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Este artigo analisa a implementação da building information modeling (bim) no setor público, com foco na prefeitura de maceió. O estudo de caso aborda os desafios e obstáculos enfrentados pela coordenação geral de engenharia e arquitetura da secretaria municipal de saúde, incluindo a falta de profissionais qualificados, recursos e cultura organizacional. O artigo destaca a importância da capacitação de profissionais e investimento em softwares e infraestrutura para o sucesso da implementação do bim.
Tipologia: Trabalhos
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Carolina de Lima Barretto – carol.barretto.arq@gmail.com Master BIM: Ferramentas e Processos Instituto de Pós-Graduação - IPOG Maceió, AL, 10 de julho de 2023 Resumo Aborda-se o plano de implementação da Building Information Modeling (BIM) no setor público de Maceió, bem como seus desafios. O conceito de BIM surgiu há mais de quarenta anos, no entanto, apenas vem sendo amplamente divulgado no mercado da construção civil brasileira nos últimos quinze anos. Para incentivar ainda mais a adesão ao BIM, o Governo Federal emitiu em 02 de abril de 2020 o Decreto n° 10.306 , que determina o uso obrigatório da metodologia para execução de obras e serviços de engenharias realizados, direta ou indiretamente, pelo setor público. Em 1° de abril de 2021, também foi sancionada a nova Lei de Licitações 14.133, que aumenta a preferência para a contratação de projetos em BIM. Como resultado, surgem diversos questionamentos com relação à migração: “Como adotar essa nova prática?”, “Qual o passo a passo”, “Qual custo terei para implantar o BIM”, “vai aumentar a minha produtividade” essas são algumas dúvidas que vêm sendo feitas por profissionais da área. Sendo assim, o objetivo foi realizar um diagnóstico da Coordenação Geral de Engenharia e Arquitetura da Secretária Municipal de Saúde (Prefeitura de Maceió) para analisar, a partir das informações levantadas os caminhos que o município deve seguir para realizar a implantação da metodologia nos processos construtivos, já que foi constatado que o BIM gera diversas vantagens, sendo elas econômicas e administrativas, proporcionando assim uma melhor gestão das obras, controle dos orçamentos, além de uma fiscalização mais efetiva. Porém, devesse sempre levar em consideração os desafios para a prefeitura devido à burocracia e orçamentos limitados, além de mudança de cultura dos funcionários. Os resultados indicam a carência de informação e atuação. Conclui-se que a adoção de políticas para incentivar a implementação da Bim é primordial para fomentar a prática pelo setor público. Palavras-chave : Building Information Modeling. Implementação da BIM. BIM no setor público.
1. Introdução O estudo do artigo surgiu diante dos avanços tecnológicos que vem ocorrendo há decádas no Brasil nas áreas de Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação, porém, em contrapartida, a falta de iniciativa do setor público em acompanhar tais avanços, o que tem prejudicando o desenvolvimento das licitações e o andamento das obras neste setor. O interesse pelo tema surge a partir da necessidade de contribuir para com a literatura acadêmica e fornecer informações direcionadas às Prefeituras que devem enfrentar o desafio de implementar esta metodologia.
Além disso, é abordado o cenário atual do uso dessa tecnologia na Coordenação Geral de Engenharia e Arquitetura da Secretária Municipal de Saúde (Prefeitura de Maceió), a qual é a maior cidade do estado de Alagoas, com uma população estimada em 1.031,597 hab. O objetivo é constatar o uso do BIM após a criação dos decretos federais nº9.377/2018, nº9.983/2019 e nº10.306/2020, que estabelecem a estratégia nacional para a disseminação e obrigatoriedade da utilização do BIM na execução de obras e serviços de engenharia, realizados pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal. Quando o tema BIM surge em diálogos entre profissionais da área, é comum que cometam o erro de imaginar que está resumido apenas softwares 3D, como o REVIT ou o Archicad. Embora a disseminação da importância da representação 3D já esteja encravada entre os entendidos, o BIM vai muito além disso. O conceito de BIM não é novo, tendo sido proposto por diversos autores ainda na década de 1970, como um processo criado para gerenciar informações em um projeto de construção em todo seu ciclo de vida, servindo como uma descrição digital de cada aspecto da massa construída. Diferentemente de um simples modelador 3D, a plataforma BIM é uma filosofia de trabalho que integra arquitetos, engenheiros e construtores (AEC) na elaboração de um modelo virtual preciso, o qual gera uma base de dados que contém tanto informações topológicas como os subsídios necessários para o orçamento, cálculo energético e previsão das fases da construção, entre outras atividades (MENEZES, 2021:2). A efetiva implantação da metodologia BIM na organização está baseada em três dimensões fundamentais: tecnologia, pessoas e processos, integradas entre si por procedimentos. Fabrício e Melhado (1998) citam, dentre as principais deficiências dos projetos, a ausência de informações necessárias às atividades de produção do edifício, ou mesmo a desconsideração da fase de produção nas soluções adotadas pelo projeto. Isso leva as equipes de obra a decidirem por si próprias a respeito de características que não foram previamente especificadas. No processo tradicional, as análises são feitas de modo independente, exigindo entrada de dados manuais e sujeitas a erros, resultando em perda do valor dos ativos informacionais ao longo do ciclo de vida e maior esforço para recriação das informações pelas fases seguintes (EASTMAN et al., 2011). O Governo Federal do Brasil em 17 de maio de 2018, publicou o Decreto n° 9.377, que institui a estratégia de disseminação da tecnologia BIM, para criação de um ambiente adequado, ao investimento do mesmo, no país. O Decreto n° 10.306, de 02 de abril de 2020 divide a implementação em três fases, tendo a primeira fase iniciada em 01 de janeiro de 2021, onde o BIM deve ser utilizado no desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia, referentes a construções novas, ampliações ou reformas, a segunda será em 01 de janeiro de 2024, sendo utilizado na execução direta ou indireta de projetos de arquitetura e engenharia e na gestão de obras e a última fase a partir de 01 de janeiro de 2028, o gerenciamento e a manutenção do empreendimento após a sua construção, cujos projetos de arquitetura e engenharia e cujas obras tenham sido desenvolvidos ou executados com aplicação do BIM. (BRASIL, 2018 e 2020). Também em 1° de abril de 2021, foi sancionada a nova Lei de Licitações 14.133, que aumenta a preferência para a contratação de projetos em BIM.
da edificação por meio de modelos que darão suporte aos profissionais da Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação (AECO). Um dos seus grandes diferenciais é o uso da metodologia em todo o ciclo de vida do empreendimento. Isso inclui desde a sua concepção, passando pelo planejamento, elaboração dos projetos e construção, a manutenção da edificação, até a reciclagem ou demolição, conforme a Figura 01. Figura 01 – Ciclo de vida do empreendimento Fonte: Martini (2021) Diferente do que muitas pessoas pensam, BIM não é apenas um software e sim uma metodologia que engloba diversos softwares que funcionam como ferramentas que possibilitam o processo de realização de projetos em BIM. Dessa forma, a BIM não só cria um modelo tridimensional digital com as características físicas da edificação, traz outra forma de projetar, onde permite a visualização de todas as etapas da construção civil com mais eficiência e economia. Com a tecnologia é possível obter qualquer corte, vista, ou visualização do projeto, de maneira automática. O que gera a redução de custos, mitiga riscos e garante o cumprimento dos prazos. Com ela, é possível, por exemplo, criar uma simulação do planejamento de uma obra pública por meio da animação das ações e visualização do andamento das ações conforme o calendário da obra. Dentro do escopo da metodologia BIM existem diversas dimensões: ao fazer uma alteração no projeto, todas as vistas são atualizadas automaticamente, possibilitando simular as intercorrências e verificar sua adequação com os elementos projetados (3D). Ela elabora as fases de execução das obras, é possível realizar cronogramas precisos e acompanhar o seu andamento (4D), bem como extrair de forma precisa os quantitativos da obra para orçamento referencial (5D). A BIM suportar iniciativas de sustentabilidade, que permitem aos projetistas cumprirem
metas de sustentabilidade nos empreendimentos e validar decisões de projeto ou, ainda, testar e comparar distintas opções (6D) e consegue ainda planejar o gerenciamento das instalações (7D). Relacionada à prevenção de acidentes no trabalho, o modelo será capaz de determinar os riscos e propor soluções a fim de trazer segurança para o projeto (8D). O sistema Lean Construction se concentra em reduzir custos garantindo a qualidade visando aumentar a produtividade (9D). Por fim, a junção de todas as dimensões resulta em uma só, onde se busca estudar todo o processo construtivo que já ocorreu em outras dimensões da BIM a fim de otimizá- lo e diminuir a ocorrência de erros e aplicá-lo a industrialmente (10D). 2.3. Quais suas vantagens São diversos os benefícios que a implementação da modelagem da BIM pode trazer a seus usuários, em todas as etapas de um empreendimento, desde a concepção, até a execução, operação e manutenção: Possibilidade de colaboração com outras empresas; Fluxo de trabalho entre profissionais; Gestão de projetos facilitada e detalhada; Existência de informações de todas as etapas de vida útil de um empreendimento em arquivo colaborativo; Compatibilização do projeto, o que gera diminuição dos erros executivos; Adequação ao que há de mais moderno em matéria de tecnologia para construção civil; É possível cobrar mais pelo serviço oferecido; Possibilidade de usar dados BIM para fazer gestão financeira e de obra. A metodologia contribui para eliminar erros nos quantitativos das planilhas orçamentárias nas obras públicas, gerando confiabilidade nos orçamentos referenciais, uma vez que são feitas em conjunto com à elaboração dos projetos. Como resultado, favorece o cumprimento rigoroso dos prazos e assegura a qualidade das construções, bem como, o seu uso dispensa a celebração constante de aditivos contratuais, que é um processo indesejada por qualquer gestão pública. 2.4. Níveis de maturidade e fluxo de trabalho BIM A matriz de maturidade BIM é uma Ferramenta de Conhecimento para identificar o nível de Maturidade BIM de uma Equipe de Projeto. KHOSROWSHAHI & ARAYICI (2012), apontam que é importante caracterizar os termos de nível de maturidade BIM acerca das pessoas envolvidas, uma vez que o entendimento em volta dos conceitos não é análogo, ou seja, a percepção pessoal varia conforme experiência e contato com a informação a respeito da BIM. A Maturidade em BIM está ligada às melhorias graduais e contínuas em qualidade, repetibilidade e previsibilidade dentro da Capacidade em BIM disponibilizada. Capacidade BIM se refere às habilidades mínimas de uma organização ou equipe para entregar resultados mensuráveis. O índice de maturidade é classificado em cinco níveis, como mostra a Figura 02.
VOUGUINHA, (2018, p.16) exemplifica na Figura 4 a diferença entre o processo de trabalho tradicional e o processo BIM, evidenciando o fluxo de trabalho centralizando o modelo virtual, que está inserido no CDE: Figura 04 – Fluxo de trabalho tradicional x processo BIM Fonte: Modelagem da Informação da Construção – Uma Experiência Brasileira em BIM (2013, p.6). Figura adaptada por (Vouguinha) No nível 2, existe a interoperabilidade parcial e colaboração total nos modelos armazenados em um servidor. Diferente do Nível 3, que possui integração total em um ambiente na nuvem. Embora o autor determine o último nível como 3, destaca-se que o processo de evolução do BIM é expansivo, tendo uma possibilidade de expansão na projeção nos níveis de maturidade. 2.5. Os desafios para adoção do BIM no setor Público O maior desafio de uma implantação de novas tecnologias se dá em alterar como os profissionais da área adotam novas práticas. Portanto, para receber os projetos e orçamentos desenvolvidos em BIM, os órgãos públicos deverão inicialmente preparar e capacitar suas equipes técnicas, investir em equipamentos com configuração adequada para utilização das ferramentas e adquirir as licenças. Além disso, é indispensável adotar normas internas de uso da metodologia, através da elaboração de um planejamento estratégico, contendo o passo a passo que a instituição deve seguir, bem como, mostrar os efeitos da tecnologia ao longo do tempo. O segundo maior desafio nos setores públicos é a mudança necessária na composição de trabalho com respeito às habilidades técnicas. Visto que a documentação de projetos é automatizada com a BIM, portanto, é requerido mais
dedicação por engenheiros e arquitetos nas fases iniciais de planejamento e concepção. Entre o planejamento da obra virtual e a execução do planejamento da obra real é especialmente interessante e necessária a atenção na montagem da licitação e na gestão dos contratos de obras públicas, sendo indispensável entender que ambos devem se adaptar à nova realidade que se ordena. O uso da BIM em obras públicas continua na 1° fase, entretanto, isso mudará com aprendizado e avanço das ações que já estão em andamento. Assim, no futuro, a BIM na administração pública poderá ser uma regra e não uma exceção, especialmente se considerarmos os novos dispositivos legais que estão a incentivar a adoção da metodologia. 2.6. Revisão do plano de implementação BIM BIM Execution Plan (BEP) ou Plano de execução, é um documento preparado com a finalidade de explicar como serão realizados os aspectos da implantação do BIM de forma eficiente. Antes de começar a implantação, o órgão deverá possuir um escopo, visto que com frequência o plano demanda uma mudança organizacional que envolve custos, prazos, contratos, a inserção na cadeia produtiva e também altera vários processos internos, determinando diretrizes, critérios e usos do modelo e terminologias para todas as fases de projeto. Contudo, precisa ser um procedimento contínuo. É necessário que acontecerem verificações, atualizações e revisões sempre que novos agentes participarem do processo. Portanto, traçar um plano de implementação BIM requer ação que consequentemente trarão um legado para cada tipo de perfil de cliente: público, privado ou instituições de ensino que visam introduzir o BIM no meio acadêmico. Este artigo remete ao plano de implementação BIM na Prefeitura de Maceió, com ênfase na Coordenação Geral de Engenharia e Arquitetura da Secretaria Municipal de Saúde, ou seja, um perfil público. Os gestores de empreendimentos públicos são fundamentais na adoção do BIM, uma vez que os níveis de motivação e de compreensão sobre essa metodologia e seus processos são fundamentais para a implantação bem sucedida. No final, alguns objetivos deverão ser obtidos com o plano, como:
3.1. Diagnóstico da Coordenação Geral de Engenharia e Arquitetura Foi realizado um estudo com a finalidade da obtenção de todas as informações referentes às obras e serviços executados. Inicialmente foram analisadas as atribuições, ou seja, quais funções são de responsabilidade da Coordenação, em seguida foram vistos os profissionais que realizam as funções e como atuam. Também foi realizado um estudo dos processos para realização de uma obra no município, desde a solicitação para a realização dos projetos até a entrega do empreendimento, evidenciando a ligação existente entre todos os setores da prefeitura, assim foram destacados também os problemas comumente vistos durante a execução dos empreendimentos. Por fim, foi analisado o nível de maturidade BIM no município através do método de Succar, para a obtenção de informações em relação à implantação da metodologia. 3.2. Atribuições e Corpo Técnico da Coordenação A Coordenação Geral de Engenharia e Arquitetura é o setor responsável pelos estudos de todos os serviços que se referem a obras públicas no âmbito da saúde de Maceió, atentando sempre aos aspectos sociais e de bem estar, econômicos, administrativos, políticos, normas e legislações vigentes, tendo como função a elaboração de projeto arquitetônico, acompanhamento de obras e contratos cujo objetivo é a construção, reforma, ampliação ou manutenção geral dos prédios públicos. Atualmente a referida Secretária possui 84 edificações, divididas em 08 distritos, sendo: 56 Unidades de Saúde, 10 Unidades de Referência, 03 UPAS e 15 Edificações Administrativas. O Quadro 01 mostra os cargos que compõem a coordenação e suas respectivas obrigações perante o Município. CARGO FUNÇÃO Coordenador Coordenar, planejar, dirigir e controlar projetos e programas de gestão de obras públicas, estabelecendo parcerias, realizando ações de aperfeiçoamento e zelando pela eficiência na prestação destas atividades. Arquiteta Planejar, executar, acompanhar e controlar atividades da Administração ligadas à arquitetura, respeitadas a formação, a legislação profissional e os regulamentos do serviço; executar outras tarefas compatíveis com as exigências para o exercício da função, realizar trabalhos de arquitetura em geral; executar outras tarefas correlatas. Engenheiro Elaborar, planejar, executar, fiscalizar, supervisionar, assumir responsabilidade técnica e dirigir projetos de engenharia
civil, estudando características e preparando planos, métodos de trabalho e demais dados requeridos para possibilitar e orientar a construção, manutenção e reparo em obras e assegurar padrões técnicos exigidos; planejar, acompanhar e controlar o cumprimento legal de normas e padrões técnicos. Técnico de edificações Elaboração de Orçamentos de Obras; Ajudar na Fiscalização e Acompanhamento das Obras; Ajudar na elaboração e auxilio de projetos. Assessor Técnico Administrativo Prestar assistência em assuntos relativos à área de sua atuação, elaborando e propondo programas de trabalho, desenvolvendo atividades de planejamento, organização, avaliação, controle e orientação. Quadro 01 – Cargos e funções CGEA Fonte: Autora (2023) O setor contém dez computadores, onde nove são contemplados com o AutoCad, um com o Orse e dois com o sketchUP, para realização dos projetos e orçamentos. Além de serviços de fiscalização e execução direta das obras, a coordenação é responsável pelos estudos para realização dos paliativos para manutenção das edificações, sendo estes serviços executados pela Gerência de Serviços Gerais. As arquitetas são responsáveis pela elaboração dos projetos arquitetônicos, memoriais descritivos, e montagem do processo, ficando a cargo do técnico em edificações os orçamentos, os projetos complementares são executados por contrato com empresa terceirizada. A responsabilidade dos engenheiros civis é a fiscalização dos empreendimentos realizados por empresas terceiras, feita a partir de boletins de medição, sempre analisando o que está descrito em planilha comparando com o serviço executado in loco, a partir disso os valores referentes a cada serviço executado são liberados. Os projetos básico e executivo realizados pela equipe municipal servirão sempre como diretriz para a execução das obras por parte das construtoras contratadas após a licitação, porém é visto que nem sempre os projetos executivos apresentam os detalhes necessários, sendo esse um problema grave, visto que por diversas vezes acaba acarretando o aditivo dos contratos. 3.3. Principais dificuldades e riscos que podem ser encontrados durante o processo de implementação:
MATRIZ DE MATURIDADE BIM - Coordenação G. de Eng. e Arq. (SMS) Avaliação na Granularidade Inicial Definido Gerenciado Integrado Otimizado 0 10 20 30 40 Tecnologia software 0 hardware 15 rede 0 Processos recursos 5 atividades e fluxo de trabalho 0 produtos e serviços 0 liderança e gerenciamento 0 Política preparatória 5 regulatória 0 contratual 15 Estágio 1 Modelagem 0 Estágio 2 Colaboração 0 Estágio 3 Integração 0 Escala Micro 0 Escala Meso 0 Subtotal 0 10 30 0 0 Total de Pontos 40 Grau de Maturidade 2, Índice de Maturidade 6,66% Quadro 02 – Matriz de maturidade BIM CGEA Fonte: Autora (2023) A partir do Quadro 02 é observado que a Coordenação está considerada no Nível de Maturidade Inicial (baixa maturidade). Logo abaixo está a justificativa da pontuação de cada tópico: 1- Software: aplicações, entregáveis e dados - foi considerado o nível Inicial, já que não existe o uso de nenhum software advindo da metodologia BIM. 2- Hardware: equipamento, entregáveis, localização e mobilidade - o nível gerenciado foi considerado, devido a existência de máquinas que suportem a tecnologia e em quantidade. 3 - Rede: soluções, entregáveis e segurança e controle de acesso - foi considerado o nível Inicial já que não existe a utilização do BIM, portanto nada é compartilhado em BIM. 4 - Recursos: Infraestrutura Física e de Conhecimento - foi considerado o nível Definido, já que o ambiente de trabalho é produtivo e motivacional.
5 - Atividades & Fluxo de trabalho: Conhecimento, habilidades, experiência, papéis e dinâmicas relevantes - o nível Inicial foi adotado, pois não existe planejamento de projeto em BIM. 6 - Produtos e Serviços: Especificação, diferenciação e P&D - foi considerado o nível Inicial, uma vez que não há previsão de entregáveis em BIM. 7 - Liderança & Gerenciamento: Organizacional, estratégico, gerencial e atributos de comunicação; inovação e renovação - o nível Inicial foi considerado, já que o BIM atualmente não está sendo implementado na coordenação. 8 - Preparatória: pesquisa, programas de treinamento educacional - classificado no nível definido, já que está sendo realizado treinamento relacionado ao BIM (Revit), porém, a aquisição das licenças ainda está em processo. 9 - Regulatória: códigos, regulamentações, padrões, classificações, linhas-guia e valores de referência (benchmarks) - também foi considerado o nível Inicial. 10 - Contratual: responsabilidades, recompensas e alocação de riscos - não existe um contrato baseado em BIM, porém, a empresa terceirizada utiliza a BIM, mas os entregáveis são convertidos para o AutoCAD, portanto o nível gerenciado foi considerado. 11 - Estágio 01: Modelagem baseada em objetos: simples disciplina utilizada em uma fase do ciclo de vida - foi considerado o nível Inicial, uma vez que não há a implementação de nenhuma ferramenta de modelagem. 12- Estágio 02: multidisciplinar, intercâmbio acelerado de modelos - não há nenhuma colaboração em BIM, desse modo são incompatíveis com os parceiros de projeto, assim foi considerado o nível Inicial. 13 - Estágio 03 – Integração baseada em rede: intercâmbio simultâneo e interdisciplinar de modelos ND através das fases do ciclo de vida da edificação - o nível considerado também foi o Inicial, já que não há nada em BIM. 14 - Escala Micro – Organizações: Dinâmicas e entregáveis BIM - não existe nenhum processo em BIM, assim o nível considerado é o Inicial. 15 - Escala Meso – Equipes de Projetos: múltiplas organizações dinâmicas Inter organizacionais e entregáveis em BIM - foi considerado o nível Inicial, já que não há implantação de BIM, e consequentemente não existe acordo entre as partes interessadas na colaboração em BIM. Desse modo, é possível verificar que para ser realizada a Implantação da Metodologia BIM na Coordenação da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió é necessário um investimento em basicamente todos os campos que contemplam a BIM.
4. Conclusão O estudo de caso mostrou que a implantação da BIM não ocorre de forma imediata, nem simples, é um processo gradativo que requer um certo investimento e incentivo, além de um acompanhamento constante durante a execução. Outro ponto visto, é que o BIM é um processo vivo, após a implantação é sempre necessária a busca por inovações e o monitoramento de processos. O governo terá grandes desafios para implantar a BIM nos órgãos públicos, uma vez que existem poucos profissionais capacitados, além de uma grande dificuldade para a mudança de cultura da área. Além disso, as ferramentas tecnológicas utilizadas possuem um alto valor e necessitam da capacitação dos profissionais para saber lidar com os novos softwares, necessitando assim de investimento em treinamentos. O diagnóstico da Coordenação Geral de Engenharia e Arquitetura, mostrou que o sistema convencional que é utilizado para a execução das obras gera vários transtornos, sobretudo na parte de planejamento, várias obras tiveram problemas durante a execução por conta da falta de detalhamento, ou erros no projeto. Os aditivos de tempo e de valor foram encontrados em todas a obras, fato esse que encarece bastante o processo construtivo atual. A utilização do BIM é de interesse da Coordenação Geral de Engenharia e Arquitetura, já que permite a equipe e aos gestores um maior controle e fiscalização sobre as obras em todas as suas fases, evitando assim aditivos e equívocos no orçamento. Desse modo, a adoção do BIM é um grande passo para a melhoria do processo construtivo da Secretaria, para tanto é de suma importância que o Governo Federal atenda às necessidades das prefeituras para que o BIM seja difundido, melhorando assim o desenvolvimento dos municípios, iniciando pela capacitação dos profissionais para o posterior investimento em softwares e nas redes físicas.
Referências ______. Decreto de 5 de junho de 2017. Institui o Comitê Estratégico de Implantação do Building Information Modelling. Revogado. 2017. Disponível em:. Acesso em: 20 janeiro. 2023. ______. Decreto nº 9.983, de 22 de agosto de 2019. Dispõe sobre a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling e institui o Comitê Gestor da Estratégia do Building Information Modelling. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p.2, col.2. de 23/08/2019. ISSN 1677-7042. 2019. Disponível em:. Acesso em: 20 janeiro. 2023. ______. Decreto nº 10.306, de 02 de abril de 2020. Estabelece a utilização do Building Information Modelling na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal, no âmbito da Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling- Estratégia BIMBR, instituída pelo Decreto nº 9.983, de 22 de agosto de 2019. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 5, col. 2, de 03/04/2020. ISSN 1677-7042. 2020. Disponível em:. Acesso em: 20 janeiro. 2023. MENEZES, Gilda Lúcia Bakker Batista de. Breve Histórico de Implantação da Plataforma BIM. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, p. 2, 6 jul. 2021. FABRÍCIO, M. M.; MELHADO, S. B.; GRILO, L. O ensino de projeto e a prática projetual em equipes multidisciplinares. São Paulo: Escola Politécnica USP,