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A dor cronica- bases da farmacologia
Tipologia: Resumos
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A dor crônica, especialmente quando localizada na área escrotal ou na virilha, pode impactar significativamente a vida sexual de muitos pacientes. A dor constante, debilitante por natureza, não só reduz o interesse sexual, mas também interfere diretamente no desempenho e causa desconforto durante a relação. Esse quadro gera uma “espiral descendente”, em que o menor interesse sexual e o pior desempenho levam ao evitamento de atividades sexuais. O problema é muitas vezes subdiagnosticado, devido à vergonha ou à falta de questionamento médico adequado.Em um estudo realizado com mulheres com Síndrome de Sjogren, foi revelado que quando perguntadas se discutiram seus sintomas vaginais ou disfunção sexual com seus reumatologistas, 56,5% das pacientes disseram que não o fizeram porque acreditavam que a disfunção sexual não estava sendo avaliada. Apenas 8 mulheres (17,3%) mencionaram seus sintomas vaginais a seus médicos, enquanto 12 mulheres (26,2%) tentaram falar sobre a secura vaginal, mas ficaram envergonhadas. Essa falta de comunicação entre pacientes e médicos reflete o subdiagnóstico e a negligência da disfunção sexual relacionada à dor crônica. Nas condições reumáticas, como artrite reumatoide (AR) e espondilite anquilosante (EA), a prevalência de disfunção sexual é alta, variando entre 18,4% e 79,6% dos pacientes. Essa disfunção sexual está fortemente ligada à dor, fadiga e limitações físicas, impactando negativamente a vida sexual e emocional dos pacientes. Além disso, a disfunção sexual afeta diretamente a qualidade de vida e a satisfação nos relacionamentos, influenciando o bem-estar físico, emocional e social. Pacientes com disfunções sexuais relatam níveis mais elevados de dor, ansiedade e sintomas depressivos, o que prejudica ainda mais sua saúde geral. A inter-relação entre dor crônica e vida sexual é agravada pela ausência de uma abordagem multidisciplinar, que deveria incluir a sexualidade como parte integrante do bem-estar do paciente. A maioria dos tratamentos para essas condições foca apenas no controle da dor, ignorando o impacto emocional e sexual, o que pode piorar a saúde mental e social. Em particular, condições como a dor escrotal crônica representam um desafio ainda maior, uma vez que o próprio ato sexual pode ser doloroso. Isso cria uma espiral de dor e evitação sexual, resultando em uma queda ainda mais significativa na qualidade de vida dos pacientes. Nesse contexto, as práticas integrativas e complementares (PICs) surgem como poderosas aliadas no tratamento de pacientes com dor crônica e disfunção sexual. Entre as práticas mais promissoras estão a acupuntura, a auriculoterapia e a moxibustão, todas elas baseadas nos princípios da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Essas terapias promovem o alívio da dor, a melhora da função sexual e o bem-estar geral. A auriculoterapia, que utiliza a estimulação de pontos reflexos na orelha, e a acupuntura, com a inserção de agulhas em pontos específicos do corpo, são práticas que atuam liberando neurotransmissores como endorfinas, serotonina e encefalina, os analgésicos naturais do corpo. Essas substâncias ajudam a
regular a dor e a melhorar o equilíbrio físico e emocional dos pacientes. A acupuntura, em particular, exerce um efeito analgésico central sobre o tálamo, área do cérebro responsável pelo processamento de informações sensoriais. Além disso, a acupuntura libera endorfinas no cérebro, que integram o mecanismo natural de supressão da dor. A moxibustão destaca-se no tratamento da prostatite crônica, condição em que a dor e a inflamação estão intimamente ligadas. Estudos indicam que a moxibustão tem efeitos positivos na circulação sanguínea da próstata. Ao estimular pontos de acupuntura e aplicar calor, essa técnica aumenta o fluxo sanguíneo para a próstata, aliviando espasmos musculares e melhorando a função prostática. Além disso, a moxibustão possui propriedades anti- inflamatórias, ajudando a reduzir a secreção de substâncias inflamatórias, promovendo a absorção de exsudatos inflamatórios e acelerando a cicatrização. Esse efeito anti-inflamatório é crucial no tratamento da prostatite, uma vez que a inflamação exacerba os sintomas. Outro método complementar é a ventosaterapia, que tem mostrado efeitos positivos na redução da dor crônica por meio da estimulação de fibras nervosas. Pesquisadores apontam que a laceração da pele e dos vasos capilares, promovida pela ventosaterapia, atua como um estímulo nociceptivo adicional, ativando as vias descendentes inibitórias de controle da dor. A ventosaterapia é particularmente eficaz no tratamento de condições musculoesqueléticas crônicas, ao promover o relaxamento muscular e a sensação de bem-estar. Além de seus efeitos no controle da dor, as PICs também têm impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes. Estudos demonstram que a acupuntura pode reduzir dores crônicas, melhorar o humor, a função física e diminuir o uso de medicamentos. A ventosaterapia, por sua vez, tem se mostrado eficaz na redução de dores crônicas, especialmente nas costas, contribuindo para a promoção da saúde. As PICs oferecem uma abordagem multidimensional e completa no cuidado aos pacientes, indo além do simples alívio da dor física. A combinação de acupuntura, moxibustão e ventosaterapia não apenas alivia a dor, mas também melhora o humor, reduz a ansiedade e traz benefícios psicológicos fundamentais para os pacientes. A integração dessas terapias com o tratamento convencional permite um cuidado mais humanizado e completo, abordando também as questões emocionais, psicológicas e sexuais dos pacientes. A importância das PICs no manejo da dor crônica e disfunção sexual é evidente. Elas proporcionam aos pacientes um alívio que envolve tanto o corpo quanto a mente, essencial para a melhora da qualidade de vida. Reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as PICs são uma estratégia segura e eficaz para o tratamento de dores crônicas e disfunções sexuais, oferecendo uma abordagem mais humanizada e completa no cuidado à saúde.