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A visão de santo agostinho sobre a origem do mal, apresentando sua teoria da privação do bem. Através de uma análise profunda, o texto examina as diferentes dimensões do mal, incluindo o mal ontológico-metafísico, o mal moral e o mal físico, e como a vontade humana, em sua busca por bens inferiores, leva à privação do bem supremo, deus. O documento também aborda a influência do neoplatonismo na formação da filosofia de agostinho e como ele superou as doutrinas maniqueias para chegar à sua própria compreensão do mal.
Tipologia: Resumos
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O mal x Deus Agostinho, depois de toda sua experiência de vida, encontra a resposta para o problema da origem do mal, graças aos neoplatônicos, especialmente Plotino que afirmava ser o mal ausência, falta de bem. Plotino, porém, identificava o mal com a matéria, e se Agostinho identificasse o mal com a matéria, ele seria obrigado a dizer que o mal é um bem, pois todas as coisas, enquanto existem, são boas[8]. Agostinho também não poderia atribuir a origem do mal a Deus, pois Ele é Sumo-bem e criou todas as coisas boas. O Bispo de Hipona então chega ao homem, e conclui que o mal é causado pelos seres humanos, pois estes não são o bem pleno, como Deus o é[9]. O homem, ao se afastar de Deus e voltar-se para as criaturas, que são bens inferiores, causa o mal, pois se afasta do bem supremo, “pela propensão imoderada para os bens inferiores, embora seja bons, se abandonam outros melhores e mais elevados, ou seja, a Vós, meu Deus, à vossa verdade e a vossa lei.”[10] Mas qual é a causa do mal no ser humano? Como ele se volta para os bens inferiores? Agostinho responderá que é pelo livre-arbítrio da vontade, “o livre-arbítrio da vontade é a causa de praticarmos o mal” [11]
. O ser humano está sempre buscando um bem, entretanto, sua vontade acaba procurando um bem que não é o bem em si, mas os bens que participam do bem supremo (Deus). Quando o ser humano se volta para o bem verdadeiro, ele será livre [12] e estará agindo bem. Portanto, o mal é a ausência de bem, ou seja, o mal é o não-ser ou nada. Mas, Agostinho irá questionar-se a cerca
dos três aspectos do mal, a saber: ontológico- metafísico, moral e físico. O mal no nível ontológico-metafísico Agostinho afirma que “o mal não é uma substância”[13], portanto o mal enquanto ser não existe, não é. O mal não pode ser uma substância, pois todas as substâncias são boas, porque foram criadas por Deus e Deus não criou e não pode criar nada que seja mal. O mal é quando há a privação do bem, ou seja, é o afastamento de Deus. O ser humano por causa de sua vontade, acabou deixando- se seduzir pelos bens inferiores, decidindo assim a ir para o nada, a inclinar-se para o que não é. Ressalta-se que para Agostinho, todos os seres humanos são um bem em si, até mesmo inclinados para a corrupção, “Se não houvesse nada de bom nelas (coisas corrompidas), não haveria nada aí que pudesse corromper-se”[14]. Portanto, o mal ontológico-metafísico é “um tirar fora, uma privação, uma tendência ao nada, antes que um locus inanis, uma bolsa de nada num mundo bom”[15]. Para Agostinho, mal é o não-ser, é nada, o mal é a privação do bem, é o não-bem. O mal não existe no cosmo, enquanto afirmação de ser. O mal no nível moral O mal moral é “uma perversão da vontade desviada da substância suprema – de Vós, o Deus – e tendendo para as coisas baixas: a vontade que derrama as suas entranhas e se levanta com intumescência.” [16] O mal moral transforma as coisas relativas em absolutas e transforma o absoluto em relativo. Agostinho observa esse
ser humano a sua Graça, que poderá livrá-lo de sua prisão das coisas materiais e fazer com que ele busque a verdadeira satisfação de seus anseios. O mal no nível físico O mal físico é consequência do mal moral, ele é observado nas dores e na morte do ser humano. Além disso, pode-se constatá-los nos fenômenos naturais como terremotos e desastres. Agostinho não podia conceber essas coisas como coisas da vontade divina, por isso ele mostra que são consequências do pecado de Adão [20]
. Para Agostinho, “‘males naturais’ é uma questão de interesse muito subordinado. Ele não os atribuiria a Deus, mas ao homem. Para ele, não existe uma coisa como ‘o mal natural’. Ele diz que as coisas são boas, porém o ser humano fez com que elas tomassem um aspecto mal. Além disso, a morte que para ele é o pior mal é consequência do pecado original, é “ uma sinal do efeito do mal sobre suas naturezas intrinsecamente boas.” [21] Assim sendo, o mal físico é consequência do pecado original, ou seja, pelo pecado o homem provocou todo o mal que há no mundo, desde o espiritual até o natural. Considerações finais Diante de tudo que foi dito, pode-se conclui dizendo que o mal é umas das questões que mais tem feito o ser humano se questionar. Ele sempre quis saber seu motivo, principalmente a origem do mal físico, que atinge até mesmo as pessoas que são consideradas boas. Santo Agostinho de Hipona se colocou as mesmas questões e se deixou levar por doutrinas que não apontavam para a verdadeira causa e a origem do mal (ex.: Maniqueus).
Porém, Agostinho sendo o homem que vivia na busca da verdade [22] , não se deu por satisfeito e colocou-se no itinerário da busca pela origem do mal, voltando-se para dentro de si mesmo. Até conseguir encontrar a verdade. Graças à ajuda dos neoplatônicos, ele pode descobrir que “em absoluto o mal não existe, nem para Vós, nem para as vossas criaturas” [23]
. O mal, na verdade, é a privação do bem. O ser humano, ao se inclinar para as criaturas, que são bens inferiores, acaba se apegando e tratando-as como absolutas, inclusive a si mesmo. Por isso, ele causou sua própria morte ao querer tornar-se autossuficiente e ao apegar-se aos bens inferiores. O mal é algo que não existe, mas o ser humano tem se voltado para este algo que não existe e isso faz com que ele se angustie e se questione: “Por que escolhemos o mal desde o início?”. Pode-se responder, com Agostinho: porque o ser humano veio do nada. Porém, os anjos que não decaíram vieram do nada também, mesmo assim não se entregaram à vontade errada e não se acharam