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Desafios do G-20 Pós-Crise: Análise das Posições Econômicas dos EUA, China, Alemanha e Bra, Notas de aula de Economia

Este documento analisa as mudanças na governança econômica global após a crise financeira de 2008, com ênfase nas posições de estados unidos, china, alemanha e brasil no g-20. O artigo aborda a ampliação do g-20, a reforma dos mecanismos de governança e as posições de cada país na reconfiguração da ordem econômica mundial.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Selecao2010
Selecao2010 🇧🇷

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Artigo
A Governança econômica global e os desafios do G-20
pós-crise financeira: análise das posições de Estados
Unidos, China, Alemanha e Brasil
The global economic Governance and the challenges of the
G-20 after the financial crisis: an analysis of the positions of
the United States, China, Germany and Brazil
Leonardo ramoS*
Ja vie r va deL L**
ana SaGGioro***
márCia FernandeS****
Introdução
A crise financeira de 2008 teve impactos significativos no capitalismo global,
sendo um de seus reflexos na estrutura da governança global a constituição e
evolução do G-20. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é analisar tais mudanças
nos mecanismos de governança e, em especial, as posições de quatro dos principais
atores nas cúpulas do G-20 no complexo processo de reconfiguração da ordem
econômica mundial, a saber: Estados Unidos (EUA), República Popular da China,
Alemanha e Brasil. Dentre outras razões, tal escolha se deu pelo fato de os EUA,
maior economia do mundo, e Alemanha, maior economia europeia, representarem
a posição dos Estados capitalistas dominantes. A China é a potência econômica
emergente de maior destaque e o novo motor do capitalismo global. A posição
do Brasil é de extrema relevância para o nosso trabalho, já que permite mapear o
papel do País nesse importante mecanismo de governança econômica global desde
a crise financeira de 2008.
Em que medida a institucionalização do G-20 significa uma mudança
substantiva no sistema de governança econômica global? Nossa hipótese é que,
rev. Bras. Polít. int. 55 (2): 10-27 [2012]
* Professor do Departamento de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(PUC Minas) e Líder do Grupo de Pesquisa dos Países Emergentes da mesma instituição (lcsramos@pucminas.br).
** Professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas e Líder do Grupo de Pesquisa dos
Países Emergentes da mesma instituição (javier.vadell@gmail.com).
*** Pesquisadora do BRICS Policy Center do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e membro do Grupo de Pesquisa dos Países Emergentes da PUC Minas
(anasaggioro@gmail.com).
**** Assistente de pesquisa do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas e membro do Grupo
de Pesquisa dos Países Emergentes da mesma instituição (marcia_fernandes14@hotmail.com).
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A rtigo

A Governança econômica global e os desafios do G-

pós-crise financeira: análise das posições de Estados

Unidos, China, Alemanha e Brasil

The global economic Governance and the challenges of the

G-20 after the financial crisis: an analysis of the positions of

the United States, China, Germany and Brazil

Leonardo ramoS* Javier vadeLL** ana SaGGioro*** márCia FernandeS****

Introdução

A crise financeira de 2008 teve impactos significativos no capitalismo global, sendo um de seus reflexos na estrutura da governança global a constituição e evolução do G-20. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é analisar tais mudanças nos mecanismos de governança e, em especial, as posições de quatro dos principais atores nas cúpulas do G-20 no complexo processo de reconfiguração da ordem econômica mundial, a saber: Estados Unidos (EUA), República Popular da China, Alemanha e Brasil. Dentre outras razões, tal escolha se deu pelo fato de os EUA, maior economia do mundo, e Alemanha, maior economia europeia, representarem a posição dos Estados capitalistas dominantes. A China é a potência econômica emergente de maior destaque e o novo motor do capitalismo global. A posição do Brasil é de extrema relevância para o nosso trabalho, já que permite mapear o papel do País nesse importante mecanismo de governança econômica global desde a crise financeira de 2008. Em que medida a institucionalização do G-20 significa uma mudança substantiva no sistema de governança econômica global? Nossa hipótese é que,

rev. Bras. Polít. int. 55 (2): 10-27 [2012]

  • Professor do Departamento de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e Líder do Grupo de Pesquisa dos Países Emergentes da mesma instituição (lcsramos@pucminas.br). ** Professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas e Líder do Grupo de Pesquisa dos Países Emergentes da mesma instituição (javier.vadell@gmail.com). *** Pesquisadora do BRICS Policy Center do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e membro do Grupo de Pesquisa dos Países Emergentes da PUC Minas (anasaggioro@gmail.com). **** Assistente de pesquisa do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas e membro do Grupo de Pesquisa dos Países Emergentes da mesma instituição (marcia_fernandes14@hotmail.com).

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a despeito da ação dos governos por meio da aplicação de estímulos monetários, fiscais e cambiais frente à crise de 2008, prevalecem as medidas de curto prazo e as respostas baseadas nos interesses nacionais. É verdade que, como era de se esperar, houve a incorporação de países como China, Índia e Brasil nas instituições de governança global. Não obstante, a legitimidade de tal incorporação é frágil e as soluções propostas nos últimos anos se parecem mais a acomodações e ajustes baseados em princípios liberais, mais flexíveis, para poder equacionar as complexas negociações entre os membros do G-20, do que uma reestruturação das instituições visando à transformação da economia capitalista global. Dessa maneira, em primeiro lugar, apresentar-se-á o processo de formação do G-20 a partir da ampliação do G-8 e os aspectos mais salientes das cúpulas do G-20, desde 2008. Logo depois analisaremos a posição dos EUA, da Alemanha, da China e do Brasil. Por fim, serão feitas algumas considerações finais a partir de tais levantamentos, apontando para perspectivas de mudanças na ordem mundial.

G-20: o processo de formação

Na Tabela 1, nota-se uma significativa ascensão do “resto” (Amsden 2004) desde os anos 1970, em contraposição à diminuição da participação dos países do G-8 na economia mundial. Há uma crescente relevância dos países emergentes na economia política global, o que faz com que sua inclusão nos mecanismos de governança a partir do final dos anos 1990 se torne algo cada vez mais impreterível. O estabelecimento de um lócus ampliado de discussão na área financeira, que incluísse o G-10 e mais alguns dos principais países em desenvolvimento, remete ao encontro dos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G- em Halifax, em 1995 (Martinez-Diaz 2007). Nesse sentido, a crise asiática de 1997–1998 explicita algo que já emergia desde meados dos anos 1990, com a crise do México: as questões relacionadas ao sistema financeiro global não poderiam ser resolvidas exclusivamente pelo G-7, sendo fundamental incorporar os países “em desenvolvimento” ou “emergentes” em tais processos. Nesse contexto a ideia de um G-20 não era a única possibilidade viável nem era consensual entre os atores envolvidos. Na verdade, outras possibilidades foram trabalhadas na tentativa de ampliar o debate para os países em desenvolvimento.

Tabela 1. Produto Interno Bruto em comparação ao total mundial.

Grupo 1970 1980 1990 2000 2008 G- G-20^1 O G-20 sem G

71% 83% 8% 12%

64% 78% 9% 14%

68% 80% 7% 12%

66% 81% 10% 15%

55% 76% 14% 21% Fonte: UNSTATS.

1 G-20 sem União Europeia.

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Nota-se que, se por um lado há um reconhecimento da necessidade de mudanças para ampliar a representatividade nas e a legitimidade das instituições internacionais, por outro há, explicitamente, uma reafirmação dos pontos fundamentais do modelo neoliberal que acabara de colapsar: o compromisso com o livre mercado, a propriedade privada e os mercados competitivos (Ibidem, §12). Na cúpula de Londres (2009), foi adotado o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) em substituição ao FSF, incluindo os países do G-20, ex- membros do FSF, Espanha, e a Comissão Europeia – neste caso, a inclusão dos países emergentes foi o ponto fundamental da reforma (Idem 2009a). Na cúpula de Pittsburgh, em setembro de 2009, a economia mundial dava sinais de estabilidade dos mercados financeiros e de interrupção da queda das atividades econômicas. Houve em tal cúpula um comprometimento de que seriam desenvolvidas, “(…) até o final de 2010, normas acordadas internacionalmente para melhorar tanto a quantidade como a qualidade do capital bancário e desencorajar a alavancagem excessiva” (Idem 2009c, §13). Nesta cúpula foi debatida uma reforma do FMI e do Banco Mundial, dando uma maior participação aos países emergentes. Com relação à questão do emprego houve uma certa inflexão, sendo enfatizada “a relevância da Conferência de Londres sobre Empregos e da Cúpula Social de Roma (…), [da] recém-adotada Resolução da OIT sobre Recuperação da Crise: um Pacto de Empregos Globais” (Idem 2009b, §46). Na cúpula de Toronto, em 26 e 27 de junho de 2010, foi reafirmada a relevância do G-20 como fórum privilegiado de discussão das questões concernentes à economia global e à reestruturação da arquitetura financeira global. Destacam-se as questões ainda não resolvidas, como a recuperação desigual e ainda frágil dos países, a permanência dos índices de desemprego em alguns países e o impacto social da crise na Europa, que atingiu a Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália. Para isso, os países com economias deficitárias deveriam aumentar a poupança interna enquanto mantém os mercados abertos e aumentam sua competitividade de exportação e, os países emergentes superavitários deveriam “aumentar a flexibilidade da taxa de câmbio buscando refletir seus fundamentos econômicos subjacentes” (Idem 2010b, §12). A “guerra cambial” entre China e EUA aparece como ponto de tensão nas declarações e continuaria tendo repercussões para a próxima cúpula. Em Pittsburgh no ano anterior (2009) houve um comprometimento de aumento do capital dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs), o que ocorreu em Toronto (Tabela 2). Foi também endossada a reforma do Banco Mundial, que aumentou o poder de voto dos países em desenvolvimento em 4,59%.

LEONARDO RAMOS ;JAVIER VADE LL;A NA SAGGIORO ;M ÁRCIA FERNANDES

Tabela 2. Aumento do capital dos Bancos Multilaterais de Investimento (BMD).

BMD Aumento de capital (^) da criseEmpréstimos anuais antes (^5) (em US$ bilhões) Empréstimos anuais apósa crise (^6) (em US$ bilhões) AfDB^7 AsDB^8 EBRD^9 BID^10 BIRD^11 IFC^12

200% 200% 50% 70% 30%

1, 5, 5, 6, 12, 5,

6 10 11 12 15 17 Total 85% 37 71 Fonte: G-20 (2010a, §25; 2010c, §5).

Na cúpula de Seul, em 11 e 12 de novembro de 2010, foram destacados os problemas do desemprego, bem como a necessidade de acelerar o crescimento. Neste sentido ressaltou-se, a importância do livre comércio e da abertura de mercados. Com relação às taxas de câmbio os EUA, além das constantes demandas com relação ao valor do yuan, anunciaram, na véspera da cúpula, que, nos oito meses seguintes, o Fed irrigaria a economia estadunidense com US$ 600 bilhões (Agência financeira 2010). Em Seul foi acordada uma mudança nas cotas do FMI (ver tabela 3) e reafirmado o papel de destaque desta instituição na reconstrução da arquitetura financeira mundial. Para tal, seria necessário o aumento de sua capacidade de vigilância, bem como de seus dispositivos e linhas de crédito (G-20 2010d; 2010e). Neste processo, o FSB e BCBS também seriam centrais para estabelecer limites para a alavancagem dos bancos.

5 2000–2008. 6 2012–2020. 7 Banco de Desenvolvimento Africano. 8 Banco Asiático de Desenvolvimento. 9 Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento. 10 Banco Interamericano de Desenvolvimento. 11 Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – parte do grupo do Banco Mundial. 12 Corporação Financeira Internacional – parte do grupo do Banco Mundial.

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Especiais de Saque – Special Drawing Rights (SDR)^14 –, o que deverá ocorrer em 2015 (G-20 2011a).

Posição dos países

Estados Unidos

Em Washington, os EUA se posicionaram com desconfiança com relação aos planos de elaboração de uma nova ordem regulatória. Assim como o FMI, os EUA pressionaram os países a assumirem grandes déficits orçamentários, cortando impostos e incentivando o consumo. Já em Londres, os EUA buscaram influenciar os demais países do G-20 a implementarem programas de estímulo de, pelo menos, 2% do PIB. Os países europeus – incluindo França e Alemanha – defenderam uma maior regulamentação financeira, e não o aumento de estímulos, o que levou os EUA a, informalmente, construírem um compromisso com a China e a França acerca dos paraísos fiscais. Neste contexto, duas questões merecem destaque: primeiro, tais diferenças de posicionamento entre Europa e EUA foram, em larga medida, acomodadas pela administração do presidente Obama. Segundo, vários analistas anunciaram uma possível emergência de um “G-2”, entre os EUA e a China. Em Pittsburgh, as autoridades estadunidenses e europeias insistiram para que as autoridades econômicas das potências emergentes se envolvessem mais firmemente na concepção de um novo ordenamento econômico mundial. Em Toronto, os líderes dos países desenvolvidos do G-20, incluindo os EUA, se comprometeram a reduzir pela metade seu déficit nos próximos três anos – desde que tal medida não coloque em risco sua recuperação econômica mundial. Em tal cúpula, os EUA – juntamente com o Brasil e outros emergentes – não conseguiram convencer os países europeus a manterem suas políticas fiscais expansionistas para sustentar a retomada do crescimento mundial. Não obstante, na declaração final da reunião, há mudança de tom em relação aos documentos anteriores, com uma ênfase maior no crescimento. Em Seul, o presidente dos EUA reafirmou a necessidade dos países com superávit em conta corrente – o que inclui China e Alemanha – aumentarem a sua demanda doméstica em vez de depender das exportações para se recuperar. Com o apoio de EUA e Alemanha, foi colocado no documento preliminar a necessidade de ampliar o compromisso para que os membros do G-20 “não adotem medidas que freiam a valorização de moedas justificadas pelos fundamentos do mercado” (G1 2010), numa clara referência à política cambial chinesa.

14 Trata-se da “moeda” do FMI ou, mais especificamente, da unidade contábil utilizada pelo FMI desde 1969. Atualmente sua cotação se dá com base em uma cesta de moedas composta por: Dólar estadunidense, Iene, Libra Esterlina, Euro.

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No Plano de Ação de Cannes para Crescimento e Emprego , além de reafirmar a situação delicada da economia mundial, o G-20 afirmou que nos EUA a recuperação econômica foi menor do que o esperado. Assim, os EUA se comprometeram a adotar um pacote de medidas de curto prazo para sustentar a recuperação. Do mesmo modo que a Alemanha, os EUA reafirmaram seu compromisso com as decisões de Toronto no que diz respeito a planos de consolidação claros e credíveis, visando reduzir seu déficit até 2013, baseado nos índices de 2010, além de buscar reduzir a dívida pública até 2016. Especificamente, o país se comprometeu a reduzir de forma equilibrada sua dívida pública até a metade da atual década através da Lei de Controle do Orçamento de 2011. Estima-se que essas reformas reduzirão o déficit dos EUA em $ 4 trilhões em cerca de 10 anos. O país também se comprometeu a aumentar a supervisão dos mercados de financiamento e a adotar medidas que permitam o aumento da poupança das famílias (G-20 Information Centre 2011). Em relação ao aumento dos fundos destinados ao FMI, os EUA mantiveram em Cannes uma posição contrária, alegando que o fundo já possuía recursos suficientes (Bayne 2011). Neste sentido, juntamente com a França, enfatizaram a necessidade de maior flexibilidade cambial e da ampliação das moedas que sustentam os fundos de reserva do FMI.

China

A posição da China em Washington focou-se em quatro prioridades básicas: 1) uma ampla reforma no sistema monetário, nas instituições financeiras e nas regras e procedimentos das finanças internacionais; 2) uma reforma que contemple de maneira balanceada os interesses de todas as partes; 3) reformas incrementais que visem a um progresso gradual; 4) uma reforma orientada que objetive resultados práticos. As reformas deveriam contribuir para a estabilidade financeira internacional, o crescimento econômico global e o bem-estar das pessoas de todos os países. Em Londres, a China focou em três pontos: medidas de curto e longo prazo para lidar com a crise econômica, a reforma do sistema financeira global e reforma do papel das instituições financeiras globais. Ela pediu maior voz para os países emergentes e em desenvolvimento no sistema financeiro internacional na luta contra o protecionismo comercial e financeiro, e também foi favorável ao incremento dos gastos dos governos para estimular a economia. A China concordou com os países europeus na reforma do sistema financeiro internacional e apoiou a necessidade da criação de uma moeda de reserva internacional supra-soberana. Nesse sentido, o presidente do Banco Central Chinês expressou a necessidade de estimular o uso dos SDR como substituto do dólar. Alguns analistas sugerem que a China adota uma política de promoção da sua própria moeda, o yuan, como uma futura moeda de reserva, já que Beijing assinou acordos de “ currency swaps ” com seis Bancos Centrais: Hong Kong, Indonésia, Coreia do Sul, Malásia, Bielorrússia e Argentina

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essa ajuda, especialmente o reconhecimento da China como economia de mercado na OMC, e o fim do embargo de armas que se iniciou após a repressão na praça de Tiananmen na década de 1990 (Stephens 2011). Nessa direção, a China se comprometeu a ajudar a zona do Euro, não de maneira intergovernamental, mas sim por intermédio do FMI, posição que adquiriu força após ser consensuada entre os BRICS.

Alemanha

Em Washington, a Alemanha estava preocupada com a queda de suas exportações, o que reforçou a posição de que a regulamentação dos mercados e a ação do Estado são importantes para garantir maior liquidez internacional. Em Londres, a Alemanha tinha a expectativa de convencer os países do G-20 a serem mais transparentes em relação aos seus mercados e aos centros offshore , e também mais rígidos nos controles dos mercados financeiros. Alemanha e Reino Unido concordavam que a solução para a crise também estava na reformulação do sistema bancário e buscavam promover uma articulação com o Banco Mundial, o FMI e bancos regionais para avaliar como essas instituições poderiam desempenhar um papel mais relevante no empenho de conter a crise financeira. Em Pittsburgh, a Alemanha defendeu uma regulamentação mais rígida nos mercados financeiros, bem como um novo equilíbrio entre estes e os Estados, além da criação de organizações supranacionais para auxiliar na condução desse equilíbrio. Ao término da cúpula, a Alemanha afirmou que os sistemas de regulação bancária internos deveriam ser modificados, o que foi criticado pelos EUA e pelo Reino Unido. A Alemanha era favorável à supervisão dos bancos alemães, no sentido de estarem sujeitos ao pagamento de bônus se assumirem altos riscos injustificáveis. Essas novas diretrizes foram a resposta da Alemanha às recomendações da cúpula anterior do G-20 realizada em Londres. Em Pittsburgh a chanceler alemã pressionou pela adoção de tais medidas para implementar um plano global para o desenvolvimento econômico sustentável. Tal questão foi retomada em Toronto quando a chanceler alemã defendeu a criação de um imposto nos mercados financeiros internacionais por considerar tal medida eficaz na redução da especulação internacional. Este imposto também seria usado como um fundo de resgate para socorrer os bancos que precisassem de ajuda futuramente. Em Seul, a Alemanha ressaltou a falta de convergência entre China, EUA e União Europeia em relação à regulação do setor bancário e à reforma da regulação cambial. Neste contexto, reafirmou seu compromisso com as decisões de Toronto com relação à redução da dívida pública. Ademais, o país se comprometeu a adotar medidas capazes de incentivar o consumo privado e o investimento interno. É importante perceber que, nas cúpulas do G-20, a Alemanha tem, via de regra, apoiado as propostas da França. Os dois países atribuem à estrutura dos pacotes

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de compensação dos bancos a responsabilidade pela atual crise financeira pelo fato daquela ter estimulado a excessiva tomada de riscos que visava maximizar os lucros de curto prazo dos bancos à custa da própria estrutura destes. Assim, Alemanha e França se reuniram antes da cúpula de Cannes e defenderam a criação de um imposto sobre as transações financeiras para os países europeus. Contudo, a negociação entre os dois países para alcançar uma solução para a crise europeia antes de Cannes não obteve êxito, o que fez com que a busca por esta solução ocupasse posição central na agenda da Cúpula. (Hilimoniuk 2011).

Brasil

O Brasil percebeu na crise de 2008 uma oportunidade para a mudança na estrutura do sistema financeiro e econômico internacional. O país atuou no processo de consolidação do G-20 como o principal foro para lidar com temas econômicos internacionais, e tem defendido a maior participação dos países emergentes nas instituições de decisão sobre a economia mundial. Segundo o governo brasileiro, o G-20 teria aberto espaço ao Brasil para participação em outros foros, como IOSCO (Organização Internacional de Comissões de Valores Mobiliários), FSB, BIS (Banco de Compensações Internacionais) e no processo de formulação do Acordo de Basileia III (Ministério das Relações Exteriores 2010a; 2010b). Neste sentido, em Washington, o governo brasileiro declarou que o G- não tinha mais condições de guiar a saída da crise, tendendo a ser substituído pelo G-20. Além disso, o Brasil defendeu uma maior participação dos principais países em desenvolvimento nas instituições de governança global, bem como o fortalecimento do FMI e do Banco Mundial, desde que isso implicasse mudanças que elevassem o peso dos emergentes em tais instituições. O governo brasileiro declarou a intenção de adotar políticas anticíclicas, ao mesmo tempo em que buscaria manter o cumprimento das metas fiscais de superávit primário, definidas para 2008 e 2009. Por fim, se posicionou contra a proposta dos EUA de criação de novos mecanismos para gerar crescimento mundial equilibrado e sustentável. Em Londres, o governo brasileiro propôs à China a utilização do Real e do Yuan no comércio bilateral, em substituição ao dólar. Houve também um posicionamento favorável com relação à política do FMI que visava assistir os países atingidos pela crise, com a ressalva de não reduzir as reservas internacionais do país. Neste contexto, o Brasil destacou a importância dos sistemas financeiros estarem vinculados à produção e à geração de emprego e renda bem como a necessidade de uma reforma dos organismos internacionais para que se construa um sistema internacional mais justo – visando a uma maior democratização das instituições financeiras e o combate aos paraísos fiscais. Em Pittsburgh, o Brasil se declarou disposto a assumir uma posição de liderança em relação às normas internacionais de contabilidade na América Latina. Com relação às tensões entre os países desenvolvidos, o Brasil enfatizou

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Em oposição ao FMI e ao Banco Central Europeu, em Cannes a presidenta Dilma defendeu a taxação das operações financeiras mundiais como uma forma de financiar os investimentos sociais internacionalmente. Além disso, defendeu a criação de um programa mundial de renda mínima. Tal proposta já havia sido defendida pela OIT e, desta vez, contou também como o apoio da Argentina (Wasserman 2011). Além disso, houve certa divergência entre Brasil e China no tocante às questões de comércio internacional e normas sociais. No caso do comércio, o Brasil justificou sua postura comercial mais defensiva enquanto a China defendeu uma postura mais aberta se colocando contrária às políticas protecionistas. Já na questão trabalhista, a questão se inverteu: o Brasil defendeu a proposta da OIT de criação de um piso de proteção social por parte dos países do G-20 – o que foi visto com desconfiança por China e Índia (Valor Econômico 2011c; BRICS Policy Center/Núcleo de Sistemas de Inovação e Governança para o Desenvolvimento 2011). Com relação à crise do Euro o Brasil propôs uma resposta coordenada entre os membros do BRICS. Tais países ajudariam a zona do Euro por meio de um fundo administrado pelo FMI, e não via compra de títulos europeus (Pereira 2011). Com relação às questões cambiais, o Brasil se colocou a favor da proposta que foi expressa na declaração final.

Considerações finais

A emergência de novas potências mundiais, aliada à relativa diminuição da influência dos países desenvolvidos, coloca empecilhos para uma resolução da crise mediante mecanismos de governança global que levem em consideração apenas os interesses das potências ocidentais. Historicamente, as potências que tiveram capacidade de liderar saídas de situações de caos sistêmico e crises globais se apresentaram como potências hegemônicas, construindo uma ordem mundial, de modo a tornar universais seus valores, regras, normas e interesses particulares (Arrighi 1993). Hoje, na atual situação de crise, nenhum país – sejam as potências tradicionais ou emergentes – mostrou capacidade de exercer esse papel de liderança e guiar uma saída para a crise a partir de seus moldes. Alguns países emergentes, como Brasil, China, Índia, Coreia do Sul e México, já vêm desempenhando um papel decisivo em duas grandes áreas: demanda por um regime de comércio mundial mais aberto e gestão da crise econômica mundial com maiores controles aos fluxos de capitais. Durante as negociações ministeriais na OMC em julho de 2008, o Brasil foi o negociador mais ativo. O fracasso nessas negociações deveu-se às discrepâncias do Brasil com a Índia, em torno à liberalização dos produtos agrícolas. Com relação à questão do controle aos fluxos de capitais, a proposta de liberalização foi recolocada pelos países desenvolvidos em Cannes, em 2011, com os países emergentes se colocando claramente contrários a tal proposta.

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Na cúpula de Londres, os EUA buscaram influenciar os demais países do G-20 a implementarem programas de estímulo de pelo menos 2% do PIB. Não obstante, os países europeus – incluindo França e Alemanha – defenderam uma maior regulamentação financeira, e não o aumento dos gastos. Outras nações como o Japão, China, Índia e o Brasil permaneceram neutros, o que facilitou alguns avanços. Dias antes da cúpula de Londres o Diretor do Banco Central da China propôs que os SDR do FMI substituíssem o dólar como moeda de reserva, mas este tópico controverso não foi incluído na agenda da cúpula. Embora tais exemplos apontem para uma falta de entendimento e de posições claramente convergentes, é possível perceber uma certa tendência, ainda incipiente e frágil, em direção à formação de duas grandes coalizões – ambas permeadas de clivagens e contradições internas: de um lado, China, Brasil e os “novos emergentes”, incluindo a Argentina (com a Coreia do Sul em uma posição de centro). Uma estratégia dos EUA para tentar cooptar países como o Brasil, por exemplo, é acusar a China de práticas cambiais desonestas ou manipuladas (Lacerda 2010). Em contraposição, e tendo em vista inclusive certas políticas cambiais unilaterais adotadas pelos EUA, a China acaba liderando determinadas propostas de alternativas monetárias ao dólar como reserva internacional – propostas que contam com certo apoio brasileiro. Além disso, a China responde às críticas dos EUA destacando a necessidade de que os países desenvolvidos implementem os compromissos feitos em Toronto – redução pela metade dos déficits até 2013 e estabilização ou redução da dívida em relação ao PIB até 2016. Soma-se a tais questões o fato de que os países emergentes são a favor do controle de capitais e contra a proposta dos países desenvolvidos para que haja uma redução do ritmo de acumulação de reservas internacionais (Valor Econômico 2010a; 2011b). Tal crítica dos países desenvolvidos é voltada para a China, pois as reservas dos BRICS somam cerca de US$ 4 trilhões, dos quais US$ 3,2 trilhões correspondem à China. Destaca-se, no caso do Brasil, a tentativa, em Cannes, de definir previamente certas posições comuns dos países latino-americanos (Calotti

  1. – Brasil, México e Argentina – sem, contudo, uma definição clara do futuro de tal tentativa de coalizão. Do outro lado, os países desenvolvidos se encontravam em uma posição relativamente comum até a crise da Grécia. A partir de então, percebe-se uma certa fragmentação de tal bloco entre EUA e União Europeia. Os EUA se colocam contrários à regulamentação financeira, em consonância com os interesses do setor financeiro estadunidense, e favoráveis às políticas monetárias expansivas. Já a União Europeia, liderada pela Alemanha, é a favor de certos controles dos fluxos de capitais, com maiores ajustes fiscais monitorados pelo FMI na periferia da zona do Euro. Neste caso, o Brasil acaba se aliando à posição dos EUA, defendendo que os países desenvolvidos adotem políticas de estímulo à economia, e não políticas de contenção fiscal (Valor Econômico 2011a).

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