



Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Neste artigo, o autor reflete sobre a temática da hierarquia em organizações, especificamente na enfermagem hospitalar. Ele discute ideias para o re-engenhamento dessas organizações, abordando a importância dos espaços e relações entre pessoas. O texto explora a liberdade, autonomia e espaços em branco, além da importância da criatividade humana.
Tipologia: Resumos
1 / 7
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Alacoque Lorenzini Erdmann Resumo:* Enfatiza os diversos aspectos que vem r o m pendo c o m a hier ar qu ia ver tic al nas organizações. A alteridade, o jogo da diferença, a ordem simbólica, as normas e rotinas, a proxemia, são pontos que aproximam o sistema operacional à alta gerência com sistemas de poder que ultrapassam o duelo de potenciais de forças entre chefes e subordinados. As estruturas flexíveis e a horizontalidade de poder privilegiando as associações e as interações no trabalho marcam novas possibilidades de configurações de hierarquias para as organizações de enfermagem hospitalar. Palavras-Chave: Hospitais, enfermagem, organização e administação.
As posições, cargos e funções tendem a garantir a ordem nas relações de trabalho como forma de racionalidade burocrática. Toda a ideia de organograma funcional, no que possa ter e ser representativo de uma organização de trabalho, reflete a finalidade, os valores, a divisão de responsabilidades, o determinismo comportamental desta organização enquanto ordem, graduação, disposição relacional e disciplina. Não é o fato de estar numa ou noutra posição por determinado periodo de tempo e sim, a diferença que os mesmos fazem, o poder neles alocados como direito e dever de mando e autonomia de decisão/ação ou, como direito e dever de obediência, submissão e menor liberdade de expressão de seu pensamento. Nota-se que o uso da autoridade e da hierarquia garante a produção, o controle e a direção. Porém, a ideologia do capital sofre sérias influências de um pensamento de igualitarismo, democracia, cidadania...visão de homem como sujeito de seu viver, complexo e capaz de contribuir para a civilidade do convívio humano integrando-se e diferenciando-se na diversidade do meio. É o saber que na sua singularidade oportuniza o homem a executar seu trabalho nos limites de suas capacidades de domínio dos instrumentos de trabalho, colocando-se como sujeito construtor e participante de uma nova sociedade sem as fortes intermediações hierárquicas e interferências na sua livre vontade de produzir, criar, pensar, sonhar... O repensar as organizações hoje, está no re-alinhamento das formas estruturais ou segmentos que mesmo não fugindo de todo do funcionalismo apresenta principalmente um alargamento das bases com a abertura de espaços para os mais variados elementos configurantes existentes ou ocultos ou a surgir. A exemplo das organizações substantivas, temos muito a aprender e a avançar no sentido de que por mais frágil que uma estrutura se amolda, o seu desmantelamento não tende a acontecer quando o seu sistema se auto- organiza e se auto-alimenta. Acredito que a fragilidade de uma estrutura hierárquica está no distanciamento da ideologia que a sustenta. A transgressão às regras poderá ser sempre positiva à estabilidade organizacional quando ela contribui para o sustento ideológico. O apego à organização e o comprometimento não amarrado pelo finalismo dá margem a uma liberdade de ocupação de posições variadas sem contudo necessitar de ordem, disciplina, regras ou limites de ação. Neste artigo, não se tem a pretensão de propor novas configurações de hierarquias para as organizações de enfermagem hospitalar e sim discorrer sobre a temática hierarquia nas organizações , lançando ideias de possibilidades de configurações que possam servir para o re-engenhamento destas organizações aproximando um pouco mais ou encurtando as distâncias das linhas de subordinação ou eliminando-as de suas estruturas. Num exercício do pensar sobre a hierarquia n a e n f e r m a g e m r e c o r r e - s e à s v i vê n c i a s n a s organizações de enfermagem, especialmente, o sistema de enfermagem hospitalar, cujas visões de realidade organizacional foram apreendidas por olhares dirigidos à sua estrutura organizacional e olhares voltados ao dito conhecimento teórico sobre as necessidades, formas, adequações, fundamentos técnicos da chamada estrutura hierárquica funcional contidos nas literaturas das ciências da administração e nas literaturas de administração de enfermagem. Considera-se ainda, além das experiências de ensino e pesquisa, as discussões sobre este conteúdo na graduação e pós-graduação de enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina.
Hoje, todo um discurso de não verticalismo, não divisionismo, não centralismo,...parece merecer reflexões, pois se por um lado reflete estar a caminho de “liberalismos” e “coletivismos”, por outro, os atropelos podem ser catastróficos. É toda uma cultura organizacional que está em jogo onde não necessariamente a configuração formal é símbolo de um funcionalismo real. Os atores sociais vão muito além da convivialidade
harmoniosa. O conflitivo, o antagónico, o paradoxo, o oc asional,... tudo rola por esses “momentos harmoniosos” ou “clima organizacional”, o “clima” de cada instante. Não só se está deixando de lado a organização mecanicista mas a organização organicista decola muito timidamente pedindo reforços por ideias que complementem este orgânico, no aprimoramento da qualidade das relações inter-trans- pessoais da organização, libertando-se da dominação da burocracia. Assim, tomo emprestado de Prestes Motta e Campos Netto (1994) as ideias de Sujeito Competente e de necessidade de criação de ambiente favorável ao desenvolvimento deste Sujeito Competente no processo de “libertação” das organizações. Não se trata de deslocar poios de poder ou de entrar nos jogos de poder mas sim pensar na liberdade dos atores sociais/ trabalhadores. Liberdade esta, relativa, diante dos limites de direitos de espaço social entre o “eu” e o “outro”, das diferenças e semelhanças entre o “eu” e o “outro”, das oportunidades ocasionais ou criadas para o “eu” e o “outro”, dos vazios entre o “eu” individual e outro organizacional e outros aspectos mais em que o “eu” e o “outro” vivem o transitar entre momentos/situações e opor tunidades de mais ou menos liberdade em consciência ou não dos limites, barreiras, empecilhos, amar raç ões, intimidaç ões, freios, opressões e condicionamentos variados. Nota-se que o submeter-se por vontade própria e o ser submetido por domínio/poder, podem possuir conotações bem diferenciadas. Questiona-se então a dependência da liberdade individual/coletiva à libertação da organização, pois o isolar-se poderá correr o risco de não se alimentar fragilizando a auto-organização. A autonomia de uma organização orgânica passa pela ideia de sobrevivência do “organismo” pelas “energias” internas em movimento configurantes de sua identidade o que não exclui a sua relação/dependência dos sistemas organizacionais da sociedade, o seu existir para e pela organização social. Outra questão também opor tuna é o liber tar a organização da força/domínio da burocracia enquanto racionalidade econômica, cuja lógica/racional tende a deixar de lado a integralidade humana e o próprio respeito à vida, e favorece a desigualdade social, as regras como fins, “espaço” para as “espertezas” do dominador em nome de uma eficiência administrativa. Acredita-se nas associações e interações como avanços que deixam de lado a preocupação com os determinismos, exclusões e liberalismos. Não se defende a ideia de horizontalização das relações sociais numa organização ou de estruturas hierárquicas “espaciais” ou “aglutinadas numa base horizontal em pontos móveis” ou outras por considerar que suas formalidades venham concretizar um novo comportamento e uma nova estrutura funcional. E sim, se pensa que é a qualidade das relações que contempla o participar, compartilhar e também o caminhar sozinho, no espaço em que as singularidades se desenvolvem, na individualidade das pessoas que compor ta uma representação organizacional e na organização que comporta as pessoas e existe para e pelas mesmas, transcendendo e sendo transcendida para e pela sociedade, invadindo e sendo invadida pelas políticas sociais. A funcionalidade e a produtividade deixam de ser focos de atenção na administração quando a subjetividade aparece a enaltecer os valores humanos, as sensibilidades peculiares das pessoas, as paixões que as impulsionam ao viver mais intensamente, os movimentos de pertencimento e emancipação, enfim a consciência de que não só de objetividade/finalidade se vive o t r abalho mas t ambém de c o nvívi o s desinteressados/vontade de estar com os outros onde “igualdades” e “diferenças” estão evidentes porém sem a preocupação com o principal e os secundários ou com o mais ou o menos importante.
A nossa singularidade que aparece para o outro e vice-versa, mostra as nossas diferenças, embora exista sempre uma tendência de agrupar semelhanças para caracterizar “grupos iguais” ou seja, praticar o pretenso igualitarismo. Nota-se então o que Michel (Maffesoli-1984) pontua como o “jogo da diferença em ataque ao igualitarismo de comando e que permite a resistência”. E existindo a diferença, poderá existir também a troca. N o s s as di fe r e n ç as e s i m i l a r i dad e s participam dos momentos de integração e diferenciação na ordem da hierarquia que iguala e diferencia por reducionismo. Nas diversidades estruturais e existenciais da organização se aproximam potenciais de força que não necessariamente podem ser percebidos nos movimentos contingenciais de integração/diferenciação, bem como nas singularidades destas diversidades. Desde o ser estrangeiro e o ser indiferente no grupo até o ser “um dos nossos” não se exclui a diferenciação na harmonia conflitual dos sistemas organizacionais. Os sentimentos de isolamento até o de pertencimento, da impotência, onipotência, do pessoal ao impessoal, a discriminaç ão ideológic a e as desigualdades, as diferentes regras em jogo aplicadas com diferentes “pesos e medidas”, o sofrimento das tentativas de “ajustamentos mútuos”, as imposições de “limites” e privilégios de alguns, o fazer pelo outro e o se aproveitar do outro, os mecanismos de burlar/ enganar ou “quase - mentira” ou de se enganar sobrevivendo às frustrações, o guardar distância e até aproximação, as confrontações e testagens de experientes aos pouco experientes, o “comprometido funcional” e o “comprometido social”, a seriedade e confiança e o “confiar desconfiando” e a “liberdade vigiada”, as atividades de produção para
importantes para manter esta estrutura. Ainda, ora se criam espaços para pessoas, ora as pessoas tomam espaço de outras quando estas “já cumpriram seu dever”, caindo no reducionismo do espaço permitido e do espaço-propriedade. A á r e a g e o g r áf i c a o u te r r i tó r i o d e transitação não parece estar preenchido ou limitado. O universo é amplo e da mesma forma as pequenas áreas físicas são amplas diante das múltiplas possibilidades de transitação física e social. Os espaços em branco estão a desafiar a criatividade humana nas suas mais variadas formas possíveis de utilização onde o racionalismo não sobrevive sem a afetividade, a emoção, a paixão, o amor e, onde o “cheio” e o “vazio” desafiam a noção de limite. O estabelecer base territorial pode acabar por delimitar espaços, não dando oportunidade para se visualizar a multiplicidade e a amplitude dos espaços que estão sendo ocupados. Pode-se citar alguns, como os espaços de trabalho ocupados a domicílio e os espaços o c u p a d o s e m o u t r a s o r g a n i z a ç õ e s. To d av i a , normalmente esta base territorial se configura no chamado escritório, secretaria administrativa, ou posto de enfermagem, que responde pelo coração ou base central, junto às bases secundárias circundada pela dita organização. Como seria se eliminássemos estes escritórios das organizações? São apenas meios para os fins ou até fins para fins? E, quem sabe, meios para os meios; não seria ainda ignorar o foco de atenção que tenta localizar o coração do sistema ou núcleo de uma célula, sem contudo atentar para suas interrelações, aparentes ou não e em espaços comumente não configurados? Está o sistema burocrático a serviço do homem ou o homem a serviço do sistema burocrático? Ou ainda, não estão as relações do homem na organização além da teia burocrática? Estamos entrando na era da reengenharia de espaços que altera a cultura interna da organização? Reportando-se às áreas físicas de uma unidade de internação hospitalar, espaço físico apropriado pelo pessoal de enfermagem daquela uni dade, li derado p or enfer meiros de tur no e enfermeiros-chefes da unidade, tem-se a curiosidade de voltar os olhos para o significado ou o sentido real de certos espaços como os corredores, a sala de lanche, a rouparia, o expurgo, o sanitário, a sala de medicação e outros, cujas paredes, claridade, odores e movimentos permitem o “fluir” pensamentos, decisões, desabafos, fofocas, enfim, o falado e o não falado, o permitido e o não permitido e o proibido,...as “oportunidades espaciais” das relações de trabalho versus o fechamento ou o isolamento das pessoas por paredes com portas e chaves. E ainda junto a estas, estão os espaços dos pertences pessoais que se “relacionam” com os demais espaços materiais, os objetos também da relação do homem com a natureza física e “depósito” de seus afetos, emoções e tensões. Nota-se que o “poderoso chefão”, hierarquicamente superior, no exercitar o domínio/poder se apropria dos espaços formais e de todos os componentes neles existentes: pessoas (“meu funcionár io”), equipamentos (“minha cadeira”), papelórios e até ornamentos, sendo este pertencente o seu mundo muito mais do que ao mundo das outras pessoas ali existentes. O espaço “emprestado” ao doente num leito hospitalar público, por exemplo, é temporário e destinado a doentes. Suas regras de pertencimento ou de direito de utilização não surgiram da participação do usuário cliente. Seriam estes os espaços desejados, o de propriedade/domínio? Enquanto se luta por conquistas de alguns espaços, perde-se outros já conquistados ou se ignora espaços desconhecidos. Mais uma vez a multiplicidade de espaços é uma questão que desafia a percepção. Ao se enaltecer algumas oportunidades/ momentos ignora-se ou despreza-se outras. Assim, ao se privilegiar “sempre os mesmos” ou quase sempre os mais ocupados ou os mais próximos do convívio diário, se rejeita outros alegando estar muito ocupado ou não ter tempo ou ainda se esquece dos distantes ou dos mais ausentes. Eis o jogo do tempo, da distância e do momento/oportunidade no protecionismo a alguns grupos em detrimento de outros grupos, os de oposição ou grupos paralelos na utilização de espaços. Algumas pessoas destes grupos se ocupam em dar cobertura neste jogo de interesses/ambições/lucros, e outras se distanciam, como mecanismos de superação/indiferença. Outro aspecto a se ressaltar é o espaço público e privado relativo aos gêneros masculino e feminino, razão e intuição/sentimentos e objeto de prazer e reprodução humana. A enfermagem como profissão feminina tem um espaço talvez definido. Do seu espaço privado “lar/casa” adentra no espaço “doméstico” do hospital/casa de cura, cujo espaço público é ainda dos médicos/diretores. O organograma é símbolo do racional cujos cargos ainda são ocupados por profissionais pais de família ou por “mulheres racionais” no caso de profissionais femininas. Estas discriminações estão sendo crescentemente questionadas. Abre-se hoje um caminho para a compreensão do gênero humano/ natureza na sociedade. Enquanto criaturas da natureza, vislumbra-se novos paradigmas a possibilidade de diálogos que desvele ou recrie novos espaços onde mulheres e homens, nas suas diferenças, convivam a “igualdade”. Entre os espaços de poder/propriedade/ domínio e os espaços do viver em solidariedade sem a preocupação com o finalismo e sim em poder estar junto, em sentir o aconchego da aproximidade das pessoas, está todo um espaço de discussão/reflexão a ser desafiado pelo pensamento humano.
A flexibilidade nas estruturas organizacionais surge, talvez, da nec essidade de en f r e n t a r a competitividade de mercados agilizando a produção frente as demandas de curto prazo. Também, considera- se a ideia de flexibilidade frente aos consensos dos movimentos político-organizacionais. Porém, a evolução tecnológica e social impõe exigências de adaptações de organizações de produção não só para a competitividade mas para a colaboração, a parceria. As noções de globalização, complexidade, alteridade e outras, parecem ter contribuído para o abrir- se a múltiplas possibilidades fugindo das barreiras impostas pelas normas e totalismos. Entre o delegar competência e o ser competente passa a inflexibilidade e a flexibilidade em meio às possibilidades de automação e tecnologias flexíveis. Políticas diferenciadas, dinâmicas e renovadas à grupos diferenciados requerem flexibilidade para se chegar à integração. Um sistema organizacional começa a se tornar flexível quando permite uma atividade humana mais flexível, ou seja, não presa à regras e técnicas e sim mais interativa e inovadora. Também, se torna mais flexível quando o ser/sujeito competente encontra caminhos para suas necessidades considerando suas singularidades em condições de mutabilidade mesmo a partir dos recursos estruturais. Assim, uma visão estratégica do sistema com estratégias estruturais flexíveis pode propiciar desenhos organizacionais que se re-ordenam e se soltam contingencialmente, configurando-se nas formas mais apropriadas para os momentos e circunstâncias. A administração participativa dá oportunidade para que as aptidões e interesses pessoais sejam respeitados e junto, a aproximação das mesmas no “fazer-juntos” favorecendo a solidariedade e a afetividade. Contudo, uma atividade prazerosa realizada de forma a sobrepor as suas próprias finalidades pode acontecer se o entendimento de igualdade, diferença, vantagens e direitos estão no consenso moral do grupo. A hierarquia nas organizações da enfermagem hospitalar se estabelecem mais fortemente ao “pé” da direção geral, a nível estratégico. Os níveis táticos e operacionais tendem a dar conta das relações paralelas entre os demais subsistemas da instituição. Não obstante, sua rigidez ou neutralidade relativa parece estar oscilando em pontos ou situações variadas. Estudos a respeito talvez são necessários não somente para conhecer a realidade mas para perceber vontades e possibilidades de avançar com novas estruturas organizacionais mais flexíveis.
Talvez a posição da direção de enfermagem próxima ou de vínculo direto com o diretor da instituição realmente seja fator de maior poder, autonomia, c onquist as, st atus, salár ios e respeito para a enfermagem. Há que se considerar porém, que entre a posição em nível estratégico e a visão estratégica para o gerenciamento passa uma competência política extremamente complexa e distante talvez do poder do coletivo da grande massa, que está nas bases, cujas capacidades podem ir muito além do imaginável. Isso ainda se volt ando apenas para o pr incípio da funcionalidade organizacional. As “comissionites” hoje em moda, tendem a mascarar uma horizontalização de poder sem se dar conta de que muitas vezes as grandes decisões continuam sendo do “eu-diretor”, e que são delegadas à comissões apenas no que de melhor lhe convém. Porém, se se tomar o pr incípi o da integração interdisciplinar, multiprofissional, pode-se configurar estruturas integrativas por campos de interesse a exemplo de cuidados progressivos, de assistência à saúde por especialidade, ou outro nos quais a hierarquia/comando varia ou oportuniza a qualquer um dos membros da equipe multiprofissional ocupar cargos, por rodízios. Mais uma vez a divisão social do trabalho e as oportunidades de concentração de poder se mantém, mesmo se oportunizando espaço para estruturas integrativas, inter-sistemas e não só intra-sistemas. Uma estratégia da enfermagem tem sido ocupar espaço-poder na organização através da criação de um grande número de cargos, aumentando os “ao- ao”, diluindo as decisões e exigindo mais tempo para os trâmites burocráticos. Se o número de chefes faz “peso”/ poder. por outro lado, às vezes não somam esforços e as relações de comunicação se tornam complexas e múltiplas e voltadas mais para o seu próprio processo. A competência técnico-política é mais uma vez um fator importante nas relações de poder. Questiona-se aqui a eficiência organizacional, bem como a existência da organização orgânica. Questiona-se também as políticas empresariais de “enxugar a máquina” a partir da redução dos cargos como talvez mais um modismo econômico do que abertura de poder. Numa estrutura formal da organização de enfermagem, sua cadeia de comando, quer linear, funcional, linha-assessoria, quer matricial já conhecidas não contemplam as relações informais das pessoas que estão integradas neste sistema. Portanto, é nos estudos das relações ditas informais que se pode encontrar a dinâmica mais real do sistema. As diferenças, as desigualdades, o privado e o público, as unicidades, as globalidades, as diversidades, enfim, a harmonia conflitual
Keywords: Hospitais, organization and administration
1- CASTORIADIS, Cornélius. As encruzilhadas do labirinto/1. RAE -FGV, São Paulo, v.34, n.3, p.8, maio/ jun. 1994. 2- MAFFESOLI, M. A conquista do presente. Rio de Janeiro: Rocco, 1984. p.14, 37. 3- _____. O tempo das tribos. Rio de Janeiro: Florense Univ., 1987. 4- PRESTES MOTTA, F. C. CAMPOS NETTO, G. L. A associação contra a hierarquia. RAE -FGV, São Paulo, v.34, n.1, p.27. jan./fev. 1994 UFSC Campus Universitário - Trindade Departamento de Enfermagem - PG Florianópolis - SC Tel.: (048) 231-