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A IMPORTÂNCIA DAS LÍNGUAS GREGA E HEBRAICA NO ESTUDO DA TEOLOGIA, Manuais, Projetos, Pesquisas de Teologia

Estudo básico da historicidade das línguas grega e hebraica, para fins de interpretação bíblica.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2019

Compartilhado em 06/08/2019

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FACULDADE TEOLÓGICA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
LOGOS
LETÍCIA SANTOS
A IMPORTÂNCIA DAS LÍNGUAS GREGA E HEBRAICA NO
ESTUDO DA TEOLOGIA
Vilhena/RO
2019
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FACULDADE TEOLÓGICA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

LOGOS

LETÍCIA SANTOS

A IMPORTÂNCIA DAS LÍNGUAS GREGA E HEBRAICA NO

ESTUDO DA TEOLOGIA

Vilhena/RO 2019

LETÍCIA SANTOS

A IMPORTÂNCIA DAS LÍNGUAS GREGA E HEBRAICA NO

ESTUDO DA TEOLOGIA

Trabalho dedicado às disciplinas de Grego Bíblico Instrumental e Hebraico Bíblico Instrumental para fins avaliativos referente ao sétimo módulo do curso de Teologia.

Professor : Mestre Josué Passos de Melo

Vilhena/RO 2019

experiências do povo de Deus que reunidos formam o cânon bíblico que temos hoje, se faz necessário o conhecimento das relações políticas e culturais da trajetória desse povo pelo qual se manifestou o projeto divino na terra.

1.1. O HEBRAICO NO ANTIGO TESTAMENTO

Antes de Cristo os escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus, estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas, por esse motivo foram copiados muitas vezes e passadas de geração e geração. Esses relatos foram reunidos em coleções conhecidas por: A Lei, Os Profetas e As Escrituras, foram escritas em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas.

O alfabeto hebraico, também conhecido como Alef-Beit é utilizado para a escrita em hebraico, que é uma língua semita pertencente à família das línguas afro-asiáticas mais falada em Israel. Para fazer a tradução do idioma hebraico e aramaico para outro idioma é preciso fazer a transliteração que é o mapeamento de um sistema de escrita em outra, o leitor deve poder reconstruir a ortografia original de palavras transliteradas que conhece, para consegui-lo deve definir convenções complexas sobre como transliterar letras que não tem correspondências direta na escrita de destino (MATOS, 2003 p. 4).

O hebraico escreve-se da direita para a esquerda, se pegarmos uma Torah e estranhar que não tem nada escrito na capa, vire-a, e verá que lá sim começa o livro. Não há letras maiúsculas e minúsculas, só há uma forma (exceto as que tem forma final), o alfabeto é constituído de 22 consoantes, vogais e sinais não fazem parte do alfabeto, para ser possível a transliteração utiliza-se os sinais massoréticos, inventados pelos massoretas, e que funcionam como vogais, lembrando que nas publicações de Israel, por exemplo não utiliza-se esses sinais, ele nos serve como um facilitador da transliteração para língua portuguesa entre outras (SANTOS, 2015 p. 7).

Há quatro escritas hebraicas usadas atualmente: o alfabeto padrão impresso, o alfabeto caligráfico, a Escrita Rashi e a Escrita Ashurita (usada nos rolos da Torah, escritos Tefilin, Mezuzot e Meguilot. Porém por volta da primeira destruição de Jerusalém pelos babilónios em 586 a.C. o hebraico clássico foi substituído no uso diário pelo aramaico, tornando-se uma língua franca regional, usada na liturgia, no estudo da

Mishná e também no comércio. O hebraico renasceu como língua falada no final do século XIX sendo esse o hebraico moderno, adaptando alguns elementos do árabe, ladino, jiddesch e outras línguas que acompanharam a Diáspora Judaica como língua falada pela maioria dos habitantes do Estado de Israel (HEITLINGER, 2019).

Abaixo uma ilustração do alfabeto hebraico, transliterado e com sua representativa do alfabeto português:

Figura 1 – Alfabeto Hebraico

Fonte: (HEITLINGER, 2019). Disponível: tipógrafos.net

A língua aramaica é um idioma com alfabeto próprio e com uma historia de mais de três mil anos, é um idioma semítico usado pelos povos que habitavam o Oriente Médio. Seu alfabeto é uma criação espontânea desse povo, foi adotado por reis e imperadores para transcrever a gerações futuras o modo de administração de seus antigos impérios e

Escrituras. O Concílio de Trento de 1546, ao colocar a tradição em igual autoridade com o cânon aceito do Novo Testamento, acabou por declarar onze desses “livros de fora” como sendo genuínos (HALE, 1983 p.18).

1.2. Hebraísmo Através do hebraísmo é possível entender algumas expressões e maneiras peculiares do idioma hebreu que ocorrem em nossas traduções da bíblia, o conhecimento desses são necessários para poder fazer uso devido das regras de interpretação. Por exemplo era costume entre os hebreus chamar a uma pessoa de “filho” da coisa que de um modo especial a caracterizava, de modo que ao filho pacífico e bem disposto se chamava filho da paz; ao iluminado e entendido, filho da luz; aos desobedientes, filhos da desobediência. Com frequência usavam os hebreus o nome dos pais para denotar seus descendentes, como por exemplo, ao dizer-se “maldito seja Canaã”, em lugar dos descendentes de Canaã, muitas vezes usa-se também o nome de Jacó ou Israel para designar aos israelitas, ou seja os descendentes de Israel. Bem como a palavra “filho” usava-se, às vezes, como em quase todos os idiomas para designar um descendente mais ou menos remoto, como exemplo os sacerdotes se chamam filhos de Levi; Mefibosete se chama filho de Saul, embora fosse neto, Zacarias se chama filho de Ido, sendo seu pai Berequias (LUND, 1968 p.85).

2. A LINGUA GREGA E O NOVO TESTAMENTO

A língua grega tem mais de cinco mil anos de historia documentada, foi utilizada na antiguidade clássica, no início da doutrinação Cristã e em muitas regiões do Império Romano, seguindo a expansão da cultura helênica promovida pelas conquistas de Alexandre Magno (MATOS, 2003 p. 4).

Em 336 a.C. Alexandre Magno com a idade de 20 anos, sucedeu seu pai o Rei Filipe II da Macedônia após ser assassinado quando fazia planos para invadir a Pérsia. Alexandre uniu toda a Macedônia e a Grécia e, em 339 a. C. atravessou o Helesponto^4 ,

(^4) É uma estreita passagem que conecta o Mar Egeu e o Mar Negro, cujas as margens ficam alguns territórios gregos. O Helesponto “Mar de Hele”, atualmente conhecido por Dardanelos, separa a Ásia Menor de uma das extremidades meridionais da Europa, a Trácia, localizada a nordeste da península balcânia. O nome

para libertar os colonos grupos da Ásia Menor, considerado gênio militar conquistou um vasto território, porém ele é lembrado principalmente por sua qualidade de estadista, sendo o responsável pela fusão do Ocidente com o Oriente derrubando a parede entre estes, foi capaz de abrir as portas do comércio, através da propagação do idioma grego, a língua franca, com ela o mundo capacitou-se para a comunicação, a cultura grega quebrou também as barreiras raciais, sociais e nacionais. A miscigenação das raças estimulou um espírito de cosmopolitanismo, sincretismo religioso e um interesse no indivíduo, esse período ficou conhecido como helenístico (HALE, 1983 p. 10,11).

Obras perenes foram escritas em grego, todas as artes e ciências nasceram e desenvolveram-se usando esta língua. Textos de Matemática, Física, Astronomia, Direito, Medicina, História, Política, Ética, Gastronomia, etc. foram escritos em grego há milhares de anos, incluindo a literatura antiga, tragédias e comédias, as epopeias de Homero, o Novo Testamento, A literatura Bizantina e Neo-helênica, a primeira Enciclopédia foi escrita em grego (SANTOS, 2015 p.97).

Após a morte de Alexandre Magno e por este não ter herdeiros, seu império foi dividido e se enfraqueceu, contudo os romanos dominaram grande parte, dando início ao Período Romano 63 a.C. – 135 d. C, Herodes foi um intermediário eficaz entre os romanos e os judeus, embora os judeus o odiassem por ser um estranho e estar sob os romanos, ele persuadiu estes a concederem vários privilégios àqueles. Manteve a nação em paz com Roma, tentando ganhar o apoio dos judeus Herodes entrou num ambicioso programa de construção, eliminou os bandos errantes de salteadores, e, em geral trouxe prosperidade à Judéia, um de seus maiores empreendimento foi a reconstrução do templo, iniciada em 19 a. C., e ainda estava em progresso 46 anos mais tarde. Sua vida familiar foi muito infeliz e cheia de intrigas entre suas dez esposas, seus filhos e seus próprios irmãos, prova disso é que havia feito e mudado sua vontade várias vezes, alguns de seus filhos ele matou, bem como sua amada Mariamne. Foi durante seu reinado e por causa da preocupação ciumenta por sua posição, que ordenou a matança das crianças ao redor de Belém, após o nascimento de Jesus (HALE, 1983, p.13).

Mesmo no império romano o grego ainda era a língua franca devido à grande expansão cultural Grega, o latim estava restrito a alguns grupos romanos entre eles

tem origem mitológico é uma homenagem a Hele, personagem do mito do Tosão de Ouro. Por Ribeiro JR, W.A. disponível: URL:greciantiga.org./img.asp?num=0889. Consulta: 10/07/2019.

poucas exceções. Além disso a pronuncia dos nomes de algumas letras é bem similar, a exemplo: alpha (grego) e àlef (hebraico); beta (grego) e bet (hebraico); delta (grego) dálet (hebraico) entre outras ( ibidem , 2003, p. 40:41).

Abaixo uma figura do alfabeto grego com sua representativa em português:

Figura 2 – Alfabeto Grego

Fonte: BRASIL, Disponível: www.educamaisbrasil.com.br. Acesso 24/07/19.

E importante salientar que devido à grande influência no latim, o grego é origem de muitas palavras e afixos do português e de outras línguas latinas. Diferente do hebraico o grego possui sete vogais, é escrito da esquerda para direita, utiliza-se letras maiúsculas e minúsculas e todo o alfabeto possui uma representativa em português, o que facilita a transliteração dos textos gregos para o português.

No entanto é possível perceber com o presente estudo que tanto a língua hebraica e seu dialeto aramaico como o grego e seu dialeto koiné tiveram papeis fundamentais na escrita da Bíblia Sagrada. Sendo assim necessário o conhecimento no mínimo básico da historicidade desses idiomas, como época, cultura, figuras de linguagens, tradições dos povos que utilizaram essas linguagens, contexto social, geográfico e político. Somente dessa forma é possível fazer uma interpretação bíblica de qualidade, é esse conhecimento que dará o subsidio necessário que vão auxiliar no processo exegético^5 e hermenêutico^6 dos textos bíblicos.

(^5) Conforme Hele (1983, p. 22), exegese é um estudo analítico completo de uma passagem bíblica, feito de tal forma que se chega a sua interpretação útil, é uma tarefa Teológica, mas não mística. 6 Segundo Lund & Nelson (1968, p. 5), hermenêutica é a arte de interpretar textos, conforme diz o dicionário. Porém a hermenêutica do grego hermenevein interpretar, forma parte da Teologia exegética, ou seja, a que trata da reta inteligência e interpretação dos textos bíblicos.

______, (org.). Hebraico Bíblico Instrumental. Belenzinho, SP: FAETEL – Faculdade Teológica de Ciências Humanas e Sociais Logos, 2015.

SBB, Sociedade Bíblica do Brasil. Descobertas Arqueológicas. Barueri, SP, 2013. Disponível em: <www.sbb.org.br/a-biblia-sagrada/descobertas-arqueologicas>. Acesso: 01 julho 2019.

______, Destaques da Historia da tradução da bíblia. Barueri, SP, 2013. Disponível em: <www.sbb.org.br/a--biblia-sagrada/destaques-da-historia-da-traducao>. Acesso: 02 julho 2019.