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Palavras-chave: Ginástica, Educação Física Escolar, Metodologia crítico- superadora ... Fundamentos básicos da ginástica acrobática competitiva.
Tipologia: Resumos
Compartilhado em 07/11/2022
4.6
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A Ginástica na Educação Física Escolar e a Metodologia Crítico- superadora Gilce Vicente Teixeira – Professora PDE Ieda Parra Barbosa Rinaldi – Orientadora PDE Resumo: O presente estudo teve por objetivo investigar como a Ginástica pode ser desenvolvida na educação física escolar a partir da metodologia crítico-superadora, vislumbrando possibilidades de intervenção. O estudo de caráter qualitativo do tipo descritivo foi desenvolvido em três etapas: identificação da metodologia crítico-superadora; elaboração e aplicação de oito temas do conhecimento gímnico; e, interpretação das experiências de ensino com a Ginástica na educação física escolar. A partir da aplicação e da observação das aulas, pudemos ampliar nosso conhecimento em relação à Ginástica e à metodologia crítico-superadora, além de tornar possível o desenvolvimento de um trabalho com a Ginástica que valorize a condição humana com perspectivas de superação dos problemas provenientes da realidade social. Palavras-chave: Ginástica, Educação Física Escolar, Metodologia crítico- superadora Abstract: This study aimed to investigate how the Gymnastics could be developed in physical education from school-super critical approach, seeing the possibility of intervention. The qualitative study of character-type description was developed in four stages: study of methodological approaches; identification of the methodology-super critical; development and implementation of eight themes of knowledge gímnico, and interpretation of experiments with Gymnastics teaching physical education in school. From the application and observation of lessons we could extend our knowledge regarding the methodology and Gymnastics-super critical, in addition to making possible the development of a job with the Gymnastics that enhances the human condition with prospects for overcoming the problems arising from social reality. Key words: Gymnastic, School Physical Education, critic-superated methodology INTRODUÇÃO A educação física escolar agrega diversos saberes a serem tratados, como dança, jogos e brincadeiras, esportes, lutas e ginástica (Soares et al., 1992). Todos são de grande importância para área, portanto, carecem de ser estudados. Nessa pesquisa, em especial, pretendemos focar a ginástica como tema a ser tratado na educação física escolar. A ginástica não tem sido trabalhada na escola de forma satisfatória. De acordo com Schiavon, Nista-Piccolo (2007), um fator relevante para a ausência da ginástica em meio escolar, é o desconhecimento, por parte dos professores,
sobre como trabalhar o conhecimento gímnico, o que nos mostra a dificuldade de visualizar a ginástica para além do seu aspecto competitivo. Segundo Ayoub (2003, p. 84) a ginástica quase não existe na escola devido a preconceitos e por serem atividades extremamente difíceis. Afirma ainda “[…] que o processo de limitação que vem ocorrendo na educação física escolar brasileira, restringindo seu conteúdo ao esporte e deixando de lado a ginástica (entre outros temas da cultura corporal), é muito séria e preocupante.” A falta de infra- estrutura adequada para o desenvolvimento da ginástica, segundo Barbosa- Rinaldi, Souza (2003), é um outro motivo, pois, Soares et al. (1992, p.77), consideram esse um fator que “desestimula o professor a ensinar à ginástica”. Todavia, quando existem esses meios, a esportivização sobressai, fixando normas de movimento e o sexismo das provas, além de gerar a elitização da ginástica (SOARES, et al., 1992), moldes provavelmente construídos pela mídia e pela formação inicial. Assim, por desconhecerem as possibilidades de trato com a ginástica na escola, acabam por não dar oportunidade aos alunos de conhecer e vivenciar as diversas manifestações gímnicas presentes na contemporaneidade. Entendendo a ginástica como área de conhecimento a ser tratada na educação física escolar e as dificuldades apresentadas pela maioria dos professores em relação ao desenvolvimento da mesma, como os saberes gímnicos poderiam ser trabalhados de forma significativa para os alunos? Quais elementos gímnicos deveriam ser abordados? Sendo assim, destacamos como objetivo: investigar como a Ginástica pode ser desenvolvida na educação física escolar a partir da metodologia crítico-superadora, vislumbrando possibilidades de intervenção. Para tanto, essa pesquisa foi desenvolvida em três etapas. Primeiramente, elegemos a abordagem crítico-superadora proposta por Soares et al. (1992), dentre as metodologias da área da educação física. Essa abordagem, não só vem orientar os profissionais de educação física, mas também, apresenta programas de organização e seleção dos conteúdos em ciclos de escolarização, auxiliando na elaboração e planejamento das aulas. Em seguida, aplicamos doze aulas de educação física para alunos da 5ª série do ensino fundamental de uma escola pública do município de cianorte. Essas aulas tiveram como tema a ginástica que foram divididas em oito unidades. Na terceira e última parte fizemos a interpretação das experiências
A metodologia crítico-superadora surgiu em meados 1980, época em que houve a necessidade de se repensar a educação física para além da esportivização. No entanto, se configurou no início da década de 1990. Essa metodologia, proposta no livro Metodologia do Ensino de Educação Física (1992)^1 , “expõe e discute questões teórico-metodológicas da Educação Física, tomando-a como matéria escolar, que trata, pedagogicamente, temas da cultura corporal” (SOARES, et al. p.18). As reflexões e avanços gerados pela discussão da proposta crítico- superadora contribuiu para que se pensasse em uma nova educação física no espaço escolar, esta proposta se fundamentava em uma orientação filosófica, na qual o indivíduo conhece sua realidade historicamente construída, ou seja, é proporcionada ao aluno a compreensão do movimento histórico da construção de sua corporeidade, e a partir de uma posição crítica adotada por ele, torna-se capaz de nela interferir para superá-la. Nessa perspectiva, os autores buscam o entendimento histórico de cultura corporal humana, em que se constata que a dinâmica curricular no âmbito da educação física apresenta características bem diferenciadas. Deste modo, há a busca por: desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas (SOARES et al., 1992, p.38). De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008, p.10), é uma abordagem progressista, crítica, que surgiu após um período em que estudiosos, profissionais de educação física passaram a questionar a “legitimidade dessa disciplina como campo de conhecimento escolar.” Nesse sentido, temos como conhecimento específico da educação física escolar a cultura corporal, e como conteúdos, o jogo, o esporte, a luta, a ginástica, a dança e outras formas de manifestações corporais. No entanto, (^1) O livro Metodologia do Ensino de Educação Física (Coleção Magistério 2º grau – série formação do professor) foi elaborado por: Carmen Lúcia Soares, Celi Neuza Zülke Taffarel, Elizabeth Varjal, Lino Castellani Filho, Micheli Ortega Escobar e Valter Bracht.
neste trabalho abordaremos apenas a especificidade da ginástica como saber institucionalizado da educação física, por essa apresentar-se, atualmente, distante do espaço escolar. De acordo com Soares et. al. (1992, p.77), a ginástica como uma forma de exercitação, provoca “valiosas experiências corporais, enriquecedoras da cultura corporal das crianças, em particular e, do homem, em geral”. Dessa forma, torna-se necessária, pois é uma prática permeada por um significado cultural por abarcar a “tradição histórica do mundo ginástico”, permitindo aos alunos darem sentido às suas exercitações ginásticas. Desse modo, segundo Barbosa-Rinaldi (2004, p.77), “[...] é direito de todo cidadão o acesso a essa área do conhecimento, porque em conjunto com outras áreas poderá contribuir para que os alunos possam participar da construção de uma realidade mais favorável para si e para todos”. METODOLOGIA Essa pesquisa caracteriza-se como do tipo de campo, na qual, segundo Gil (2002, p. 53) “a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado, podendo utilizar procedimentos de filmagem, fotografias, entre outros”. O autor ainda afirma que “no estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois é enfatizada importância de o pesquisador ter tido ele mesmo uma experiência direta com a situação de estudo” (p. 53). O que, conseqüentemente, torna seus resultados mais fidedignos e não requer equipamentos especiais para a coleta de dados. Quanto às respostas apresentadas, as mesmas se tornam mais confiáveis, devido ao fato do pesquisador participar mais efetivamente no acompanhamento do grupo. As experiências com a Ginástica foram desenvolvidas no Colégio Estadual Itacelina Bittencourt Ensino Fundamental e Médio da rede pública estadual, na cidade de Cianorte-PR, no ano de 2008. Doze aulas de ginástica foram organizadas de forma geminada, aplicadas para a 5ª série do ensino fundamental sob a orientação da professora titular (participante do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE) com base na metodológica crítico- superadora. A turma era composta por trinta e dois (32) alunos, entre dez e treze anos de idade.
4° UNIDADE Elementos Acrobáticos AULA 06 Rolamento (para frente e para trás);Roda;Parada de mãos;Parada de cabeça; Porque esses elementos ginásticos são classificados por acrobáticos? O que são exercícios acrobáticos? O que é Ginástica Acrobática? Como surgiram? É praticada no Brasil?
Tema: introdução à ginástica Primeira parte Com os alunos sentados em círculo, fizemos um debate iniciando com uma conversa sobre Ginástica para saber o que os alunos entendiam sobre o tema. A seguinte pergunta foi lançada: O que vocês lembram quando ouvem a palavra Ginástica? Os alunos responderam: exercícios; alongamento; aquecimento; movimentar o corpo. Como estímulo visual, utilizamos um cartaz baseado em Soares et al. (1992) com tópicos sobre as diferentes formas de ginástica e os elementos gímnicos, o que em síntese, seria desenvolvido durante a realização da proposta de intervenção de ginástica na escola. Além do cartaz esboçamos um desenho com giz representando os cinco grandes grupos dos principais campos de atuação da ginástica, proposto por Souza (1997, p.26), são eles: ginástica de conscientização corporal, condicionamento físico, de demonstração, fisioterápicas e de competição. Em seguida apresentamos os elementos gímnicos, como saltos/saltitos, giros, flexibilidades, equilíbrios, formas de andar/correr, elementos acrobáticos, aparelhos e coreografia. Então, iniciamos uma pequena discussão sobre as seguintes questões: Professora: O que é necessário para realizarmos as aulas de Ginástica de maneira que todos possam alcançar o resultado positivo? Para que todos obtenham sucesso?De que maneira poderíamos realizar nossas aulas considerando as diferenças individuais, e buscando superar os obstáculos de cada um como se fosse nosso? Alunos: Precisamos ter coragem, atenção, raciocínio, equilíbrio, adrenalina. Professora: De que maneira? Alunos: Respeitando. Professora: O que é respeitar? Alunos: Não xingar, não brigar quando o colega não conseguir. Professora: O que mais?
escola e sua identificação na ação cotidiana. Então foram distribuídas figuras de ginastas em poses que remetiam aos elementos gímnicos. E as perguntas iniciais e problematizadoras foram lançadas. Quais outros tipos/formas de Ginástica vocês conhecem além destes citados? Qual delas seria mais importante/adequada para ser praticada em nossa escola? As respostas foram variadas. Alguns disseram que conheciam os exercícios de esticar o corpo, polichinelo, sinaleiro, outros disseram abdominais, flexões de braço. E na opinião deles todas aquelas formas ginásticas citadas na aula anterior poderiam ser desenvolvidas em nossa escola. Como questão problematizadora: Quais os maiores obstáculos para a prática da Ginástica em nossa escola? A maioria dos alunos respondeu que a falta de instalações adequadas era o principal obstáculo. Segunda parte Para dar seqüência às explicações expositivas da aula anterior, retomamos o quadro proposto por Souza (1997, p.26) e o cartaz. Para que os alunos visualizassem a amplitude e variedade dos campos de atuação da Ginástica facilitando a compreensão destes conhecimentos, as explicações mais detalhadas foram sobre as formas ginásticas escolhidas artística\olímpica, rítmica, desportiva, aeróbica, acrobática, step e geral, por considerarmos serem mais conhecidas e divulgadas, por fazerem parte da história e por apresentarem elementos que possam ser aplicados nas aulas de educação física escolar de acordo com as condições físicas e materiais da escola, além do mais vem ao encontro com o que preconiza a metodologia crítico-superadora proposta por Soares et. al. (1992), que salientam a importância de promover a leitura da realidade. Para tanto, se faz necessário que a forma de aplicação seja coerente com o objetivo, seleção e organização dos conteúdos. Terceira parte Distribuímos uma folha de sulfite a cada aluno para que fizessem anotações sobre o que entenderam das duas últimas aulas, descrevendo as seguintes ginásticas: artística, rítmica, aeróbica, acrobática, step e geral. Os
alunos levaram esta folha para casa devendo entregá-la à professora no próximo encontro. TERCEIRA AULA Tema: introdução à ginástica Primeira parte Essa aula pretendeu verificar a importância da Ginástica na vida dos alunos. Conversamos sobre os elementos gímnicos básicos/elementares que seriam trabalhados nas próximas aulas e foram feitos questionamentos que levassem os alunos a relacioná-los com a realidade da vida cotidiana e sua importância. Por exemplo: A Ginástica está presente em nossas vidas? De que maneira? Vocês utilizam a Ginástica (elementos gímnicos) no cotidiano? Como? Qual a importância da Ginástica para a nossa vida? Os diálogos realizados nessa aula mostraram que os alunos não apresentam dificuldade para relacionar o conhecimento gímnico com as práticas cotidianas (ao brincarem nos momentos livres, nos trabalhos domésticos de casa ou quando saem, ao se deslocarem os obstáculos que encontram pelo caminho). Portanto, acreditam ser possível sua prática nas aulas de educação física e demonstraram expectativa, ansiedade e curiosidade na realização das mesmas. As seguintes questões problematizadoras foram feitas: Por que estudar esse conteúdo? Por que as várias formas ginásticas sempre sofreram influência social, política e econômica, na evolução da história? Estas questões necessitam do conhecimento sistematizado e historicamente produzido para serem respondidas, como será feito a seguir. Segunda parte Exposição teórica de trechos de alguns textos para o esclarecimento das questões anteriores. Falamos também do direito e das oportunidades que deveriam ser iguais para todos na teoria e na prática. Que devemos aprender a lutar, exercer nossos direitos, cumprir nossos deveres. Esclarecemos também que eles, alunos de escola pública, têm direito ao conhecimento gímnico e embora nossa escola não tenha instalações adequadas, poderíamos realizar/implementar um Projeto de Ginástica, que pudesse resgatar esse
que o homem precisou aprender estas habilidades? Como as pessoas fazem uso do saltar/saltitar hoje na vida urbana? Estão praticamente, respondidas e explicadas sabendo-se que hoje na vida urbana estamos cada vez mais criando mecanismos que facilitam as tarefas gerando um afastamento crescente dos movimentos que também fazem parte dos conhecimentos gímnicos valorizando-os para que não se percam na evolução da história. Segunda parte Os alunos foram distribuídos em cinco grupos e realizaram saltos e saltitos nas estações formadas com os aparelhos diversos: arcos, cordas, caixas de papelão, banco e colchonetes. Foram realizados saltos e saltitos para frente, para trás, com uma perna só, pernas unidas, separadas, para a direita, para a esquerda, para cima, para baixo, por cima do objeto (aparelho), com apoio das mãos, através dos arcos, dentro do arco no chão, etc. Após experimentarem as várias formas de saltar/saltitar, nos reunimos para discutir as maiores dificuldades encontradas. Todos estavam muitos empolgados e a maior dificuldade, de acordo com eles, foi em relação à organização dos alunos durante as estações. Após estas discussões, os alunos voltaram às estações, desta vez, para realizar saltos e saltitos em duplas, trios e em grupos maiores buscando novas possibilidades. Terceira parte Em círculo, conversamos sobre a aula e discutimos sobre os saltos e saltitos e a utilização dos diferentes aparelhos. Trazendo à tona a experiência de saltar e saltitar individualmente, dentro do grupo e depois em duplas, trios e com o grupo. Os alunos foram orientados a escrever no sulfite o que entenderam sobre esta aula e posteriormente entregar todas as anotações. Neste momento os alunos disseram: Nós temos que ter impulso para saltar e tirar os pés do chão. Saltito é o mesmo que salto só que com tempo menor. No final indagamos: Será que poderíamos fazer outros tipos de movimentos com os aparelhos? Deixando este assunto para ser discutido na próxima aula.
Tema : flexibilidades, giros, equilíbrios, formas de andar e correr Primeira parte Inicialmente apresentamos os conteúdos e os objetivos da aula. Em seguida iniciamos as discussões: Professor: O que é flexibilizar, girar, equilibrar, andar e correr? Alunos: Professora, o que é flexibilizar? Professora: Quando dizemos que alguém tem flexibilidade o quê queremos dizer? Alunos: Ah! É quando tocamos o chão sem dobrar o joelho. Professora: E girar? Alunos: É quando rodamos! Quando viramos sempre para o mesmo lado! Professor: E equilibrar? Alunos: É quando não caímos. Professor: E andar e correr? Alunos: Corremos quando jogamos bola, quando vamos para casa vamos andando. Professor: Então vocês já visualizaram estas formas de movimento? E eles disseram que sim. Estas questões serviram para pensar sobre os elementos gímnicos citados e saber o entendimento deles sobre o tema. É possível executar esses elementos com ritmo? Os alunos pensaram um pouco e disseram que achavam que sim. Qual a importância desses elementos da Ginástica para a vida humana? Responderam que precisamos fazer coisas diferentes algumas vezes como girar ao passar pela porta e girar para fechá-la. Correr às vezes, para atravessar a rua, para “pegar a bicicleta”. Houve muita participação dos alunos que se manifestaram dando respostas e fazendo comentários de maneira organizados, o tempo todo. Estes elementos estão presentes no dia-a- dia? Como? Disseram que sim como já haviam citado anteriormente. Os alunos também reconheceram os elementos gímnicos citando como exemplo brincadeiras que realizam ou em afazeres domésticos. Indagamos então: Por que estudar os elementos gímnicos (flexibilidade, giros, equilíbrios, andar e correr)? Além de fazerem parte dos conhecimentos historicamente produzidos, os alunos necessitam saber sobre eles para utilizá-los voluntariamente e criarem novas possibilidades para enriquecerem a linguagem expressa pelo movimento humano como afirma Soares et. al. (1992), ao tratar na escola
cabeça e de mãos. Quais seriam as principais capacidades desenvolvidas pela ginástica acrobática? Os alunos ficaram pensativos e responderam: Força. De acordo com Gallardo (2007) os exercícios acrobáticos podem ser de equilíbrio e dinâmicos. De equilíbrio a figura formada precisa ser mantida por pelo menos três segundos. Dinâmicos, caracterizam-se pela fase de vôo. As capacidades necessárias são muitas e variam de acordo com a função ou tipo dos integrantes, que podem ser base, volante e intermediário. As capacidades exigidas pelas funções podem ser: “força muscular, velocidade, resistência e potência de contração muscular, coordenação motora, flexibilidade corporal, equilíbrio, orientação cinestésica, estruturação do esquema corporal, orientação espaço-temporal e expressão corporal” (GALLARDO, 2007, p.22- 23). Os elementos acrobáticos podem provocar medo e insegurança? Por quê? Alguns alunos disseram que sim, principalmente, medo, outros, não. Acreditamos que por formarem posições e figuras diferentes das posições em pé, em equilíbrio que estamos acostumados e dependerem às vezes da manutenção da força. Segunda parte Discutimos sobre cuidados que devemos ter com o nosso corpo na realização dessas atividades, ressaltando que a ajuda e colaboração deve ser realizada com muito cuidado. Esses exercícios requerem auxílio e orientação da professora. Durante a experimentação dos movimentos pré-acrobáticos e acrobáticos, aqueles que se sentiram inseguros foram orientados e por meio de processos pedagógicos os realizaram passo a passo, sem buscar a execução técnica, perfeita, mas demonstrando coragem e vontade de superar os obstáculos. Nessa aula, valorizamos as potencialidades e limitações dos alunos. Terceira parte Conversamos sobre os pontos positivos e negativos da aula. SÉTIMA AULA Tema: acrobacias e colaborações Primeira parte
Após esclarecer o objetivo da aula - realizar os movimentos gímnicos em grupos, perguntamos: Qual a importância do trabalho em grupo na Ginástica? Qual a importância do trabalho em grupo na vida? Os alunos responderam que é importante porque uns poderiam ajudar os outros. É mais gostoso! Então iniciou-se uma conversa sobre o respeito necessário entre os integrantes de um grupo. Ao participarmos de um trabalho assim, precisamos saber ouvir, aceitar as opiniões dos outros e também falar, expondo sua maneira de pensar, seu ponto de vista, sua opinião. As diferenças existem em todos os grupos. Precisa-se encontrar uma forma de tornar aquilo que se considera diferente em um aliado, ou seja, se é diferente, então enriquecerá aquilo que poderia ser igual/comum. Aceitar o diferente é enriquecer as possibilidades de movimentos gímnicos reproduzidos e construídos a partir da realidade vivida por cada um, expressando de forma característica a produção do grupo. No intuito de levar ao entendimento dos conteúdos das aulas outras questões foram elaboradas: É possível realizar uma aula com elementos acrobáticos na escola? Os alunos disseram que sim. Quais as maiores dificuldades? Deixamos bem claro aos alunos que essa aula seria em grupo e utilizaríamos colaborações, pegadas e apoios e que poderia ser perigoso se não houvesse seriedade, confiança, solidariedade, companheirismo, cooperação, colaboração, etc. É possível aprender sem valorizar os sentimentos humanos? Este conhecimento (gímnico), tratado nessa unidade, sob a proposição crítico-superadora, enseja o sentido dessa questão, ou seja, há momentos em que aprender pode nos levar a experiências nas quais a vivência social, o relacionamento humano, o doar-se e receber, tornam-se tão importantes quanto os elementos oriundos do conhecimento (conteúdo). Por isso, que os trabalhos realizados em grupo têm importância social, principalmente quando orientados para a valorização do sentimento humano, favorecendo o desenvolvimento do respeito mútuo ao alternarem a posição de liderança, sendo ora líderes, ora liderados. Assim, ao vivenciar os diferentes momentos, passa a tratar o outro com mais cuidado. (Pelo menos, esta foi uma das observações feitas nas aulas). Ao lidar com o medo, vergonha, derrota e por outro lado, alegria, vitória, auto- confiança, sem provocar raiva e humilhação, deparamo-nos com um problema que ocorre com certa constância no meio da educação física. Conversamos com os alunos sugerindo que nem todos são bons em tudo que fazem, e, que precisamos respeitar os limites de cada um. Dessa maneira no trabalho em
aparelhos? Além dos já citados existem o cavalo com alça e sem alça, barras assimétricas feminina e barras simétricas masculina, eles podem ser fixos ou móveis. Ao realizar movimentos com aparelhos em que sentido a apresentação gímnica é alterada? Fica mais difícil. Às vezes o aparelho cai das mãos. E também já caíram do aparelho. O Brasil tem representantes nestas modalidades? Disseram que sim e citaram: Daiane dos Santos, Jade Barbosa e Diego Hipólito. Não citaram atletas da Ginástica Rítmica, pois, não há a mesma divulgação da Ginástica Artística. Os alunos ficaram muito entusiasmados ao tratarmos os conhecimentos gímnicos pela metodologia crítico-superadora, ficando marcado o momento em que os alunos têm a oportunidade de relatarem os conhecimentos que já possuem, por meio de perguntas orientadoras. As discussões entre professora e alunos na direção dos conteúdos escolhidos e objetivos traçados, é muito valiosa, tendo a premissa de fazer com que o aluno, ao expor o que já sabe sobre o tema, desperte o desejo de querer saber mais. Como cita Gasparim (2005, p.25) “[…] os alunos, estimulados e orientados pelo professor, são desafiados a mostrar todo o conhecimento que possuem sobre os itens do tema em questão”. Provocando assim, segundo Soares et al. (1992, p.63), “o aprofundamento sobre a realidade” e “[…]desperta no aluno curiosidade e motivação”. Segunda parte Nessa aula, por meio dos aparelhos (cordas, bastões, arcos, trampolim de pneu e colchonetes) os alunos deveriam explorar os materiais para que pudessem descobrir possibilidades de movimentos, relacioná-los com a vida cotidiana e melhorarem seu desenvolvimento geral, conscientizando-se a respeito da superação de suas capacidades físicas e sociais ao relacionar-se com os colegas. Após explorarem o material individualmente, os alunos formaram duplas e em seguida, trios. Por último, sextetos. Na utilização dos materiais observou-se a criação de apoios com vários bastões para transportar o colega, movimentos individuais com corda, lançamentos com o arco, a roda por dentro do arco colocado no chão, rolamentos sobre os colchonetes. Os alunos, também tentaram formar posições e/ou figuras em grupo utilizando arcos e bastões, apoios com partes do corpo, criando figuras. Foi pedido aos alunos que tentassem unir um movimento a outro, criando pequenas seqüências.
Terceira parte Sentados em círculo conversamos sobre a importância de trabalhar em grupo e adotar atitudes de solidariedade, companheirismo, ajuda mútua e de como agir quando alguém se sente discriminado ou excluído. Uma das alunas não se socializou no grupo e problematizou: Não há nada para fazer! Com um aparelho nas mãos não conseguiu criar movimentos ou reproduzir aqueles já criados e institucionalizados. Foi necessária a ação mediadora da professora para que este problema surgido fosse resolvido com o envolvimento de todos. Assim, a aluna foi integrada com a ajuda e atenção de todos do grupo. NONA AULA Tema: início da composição coreográfica Primeira parte Sabendo-se que essa aula seria sobre iniciar uma composição coreográfica, as seguintes questões foram apresentadas: O que é uma coreografia? É uma dança? O que é necessário para uma composição coreográfica? Uma música? Continuando, explicamos que coreografia é uma seqüencia de movimentos utilizando aparelhos ou não e que tem começo, meio e fim, ou seja, uma pose inicial, em seguida alguns movimentos, uma formação ou posição/figura bem bonita e que destaque o meio da composição, mais alguns movimentos encaminhando-se para o final que deve ser marcada por uma pose mantida por alguns segundos. Seria necessário que todos ajudassem na composição de movimentos gímnicos e também houvesse colaborações, cooperação, amizade, sinceridade. Segunda parte Iniciamos formando as mistas. Com os grupos formados começamos ouvir as músicas trazidas pelos alunos para selecionar as preferidas para a coreografia. Alguns alunos quiseram dançar para mostrar se poderia ser daquele jeito. Ao mostrarem a dança foi feita a pergunta: Quais elementos gímnicos trabalhados nas aulas anteriores estão presentes nesta dança? Então destacaram giro sobre as costas, salto com apoio das mãos, saltitos, apoios com as mãos no chão, etc. Percebendo que os alunos conseguiam identificar os elementos da Ginástica, esclarecemos que a coreografia deveria ser