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Este texto discute a importância de construir uma escola inclusiva onde a diversidade seja refletida e valorizada. O autor aborda o avanço da educação no brasil em relação à inclusão de alunos com deficiências e os desafios que a comunidade educativa enfrenta, como a inserção de cada um em seus grupos, a gestão da sala de aula e a comunicação com as famílias. Além disso, o texto destaca a importância da formação do professor e do currículo adaptado às necessidades individuais dos alunos.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
A escola é, por excelência, espaço promotor de desenvolvimento, aprendizagem e inserção social de todas as crianças. Prepará-las para viver em grupo e usufruir de seus direitos de cidadão de forma ética é responsabilidade de toda a sociedade, e não apenas das famílias e dos professores, sobretudo, em se tratando daquelas que, por algum motivo, se encontram em situação de desvantagem. Construir na escola um ambiente onde a presença da diversidade seja o reflexo da sociedade onde ela se insere, considerando as diferenças como aspecto enriquecedor no processo formativo de cada um; este sim é o grande desafio de nossa comunidade educativa. O grande número de trabalhos que mostra a preocupação com a formação integral destes alunos recebidos por ocasião do 17º Prêmio Educador Nota 10, deixa claro os avanços que a educação no Brasil como um todo vem fazendo no sentido de reconstruir a escola, transformando-a em um espaço formativo para todos. Trata-se de um processo que teve seu início há bastante tempo, com a discussão acerca da pertinência da presença dos alunos com deficiência nas escolas. Vencida esta etapa, pudemos nos concentrar na busca da melhor maneira de atender a cada um deles; e são também muito evidentes os avanços que fizemos neste sentido. Mesmo tendo a certeza de que este processo se encontra ainda em um estágio bastante inicial, é possível encontrar hoje, em um grande número de escolas, alunos que apresentam diferentes formas de desvantagem usufruindo do direito de estar onde todas as crianças estão: na escola. Aprendendo. Podemos atribuir esta realidade relativamente nova a diversos fatores: a presença dos professores de apoio, intérpretes, adaptações que viabilizam o acesso à escola e aos conteúdos, salas de recursos, programas de formação de professores, entre outros, mas o fator determinante deste avanço se encontra no fato de as crianças ingressarem nas escolas, explicitando, a cada dia, para nós, os verdadeiros problemas a serem enfrentados. Foi também o ingresso dos alunos que, de alguma forma, deu voz ao professor, e trouxe à luz suas contribuições neste processo, que merecem maior credibilidade, uma vez que têm sua origem na sala de
e mais significativas. É nesse momento que, na escola que pretende ser para todos, o professor coloca em jogo e faz uso de toda sua experiência, e o currículo, por sua vez, passa a cumprir um papel ainda maior e mais importante. Aliado à competência do professor, é ele que nos oferece os parâmetros necessários para que seja possível lançar mão de ações específicas e individuais, sem deixar de preservar as principais características e objetivos da aprendizagem de cada disciplina ou de cada série. Responder à diversidade significa romper com o esquema tradicional em que todas as crianças fazem as mesmas coisas, na mesma hora e com os mesmos materiais (Rosa Blanco APUD Coll, 2005).
São muitas as estratégias das quais a escola pode lançar mão para garantir o acesso de todos ao currículo: relativizar o grau de exigência em algumas ou todas as atividades, transformar o espaço e/ou o material didático – aumentando o espaço entre linhas dos cadernos, lançando mão do computador, ou oferecendo um lápis mais adequado às possibilidades motoras do aluno -, selecionar os conteúdos elementares de determinadas disciplinas ou de todas elas, oferecer mais tempo para que realizem as atividades, prestar atendimento mais individualizado em alguns momentos, oferecer atividades extras, e até eliminar conteúdos que se mostrem ainda muito distantes das possibilidades destes alunos. As escolhas do professor neste sentido vão depender sempre das possibilidades que cada um apresenta, e não das dificuldades impostas pelas condições de desvantagem. Assim, teremos como ponto de partida aquilo que é potente no aluno, aquilo que ele se mostra capaz de fazer, propondo, a partir daí, desafios que o levem a enfrentar problemas, assim como fazemos com todos os aprendizes. Tomemos como exemplo o processo de alfabetização de um aluno que ainda não é capaz de escrever da forma convencional, cujos colegas de classe já produzem histórias com enredos complexos: fixar nossos olhares no fato de ele não saber escrever e ler, não nos ajudaria tanto, quanto se procurássemos saber o que ele já sabe a respeito da escrita, e ai, sim, estabelecer pequenas, mas possíveis metas de aprendizagem. Não saber escrever nos diz muito pouco sobre ele, mas saber que ele já é capaz de escrever seu nome com apoio de um modelo, pode nos apontar uma meta, que é fazê-lo sem este tipo de apoio; ou ainda: saber que ele faz tentativas de escrever fazendo uso apenas
das letras de seu nome, nos mostra que podemos desafiá-lo e ajudá-lo a ampliar seu repertório de letras conhecidas, e assim por diante. As transformações curriculares se apresentarão maiores ou menores, tomando- se em conta a distância guardada entre o que se propõe a eles e o que vem sendo oferecido ao seu grupo. No exemplo citado acima, estamos tratando de um aluno cuja competência escritora guarda uma distância significativa da de seus colegas, mas só será possível enxergar seus avanços se o compararmos com ele mesmo, ou seja: confrontando sua produção escrita atual com aquela realizada há algum tempo. Não se trata de facilitar o ensino ou poupar estas crianças dos esforços necessários para aprender, mas buscar as condições para que sigam sendo desafiadas, buscando que a distância do fazer e do saber entre aqueles que necessitam desse tipo de intervenção e seus colegas seja a menor possível. Não estamos também com isso, propondo uma caminhada em busca da equiparação destes alunos com a “média da classe”, e nem sequer aproximá-lo dela, mas criando possibilidades de diálogo entre os seus saberes e os de seus colegas, o que é bem possível se considerarmos, não apenas aqueles conteúdos do tipo conceitual, que costumam ocupar grande parte da maioria dos currículos escolares, mas também aqueles ligados aos procedimentos, atitudes e demais competências, muitas vezes deixadas de lado, mas fundamentais para a formação integral dos sujeitos. Trata-se de oferecer a todos um plano de estudos que se mostre aberto e flexível, e que contemple diferentes modos de aprender e reapresentar os conhecimentos construídos. Mesmo nos deparando com a difícil e complexa tarefa que o ensino dos alunos com deficiência nos coloca, não podemos deixar de considerar que, tão importante quanto ela é o desafio de lidar com as novas relações e os novos olhares que a presença destes alunos na escola nos impõem. Neste caso, o foco de nossas preocupações e intervenções deve se desviar do aluno com deficiência, para olhar a comunidade escolar. Alunos, professores, familiares e demais sujeitos implicados na rotina da escola para todos, passarão a conviver com todos, independentemente de qualquer característica que lhes coloquem em situação de desvantagem, ou que lhes chamem a atenção. É recente a presença destas crianças na escola, como vem acontecendo nos últimos tempos e, sendo assim, é esperado que a maioria das