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Uma comunicação sobre a importância da teoria socio-interacionista na formação de professores do ensino médio, baseada em questionamentos contidos em uma dissertação de mestrado e relatórios de prática de ensino. O texto discute as preocupações encontradas na década de 80 e início da década de 90 sobre a formação de professores de psicologia no ensino médio, que eram individualistas e psicologizantes. A autora propõe a importância de priorizar a teoria socio-interacionista na formação de professores, que permite vincular a formação do homem com questões sociais, políticas e econômicas, e forma um aluno crítico e consciente de seus direitos e deveres.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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RESUMO. Este trabalho foi apresentado na Semana da Educação, realizada em outubro de 1998, na cidade de Londrina-PR. Mostra questionamentos contidos na Dissertação de Mestrado: “A disciplina de Psicologia no Magistério: Contribuições para o Ensino”, de nossa autoria, e de relatórios da disciplina de Prática de Ensino de Psicologia. Estes questionamentos nos fazem pensar sobre a teoria sócio- interacionista na formação de professores do 2º grau. Palavras-chave: Prática de Ensino, ensino médio, formação.
ABSTRACT. This study was presented in the Education week, taken place in October 1998, in Londrina-PR. It presents questions enclosed in the master's dissertation: "Psychology Subject The Training Teaching: Contributions to the Learning". Written by us and the reports the teacher training subjects the Psychology. Which make us think about the importance of the social-interacting theory to teachers formation in high shcool. Key words: teacher training, high school, formation.
Até meados de 80, os conteúdos programáticos ministrados na disciplina de Psicologia no 2º grau, no curso de Habilitação ao Magistério, eram, em sua maioria, fundamentados nos conhecimentos advindos do cotidiano. Estes conhecimentos eram utilizados como
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instrumentos de uso do professor em sala de aula na resolução de problemas, de ordem disciplinar ou pessoal. Algumas produções científicas nos mostram a forma de pensar e agir do professor de 2º grau que ministrou aulas de Psicologia, tanto na década de 80 quanto no início da década de 90. Destacam-se, a respeito, alguns trabalhos, tais como: Branco (1988), Puttini (1988), Camargo (1993), e a proposta de reestruturação do curso de Magistério, na disciplina de Psicologia (1989-1992), da Secretaria de Educação, a qual demonstrou que a disciplina estava sendo ministrada de uma forma individualista e psicologizante. Estas questões foram estudadas, discutidas e analisadas na disciplina de Prática de Ensino de Psicologia, através de relatos e observações realizados pelos alunos estagiários em salas de aulas, cujos dados eram preocupantes quanto à forma de se apresentarem alguns conteúdos programáticos dessa disciplina. Muitas vezes estes tinham um enfoque terapêutico e até mesmo propunham receituários na resolução de algumas dificuldades. Em alguns momentos apresentavam-se desvinculados de todo o contexto social, político, cultural e econômico; baseavam-se no senso comum e eram destituídos, portanto, de uma base teórica que os sustentassem. Gostaríamos de ratificar estas afirmações através de alguns exemplos retirados de relatórios (períodos 1988 a 1991) dos alunos do curso de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá que fizeram observações na disciplina de Psicologia no curso de Magistério, via disciplina Prática de Ensino de Psicologia.
A inteligência desenvolve-se mais de acordo com o leite da mãe, se é forte ou não (Zanuto et alii , 1991, p.11). Para saber se uma pessoa está sendo sincera, observe se ela olha ou não diretamente nos seus olhos enquanto fala, porque as pessoas que mentem não conseguem olhar nos olhos da outra (Souza et alii , 1990 p. 26). A hereditariedade é por exemplo: se a mãe é desnutrida, o bebê será fraquinho (Garcia et alii , 1988, p. 17). Cada um traz exemplo do seu dia a dia e a psicologia é nosso dia a dia (Garcia et alii , 1988, p. 15).
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Alguns questionamentos nos trazem formas diferentes de pensar a realidade e os ensinamentos de Psicologia entre os professores que utilizavam a proposta curricular e estudavam a teoria sócio-interacionista, e os que não a estudavam. Os professores que se dedicavam ao estudo da teoria sócio- interacionista demonstraram preocupações quanto à formação do homem, vinculando-as às questões de ordem social, política e econômica, e à formação de um aluno crítico e conhecedor de seus direitos e deveres perante a sociedade, com a visível preocupação de que a disciplina de Psicologia trouxesse benefícios à educação. Para tanto, alguns professores preparam-se, teoricamente, mediante bibliografias variadas, estudando os autores na própria fonte.
De fato, as preocupações em se trabalhar a disciplina de Psicologia sob o ponto de vista teórico (não dando suporte às explicações do senso comum ou à psicologia pessoal de cada professor) estão presentes entre os professores que advogam a validade dos conteúdos programáticos e a fundamentação teórica do sócio- interacionismo, principalmente de Vygotsky. Esses professores, mesmo que sutilmente, deixam de seguir uma psicologia individualista para entender as relações sociais. Neste sentido, não se estaria priorizando nem o lado individual nem o social, mas o seu conjunto, em benefício da educação. O objetivo maior a ser alcançado ao longo do tempo é uma uniformidade quanto ao conceito de Psicologia e a compreensão desta como ciência e não como embasamento teórico de ordem pessoal: um passo do individual para o social e a importância de se compreender estes dois aspectos, num amplo conhecimento das questões humanas.
Branco, L. M. C. (1998) Psicologia Para Quê? A Psicologia Ensinada e a Psicologia Aplicada (subsídios para a Compreensão do Papel do Professor), Tese de Doutorado, USP, SP.
Brasil -Lei 9394/96, dezembro de 1996. Camargo, J.S. (1993 ). A Relação Estado-Educação e suas Implicações na Implantação de Currículos. Dissertação de Mestrado, PUC- SP.
Silva 143
Garcia, A M. & Cota, C.G. & Zocca; E.M & Kassuya, I..M & Magnabosco, T.C. (1998). Relatório de Prática de Ensino de Psicologia I , Maringá-Pr, mímeo.
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Silva, R.G.D. (1995). A Disciplina de Psicologia no Magistério: Contribuições para o Ensino. Dissertação de Mestrado, Unesp, Marília.
Souza, T. A. & Bulla, T. C. (1990). Relatório de Prática de Ensino de Psicologia I , Maringá-Pr mimeo.
Zanuto, D & Vidotti, M.M. (1991). Relatório de Prática de Ensino de Psicologia I. Maringá, mimeo.