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Uma análise filosófica profunda sobre a natureza da consciência e sua relação com a existência. O autor, louis lavelle, explora conceitos como a indivisibilidade do ato que constitui a consciência, a exterioridade dos dados que não são subsistentes por si mesmos, a comunhão de todos os seres particulares na unidade do mesmo universo, e a solidariedade de todos os fenômenos na unidade do mesmo pensamento. O texto também aborda questões complexas, como a distinção e a ligação entre o que é e o que pensamos, a relação entre o pensamento e a existência, e a reciprocidade entre a presença da consciência e a presença do ser. A descrição detalhada desses temas filosóficos, com uma linguagem densa e profunda, torna este documento uma leitura desafiadora, mas potencialmente muito enriquecedora para estudantes e pesquisadores interessados em metafísica e epistemologia.
Tipologia: Traduções
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Contents
1 ADVERTÊNCIA 6
2 INTRODUÇÃO 7
3 PRIMEIRA PARTE – A DESCOBERTA DO SER 16 3.1 O Eu reconhece a Presença do Ser........... 17 3.2 A vida do espírito é uma cumplicidade com o ser... 19 3.3 A posse do ser é o fim de toda a acção particular.... 21 3.4 A descoberta do Eu contém já a descoberta do Ser... 23 3.5 O Conhecimento está ao mesmo nível do Ser..... 24 3.6 A Presença do Ser cria a nossa própria intimidade ao Ser 27 3.7 A intimidade ao Ser não difere da intimidade para con- sigo mesmo....................... 29 3.8 A Consciência é um diálogo com o Ser......... 31 3.9 A Presença do Ser ilumina a mais humilde das aparências 34
4 SEGUNDA PARTE – A IDENTIDADE DO SER E DO ... 37 4.1 O Pensamento não se distingue do Ser........... 38 4.2 O Pensamento do Ser traz já em si o Ser mesmo que pensa.......................... 40 4.3 A ideia do Ser contém todas as ideias particulares... 43 4.4 O Ser é a totalidade do possível............. 46
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7.1 A Filosofia é uma génese interior do Ser........ 112 7.2 Há uma compensação entre todas as acções particulares 114 7.3 O tempo é simultaneamente a melhor das coisas e a pior 117 7.4 O indivíduo é escravo do tempo.............. 119 7.5 O instante é um meio de acesso ao presente eterno... 121 7.6 Nada há de nosso, salvo o acto no instante em que se exerce.......................... 123 7.7 O Ser é uno e intemporal................ 125 7.8 O sábio é indiferente aos estados............ 128 7.9 A Alegria e a Perfeição do Acto mesmo........ 130
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A presença Total é uma exposição nova, concebida segundo um plano diferente, das teses essenciais contidas no nosso livro de l’Être, o qual constitui o primeiro volume da Dialéctica do Eterno Presente. Esta obra tinha parecido difícil a um certo número de leitores: encon- trar-se-á aqui a mesma doutrina, reduzida a uma linha mais simples e, por assim dizer, ideal, aliviada de todas as questões particulares que se arriscavam a dividir a atenção, de todas as questões técnicas que a obrigavam a estender-se. Quisemos apenas isolar algumas condições elementares inseparáveis de toda a investigação filosófica e da exper- iência mesma da vida, que frequentemente se esquecem, mas nunca impunemente, e das quais prosseguiremos o desenvolvimento dialéc- tico no estudo do Acto, do Tempo, da Alma e da Sabedoria.
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pela qual pede emprestada à disciplina da acção o impulso que já não encontra em si mesma? Quereríamos mostrar que o que é próprio do pensamento não é, como se crê, separar-nos do mundo, mas nele nos estabelecer, que em vez de nos encerrar sobre nós mesmos, nos desco- bre a imensidade do real, da qual mais não somos do que uma parcela, que é mantida e não esmagada pelo Todo, onde é chamada a viver. Nela e no Todo é o mesmo ser que está presente, sob uma forma tão partici- pada quão participante; é a mesma luz que nos descobre ora a sua face iluminante ora a sua face iluminada; é o mesmo acto que se exerce ora em nós, ora sem nós e que nos obriga a prestar contas e a ser respon- sáveis em cada instante pela nossa própria existência, ao mesmo tempo que pela existência do Todo. É, parece-nos, uma espécie de postulado comum à maior parte dos espíritos que a nossa vida se esvai no meio das aparências e que não saberemos jamais coisa alguma do próprio Ser: assim, como não teria esta vida aos nossos olhos um carácter de frivolidade? Faz de nós os espectadores de um mundo ilusório que não cessa de se formar e de se dissolver face ao nosso olhar e atrás do qual nós suspeitamos um outro mundo, o único que é real, mas com o qual não temos qualquer contacto. Então, é natural que a consciência, segundo o seu grau de profundidade, se contente com o cepticismo ou se deixe invadir pela in- quietude. A vida não pode retomar a confiança em si mesma, não pode adquirir a gravidade, a força e a alegria, se não for capaz de se inscrever num absoluto que nunca falhará, dado que lhe é presente todo inteiro e no qual ela abre para si mesma uma perspectiva, traça um sulco, os quais são a marca e a medida dos seus méritos. Não perde essa angús- tia de existir, que é inseparável de uma existência que cada uma das nossas acções nos deve dar a nós mesmos: mas esta angústia exprime apenas a tensão suprema da sua esperança. Pensamos então que é numa ontologia, ou, mais radicalmente, numa experiência do Ser, que o pen- samento mais tímido e a acção mais humilde bebem a sua origem, a sua possibilidade e o seu valor. Mas conhecemos bem todas as sus- peitas nas quais a ideia de uma primazia do Ser, em relação com todos os seus modos, não deixará de tropeçar: pois, antes do mais, olha-se
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quase sempre o Ser como estático, terminado e totalmente concluído, como um objecto puro que o eu poderia, talvez, contactar, mas de modo algum modificar, nem penetrar. No entanto, se a lei de participação nos obriga, pelo contrário, a inserirmo-nos no Ser por intermédio de uma operação sempre limitada e imperfeita, a qual faz aparecer, sob a forma de um objecto actual ou possível, justamente o que lhe responde, mas também o que a ultrapassa: é que o Ser total não pode ele mesmo ser definido senão como um sujeito puro, um Si universal, um acto que não encontra nem em si, nem fora de si, a limitação de um estado ou a de um objecto. Longe de ser a morte da consciência, é a sua vida in- divisivelmente transcendente e imanente. Não há, também, outro para além de Deus que possa alguma vez ter dito : “Sou aquele que é.” Perguntar-se-á ainda com que direito um tal acto pode ser posto, uma vez que a experiência nada mais nos dá, em nós, senão um mundo de estados, fora de nós, senão um mundo de objectos. Mas é dar aqui um sentido demasiadamente restrito ao termo “experiência”. A consciência é sempre consciência da consciência: capta o acto no seu próprio exercício, não de modo algum isolado, sem dúvida, mas sem- pre ligado a estados nascentes e a objectos em aparecimento. Está sem- pre situada no ponto mesmo onde se produz a participação, quer dizer no ponto onde, através de uma dupla iniciativa de consentimento e de recusa, unidos a Deus e no entanto separados dele, nos damos a nós mesmos o nosso ser próprio e o espectáculo do mundo. Dir-se-á que é por uma extrapolação ilegítima que ultrapassamos a correspondência actual entre tal operação e tal dado, que nada nos autoriza a pôr um acto perfeito que funda em si todos os dados, e que esse acto primeiro não pode ser mais do que, relativamente à nossa consciência, um acto de fé? Mas estamos aqui para além de todas as oposições que se podem estabelecer entre a experiência, a razão e a fé, no seio mesmo de onde brotam. É nele que a consciência se constitui, descobrindo concomitantemente a indivisibilidade do acto que a faz ser e a exterioridade de todos os dados que não são subsistentes por si e supõem sempre uma relação com um acto limitado e tolhido; criando ela própria um traço de união entre essas duas infinitudes, a da fonte
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hoje o perigo mais grave para a salvação da pessoa, se é em entregá- la à separação e a todas as delícias do amor de si e do juízo próprio, ou em buscar sujeitá-la a uma realidade infinita da qual não se sep- ara sem recair no nada, realidade que a chama à vida, na condição de escutar a sua voz e de lhe responder com docilidade, e da qual a in- esgotável abundância suscita, sacia e excede sempre nela a potência mesma de desejar. Tranquilizar-nos-emos sobre este ponto, vendo o próprio Lachelier consolar Boutroux, que tinha incorrido, na sua tese, na mesma censura: “A sua conclusão era sem dúvida panteística; mas parece-me que presentemente se está muito enganado ao ser-se tão es- crupuloso sobre este artigo; o que é de temer, não é o panteísmo, mas é, sob o nome de positivismo, o puro fenomenismo que retira toda a realidade à natureza, e com mais forte razão a Deus, de tal modo que, aquilo que, da sua parte, escandaliza alguns dos seus juizes, pelo con- trário, edificou-me.” E não receava acrescentar com uma bela e lúcida coragem: “Continuo a ver, como Malebranche, todas as coisas no ab- soluto, mas num absoluto imanente e idêntico à razão.” No entanto, parece-nos que deveríamos estar ao abrigo de toda a suspeita de panteísmo e que a nossa doutrina pudesse ser olhada, em certo sentido, como o inverso desse panteísmo objectivo, no qual reinando necessariamente a lei do Todo nas partes, as próprias ideias do Todo e das partes se encontrariam abolidas. Pois, se bem que as partes não possam existir sem o Todo nem fora do Todo, devem rece- ber, uma certa independência, se se quer que cooperem com ele e que recebam dele uma existência e uma potência que, no entanto, lhes é própria. Ora, como é que poderia não ser assim dado que o ser total é definido como um acto sem limitação ou, noutros termos, como uma liberdade pura? Toda a criação é para ele uma comunicação do seu ser mesmo, isto é, não pode criar senão liberdades. Não pode chamar ao ser senão seres que chama a fazerem-se. Mas ele próprio nunca os frustra: e, se bem que cada um deles pareça a cada instante sair do nada e estar prestes a aí recair, é no Todo que se estabelece, e o Todo nunca cessa de o prover. Assim, compreende-se que cada consciência choque a cada instante com a sua própria limitação, e que em cada instante faça
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um esforço para a superar; encontra nela um abismo de miséria se se sentir reduzida às suas solitárias forças, e a alegria de uma libertação se reconhecer na sua obra mais ínfima uma justa participação na fecundi- dade da acção criadora: e não há nela alegria que não esteja prenhe de todos os sofrimentos que aceitou e que venceu para aí chegar. Será também surpreendente que um acto eterno e omnipresente, no qual nós próprios não participamos a não ser no instante, possa deixar o mínimo lugar à nossa existência temporal, fora da qual a nossa in- dependência parece destruída. Mas o instante é precisamente o cruza- mento do tempo com a eternidade, é nele que agimos, é nele que o real toma para nós a sua forma sensível, é nele também que a matéria não cessa de nos aparecer e de nos fugir. Mas toda a acção realizada livremente por nós no instante é imorredoira; tinha necessidade do in- strumento e do obstáculo do corpo para se exercer e cessar de ser rel- ativamente a nós uma simples potência; mas liberta-se logo do corpo, que morre logo após ter prestado serviço; espiritualizando-se, recolhe- se na eternidade. Assim, o tempo é-nos necessário para nos permitir constituir a nossa essência intemporal. Experimentar-se-á, por fim, alguma inquietude face a esta visão do universo que nos descobre uma espécie de compensação entre todas as acções particulares? Dir-se-á que introduzindo assim no mundo um equilíbrio móvel semelhante ao do caleidoscópio, o reduzimos a um puro mecanismo, pelo qual um Deus avaro parece aprisionar de an- temão, num círculo intransponível, a sua própria potência de invenção e a de todos os seres que criou? Tal não é, no entanto, o nosso in- tento. Sem dúvida que não temos complacência alguma para com esse sonho milenário de uma humanidade que se encaminharia, através de um progresso contínuo e necessário, para um mundo sempre melhor e rejeitaria, num futuro ao abrigo de qualquer perigo, essa união actual que cada um de nós deve em cada instante manter com Deus. Não há para nós períodos que possam ser olhados como períodos de preparação ou períodos de transição; não há de modo algum gerações nem indiví- duos cujo papel seja serem sacrificados, ou, pelo menos, é preciso pen- sar que através desse mesmo sacrifício, realizam no presente a com-
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conduta. O homem crê sempre poder inventar o mundo: mas então abandona-o e deixa de o ver. Se o ser nos é sempre e todo inteiro presente, o orgulho das mais belas invenções deve curvar-se diante da humildade da mais pobre descoberta. A nossa existência própria, que é ao mesmo tempo distinta da totalidade do real e em comunicação inces- sante com ela, não pode realizar-se senão na luz: as trevas abolem-na, o conhecimento liberta-a e multiplica-a. Aqui está a verdade eterna do intelectualismo. Mas a luz não é dada senão àquele que a deseja e a busca. Não é conservada senão por aquele que a incorpora na sua potência de amar e de querer. E o intelectualismo é estéril se não é permeado de espiritualidade. É difícil admitir que os homens possam entrar em dissenção sobre a prossecussão de um tal ideal. Mas a verdade, que é comum a todos, produz em cada um deles uma revelação particular, e nós entramos em querela porque queremos que essas revelações se assemelhem e não que convirjam. No entanto, a guerra não pode reinar senão entre os corpos, onde a destruição do adversário assegura a hegemonia do vencedor. Pelo contrário, cada espírito tem a necessidade de todos os outros para o sustentar, para o esclarecer, para prolongar e completar a visão do universo que ele próprio obteve. Os diferentes espíritos não se sentem rivais senão através de um amor-próprio carnal do qual não conseguiram ainda despojar-se; é para o defender que cada um pensa ser o único a servir a verdade; à medida que se purificam, aquietam- se, reconciliam-se, e põem todas as suas forças em comum. Cada um deve fixar o olhar com a maior firmeza sobre a verdade que lhe é dada, sabendo que nunca é mais do que um aspecto da verdade total; se a comunica a qualquer outro, é necessário que o faça com prudência, de modo a propor-lhe e a pedir-lhe uma ajuda, e de modo algum para o contradizer ou para o escandalizar. Nas páginas que se seguem, esforçámo-nos por manter um contacto vivo com uma realidade no interior da qual nos parece que o eu deve penetrar para compreender a sua própria natureza, os seus limites, e a possibilidade do seu crescimento: se se caiu nalguma ilusão, foi devido a não nos termos sabido aí estabelecer.
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Os erros que possamos ter cometido não serão inúteis se contribuirem para evitar que outros, sem este exemplo, possam, espontaneamente talvez, ter para com aqueles a mesma complacência.
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Há uma experiência inicial que é implicada em todas as outras e que dá a cada uma delas a sua gravidade e a sua profundidade: é a experiência da presença do ser. Reconhecer esta presença, é reconhecer ao mesmo tempo a participação do eu no ser. Ninguém pode, sem dúvida, consentir nesta experiência elementar, tomando-a na sua simplicidade mais despojada, sem sentir uma espécie de estremecimento. Cada qual reconhecerá que é primitiva, ou antes que é constante, que é a matéria de todos os nossos pensamentos e a origem de todas as nossas acções, que todas as iniciativas do indivíduo a supõem e a desenvolvem. — Mas, feita esta constatação, rapida- mente é esquecida: de ora em diante basta que permaneça implícita; e deixamo-nos atrair seguidamente pelos fins limitados a curiosidade e o desejo nos propõem. Assim, a nossa consciência dispersa-se; perde a pouco e pouco a sua força e a sua luz; é assaltada por demasiados reflexos; não consegue agrupá-los porque se distanciou do foco que os produz. O que é próprio do pensamento filosófico é vincular-se a esta ex- periência essencial, afinar-lhe a acuidade, retê-la quando está prestes a escapar-se, retornar a ela quando tudo se obscurece e são necessários um marco e uma pedra de toque; é analisar o seu conteúdo e mostrar que todas as nossas operações dependem dela, encontram nela a sua fonte, a sua razão de ser e o princípio da sua potência. Mas é difícil isolá-la de modo a considerá-la na sua pureza: é necessário para tal uma certa inocência, um espírito liberto de todo
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o interesse e mesmo de toda a preocupação particular. Saber que ex- iste, não é ainda realizar-lhe a plenitude concreta, não é actualizá-la e possuí-la. A maior parte dos homens é arrastada e absorvida pelos aconteci- mentos. Não tem o vagar bastante para aprofundar esta ligação imedi- ata do ser e do eu que funda cada um dos nossos actos e que lhes dá o seu valor: não a sentem, antes pressentem a sua presença; nunca é para eles objecto de um olhar directo, nem de uma consciência clara; e se por vezes o seu pensamento acaba por a aflorar, mais não é do que um contacto passageiro e do qual a lembrança depressa se apaga. Mas aquele que, pelo contrário, já apreendeu, num puro recolhi- mento e como o acto mesmo da vida, a solidariedade do ser e do eu, já não pode destacar dela o seu pensamento: a recordação deste contacto renova-lhe a presença, que não cessa jamais de fazer vibrar o seu es- pírito e de o iluminar. Que não se diga que esta experiência é evidente e deve ser feita, mas que é estéril se não for superada imediatamente: contém em si tudo o que podemos conhecer. Desde que é dado, a nossa vida reencontra a sua seriedade essencial, reatando os seus laços com o coração do real, o nosso pensamento, em vez de, como se crê, se em- pobrecer e se esvaziar, adquire a certeza e a eficácia, descobrindo, em cada um dos seus passos, a identidade do ser que possui e do ser ao qual se aplica.
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