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A Energia Elétrica e as Fontes Alternativas de Energia na Gestão das Empresas, Teses (TCC) de Gestão Ambiental

O presente artigo desenvolve um levantamento nas empresas do território nacional, objetivando identificar o atual cenário de gestão da energia elétrica e da utilização de fontes alternativas de energia.

Tipologia: Teses (TCC)

2019

Compartilhado em 11/10/2019

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A Energia Elétrica e as Fontes Alternativas de Energia na Gestão das Empresas
Autoria: Celso Machado Junior, Cristiane Jaciara Furlaneto, Leandro Campi Prearo
Resumo
O presente artigo desenvolve um levantamento nas empresas do território nacional,
objetivando identificar o atual cenário de gestão da energia elétrica e da utilização de fontes
alternativas de energia. A matriz energética das empresas se enquadra no contexto da
abordagem sócio-ambiental, pois se trata de um recurso importante para a qualidade de vida
das pessoas e ao mesmo tempo um recurso indispensável para as organizações. O estudo
analisa as empresas segundo duas variáveis, a primeira relacionada à certificação ou não pela
norma NBR ISO 14.001, e a segunda decorrente do porte da empresa, neste caso divido em
dois grupos, o primeiro é o somatório das empresas de pequeno e médio porte e o segundo
grupo das empresas de grande porte. A pesquisa aborda um universo de 649 empresas que
responderam a um questionário fechado, com o posterior tratamento estatístico dos dados com
o software SPSS. O estudo oferta ainda um levantamento do referencial teórico da gestão
ambiental, possibilitando o entendimento do contexto que o norteia. A metodologia
desenvolvida cria condições para estabelecer o cenário energético das empresas onde se
observa que tanto nas empresas certificadas pela norma NBR ISO 14.001 quanto às empresas
de grande porte, demonstram uma maior atenção no gerenciamento dos recursos energéticos,
e para as fontes alternativas não se observou diferenças significativas em decorrência da
certificação pela referida norma. No tocante ao porte das empresas observa-se uma
prevalência das empresas de grande porte apenas para a energia hídrica e para o
bicombustível.
1. Introdução
O desenvolvimento da sociedade e o consumo de energia se apresentam intimamente
ligados em determinados aspectos, estabelecendo uma relação clara entre causa e efeito.
Para Goldemberg (1998) o consumo de energia per capita pode ser utilizado como um
indicador social, no qual é possível visualizar problemas que afetam os países, para tanto
aponta que nos países mais pobres a expectativa de vida é 30% menor, a mortalidade infantil
superior a 60 por 1000 nascimentos, enquanto nos países industrializados é inferior a 20 e
taxa de analfabetismo superior a 20%. Este panorama estabelece uma clara relação entre o
consumo de energia e aspectos importantes para o bem estar da sociedade.
A utilização dos hidrocarbonetos como matriz energética universal moldou o
comportamento da sociedade no ultimo século, determinando comportamentos, costumes,
culturas entre outras variáveis da sociedade. Recentemente a sociedade se desperta para uma
nova abordagem sobre os recursos energéticos que utiliza, incluindo em seu escopo de
atenção variáveis tais, como: sustentabilidade, poluição, custo social, segurança energética
entre outros.
Aspectos econômicos continuam a exercer uma forte influencia na definição da matriz
energética, porem não possuem mais exclusividade nas decisões voltadas a estabelecer o
padrão de utilização. O fator econômico atua como um incentivo, e não mais como uma
barreira, para o desenvolvimento de novas fontes de energia e de tecnologias para ampliar as
possibilidades de recursos a serem utilizados. Nesse sentido características regionais
estabelecem abordagens diferenciadas, pois o foco se concentra em utilizar recursos que
estejam de fácil acesso, mantendo a premissa econômica, configurando um estado de
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A Energia Elétrica e as Fontes Alternativas de Energia na Gestão das Empresas

Autoria: Celso Machado Junior, Cristiane Jaciara Furlaneto, Leandro Campi Prearo

Resumo

O presente artigo desenvolve um levantamento nas empresas do território nacional,

objetivando identificar o atual cenário de gestão da energia elétrica e da utilização de fontes

alternativas de energia. A matriz energética das empresas se enquadra no contexto da

abordagem sócio-ambiental, pois se trata de um recurso importante para a qualidade de vida

das pessoas e ao mesmo tempo um recurso indispensável para as organizações. O estudo

analisa as empresas segundo duas variáveis, a primeira relacionada à certificação ou não pela

norma NBR ISO 14.001, e a segunda decorrente do porte da empresa, neste caso divido em

dois grupos, o primeiro é o somatório das empresas de pequeno e médio porte e o segundo

grupo das empresas de grande porte. A pesquisa aborda um universo de 649 empresas que

responderam a um questionário fechado, com o posterior tratamento estatístico dos dados com

o software SPSS. O estudo oferta ainda um levantamento do referencial teórico da gestão

ambiental, possibilitando o entendimento do contexto que o norteia. A metodologia

desenvolvida cria condições para estabelecer o cenário energético das empresas onde se

observa que tanto nas empresas certificadas pela norma NBR ISO 14.001 quanto às empresas

de grande porte, demonstram uma maior atenção no gerenciamento dos recursos energéticos,

e para as fontes alternativas não se observou diferenças significativas em decorrência da

certificação pela referida norma. No tocante ao porte das empresas observa-se uma

prevalência das empresas de grande porte apenas para a energia hídrica e para o

bicombustível.

1. Introdução

O desenvolvimento da sociedade e o consumo de energia se apresentam intimamente

ligados em determinados aspectos, estabelecendo uma relação clara entre causa e efeito.

Para Goldemberg (1998) o consumo de energia per capita pode ser utilizado como um

indicador social, no qual é possível visualizar problemas que afetam os países, para tanto

aponta que nos países mais pobres a expectativa de vida é 30% menor, a mortalidade infantil

superior a 60 por 1000 nascimentos, enquanto nos países industrializados é inferior a 20 e

taxa de analfabetismo superior a 20%. Este panorama estabelece uma clara relação entre o

consumo de energia e aspectos importantes para o bem estar da sociedade.

A utilização dos hidrocarbonetos como matriz energética universal moldou o

comportamento da sociedade no ultimo século, determinando comportamentos, costumes,

culturas entre outras variáveis da sociedade. Recentemente a sociedade se desperta para uma

nova abordagem sobre os recursos energéticos que utiliza, incluindo em seu escopo de

atenção variáveis tais, como: sustentabilidade, poluição, custo social, segurança energética

entre outros.

Aspectos econômicos continuam a exercer uma forte influencia na definição da matriz

energética, porem não possuem mais exclusividade nas decisões voltadas a estabelecer o

padrão de utilização. O fator econômico atua como um incentivo, e não mais como uma

barreira, para o desenvolvimento de novas fontes de energia e de tecnologias para ampliar as

possibilidades de recursos a serem utilizados. Nesse sentido características regionais

estabelecem abordagens diferenciadas, pois o foco se concentra em utilizar recursos que

estejam de fácil acesso, mantendo a premissa econômica, configurando um estado de

pluralidade de fontes energéticas tais como a energia eólica, a energia solar e a biomassa entre

outras. Este cenário permeia um futuro no qual conviveremos com uma grande diversidade de

recursos energéticos e não apenas com poucos utilizados em grande escala.

Outro ponto de atenção na questão energética é a eficiência da sua utilização, novos

produtos e novas tecnologias afloram com o objetivo de se obter melhores resultados

energéticos. Nesse sentido vários estudos como o de Slootweg, Polinder e Kling (2003)

analisam três modelos contemporâneos de turbinas eólicas na geração de eletricidade por

meio de simulações e determinam o grau de interação e eficiência. Em outro estudo Biggart e

Lutzernhiser (2007) analisam o consumo de energia em prédios de instituições

governamentais e empresariais que demonstram interesse em racionalização da organização e

ações voltadas para o uso mais eficiente. Os autores destacam que este aspecto é uma parcela

pequena do problema, mas os desafios são significativos em decorrência da concepção da

construção das edificações e de paradigmas enraizados em princípios econômicos

convencionais. As inovações incorporadas nas novas edificações ainda não contemplam as

oportunidades de lucro e ampliação da eficiência possível, caso a variável redução no

consumo de energia se configurasse como dado relevante no projeto. Neste sentido estudos

apontam que edificações que incorporam soluções de projeto podem apresentam uma redução

no consumo de energia estimada entre 20% e 40% (Nadel, Shipley e Elliott, 2.004).

O consumo de energia pode ser analisado sob dois fatores principais de consumo o

primeiro de uso residencial e o segundo de uso empresarial, ambos possuem ao mesmo tempo

inter-relação e concorrência. De um lado o uso residencial apresenta picos de consumo no

horário em que as pessoas chegam à residência e vão tomar banho e como no Brasil grande

parte dos chuveiros é elétrico o consumo e sensivelmente afetado, de outro lado no momento

em que a indústria inicia suas atividades diárias ocorre um pico de consumo, pois muito dos

equipamentos utilizam resistência elétricas e necessitam rapidamente atingir uma elevada

temperatura de trabalho. Para equalizar este cenário, vários programas são objeto de estudo e

até de implementação, como exemplo a cobrança de uma tarifa residencial menor para as

residências que não apresentassem pico de consumo de energia no horário critico, inicio da

noite, e ainda, a cobrança da indústria pelo pico de consumo, estas medidas objetivam

equalizar o consumo de energia ao logo do dia evitando colapso do sistema.

Diante da importância da energia para a sociedade, tanto no contexto residencial

quanto no empresarial, o presente artigo objetiva identificar o atual cenário energético das

empresas na gestão da energia elétrica e na utilização de fontes alternativas de energia. O

estudo procura identificar se a certificação pela norma NBR ISO 14.001 e o porte da empresa

interfere na gestão do recurso energético e ainda se apresenta maior atenção a utilização de

fontes renováveis de energia.

2. As organizações, a energia e a abordagem ambiental contemporânea

A consciência ambiental e social emerge a partir da década de 1970, conduzida por

conferências e eventos globais que convocam os principais atores do processo de

transformação, o poder público, a sociedade e as organizações. Nestes eventos os atores

buscaram o entendimento de que esta era uma causa comum e que permeia o interesse de

todos os envolvidos, em alguns casos semelhantes enquanto em outros conflitantes, mas

depositários da necessidade de um entendimento. Esta demanda de entendimento decorre da

expansão da preocupação ambiental que posiciona o ser humano no centro da possibilidade de

uma terrível ameaça, a de falta de sustentabilidade das atividades desempenhadas pela

sociedade, que é parte integrante da natureza de forma indivisível e participante da relação

causa e efeito. Logo, ao agredir o meio ambiente, o ser humano agride a si próprio, com

renováveis, de matérias agrícolas como plantas oleaginosas, biomassa florestal, cana-de-

açúcar e outras matérias orgânicas. A energia geotérmica se origina do calor proveniente do

interior da crosta terrestre. Existe porque a temperatura do planeta varia em profundidade, a

cada 100 metros de profundidade a temperatura aumenta 3ºC, e manifesta-se naturalmente à

superfície na forma de vapor e de água quente, mas pode ser explorada a partir do interior do

solo através de furos (bombas de calor).

3. Metodologia

A pesquisa se aprofunda na identificação do atual cenário energético pela analise da

conduta da organização na abordagem da gestão do recurso energético e na utilização de

fontes alternativas de energia. Para tanto realiza a investigação em dois grupos de analise: se a

empresa é certificada pela norma NBR ISO 14.001 e pelo porte da empresa.

A linha de atuação do projeto se classifica como um estudo de natureza quantitativa. A

amostra é composta por 649 empresas que disponibilizaram suas informações para a

publicação na revista “ANÁLISE GESTÃO AMBIENTAL” (2008). A revista em questão

realizou durante o ano de 2.008 um trabalho de quatro meses envolvendo vinte profissionais

no processo de distribuir e captar questionário destinado as questões ambientais, análise de

consistência dos dados e preparo para publicação. A revista realiza as totalizações das

respostas, porém não estabelece estudos ou analises objetivando levantar dependência entre os

dados obtidos.

Desta forma o presente estudo constrói uma nova tabela com os dados

disponibilizados e então realiza as análises estatísticas pertinentes ao objetivo proposto. Vale

destacar que os questionários foram encaminhados e respondidos diretamente pelas empresas,

por meio de seus representantes legais, constituindo-se assim em material de credibilidade e

não sujeito à abordagem restrita das empresas que publicam balanço sócio-ambiental.

A seleção desta publicação para a obtenção dos dados para análise reside em dois

fatores: o primeiro voltado à sistemática empregada na coleta dos dados, que utiliza

questionário com perguntas fechadas e diretas a serem respondidas pelos representantes das

empresas, com posterior análise de consistência das informações fornecidas, esta sistemática

se adéqua ao escopo de pesquisas cientificas, validando assim sua utilização. O segundo fator

esta relacionado às variáveis pesquisadas, que se alinham ao objetivo estabelecido neste

projeto, gestão do recurso energético pela empresa.

Os dados a serem utilizados se configuram como secundários. Vale destacar que a

obtenção de dados disponíveis em publicações ao invés de material obtido de forma primária

não diminui a importância da pesquisa. Para tanto é importante posicionar a diferença entre

conhecimento e informação.

Segundo Fransman (1.999), a informação é uma commodity – artigo ou objeto de uso

comum, conveniência, que é capaz de produzir conhecimento. O conhecimento, por sua vez, é

identificado como a informação processada (ou sustentada) com convicção. Fransman admite

que o conhecimento envolve, mas não se limita ao processamento da informação.

O presente estudo analisa o consumo de energia abordando as seguintes práticas de

gestão da energia: monitoramento com indicadores, adoção de meta de redução, existência de

programa estruturado e ações de conscientização dos funcionários. A energia solar, a energia

eólica, a energia geotérmica, a energia hídrica e o bicombustível, são as fontes renováveis sob

investigação de utilização ou não pelas empresas.

Os dados disponibilizados pela revista “análise GESTAO AMBIENTAL” (2008)

foram digitados no software estatístico SPSS e submetidos análise do Qui-Quadrado. Os

resultados obtidos estão apontados na análise de resultados.

4. Análise dos resultados

Este projeto verifica as variáveis das empresas que compõem a amostra de pesquisa,

em dois grupos de atenção: as empresas que possuem certificação NBR ISO 14.001 - sistema

de gestão ambiental (2004) e o porte da empresa.

A tabela 1 demonstra a divisão das empresas em certificadas ou não pela norma NBR ISO

Tabela 1: Empresas certificadas ISO 14.001. Característica da empresa Quantidade^ Percentagem Não Certificada ISO 14.001 339 52,2% Certificada ISO 14.001 310 47,8% Total 649 100%

A análise dos dados consiste em verificar individualmente se a gestão das variáveis

pelas empresas apresenta dependência significativa por estarem ou não certificada NBR ISO

O critério para definir o porte da empresa, neste estudo é o utilizado pelo Prêmio

Nacional da Qualidade – PNQ (2004), que classifica como pequenas empresas aquelas com

até 50 funcionários, medias empresas entre 51 e 500 funcionários e grandes empresas mais de

500 funcionários. Para ampliar o entendimento deste estudo, temos um grupo que compõe as

pequenas e médias empresas e um segundo grupo apenas com as grandes empresas. Este novo

agrupamento melhora o volume quantitativo do primeiro grupo possibilitando melhor análise

estatística dos dados, associado ao fato de compor melhor o grupo de análise. A tabela 2

demonstra a divisão das empresas segundo o porte das mesmas.

Tabela 2: Porte das empresas. Característica da empresa Quantidade^ Percentagem Pequeno e Médio porte (até 500 funcionários) 158 25,3% Grande porte (mais de 500 funcionários) 466 74,7% Total 624 100%

Algumas empresas não estão inclusas neste estudo por não apresentarem a quantidade

de funcionários, logo o total de empresas analisadas foi reduzido para 624.

A análise dos dados referentes à gestão da energia elétrica nas empresas segundo a

certificação ou não pela norma NBR ISO 14.001 pode ser observada na tabela 3.

Tabela 4: Gestão da energia elétrica em função do porte da Empresa. Como a gestão da empresa atua nesta variável de controle.

Item em análise Porte da Empresa

Não Sim Total

Valor de Pearson Qui- Quadrado

Asymp Sig (2- sided)

Pequeno e Qde. 53 105 158 Médio Porte % 33,5% 66,5% 100,0% Grande Porte Qde. 94 372 466 % 20,2% 79,8% 100,0% Qde. 147 477 624

A energia elétrica é monitorada por indicadores:

Total % 23,6% 76,4% 100,0%

Pequeno e Qde. 77 81 158 Médio Porte (^) % 48,7% 51,3% 100,0% Grande Porte Qde. 172 294 310 % 28,7% 63,1% 100,0% Qde. 249 375 649

A empresa adota metas de redução no consumo de energia elétrica.

Total % 39,9% 60,1% 100,0%

Pequeno e Qde. 115 43 158 Médio Porte % 72,8% 27,2% 100,0% Grande Porte Qde. 280 186 466 % 60,1% 39,9% 100,0% Qde. 395 229 624

A empresa possui programa estruturado para gestão da energia elétrica Total % 63,3% 36,7% 100,0%

Pequeno e Qde. 77 81 158 Médio Porte % 48,7% 51,3% 100,0% Grande Porte Qde. 137 329 466 % 29,4% 70,6% 100,0% Qde. 214 410 624

A empresa tem ações de conscientização dos funcionários para o consumo racional da energia elétrica (^) Total

% 34,3% 65,7% 100,0%

A análise dos dados utilizando o teste do Qui-Quadrado com significância de 5%

demonstra que podemos rejeitar a hipótese nula em todas as variáveis de análise, a saber: a

energia elétrica é monitorada por indicadores, a empresa adota metas de redução no consumo

de energia elétrica, a empresa possui programa estruturado para a gestão da energia elétrica e

tem ações de conscientização dos funcionários para o consumo racional da energia elétrica.

Nesse sentido pode-se afirmar que há dependência no processo de gestão da energia elétrica o

porte da empresa. Os valores obtidos demonstram que o conjunto de empresas de grande porte

pratica o controle e a redução do consumo de energia elétrica em seu processo de gestão.

A análise dos dados referentes à utilização de fontes alternativas de energia segundo a

certificação ou não pela norma NBR ISO 14.001 pode ser observada na tabela 5.

Tabela 5: Como as empresas realizam a gestão das fontes alternativas de energia em função da certificação pela norma NBR ISO 14.001.

Como a gestão da empresa atua nesta variável de controle.

Item em análise Condição da empresa frente à norma ISO 14.001 (^) Não Sim Total

Valor de Pearson Qui- Quadrado

Asymp Sig (2- sided)

Não certificada Qde. 318 21 339 ISO 14.001 (^) % 93,8% 6,2% 100,0% Certificada ISO Qde. 281 29 310 14.001 (^) % 90,6% 9,4% 100,0% Qde. 599 50 649

A empresa utiliza energia solar.

Total % 92,3% 7,7% 100,0%

Não certificada Qde. 333 6 339 ISO 14.001 (^) % 98,2% 1,8% 100,0% Certificada ISO Qde. 304 6 310 14.001 (^) % 98,1% 1,9% 100,0% Qde. 637 12 649

A empresa utiliza energia eólica.

Total % 98,2% 1,8% 100,0%

Não certificada Qde. 336 3 339 ISO 14.001 (^) % 99,1% ,9% 100,0% Certificada ISO Qde. 305 5 310 14.001 (^) % 98,4% 1,6% 100,0% Qde. 641 8 649

A empresa utiliza energia geotérmica.

Total % 98,8% 1,2% 100,0%

Não certificada Qde. 285 54 339 ISO 14.001 (^) % 84,1% 15,9% 100,0% Certificada ISO Qde. 252 58 310 14.001 (^) % 81,3% 18,7% 100,0% Qde. 537 112 649

A empresa utiliza energia hídrica.

Total % 82,7% 17,3% 100,0%

Não certificada Qde. 294 45 339 ISO 14.001 (^) % 86,7% 13,3% 100,0% Certificada ISO Qde. 268 42 310 14.001 (^) % 86,5% 13,5% 100,0% Qde. 562 87 649

A empresa utiliza energia bicombustível.

Total % 86,6% 13,4% 100,0%

Não certificada Qde. 195 144 339 ISO 14.001 (^) % 57,5% 42,5% 100,0% Certificada ISO Qde. 178 132 310 14.001 (^) % 57,4% 42,6% 100,0% Qde. 373 276 649

Utiliza fontes alternativas de energia.

Total % 57,5% 42,5% 100,0%

A análise dos dados utilizando o teste do Qui-Quadrado com significância de 5%

demonstra que não podemos rejeitar a hipótese nula na analise comparativa das fontes

alternativas de energia. Nesse sentido pode-se afirmar que não há dependência na utilização

de energias alternativas em relação à empresa ser certificada ou não na Norma ISO 14.001.

A análise da utilização de fontes renováveis de energia aponta que 276 empresas

(42,5%) do total da pesquisa utilizam uma ou mais fontes de energia alternativa, com as

seguintes participações respectivamente: 7,7% utilizam energia solar, 1,8% utiliza energia

eólica, 1,2% utiliza energia geotérmica, 17,3% utiliza energia hídrica e 13,4% utiliza o

bicombustível.

A análise dos dados referentes à utilização de fontes alternativas de energia segundo o

porte das empresas pode ser observado na tabela 6.

O presente artigo se propôs a identificar na prática de gestão das empresas, a

ocorrência de uma conduta voltada à gestão energética, por meio de práticas de

gerenciamento que potencializam a utilização do recurso energético e por utilizar fontes

alternativas de energia. Para tanto, ponderamos inicialmente sob as práticas de gerenciamento

do recurso energético.

O resultado observado tanto nas empresas certificadas pela norma NBR ISO 14.

quanto nas empresas de grande porte, demonstram uma maior atenção no gerenciamento dos

recursos energéticos analisados. Este cenário revela que as empresas destes grupos executam

o monitoramento do consumo de energia elétrica por meio de indicadores, o que possibilita

atuar corretivamente quando se observar um aumento de consumo não previsto. O

monitoramento por indicadores possibilita a implantação de programas de redução do

consumo que devem ser balizados por metas estabelecidas no planejamento estratégico, esta

conjuntura favorece tanto o desenvolvimento tecnológico quanto a implementação de práticas

e condutas que reduzam o consumo de energia. A associação do monitoramento por

indicadores para atender metas de redução se constituem em alicerces na estruturação dos

programas de gestão de energia elétrica, porem se observa uma redução significativa na

percentagem de empresas que possuem metas para aquelas com programa estruturado para

gestão da energia elétrica, nas empresas certificadas pela norma NBR ISO 14.001 a redução

foi de 71,3% para 51,6%, e nas empresas de grande porte a redução foi de 63,1% para 39,9%.

Este fato revela que apesar da atenção na gestão da energia elétrica, uma percentagem

significativa das empresas necessita consolidar estas práticas em programas estruturados.

A energia elétrica é um recurso controlado e sob ações de redução em 82% das

empresas pesquisadas. Este valor demonstra que uma parcela significativa de empresas insere

o consumo da energia elétrica na pauta de atenção de seu gerenciamento.

A redução sistemática no consumo de energia traz tanto benefícios financeiros para as

empresas quanto para a sociedade pela preservação dos recursos e redução dos impactos.

As empresas certificadas pela norma NBR ISO 14.001 não apresentam diferenças

significativas na utilização de energias alternativas na comparação com as empresas não

certificadas, esta situação pose ser justificada pela norma NBR ISO 14.001 não exigir ações

voltadas à utilização de fontes alternativas de energia em sua matriz.

Nas empresas de grande porte não se observa diferenças significativas na utilização de

fontes alternativas em comparação as empresas de pequeno é médio porte para a energia solar

(7,7%), energia eólica (1,6%) e energia geotérmica (1,1%), a justificativa para este fato

provavelmente reside na sua baixa utilização, como podemos observar nas percentagens

apresentadas, por outro lado a energia hídrica (17,3%) e o bicombustível (27,2%) que

aparecem em maior quantidade apresentam diferença significativa em comparação com as

empresas de pequeno e médio porte.

Um fator de destaque é que do total de empresas pesquisadas 42,5% apontaram a

utilização, de uma ou mais, fontes alternativas na sua matriz energética, fator positivo porem

que demanda a necessidade de estudos futuros que objetivem identificar a evolução ou não

das fontes alternativas de energia nas empresas.

6. Referências

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