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Este documento discute a pequena quantidade de figuras femininas esculpidas por antônio francisco lisboa, o aleijadinho, em comparação com as figuras masculinas em suas obras. O autor explora as possíveis razões por trás desta ausência, incluindo a importância religiosa de nossa senhora na minas gerais do século xviii e a falta de documentação sobre a vida pessoal e familiar do artista.
Tipologia: Notas de aula
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JULITA SCARANO Da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (São Paulo).
Semelhante a todos os gênios, o Aleijadinho pode ser encarado pelos mais diversos ângulos, suscitando variadas reflexões. Às dúvi- das e problemas sôbre a personalidade e a obra de Antônio Fran- cisco Lisboa, o aspecto humano e artístico, ainda se soma o desco- nhecimento das reais condições da Minas Gerais do século XVIII.
Não que tais problemas tenham sido descurados e obras de fô- lego e valor não existam, feitas por críticos de arte e historiadores de inteligência, cultura e sensibilidade, com verdadeiro espírito de aventura, nas piores condições possíveis, com imenso sacrifício e es- fôrço. Mas nossos arquivos, ao que se sabe, são deficientes e falhos, muitos documentos, segundo consta, foram perdidos e mesmo as obras dos artistas se encontram muitas vêzes estragadas e dispersas.
O Aleijadinho, ponto alto da arquitetura e escultura não só bra- sileira, como americana, é igualmente figura popular. Ao lado de obras de eruditos, jornais e revistas de divulgação analisam sua vida e sua arte, sua doença e maneira de ser. Até mesmo dúvidas sôbre a existência do artista foram levantadas (1). De qualquer maneira, tôda a tentativa de estudo e interpretação tem o mérito de esclarecer dúvidas, levantar questões, abrir caminho para novas pesquisas que poderão clarear, sejam os problemas artísticos e culturais, sejam os históricos, sociológicos e econômicos da época. Um aspecto curioso e que, parece-me, não foi devidamente le- vado em consideração é a pequena e mesmo insignificante quantida- de de figuras femininas esculpidas por Antônio Francisco. Essa qua-
. — Augusto da Lima Júnior e outros, levantaram essa hipótese. . — Segundo Rodrigo Melo Franco de Andrade, em Ouro Preto, são de autoria do Aleijadinho as seguintes figuras femininas: a cabeça da imagem de Santa Helena da Igreja do Rosário, Nossa Senhora e o menino do Museu da Inconfidência, o lavabo em pedra sabão que representa Nossa Senhora do Carmo, na Igreja do mesmo nome, a Madona rodeada de anjos da
se ausência da mulher na obra do toreuta pode ser exemplificada pe- lo pequeno número de esculturas de Nossa Senhora (2). • Ora, no contexto do assim chamado barroco brasileiro, o da zo- na litorânea ou o dos morros auríferos das Gerais, a figura escultórica mais marcante é a de Maria. Reproduzida pelos artistas e santeiros em número elevadíssimo, a imagem de Nossa Senhora sempre ocupou posição preponderante nos altares das igrejas e nos oratórios parti- culares. Falando do orago das igrejas mineiras, Paulo Kruger Cor- reia Mourão (3) diz que pelo menos oito igrejas matrizes tem o tí- tulo de Nossa Senhora da Conceição. Essa invocação típica do espí- rito da Contra-Reforma, encontrou grande aceitação entre os paulis- tas, que a divulgaram pelos caninhos das Gerais. Aliás, a devoção à Maria acentuou-se no período, sendo um dos pontos discordantes en- tre protestantes e católicos, tendo grande aceitação na Europa ibé- rica e nos países católicos do Mediterrâneo até os dias de hoje, co- mo demonstram Fátima, Montesserat, Lourdes, Pompéia e tantas ou- tras. Na América espanhola e portuguêsa essa devoção chegou in- tacta, como atestam os numerosos centros de peregrinação. Em Mi- nas, são também numerosas as igrejas dedicadas à bem portuguêsa Senhora da Piedade e também às patronas das inúmeras e atuantes Associações religiosas do século XVIII: à Nossa Senhora do Carmo, irmandade a que pertenciam os homens de prestígio, Nossa Senhora das Mercês, protetora dos mulatos, Nossa Senhora do Rosário, dos homens pretos, bem como outros títulos, ligados ou não às irmanda- des, como Nossa Senhora do Pilar, da Luz, das Dores, dos Prazeres, do O', do Bom Sucesso. São muito mais freqüentes igrejas dedicadas à Nossa Senhora do que ao Senhor Bom Jesus e aos santos. Também valorizavam-se as santas, como se nota pelo grande número de imagens, que não sendo orago de igrejas, ocupam papel preponderante nos altares laterais e nos oratórios particulares. As- sim, Santa Ana, protetora das mães, era figura quase obrigatória e
Igreja de São Francisco de Assis. Na urna do altar-mór da mesma Igreja há uma cena das santas mulheres. Em Mariana há o célebre chafariz de Jesus e a Samaritana e encontramos cena semelhante em um dos púlpi- tos da Igreja do Carmo em Sabará, onde também notamos um rosto fe- menino no relévo do "Avarento e seu tesouro". Na Matriz do Bom Su- cesso de Caeté há uma Senhora do Carmo e em São João del Rei, na por- ta da Igreja do Carmo há a santa patrona da Irmandade e na Igreja de São Francisco de Assis, uma Imaculada Conceição. Uma Santa Ana en- sinando Nossa Senhora, pertence à coleção Clerot. Além dessas, Germain Bazin considera obra do artista a Madona do Museu da Inconfidência de Ouro Preto, Madona do Rosário, e outra Santa Ana na coleção Leão Go- din. Além dessas, outros críticos acrescentam ou tiram uma ou outra imagem. (3). — Mourão (Paulo Kruger Correia), As Igrejas Setecentistas de Minas. (^) Belo- Horizonte, Editôra Itatiaia. 1964.
relações entre uma figura e outra, entre as figuras do conjunto e a solidês das montanhas de ferro, agrestes, mas não agressivas da zo- na de Congonhas, se delinearam claramente em seu espírito e fizeram dos profetas uma obra sua, por mais que seus oficiais o tenham au- xiliado na feitura de estátuas. Não estranha a ausência das profeti- zas de Israel no adro da Igreja do Senhor Bom Jesus de Matozinhos de Congonhas. Não são indispensáveis, antes, destoariam na seve- ridade solene dos representantes da cultura patriarcal do povo eleito. Não caberiam no magnífico, terrível, grave e eterno "Colóquio das Estátuas" (7). Mas, em Congonhas, além dos profetas, encontramos os Pas- sos. Nêsse numeroso grupo de 66 figuras, apenas três são mulheres. A desproporção dos números fala por si. Inspirados nos santuários portuguêses da Paixão, que nossos artistas e santeiros tão bem conheciam pelos livros de devoção ou de gravuras, como também por tradição, os pequenos santuários pa- ra a comemoração das cerimônias litúrgicas da Semana Santa se es- praiavam pelas povoações mineiras, assinalando com suas pequenas cruzes a piedade e o espírito religioso do período. As imagens, ge- ralmente de roça, nas suas teatrais roupagens negras, rostos lívidos e mãos descarnadas, longas e sem consistência física, lembram El Grecos sem corpos. A Virgem Dolorosa, poèticamente descrita por Murilo Mendes:
"Da vestimenta roxa emergindo mais branca,
Um diadema de ouro a sua testa corôa, Sete espadas mortais alimentam seu peito Sete espadas mortais sustentam seu andar" (8)
é figura indispensável. Suas lágrimas, os cabelos negros e duros, o gesto sofredor, tem um apêlo dramático, caro ao período. Na maioria das cidades mineiras, os Passos são pequenas cape- las com santos de roça, abertos apenas durante a Semana Santa, quando as procissões litúrgicas iam de um a outro extremo da cida- de, seguindo a Via Sacra. Em Congonhas, os Passos, de madeira, foram esculpidos pelo Aleijadinho e o Ataide, seu companheiro de muitos trabalhos, pintou-os. • Trabalho dos dois maiores artistas plás- ticos da região, os Passos de Congonhas ocupam posição excepcional na inconografia brasileira e mesmo ibérica, em meio a tantos outros
. — Drumond de Andrade (Carlos), Colóquio das Etátuas, (^) in "Passeios na Ilha". Rio de Janeiro. Editôra da Organização Simões. 1952, pág. 57. . — Mendes (Murilo), (^) Contemplação de Ouro Preto. Rio de Janeiro Impren- sa Nacional, 1954.
pobres, de roça e anônimos. Também, em Congonhas, as capelas não se distribuem pelo núcleo urbano, mas ocupam o jardim do morro onde foi construida a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matozinhos e em cujo adro, severos, clamam os profetas.
A primeira das sete cenas abrigadas nas cinco capelas do jardim, é a Santa Ceia, ovalada, mais próxima como concepção da interpreta- ção pré-leornardesca, onde as figuras dos apóstolos, ligadas plàsti- camente umas às outras, vão convergir no Cristo que lhes promete o pão da vida. No Passo do Cristo no Horto, com o anjo barrocamen- te suspenso velando o sono de apóstolos que não puderam velar por uma hora, no da Flagelação, Coroação de espinhos e sobretudo na Crucificação isto é, nas sete cenas não encontramos a Virgem (9).
De Bretas (10), a Germain Bazin (11,), os biógrafos acentuam a fé ardente e a importância do espírito religioso na elaboração da obra do Aleijadinho. O crítico francês assinala inclusive a grande importância que se dava no período à representação de Jesus sofre- dor e faz um estudo sôbre a maneira como os artistas encararam o assunto, desde o século XIII até a época barroca. Partindo de dife- rentes premissas, ora se acentua a Divindade do Cristo impassível, ora a Humanidade do Homem-Deus, expressando por meio da arte, seu pensamento religioso. Os espanhóis, mais do que os portuguêses e brasileiros, criaram muitos Cristos da Dor. Bazin acha mesmo que o Aleijadinho não se apoia nem em uns, nem em outros, mas com sua estilização gótica de Cristo e dos apóstolos, se aproxima mais dos artistas da primeira Renascença, dos escultores em madeira da Ale- manha do século XVI. Os Cristos flagelados, de punhos sanguinolentos, as mãos amar- radas, as veias salientes, mostram a presença da agonia e da morte, tão explorados pelo barroco, tanto europeu como americano. Olhos longínqüos, corôa de espinho e a sugestão de sangue dos Cristos do- loridos dos Passos, mostram a integração do Aleijadinho na sua épo- ca. Essa coexistência de elementos góticos ao lado de florões e cor- nucópias, nos mostram a ambigüidade dêsse artista e da arte mineira do período, utilizando soluções tão diferentes. Encontramos a mes- ma ambigüidade entre o pensamento e a ação dos inconfidentes.
. — Muitos autores consideram que pelo menos uma das mulheres repre- sentadas é Nossa Senhora. Aliás, a maioria apenas faz menção ao assunto, sem entrar em detalhes. . — Bretas (Rodrigo José Ferreira), Traços biográficos relativos ao finado Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido pelo apelido de Aleijadinho In "Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho". Rio de Janeiro. Publicações da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1951. Vol. 15. . — Bazin (Germain), Aleijadinho et la Sculpture baroque au Brésil. Paris. Le Temps, 1966.
Nem exprimem a dignidade, a fôrça, a santidade de Cristo e dos após- tolos, nem se colocam entre os soldados. Não tem nobreza mas não pertencem inteiramente do conceito de canaille. À objeção de que o artista da região trabalhava por encomen- das, como de resto em diversas épocas e lugares, e que êste foi o ca- so do Aleijadinho, ousaríamos afirmar que no caso dos Passos, cer- tamente não lhe foram impostas cenas e figuras. Em relação às en- comendas, evidentemente muitas eram precisas e específicas, como o lavabo de Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto ou o de São Francisco de Assis, na mesma cidade. Quando Antônio Francisco executou essa encomenda era artista conhecido, aceito, bem pago. A concepção da obra é sua, criação de seu gênio e de sua fôrça. Também lhe pertencem tôdas as figuras, mesmo as que êle não es- culpiu diretamente, as trabalhadas pelo seu atelier. Em qualquer de- las notamos o nariz excessivamente longo e reto, os olhos arregalados, as lagrimais bem nítidas, a ligação entre as sornbrancelhas, o queixo bipartido e o mesmo conceito anatômico da cabeça. Nas figuras da segunda plana, essas características foram grotescamente acentuadas. Se nos Passos, é chocante a pouca importância dada à figura feminina, também notamos por exemplo a falta de uma Santa Clara, tão importante na iconografia franciscana, modelo para as irmãs ter- ceiras. Essa quase ausência feminina nos leva a indagar: Qual teria sido o significado da figura da mulher na vida e na obra do artista? Essas indagações não foram ainda devidamente levadas em con- sideração. Novas abordagens poderiam ser feitas, quer de caráter estético, reconhecimento e características, de suas obras, quer de caráter pessoal e psicológico, à maneira dos estudos de Freud sô- bre Leonardo da Vinci (15) e mais recentemente os da Dra. Fran- çoise Minkowska sôbre Van Gogh e outros artistas dessa época. A Dra. Minkowska, sobretudo em relação a Van Gogh usou várias fontes, mas deu ênfase ao estudo dos quadros do artista para sua in- terpretação ( 16 ). No caso do Aleijadinho, tal estudo seria incomparàvelmente mais difícil e possivelmente falho, porque, com exceção de suas produções artísticas, nada de pessoal foi encontrado até o presente momento. De qualquer maneira, há material variado e abundante para permi- tir novas abordagens cheias de possibilidades. Quanto à biografia, os pesquisadores modernos, se bem que acrescentaram muitíssimo
. — Freud (Sigmund), Uma recordação de infância de Leonardo da Vinci. Rio de Janeiro, Editéra Delta S.A., s.d. Obras Completas. Vol. XI. . — Minkowska (Françoise), Van Gogh, sa vie, sa maladie et son^ oeuvre. Paris. Presses (lu temps présent, 1963; Ibidem, De Van Gogh et Seurat aux dessins d'enfants. Guide de l'Exposition au Musée Pedagogique. Pa- ris, 1949.
ao conhecimento de sua arte e de sua época, não puderam deixar de se basear em Bretas (17), principal fonte para o conhecimento de
sua vida. Sem um trabalho de pesquisa completo e profundo, não se po- dem extrair conclusões. Elas seriam apenas apressadas e simplistas. Filho de um "distinto" arquiteto português e de mãe africana ou crioula, segundo nos conta Bretas, Antônio Francisco pertencia a um grupo bastante comum nas Minas Gerais do século XVIII. Con- sultando os registros de batizados da paróquia de Diamantina, en- contramos um número eqüivalente ou superior de filhos ilegítimos sôbre os legítimos, a maioria dos quais, filhos de pretas ou mulatas, escravas ou forras (18). Nos outros lugares da região a situação era bàsicamente a mesma, uma vez que as mulheres brancas, no século XVIII eram pouco numerosas...
"em seus inícios e por muito tempo ainda, um povoamento pre- dominantemente masculino: as mulheres são, de fato, comparativa- mente poucas em Minas, poucas e de baixa condição, quase sem- pre" (... ) (19).
Filhos ilegítimos e mulatos eram a maioria dos artistas e dos músicos da região, era grande parte da população. Bretas e a maioria dos biográfos do Aleijadinho afirmam que mantinha boas relações com o pai, um de seus mestres no ofício de arquiteto. A questão do ensino profissional, dos artistas que o influenciaram e possibilitaram o pleno desenvolvimento de sua arte tem sido bastante estudado. Mas as, relações pessoais entre o toreuta e seu pai ficaram nas som- bras. Aliás, nenhum aspecto de suas relações familiares foi ainda sufficientemente explorado. A maioria dos pesquisadores dizem, por exemplo, que eram cordiais as relações entre Antônio Francisco e seus irmãos, mas Bazin discorda disso, alegando que se fôssem tão amigáveis, o artista não teria morrido na miséria e no abandôno, co- mo afirma a tradição. Ao que parece, a influência do pai deve ter sido significativa, uma vez que o Aleijadinho deu o nome de Manuel Francisco ao filho que teve da crioula fôrra Narcisa Rodrigues da Conceição, filho úni- co ao que consta. Seria interessante se, ao lado dos estudos a respeito da forma- ção profissional do artista, de suas fontes, do conhecimento que ti-
. — Bretas (Rodrigo José Ferreira), op. cit. . — Pesquisas realizadas pela autora no Arquivo da Arquidiocese de Diaman- tina (Minas Gerais) • . — Holanda (Sérgio Buarque de), Metais e Pedras Preciosas in "História Geral da Civilização Brasileira. Vol. II. Sáo Paulo. Difusão Européia do Livro, pág. 300.
guém. Em Diamantina (20), consta dos livros das irmandades o no- me de uma organista, com o esclarecimento de que ela era cega, como a querer justificar contratação tão fora do comum. Artista ou não, desde a Venus de Brassempouy, a mulher foi insiparadora da arte. Atenas ou Diana, Maria, mãe do Salvador, santa ou dançarina, sempre serviu de tema aos artistas, em épocas ou latitudes as mais diversas. No século XVIII, em Minas e em outros recantos do Brasil era especialmente fecundo o papel de Nossa Senhora como tema ar- tístico. Quase podemos dizer que era o assunto principal de artistas e santeiros, o que encontrava maior procura, tanto para decorar alta- res, tetos e paredes das igrejas, como para servir à devoção de parti- culares. Também na literatura da época é importantíssimo o papel da musa feminina e na mesma região do Aleijadinho encontramos Ma- rília e Glaura, inspirando poetas. O Aleijadinho é realmente exceção em seu ambiente. Muitos aspectos interessantes do nosso maior artista plástico estão a pedir novas abordagens que nos levariam a conhecer mais profundamente aquêle que não impressionou seus contemporâneos, fôssem êsses habitantes da região ou visitantes estrangeiros, consta- tação que deixaram à sensibilidade dos pósteros.
(20). — Segundo informação do senhor Assis Alves Horta, funcionário do Patri- mônio Histórico e Artístico Nacional (Diamantina, Minas Gerais).