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Uma análise profunda e contextualizada sobre a questão da moradia digna no brasil, explorando as raízes históricas da desigualdade na distribuição de terras, os avanços conquistados com a constituição de 1988 e a incansável luta dos movimentos sociais pela conquista do direito à moradia. Ele aborda temas como a função social da propriedade, o direito à moradia digna, a guerra dos canudos, a coluna prestes e a atuação de movimentos como o mtst. O texto destaca a importância da educação, da pesquisa acadêmica e da construção de um projeto de sociedade mais justo e igualitário para a efetivação do direito à moradia no país.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
FRANCISCO HERMISON MONTEIRO DO VALEi^ - MATRÍCULA: 2021221271 ADALIA MENDES MARTINSii^ - MATRÍCULA: 2023229291
A questão da moradia digna no Brasil se apresenta como um drama social de proporções colossais, entrelaçado intrinsecamente com a função social da propriedade e a luta histórica dos movimentos Sem-Teto. Para desvendar as nuances dessa problemática complexa e multifacetada, é fundamental realizar uma análise profunda e contextualizada, revisitando as raízes históricas da desigualdade na distribuição de terras, os avanços conquistados com a Constituição de 1988 e a incansável luta dos movimentos sociais pela conquista do direito à moradia.
Raízes Históricas da Desigualdade
UM LEGADO DE INJUSTIÇAS E A LUTA PELA TERRA
As raízes da problemática da moradia no Brasil se afundam nas profundezas da história colonial, marcada pela escravidão, pelo latifúndio e pela concentração de terras nas mãos de uma minoria privilegiada. Esse modelo excludente de colonização, pautado na exploração desenfreada de recursos naturais e na subjugação dos povos originários, lançou as bases para a desigualdade social que persiste até hoje. Grandes extensões de terras férteis foram arrebatadas dos povos indígenas e distribuídas entre senhores de engenho e latifundiários, relegando a grande massa da população à margem da propriedade e do acesso à terra.
O PERÍODO COLONIAL
A exploração do pau-brasil e a colonização portuguesa marcaram o início da concentração de terras nas mãos da elite colonial, através da doação de sesmarias e da escravidão indígena.
O IMPÉRIO
O café se tornou a principal cultura de exportação, impulsionando a expansão da fronteira agrícola e a intensificação do latifúndio. A Lei de Terras de 1860, apesar de ter como objetivo regularizar a posse de terras, falhou em garantir o acesso à terra para a maioria da população.
A REPÚBLICA A República Velha foi marcada pela perpetuação da estrutura latifundiária e pela concentração de terras nas mãos de oligarquias agroexportadoras. A questão social se intensificou, com o êxodo rural e o aumento da pobreza nas cidades.
A ERA VARGAS
O governo de Getúlio Vargas implementou algumas medidas para amenizar a questão social, como a criação do salário mínimo e a instituição do Código Eleitoral. No entanto, a reforma agrária não foi concretizada de forma abrangente.
A DITADURA MILITAR
A ditadura militar reprimiu os movimentos sociais e dificultou a luta pela reforma agrária. Apesar disso, algumas conquistas importantes foram alcançadas, como a criação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a aprovação do Estatuto da Terra em 1964.
Essa herança histórica se perpetuou ao longo dos séculos, moldando um cenário social marcado pela carência de moradia digna para amplos segmentos da população. A migração campo- cidade, intensificada no século XX, impulsionada pela industrialização e pela busca por melhores oportunidades, agravou ainda mais a situação, gerando a proliferação de favelas e áreas periféricas precárias em grandes centros urbanos, moldando a realidade social e impulsionando movimentos de resistência pela reforma agrária e pelo acesso à terra.
sertanejos, empobrecidos e marginalizados, se rebelaram contra a concentração de terras e a exploração por parte dos latifundiários. A violenta repressão do governo federal resultou na morte de cerca de 30 mil pessoas, mas a memória de Canudos permanece viva como símbolo da luta pela terra e por uma sociedade mais justa.
A COLUNA PRESTES - 1925-1927: A MARCHA PELA REFORMA AGRÁRIA Na década de 1920, a Coluna Prestes, liderada por Luís Carlos Prestes e Miguel Costa, percorreu o interior do Brasil por mais de dois anos, combatendo oligarquias locais e defendendo a reforma agrária. A Coluna Prestes se tornou um marco na história da luta pela terra no país, inspirando novas gerações de trabalhadores rurais e movimentos sociais.
MOVIMENTO DOS SEM-TETO - 1997: A LUTA URBANA PELO DIREITO À MORADIA Fundado em 1997, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) é um dos principais atores na luta urbana pelo direito à moradia. Composto por trabalhadores e trabalhadoras que vivem em condições precárias, o MTST organiza ocupações de terrenos ociosos, denuncia irregularidades na política habitacional e pressiona o poder público para a implementação de políticas públicas de construção de moradia popular. O MTST também desenvolve projetos sociais e culturais nas comunidades onde atua, promovendo a integração social e a cidadania.
Além do MTST, diversas outras organizações lutam pelo direito à moradia, como a Central de Movimentos Populares (CMP), a União Nacional por Moradia Popular (UNMP) e o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM). Essas organizações atuam localmente, regionalmente e nacionalmente, construindo redes de solidariedade e fortalecendo a luta pela reforma urbana.
UM CHAMADO À AÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM BRASIL MAIS JUSTO E IGUALITÁRIO
Diante dos desafios estruturais e conjunturais que impedem a plena realização do direito à moradia digna no Brasil, torna-se urgente a construção de um projeto de sociedade mais justo e igualitário. Esse projeto deve se basear na redistribuição da terra, na promoção da função social da propriedade, na implementação de políticas públicas habitacionais eficazes e no fortalecimento dos movimentos sociais.
Para além dos desafios e perspectivas apresentados, cabe destacar alguns pontos importantes para a reflexão:
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO
A educação é fundamental para conscientizar a população sobre seus direitos e para fortalecer a participação social na luta pela moradia. Campanhas de informação, programas educativos e a valorização da educação popular são ferramentas essenciais para a construção de uma cidadania ativa e engajada.
A NECESSIDADE DE UM DEBATE PÚBLICO AMPLO E INCLUSIVO
O debate sobre a função social da terra e sobre moradia deve ser amplo e inclusivo, reunindo diferentes setores da sociedade para discutir soluções conjuntas e construir um consenso sobre as políticas públicas necessárias.
A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA E DA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
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A pesquisa acadêmica e a produção de conhecimento sobre a temática da moradia são ferramentas essenciais para subsidiar políticas públicas eficazes e para compreender as diferentes dimensões dessa complexa questão social.
A BUSCA POR ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS A construção de moradias deve levar em consideração critérios de sustentabilidade ambiental, social e econômica, promovendo a inclusão social, a preservação do meio ambiente e a utilização racional dos recursos naturais.
A luta pela moradia digna no Brasil é uma luta por justiça social, por dignidade humana e por um futuro mais promissor para todos. Através da ação conjunta e da construção de um projeto de sociedade mais justo e equitativo, é possível garantir o direito à moradia para todos e construir um país mais justo, próspero e sustentável.
Referências Bibliográficas: