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A Droga da Obediência, Notas de aula de Literatura

Procuramos contextualizar o autor e sua obra no panorama da literatura brasileira para jovens e adultos. RESEnhA. Apresentamos uma síntese da obra para que o ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Romar_88
Romar_88 🇧🇷

4.6

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PEDRO BANDEIRA

A Droga da Obediência

Projeto de Leitura

Coordenação: Maria José Nóbrega

Elaboração: Lucy Wenzel

Leitor fluente — 6o^ e 7o^ anos

O que é, o que é, Uma árvore bem frondosa Doze galhos, simplesmente Cada galho, trinta frutas Com vinte e quatro sementes?^1

Alegórica árvore do tempo…

A adivinha que lemos, como todo e qual- quer texto, inscreve-se, necessariamente, em um gênero socialmente construído e tem, portanto, uma relação com a exteriorida- de que determina as leituras possíveis. O espaço da interpretação é regulado tanto pela organização do próprio texto quanto pela memória interdiscursiva, que é social, histórica e cultural. Em lugar de pensar que a cada texto corresponde uma única leitura, é preferível pensar que há tensão entre uma leitura unívoca e outra dialógica.

Um texto sempre se relaciona com outros produzidos antes ou depois dele: não há como ler fora de uma perspectiva interdiscursiva.

Retornemos à sombra da frondosa árvore — a árvore do tempo — e contemplemos outras árvores:

Deus fez crescer do solo toda espécie de árvores formosas de ver e boas de comer, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. (…) E Deus deu ao homem este manda- mento: “Podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás de morrer”.^2

Ah, essas árvores e esses frutos, o desejo de conhecer, tão caro ao ser hu- mano…

Enigmas e adivinhas convidam à decifra- ção: “trouxeste a chave?”.

Encaremos o desafio: trata-se de uma árvore bem frondosa, que tem doze galhos, que têm trinta frutas, que têm vinte e qua- tro sementes: cada verso introduz uma nova informação que se encaixa na anterior.

Quantos galhos tem a árvore frondosa? Quantas frutas tem cada galho? Quantas sementes tem cada fruta? A resposta a cada uma dessas questões não revela o enigma. Se for familiarizado com charadas, o leitor sabe que nem sempre uma árvore é uma árvore, um galho é um galho, uma fruta é uma fruta, uma semente é uma semente… Traiçoeira, a árvore frondosa agita seus galhos, entorpece- nos com o aroma das frutas, intriga-nos com as possibilidades ocultas nas sementes.

O que é, o que é?

Apegar-se apenas às palavras, às vezes, é deixar escapar o sentido que se insinua nas ramagens, mas que não está ali. Que árvore é essa? Símbolo da vida, ao mesmo tempo que se alonga num percurso vertical rumo ao céu, mergulha suas raízes na terra. Cíclica, despe-se das folhas, abre-se em flores, que escondem frutos, que protegem sementes, que ocultam coisas futuras.

“Decifra-me ou te devoro.”

Qual a resposta? Vamos a ela: os anos, que se desdobram em meses, que se aceleram em dias, que escorrem em horas.

Árvores e tempo de leitura

MARIA JOSÉ NÓBREGA

Gênero: Palavras-chave: Áreas envolvidas: Temas transversais: Público-alvo: PROPOSTAS DE ATIvIDADES a) antes da leitura Os sentidos que atribuímos ao que se lê dependem, e muito, de nossas experiências anteriores em relação à temática explorada pelo texto, bem como de nossa familiaridade com a prática leitora. As atividades sugeridas neste item favorecem a ativação dos conhe- cimentos prévios necessários à compreensão e interpretação do escrito.

  • Explicitação dos conhecimentos prévios

necessários à compreensão do texto.

  • Antecipação de conteúdos tratados no texto

a partir da observação de indicadores como título da obra ou dos capítulos, capa, ilustração, informações presentes na quarta capa, etc.

  • Explicitação dos conteúdos da obra a partir

dos indicadores observados. b) durante a leitura São apresentados alguns objetivos orienta- dores para a leitura, focalizando aspectos que auxiliem a construção dos sentidos do texto pelo leitor.

  • Leitura global do texto.
  • Caracterização da estrutura do texto.
  • Identificação das articulações temporais e

lógicas responsáveis pela coesão textual.

  • Apreciação de recursos expressivos empre-

gados pelo autor. c) depois da leitura São propostas atividades para permitir melhor compreensão e interpretação da obra, indican- do, quando for o caso, a pesquisa de assuntos relacionados aos conteúdos das diversas áreas curriculares, bem como a reflexão a respeito de temas que permitam a inserção do aluno no debate de questões contemporâneas. F nas tramas do texto

  • Compreensão global do texto a partir de

reprodução oral ou escrita do que foi lido ou de respostas a questões formuladas pelo professor em situação de leitura comparti- lhada.

  • Apreciação dos recursos expressivos em-

pregados na obra.

  • Identificação e avaliação dos pontos de

vista sustentados pelo autor.

  • Discussão de diferentes pontos de vista e

opiniões diante de questões polêmicas.

  • Produção de outros textos verbais ou ainda

de trabalhos que contemplem as diferentes lin- guagens artísticas: teatro, música, artes plásticas, etc. F nas telas do cinema

  • Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou

DVD, que tenham alguma articulação com a obra analisada, tanto em relação à temática como à estrutura composicional. F nas ondas do som

  • Indicação de obras musicais que tenham

alguma relação com a temática ou estrutura da obra analisada. F nos enredos do real

  • Ampliação do trabalho para a pesquisa de

informações complementares numa dimen- são interdisciplinar.

DICAS DE LEITURA

Sugestões de outros livros relacionados de alguma maneira ao que está sendo lido, esti- mulando o desejo de enredar-se nas veredas literárias e ler mais: w do mesmo autor; w sobre o mesmo assunto e gênero; w leitura de desafio. Indicação de título que se imagina além do grau de autonomia do leitor virtual da obra analisada, com a finalidade de ampliar o horizonte de expectativas do aluno-leitor, encaminhando-o para a literatura adulta.

um pouCo sobre o autor

Nascido em Santos, São Paulo, em 1942, Pedro Bandeira mudou-se para a cidade de São Pau- lo em 1961. Trabalhou em teatro profissional como ator, diretor e cenógrafo. Foi redator, editor e ator de comerciais de televisão. A partir de 1983 tornou-se exclusivamente escritor. Sua obra, direcionada a crianças, jo- vens e jovens adultos, reúne contos, poemas e narrativas de diversos gêneros. Entre elas, estão: Malasaventuras — safadezas do Mala- sartes, O fantástico mistério de Feiurinha, O mistério da fábrica de livros, Pântano de san- gue, A droga do amor, Agora estou sozinha..., A Droga da Obediência, Droga de americana! e A marca de uma lágrima. Recebeu vários prêmios, como Jabuti, APCA, Adolfo Aizen e Altamente Recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

A partir de 2009, toda a sua produção lite- rária integra com exclusividade a Biblioteca Pedro Bandeira da Editora Moderna.

resenha

Os Karas — Miguel, Magrí, Calu, Crânio, Chumbinho — são um grupo de amigos que estuda no colégio Elite. Eles participam de várias aventuras de suspense em que preci- sam desvendar alguns crimes. Em A Droga da Obediência , o grupo de jovens detetives desmantela uma intrincada série de seques- tros ocorridos em São Paulo. Os Karas tomam conhecimento de uma onda de desaparecimentos envolvendo alunos de vários colégios conhecidos e decidem inves- tigar o que está acontecendo. Reúnem-se em seu esconderijo secreto, no vasto forro do imenso vestiário do colégio Elite, e lá

PEDRO BANDEIRA

A Droga da Obediência

Leitor fluente — 6o^ e 7o^ anos

Por exemplo, se Chumbinho não tivesse descoberto o esconderijo dos Karas, que outra saída poderíamos propor à solução do enigma?

3. Divida os alunos em pequenos grupos.

Proponha que “desenvolvam” uma droga a serviço do bem-estar da humanidade. Que tipo de droga seria essa? Escolha um nome-fantasia. Descreva seus efeitos colate- rais, sua posologia, sua indicação e contra- indicação. Cada grupo deverá apresentar seu produto para a classe, que escolherá o melhor. F nas telas do cinema A ilha do Dr. Moreau , dirigido por John Frankenheimer. Que tal conhecer o Dr. Moreau, um vilão da mesma estirpe do Dr. Q.I.? Adaptado do romance de H. G. Wells, o filme conta a história de um cientista lunático que, com um assistente, faz estranhas experiências com mutação genética, desenvolvendo mons- truosas criaturas, metade humanas, metade animais, que ele mantém como escravas. F nos enredos do real

1. O uso, no livro, de termos em inglês, como

Pain Control , pode dar margem a um interes- sante estudo a respeito do uso de palavras estrangeiras na língua portuguesa. a. Será que, se o autor tivesse usado o nome em português Controle da Dor em lugar de Pain Control , o efeito seria o mesmo? b. Anote as respostas dadas e verifique se os alunos percebem a referência a organizações internacionais de pesquisa. c. Peça aos alunos que elaborem uma lista de palavras de origem estrangeira encontradas em jornais e as classifiquem de acordo com o campo semântico a que pertencem, por exemplo, informática, imóveis etc. d. Identifique na lista as palavras que têm correspondente na língua portuguesa e dis- cuta os efeitos de sentido que se obtêm com o emprego de uma ou de outra. e. Chame a atenção de seus alunos para os processos de gramaticalização que as pala- vras de língua estrangeira acabam sofrendo ao serem incorporadas ao português. Por exemplo, de delete surgiu o verbo deletar; de scanner, escanear.

2. O uso indevido de medicamentos e a auto-

medicação podem causar danos à saúde. Promova uma pesquisa sobre o assunto ou convide um profissional da área da saúde para conversar com os alunos. diCas de Leitura w do mesmo autor O medo e a ternura — São Paulo: Moderna A marca de uma lágrima — São Paulo: Mo- derna Agora estou sozinha... — São Paulo: Moderna w dos Karas Anjo da Morte — São Paulo: Moderna A Droga do amor — São Paulo: Moderna Pântano de sangue — São Paulo: Moderna Droga de americana! — São Paulo: Moderna w leitura de desafio Outroso: um outro mundo, de Graciela Mon- tes (tradução de Ana Maria Machado) — São Paulo: Salamandra. Como nos livros da série Os Karas , há tam- bém, nesse, uma turma de jovens que precisa enfrentar perigos. Ameaçada e agredida por uma gangue, a turma constrói uma complexa rede de tú- neis e galerias que a conduz a Outroso , um mundo subterrâneo que lhe permite fugir ou esconder-se das perseguições. As aventuras dessa turma são uma metáfora da recente realidade latino-americana, em que ditadu- ras atacavam traiçoeiramente.