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Guias e Dicas
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Lírica de Luís Vaz de Camões: A Mudança e A Reflexão, Notas de estudo de Inovação

Duas obras poéticas de luís vaz de camões: 'a mudança' e 'a reflexão sobre a vida pessoal'. 'a mudança' aborda a ideia de mudança universal, contrastando a natureza cíclica e positiva com a linearidade e negatividade do homem. 'a reflexão sobre a vida pessoal' é uma introspeção sobre a vida, os erros e a desilusão amorosa. Ambas as obras são parte dos 'lusíadas' de camões.

O que você vai aprender

  • Qual é a temática principal de 'A Mudança' de Luís Vaz de Camões?
  • Como Camões contrasta a natureza e o homem em 'A Mudança'?
  • Como a reflexão pessoal de Camões se relaciona com a mudança universal?
  • Que temas aborda 'A Reflexão sobre a vida pessoal' de Luís Vaz de Camões?
  • Quais são as principais obras poéticas de Luís Vaz de Camões?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Amanda_90
Amanda_90 🇧🇷

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Luís Vaz de
Camões
(século XVI)
(Desenho a pena, de Almada Negreiros)
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Baixe Lírica de Luís Vaz de Camões: A Mudança e A Reflexão e outras Notas de estudo em PDF para Inovação, somente na Docsity!

Luís Vaz de

Camões

(século XVI)

(Desenho a pena, de Almada Negreiros)

A lírica

camoniana:

A Mudança

A Mudança : lei universal que atinge todos os seres – caráter inexorável.

  • Natureza- caráter cíclico (renovação) - mudança positiva VS
  • Homem- caráter linear/irreversível – mudança negativa

Lírica camoniana: A Mudança/O Desconcerto

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança, Do mal, ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria; E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.

Lírica camoniana: A Mudança/O Desconcerto

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança, Do mal, ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria; e, em mim, converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto, Que não se muda já como soía.

Lei universal

Presente vivido de mágoas e saudades

Natureza = Mudança cíclica/positiva

Homem=Mudança linear/negativa

O Absurdo da Mudança

Lírica camoniana: A Reflexão sobre a vida pessoal

Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram; Que para mim bastava amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas, que passaram, Que já as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse que fartasse Este meu duro génio de vinganças!

Lírica camoniana: A Reflexão sobre a vida pessoal

Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram; Que para mim bastava Amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas, que passaram, Que já as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse que fartasse Este meu duro génio de vinganças!

Os Lusíadas : continuidade e inovação (género e tema)

EPOPEIA – género narrativo em verso que enaltece/canta/celebra os feitos de um herói de interesse nacional e universal.

Continuidade:

  • Segue o modelo das epopeias clássicas ( Ilíada e Odisseia , de Homero e, sobretudo, a Eneida , de Virgílio)
  • Segue as regras do género épico:

 A ação épica (grandeza/solenidade)

 O protagonista (estirpe social elevada/grande valor moral)

 A unidade de ação (ação central)

 Os episódios (retrospetivos/proféticos)

In medias res ( início da narração com ação adiantada)

 O maravilhoso pagão (figuras da mitologia)

 A intervenção do poeta (reflexões/considerações)

 O estilo erudito (vocabulário e sintaxe de cariz latino)

Os Lusíadas – estrutura externa (estrutura formal)

10 Cantos (1102 estâncias)

Estâncias/estrofes de 8 versos (oitavas)

Versos decassilábicos (decassílabo heroico – acentos na 6ª e 10ª

sílabas – tom grave e vagaroso/solene)

Esquema rimático: abababcc

(rima cruzada e emparelhada)

Os Lusíadas – estrutura interna (conteúdo da obra)

Proposição (I,1-3)

Invocação (I,4-5)

Dedicatória (I,6-18 e X,145-156)

Narração (I-X)

Os Lusíadas – Plano lírico

Plano das Reflexões/considerações do Poeta

 Críticas  Lamentações  Desabafos  Exortações

Nota: APRENDIZAGEM ESSENCIAL

Os Lusíadas – Proposição (I,est.1-3) – parte de um discurso onde se faz a exposição do assunto a tratar.

duas primeiras estrofes: anúncio dos heróis a cantar

terceira estrofe: confronto entre heróis

  • portugueses VS clássicos -
  • O poeta anuncia o tema/assunto (matéria épica) do seu canto e delineia uma estratégia de engrandecimento do povo lusitano:

exaltados/engrandecidos

Os Lusíadas Proposição

Cessem do sábio Grego e do Troiano^ (I,est.3) As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta.

Os Lusíadas Proposição (I,est.1,2)

Que, da ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram;

que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando,

Se vão da lei da Morte libertando:

Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cantando espalharei por toda a parte,

As armas e os barões assinalados

E também as memórias gloriosas

E aqueles que por obras valerosas

Daqueles Reis