................................................................................................................
  • 2.5.3. Cristo princípio, centro e fim da criação...............................................................................
  • 2.5.4. Dificuldades e objecções.......................................................................................................
  • 2.6. A dimensão trinitária da criação..............................................................................................
  • 2.7. A Revelação em Abraão, Moisés e profetas.............................................................................
  • 2.7.1. Transmissão da Revelação divina..........................................................................................
  • 2.7.2. A atitude do homem para com a revelação divina.............................................................
  • 2.8. Evento Cristo..........................................................................................................................
  • 2.8.1. Quem é Jesus......................................................................................................................
  • 2.8.2. Algumas respostas da época patrística...............................................................................
    1. CAPÍTULO 2: A IGREJA...............................................................................................................
  • 3.1. Terminologia e etimologia.....................................................................................................
  • 3.2. Mistério da Igreja...................................................................................................................
  • 3.2.1. Pressupostos da Eclesiologia do Vaticano II........................................................................
  • 3.2.2. Eclesiologia da Lumem Gentium

3.2.3. Maria, figura da Igreja......................................................................................................... 14 3.3. Os Sacramentos na Igreja...................................................................................................... 15 3.3.1. Conceito.............................................................................................................................. 15 3.3.2. Divisão dos Sacramentos.................................................................................................... 16 3.4. Inculturação do Evangelho nas culturas dos povos evangelizados........................................ 16 3.4.1. Conceito.............................................................................................................................. 16 3.4.2. Necessidade........................................................................................................................ 17 3.4.3. Exigências........................................................................................................................... 17 3.4.4. Competências..................................................................................................................... 17

  1. Conclusão................................................................................................................................. 18
  2. Referências Bibliográficas......................................................................................................... 19
  3. Introdução O presente trabalho de Teologia Católica aborda sobre o resumo do primeiro e segundo capítulos do Manual de Teologia Católica onde os temas centrais são a Fé católica e a Igreja. Na Fé Católica encontramos conceito de fé, Crenças, Teologia ciência da fé, Breve historial de Teologia, Diferentes estilos de reflexão teológica, Helenizar a doutrina,

2.1.1. Crenças Chama-se crença a convicção ou a lógica de pensamento, a filosofia que sustenta uma cosmovisão e os valores apresentados por uma determinada cultura. As crenças representam sempre um sistema de valores adquiridos, assimilados e proclamados como absolutos em si mesmos e por isso mesmo inegociáveis. 2.1.2. Teologia ciência da fé Os termos:Teologia = teo + logia⇒ θєōsєōsōs , Deus + λοΥiαiα = discurso sobre Deus; arte de dirigir o espírito na investigação da verdade do discurso sobre Deus. O dicionário de teologia define a Teologia como a ciência das coisas divinas. 2.2. Breve historial de Teologia Na antiguidade a teologia era entendida como um hino, onde Deus era glorificado mais que do que explicado pelo espírito humano. Era o acto mesmo de louvar a Deus. Não se tratava de explicar Deus, que é inexplicável, mas de o Louvar sem cessar, pela sua grandeza. Este sentido continua muito vivo nos escritos dos padres da Igreja, mesmo os que como Origines farão mais uso instrumental de noções tiradas da filosofia grega ou os que como os grandes teólogos ditos da Capadócia (São Basílio de Cesareia, São Gregório de Nazianzo e São Gregório de Nice) se servem das noções teológicas para lutar contra os erros resultantes de uma ilusão racionalista sobre a nossa capacidade de clarificar os mistérios divinos. Sustentam que a teologia é a ciência é ciência da fé. Esta teologia exige que o rigor racional do pensamento dialético seja constantemente associado a uma exploração não somente alargada mas também penetrante de todo o dado revelado e tradicional, sob a salvaguarda do magistério vivo da Igreja e num espírito de uma fé viva e vivida. Assim se compreende a Teologia como um discurso sistemático, reflexivo e crítico, sobre Deus e tudo o que a Ele se refere. Uma Teologia que se alimenta da revelação divina contida na Palavra de Deus, proclamada e anunciada pela Igreja em seu Magistério. Um discurso aberto ao pensamento humano e capaz de iluminar a razão e se deixar interpelar por ela. 2.2. 1 Diferentes estilos de reflexão teológica Podemos distinguir diferentes estilos de acordo com a época. No primeiro século do cristianismo podemos encontrar 3 estilos principais: a Teologia narrativa dos evangelhos, a

literatura epistolar e a apocalíptica. Lentamente a comunidade de fé se desprega da religião de Israel mas esta permanece o ponto de referência básica, mesmo para os grupos advindos da genialidade. Esta teologia é: Pneumática, Eclesial Missionária, Vivencial, Contextualizada na história da comunidade em que foi elaborada e Aberta ao futuro estimulando assim interpretações enriquecedoras, novas releituras situadas. Na época patrística que abarca o período de seis séculos, compreendendo desde a geração imediatamente posterior aos apóstolos até a dos que prepararam a teologia medieval, encontramos um outro estilo de teologia devido ao objectivo do discurso: esclarecer a identidade da fé cristã no seu encontro com as culturas, helénica, romana e mesmo a judaica. O cristianismo vê-se às voltas com o imenso desafio de traduzir para a cultura helénica, a sua boa nova. Após o período das perseguições, com o reconhecimento do império romano a Igreja corre dois riscos helenizar a sua doutrina (por uma união entre fé e pensamento grego) e secularizar-se (entrando nas estruturas do império pelo caminho das honras, privilégios, apoio do poder político). a) Helenizar a doutrina Da cultura grega, a reflexão teológica leva como empréstimo os valores, os instrumentos e desenvolve a questão da relação entre o humano e o divino. A adoção de expressões de fé, categorias e esquemas mentais da teologia e filosofia grega leva a imprecisões e dúvidas. Surgem grupos radicais que com o seu radicalismo ferem a identidade trazida na mensagem cristã e assim nascem as primeiras heresias. Temos assim vários concílios ecuménicos ao serviço da verdade que deve ser proclamada (Niceia, Éfeso, Calcedônia, Constantinopla) regionais (Elvira, Orange). O princípio patrístico é: “crer para entender, e entender para crer”intellige ut credas, crede ut intellegas (Agostinho in Sermão 43,7,9). b) Secularização Quando no ano 313 foi proclamado o Edito de Milão pelo imperador Constantino, o cristianismo se tornou “Religião de Estado”, no Império Romano. Assim foram adoptados progressivamente, maneiras e princípios seculares que contrariavam a simplicidade do Evangelho. Nasce a hierarquização da Igreja sob o modelo do Império, a liturgia é fortemente influenciada pelo culto pagão. Esta situação se arrastou até à reforma trazida pelo Concílio Vaticano II.

patrística) e passamos ao crer e compreender. A elaboração sistematizante do pensamento é feito por via da relação afirmação, negação e síntese – o movimento de pensamento é uma elipse e não um círculo. Temos um duplo foco da teologia: ciência que Deus comunica e ciência que o homem alcança pela reflexão autónoma, ela conjuga o ponto de vista de Deus e o ponto de vista do homem, concilia fé e razão. 2.2.4. Teologia anti- moderna – da Idade Média até Vaticano II cinco (5) séculos Época de mudanças sócias rápidas e profundas, capitalismo mercantil, trocas culturais, a formação da supremacia da razão e do individualismo racional, desenvolvimento da arte e do humanismo. Crescente separação entre império e papado, entre a Igreja e a política. É uma Teologia de defesa cujo ponto mais alto é a celebração do Concílio Vaticano I com a proclamação do dogma do primado e da infalibilidade papal. A teologia recusa-se a dialogar com o mundo moderno. Três áreas de desenvolvimento da teologia são identificadas: Fundamental, Moral e Dogmática. A área da Teologia Fundamental ocupa-se da Apologética (suscitar e testemunhar a fé). A Teologia Moral oferece estrutura da vida humana a partir da lei (divina, natural e positiva). A Teologia Dogmática, graças ao seu método regre apresenta os pilares da fé Cristã. 2.3. A teologia hoje A teologia mais do que um discurso sobre Deus torna-se um discurso sobre a Palavra de Deus, cujo objetivo é compreender, aprofundar o seu sentido valendo-se de instrumentos de compreensão de que o homem dispõe. Nos nossos dias a Teologia tem em conta um marco importante na Igreja Católica: o Concílio ecuménico Vaticano II (11/10/1962 – 8/12/1965). 2.4. Revelação Entende-se por revelação o acto de tirar o véu que cobre uma realidade, o acto de tornar acessível uma verdade até então velada ou oculta. Este conceito é usado para indicar a realidade ampla que constitui o dado de fé que nos é oferecido no Evento Jesus Cristo. 2.4.1. Conteúdos da revelação A Constituição Dogmática sobre a Revelação divina no seu número dois condensa o conteúdo da Revelação na Economia da Salvação nos seguintes termos: “Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo e tornar conhecido o mistério da sua vontade, por meio do qual os homens, através de Cristo, Verbo Incarnado, têm acesso ao Pai no

Espírito Santo e n’Ele se tornam participantes da natureza divina” (Concílio Vaticano II, Dei Verbum, 2). A revelação divina concretiza-se por meio de palavras e acções intimamente ligadas entre si ao longo da história da salvação. Mas a revelação plena acontece na pessoa de Cristo que é o mediador e o agente do projecto de revelação do Pai. Ele é o mediador porque é o enviado, é o agente porque Ele mesmo é Deus em acção. 2.4.2. Etapas da revelação Chamamos etapas da Revelação os diferentes momentos nos quais as verdades sobre Deus foram reveladas à humanidade. 2.5. Deus se revela na Criação Um dos aspectos nos quais Deus se revelou ao homem é como o Deus criador. Este aspecto da revelação é comum às três grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e o Islão. 2.5.1. Conceito de Criação O termo «criação» é um conceito propriamente teológico de fé judaico-cristão e trata do conjunto de todos os seres com o sinónimo de criaturas. A criação é «o fundamento de todos os divinos desígnios salvíficos, e manifesta o amor omnipotente e sapiente de Deus; é o primeiro passo para a aliança do único Deus com o seu povo; é o início da história da salvação que culmina em Cristo; é a primeira resposta às interrogações fundamentais do homem acerca da própria origem e do próprio fim» (cfr. CIC 279-289 315). Distingue –se assim o “criar” (barã) e “fazer” (asâh). O verbo barã designa a totalidade da criação e é empregado exclusivamente quando se fala de Deus, na sua acção criadora, ou seja, na criação: «No princípio, Deus criou o céu e a terra» (Gn 1,1). Diferentemente, o verbo asâh, inicia no versículo 2 e é concluído com o dia de descanso, indica a realização consequente de uma obra, a função determinada de uma obra. 2.5.2. Deus é o Criador A omnipotência de Deus tem como última consequência a sua actividade criadora, ou mais exactamente, a criação do nada. O evento da criação é apresentado como criação mediante a palavra: Ele cria pela sua palavra (Bauer, 1988, p. 233).

«Insinuada no Antigo Testamento, revelada na Nova Aliança, a acção criadora do Filho e do Espírito Santo, inseparavelmente unida à do Pai, é claramente afirmada pela regra de fé da Igreja “existe um só Deus. Ele é o Pai, o Criador, o Autor, o Organizador. Ele fez todas as coisas por Si próprio, quer dizer, pelo seu Verbo e pela sua Sabedoria, pelo Filho e pelo Espírito Santo” “que são como as suas mãos” (Santo Ireneu). A Criação é a obra comum da Santíssima Trindade» (Frosini, 2011, p.124). 2.7. A Revelação em Abraão, Moisés e profetas O projecto da revelação obedeceu um plano. “A seu tempo Deus chamou Abraão, para fazer dele um grande povo, povo esse que depois dos Patriarcas, ensinou por meio de Moisés e dos Profetas para que O reconhecessem como único Deus, vivo e verdadeiro, Pai providente e justo juiz, e para que esperassem o Salvador prometido” (Concílio Vaticano II, O.C, 3). Deus se revelou primeiro a Abraão, em seguida a Moisés, sucessivamente aos profetas e quando chegou a plenitude dos tempos, depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos falou por meio do seu Filho, Jesus Cristo (Heb 1,1-2), o profeta por excelência. Abraão respondeu à chamada de Deus e obedeceu ao seu projecto partindo sem saber para onde ia (Gen 12). Confiou-se aos desígnios de Deus. O resultado dessa sua confiante abertura é ser pai de um grande povo. É nosso pai na fé. É patriarca, isto é, arquétipo da fé. O Deus que se revela em Abraão é o Deus da promessa. Deus revelou se a Moisés oferecendo a libertação ao povo escravo no Egipto. O Seu nome “ Sou Aquele que Sou” revela uma solicitude de liberdade para o ser humano. Por isso o Deus de Moisés é o Deus Libertador. Os Profetas foram um momento importante na revelação de Deus. Eles testemunham o cuidado de Deus pela justiça no seio da humanidade. Nos últimos tempos Deus se revelou em Jesus Cristo como o centro e o ponto definitivo da históriade Salvação (Fisichella, 2002, p. 81). A Lei e os profetas são orientados a ele e somente nele encontram pleno cumprimento. De facto toda a vida de Jesus foi marcada por eventos que revelam algo transcendente. O seu Baptismo, a sua pregação, os milagres, a sua morte por amor e finalmente a sua gloriosa Ressurreição só podem ser revelação de Deus. 2.7.1. Transmissão da Revelação divina Os Apóstolos foram fiéis ao mandato e anunciaram o Evangelho com palavras e a própria vida.

Para que o Evangelho permanecesse para sempre integro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os Bispos como seus sucessores, “entregando-lhe o seu próprio magistério” (Irineu, III,3). A Sagrada Escritura é a Palavra enquanto redigida sob a inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e o Espírito Santo aos Apóstolos para que eles com a luz do Espírito de verdade, a guardem, exponham e difundam fielmente na sua pregação (Concílio Vaticano II; O.c.,9). 2.7.2. A atitude do homem para com a revelação divina O homem na qualidade de destinatário da revelação tem uma atitude a tomar. Este pode-se abrir ou permanecer indiferente. Mas como a finalidade da revelação é a salvação do homem, no sentido que é para que o homem tenha acesso a Deus, Deus espera do homem a obediência da fé (Rom 16,26), isto é adesão ao projecto divino. O que Deus espera do homem perante a sua revelação, ou por outra qual deve ser a atitude do homem perante a iniciativa salvífica de Deus? Resposta positiva, abertura a Deus, abandonar-se a ele. É esta resposta positiva que se chama fé. 2.8. Evento Cristo 2.8.1. Quem é Jesus Na história da humanidade foram várias e diferentes as respostas dadas a esta pergunta. Ainda Jesus vivia e esta pergunta foi feita por Ele aos seus discípulos. As respostas dos discípulos foram várias: «E aconteceu que, estando ele só, orando, estavam com ele os discípulos; e perguntou-lhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu sou? E, respondendo eles, disseram: João o Baptista; outros, Elias, e outros que um dos antigos profetas ressuscitou. E disse-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, disse: O Cristo de Deus.» (Luc 9, 18-21)

h) Monofisismo: Dizia que, em Cristo, havia uma só natureza. A natureza divina “absorvia a natureza humana. Era como se Jesus tivesse só a natureza divina. Sua heresia chamou-se monofisismo, que significa uma só natureza. i) Monotelismo: Ensina que em Cristo havia uma só vontade divina. Desaparecia, assim, o “querer humano” de Jesus. Em 681, com o terceiro concílio de Constantinopla, foi encerrada a questão: Ficou definido que Jesus tem vontade divina e vontade humana. Na Sagrada Escritura encontramos a resposta sobre a identidade de Jesus: No prólogo de João encontramos a resposta: Jesus é o Verbo incarnado, é a Palavra feita carne (Jo 1,14). Jesus é o Filho, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Sendo Jesus a segunda Pessoa da Trindade Santíssima é, logicamente, Deus. É assim que ele é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Jesus é o Filho de Deus que tomou a carne humana no seio da Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo (Lc 1,35). É a única pessoa da Santíssima Trindade que se incarnou por nós homens e para a nossa salvação. É Deus feito homem. Depois da sua morte na cruz, ressuscitou. Ele venceu a morte (cf. Jo 10,39). Enquanto o Pai, a primeira Pessoa da Santíssima Trindade é não gerada, é a fonte é origem de tudo (agenetos), o Filho, a segunda Pessoa é gerada (genetos) e por sua vez o Espírito Santo, a terceira Pessoa da Trindade procede do Pai e do Filho.

3. CAPÍTULO 2: A IGREJA 3.1. Terminologia e etimologia O termo “Igreja” deriva do termo latino “ ecclesia ”, e este, por sua vez deriva do verbo grego “ καλεο ” que significa “chamar, convocar”. Designa a assembleia do povo geralmente de carácter religioso. Na linguagem cristã, “Igreja” designa a assembleia litúrgica, mas também a comunidade local ou toda a comunidade universal dos crentes. Igreja é o povo que Deus reúne no mundo inteiro. Igreja é o povo de Deus. Cristo é a cabeça deste povo que é o seu corpo. 3.2. Mistério da Igreja 3.2.1. Pressupostos da Eclesiologia do Vaticano II A concepção da Igreja, predominante na teologia católica anterior ao Vaticano II, caracteriza-se por uma atenção privilegiada aos aspectos cristológicos, e portanto, à sua dimensão institucional e visível.

Os estudos bíblicos e patrísticos, lidos no seu contexto histórico, ajudaram na redescoberta da interioridade da Igreja em Cristo e no Espírito. Repensa-se a comunidade eclesial como realidade histórica. A Igreja passa a ser vista como ‘sacramento’, como ‘povo de Deus’, como ‘comunhão’ de pessoas e de igrejas. O Vaticano II rejeitará o exclusivismo da realidade espiritual ou da realidade simplesmente visível, para propor o seu ‘mistério’ de comunhão, que brota da Trindade e para ela tende (Forte, 1992). O Vaticano II caracterizou-se desde o início como Concílio da Igreja. Como se pode ler nestas palavras do Cardeal Suenens: O Concílio há-de ser um Concílio ‘de Ecclesia ’ e há- de articular-se sobre dois pilares: ‘de Ecclesia ad intra’ e de Ecclesia ad extra’. Que é Igreja? Que é que a Igreja faz? (Suenens, 1962). 3.2.2. Eclesiologia da Lumem Gentium Este capítulo apresenta o Mistério da Igreja à luz de Cristo e do seu mistério. A Igreja como sacramento da realização do sinal salvífico da Trindade. A Igreja é o povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo (LG, 4, extraído de De domenica oratione, 23 de Cipriano). A Igreja é sacramento enquanto é expressão da vontade salvífica de Cristo, uma salvação universal. A Igreja é como um sacramento ou sinal da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano. É também um instrumento para o alcance de tal união e unidade (LG 1). «A Igreja que compreende no seu seio os pecadores, santa ao mesmo tempo e sempre necessitada de purificação, incessantemente se aplica na penitência e no seu renovamento» (LG 8). O Concílio esclareceu que não há coincidência entre o Reino de Deus e a Igreja. A Igreja é o seu gérmen e início. O Concílio também esclareceu que não há conflito entre a Igreja peregrina e Igreja celeste, portanto entre a Igreja visível e invisível, ponto de muita controvérsia, auxiliando-se da analogia do mistério da Incarnação do Verbo, pois constituem uma realidade única e complexa. E afirma claramente que esta é a única Igreja de Cristo e tal subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele, ainda que fora do seu corpo se encontrem realmente vários elementos de santificação e de verdade, elementos que, na sua qualidade de dons próprios da Igreja de Cristo, conduzem para a unidade católica (LG 8). Existe uma continuidade histórica radical na sucessão apostólica entre a Igreja que Cristo fundou e a Igreja católica.

c) Imaculada Conceição A doutrina sobre a Imaculada Conceição pretende afirmar que Maria foi preservada do pecado original, como preparação para a sua maternidade divina. “No primeiro momento da concepção, a bem aventurada virgem Maria foi pela graça singular e o privilégio de Deus em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, preservada, intacta de toda a mancha do pecado original” (DS, 2803). O discurso sobre a Imaculada Conceição não é um discurso de natureza ética, mas é um testemunho de fé em favor da possibilidade humana de se abrir à vontade de Deus. d) Assunção de Nossa Senhora-15 de Agosto A Escritura não dá nenhuma informação específica sobre a assunção de Maria. Em Jerusalém, há dois textos que se referem à assunção de Maria. Um em siríaco e outro do evangelho apócrifo de Tiago. O primeiro diz que Maria morreu (dormiu), mas quando a sepultavam, uma nuvem envolveu o seu corpo e desapareceu. O outro texto diz que Maria foi enterrada, mas ao terceiro dia o seu corpo já não estava no túmulo. Os cristãos acreditam que se Maria teve uma concepção e uma vida excepcionais, também pode ter tido um fim excepcional. Assim, foram levados a acreditar na assunção de Maria. A assunção de Nossa Senhora foi declarada dogma por Pio XII em 1950 na encíclica Munificentíssimos Deus, onde se afirma: “proclamamos (...) e definimos ser um dogma revelado por Deus que quando a etapa de sua vida terrena terminou a imaculada mãe de Deus e sempre virgem Maria foi elevada de corpo e alma à glória do seu Filho” (DS, 3903). A doutrina da assunção do corpo e da alma de Maria significa que toda a pessoa é salva. Nesse ínterim, a mãe de Jesus tal como está no céu já glorificada de corpo e alma é imagem do começo da Igreja como deverá ser consumada no tempo futuro. Assim, também brilha aqui na terra como sinal de esperança segura e de conforto para o povo de Deus em peregrinação até que chegue o dia do Senhor (LG, 66). 3.3. Os Sacramentos na Igreja 3.3.1. Conceito Sacramentos são sinais visíveis e eficazes da graça de Deus instituídos por Cristo.

3.3.2. Divisão dos Sacramentos Os sacramentos estão divididos de acordo com a sua natureza e graça em três grupos: Sacramentos de Iniciação cristã : Baptismo, Confirmação e Eucaristia. Estes introduzem o ser humano na vida cristã. O Baptismo nos configura com Cristo na sua morte e ressurreição, é a porta de entrada, a Confirmação vem selar o Baptismo e nos torna testemunhas de Cristo e por sua vez a Eucaristia é o alimento de que sem configurou com Cristo de modo que não seja mais ele quem vive mas Cristo que vive nele (Gl 2,20). Eucaristia é o Sacramento central da vida da Igreja. Segundo o Papa Bento XVI existe um influxo causal da Eucaristia nas próprias origens da Igreja. Pelo facto que “a Eucaristia é Cristo que se dá a nós, edificando-nos continuamente como seu corpo. Portanto, na sugestiva circularidade entre a Eucaristia que edifica a Igreja e a própria Igreja que faz a Eucaristia, a causalidade primária está expressa na primeira fórmula: a igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na Eucaristia, precisamente porque o próprio Cristo se deu a ela no sacrifício da Cruz” (Bento XVI, 2007, 14). Os sacramentos da cura: Penitência ou Reconciliação e Unção dos Enfermos também conhecido por Santa unção. Tempos houve que este sacramento foi chamado Extrema-unção. Estes nos curam da ferida ou doença causada pelo pecado. Sacramentos da Comunhão ou da Missão: Ordem e matrimónio. O matrimónio tem a missão de garantir as gerações, cooperar com o Criador na geração de seres humanos. Executando o mandato “crescei e multiplicai-vos” (Gn 1,28) e é comunhão entre marido e mulher que não são dois mas uma só carne. O sacramento da ordem tem a missão de transformar os seres humanos gerados no matrimónio em filhos de Deus administrando os sacramentos da iniciação cristã e outros sacramentos. A comunhão neste sacramento é com Cristo, uma vez que o Sacerdote configura-se com Cristo Sacerdote, aliás ele é alter Christus. E dada a indissolubilidade esponsal entre Cristo e sua Igreja, também é comunhão com a Igreja. 3.4. Inculturação do Evangelho nas culturas dos povos evangelizados 3.4.1. Conceito É a incarnação do Evangelho nas culturas e ao mesmo tempo introdução dessas culturas na vida da Igreja. Inculturação significa uma íntima transformação dos autênticos valores culturais através da sua integração no cristianismo e o enraizamento do cristianismo

4. Conclusão Entende-se por fé a convicção, confiança e abandono, que uma pessoa alimenta na sua relação com Deus. As crenças representam sempre um sistema de valores adquiridos, assimilados e proclamados como absolutos em si mesmos e por isso mesmo inegociáveis. Na antiguidade a teologia era entendida como um hino, onde Deus era glorificado mais que do que explicado pelo espírito humano. Podemos distinguir diferentes estilos de acordo com a época. No primeiro século do cristianismo podemos encontrar 3 estilos principais: a Teologia narrativa dos evangelhos, a literatura epistolar e a apocalíptica. Entende-se por revelação o acto de tirar o véu que cobre uma realidade, o acto de tornar acessível uma verdade até então velada ou oculta. A revelação divina concretiza-se por meio de palavras e acções intimamente ligadas entre si ao longo da história da salvação. Um dos aspectos nos quais Deus se revelou ao homem é como o Deus criador. Este aspecto da revelação é comum às três grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e o Islão. Deus se revelou primeiro a Abraão, em seguida a Moisés, sucessivamente aos profetas e quando chegou a plenitude dos tempos, depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos falou por meio do seu Filho, Jesus Cristo (Heb 1,1-2), o profeta por excelência. Os Apóstolos foram fiéis ao mandato e anunciaram o Evangelho com palavras e a própria vida. Descrição de algumas heresias: Gnosticismo, Docetismo, Adocionismo, Monarquismo Arianismo Apolinarismo Nestorianismo Monofisimo e Monotelismo. A Igreja ao logo da sua história formulou algumas verdades dogmáticas sobre Maria mãe de Jesus. As mais importantes: Maternidade divina de Maria, Virgindade de Maria, Imaculada Conceição e Assunção de Nossa Senhora. Os sacramentos estão divididos de acordo com a sua natureza e graça em três grupos: Sacramentos de Iniciação cristã, Os sacramentos da cura e Sacramentos da Comunhão ou da Missão. Inculturação significa uma íntima transformação dos autênticos valores culturais através da sua integração no cristianismo e o enraizamento do cristianismo nas diversas culturas (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, CCDDS, 4). O fim principal da Inculturação é de ajudar o povo a acolher e a viver melhor a mensagem evangélica. Inculturação não se deve confundir com sincretismo religioso.

5. Referências Bibliográficas  Bento XVI (2009). Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum caritatis , S. Paulo: Ed. Paulinas.  Bento XVI (2011). Exortação apostólica pós-sinodal Africae Munus. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana.  João Paulo II (1995). Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Africa. Braga: Editorial A.O. Braga.  João Paulo II (1995). Carta apostólica Rosarium Virginis Mariae. Vaticano: Libreria Editrece Vaticana.  João Paulo II (1992). Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Editora Loyola.  Concílio Vaticano II (2002). Constituições, Decretos e Declarações. Coimbra: Gráfica de Coimbra.  Conferência Episcopal de Moçambique (1984). Cartas pastorais. Porto: Humbertipo - Artes Gráficas.  Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (CCDDS) (1994). A Liturgia romana e a Inculturação. 4ª Instrução para uma correcta aplicação da Constituição conciliar sobre a sagrada Liturgia. Milão: Ed. Paulinas.  Gaudium et Spes (2002). Concílio Vaticano II. Constituições, Decretos e Declarações. Coimbra: Gráfica de Coimbra.  Bisinoto, E. (1980). O Culto de Maria hoje. São Paulo: Ed. Paulinas.  CEE (1998). Dios Padre. Plan de formación sistemática. Madrid: Instituto Internacional de Teologia a Distancia.