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49f. Orientadora: Isolda Ayres Viana Ramos. Monografia (graduação em Pedagogia) – UFPB/CE. 1. Alfabetização. 2. Ludicidade.
Tipologia: Esquemas
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Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisto parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB.
Orientador (a): Profª. Esp. Isolda Ayres Viana Ramos
Camilla Sales Rodrigues de Carvalho
Monografia apresentada à Banca Examinadora do Curso de Pedagogia do Centro de Educação (CE)
Profª. Esp. Isolda Ayres Viana Ramos – Orientadora
Profª. Drª. Ana Luisa Nogueira de Amorim
Profª Drª. Nádia Jane de Sousa
Dedico este trabalho ao meu pai, ao homem que foi e sempre será meu maior exemplo de coragem e determinação.
“(...) Por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa”. Emília Ferreiro.
O presente trabalho versa sobre as contribuições que o uso da ludicidade apresenta para o processo de alfabetização de alunos do primeiro ano do ensino fundamental. Seu objetivo maior foi o de compreender como o uso da ludicidade pode ser ferramenta pedagógica no 1º ano do ensino fundamental, funcionando como agente de socialização e desenvolvimento das capacidades cognitivas, afetivas, motoras e sociais da criança, além de transformar o processo de aquisição dos sistemas de leitura e escrita, em algo interessante e desafiador. De maneira que a ludicidade é entendida como uma ferramenta pedagógica que tem como principais objetivos otimizar o processo educativo e torná-lo algo mais prazeroso e motivador. Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas com objetivo de embasar teoricamente as discussões acerca da temática abordada, também foram realizadas observações em sala de aula de 1º ano do ensino fundamental, e ainda utilizou-se da aplicação de três questionários pedagógicos, sendo que um com a professora responsável pela turma onde foram realizadas as observações, outro com uma professora também do 1º ano, e um último questionário com a orientadora pedagógica de ambas as professoras, com o objetivo de verificar a consciência teórico-prática que as mesmas apresentam sobre o uso da ludicidade. As conclusões obtidas ao final do trabalho reforçaram ainda mais o reconhecimento da importância que as atividades lúdicas apresentam para o processo de aprendizagem, de modo a fortalecer e incentivar o público leitor quanto à utilização da ludicidade no trato com o processo de alfabetização infantil, buscando assim, novas perspectivas de trabalho que enriqueçam o aprendizado da criança.
PALAVRAS-CHAVE: Atividades lúdicas. Alfabetização. Aprendizagem.
2.1 Estágio de Desenvolvimento dos Alunos do 1º Ano do Ensino Fundamental na Perspectiva d Piaget ........................................................................................................................... 16
3 CARACTERIZAÇÃO/ FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO LÚDICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO INFANTIL.............................................................. 18
4 JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA...................................................................... 24
4.1 Classificação dos Jogos...................................................................................................... 27
4.2 Características do Brinquedo............................................................................................. 29
4.3 A Brincadeira e o Desenvolvimento da Aprendizagem.....................................................
5 ALFABETIZAÇÃO LÚDICA: UM DESAFIO CONTEMPORÂNEO........................ 33
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................................ 37
6.1 Análise das Observações em Sala de 1º Ano do Ensino Fundamental e a Perspectiva Teórica da Docente em Relação à Educação Lúdica............................................................... 37 6.2 Análise das Respostas do Questionário Pedagógico Aplicado à Professora B e à Orientadora............................................................................................................................... 40
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 42
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 44
APÊNDICES.......................................................................................................................... 46
A temática abordada durante o desenvolvimento deste trabalho gira em torno da contribuição do lúdico no processo de alfabetização infantil, uma vez que a cultura lúdica é parte integrante do processo de desenvolvimento da criança, assim, torna-se inseparável as contribuições que dada cultura proporciona à vida escolar da mesma. O trabalho apresenta como objetivo geral compreender como o uso da ludicidade pode ser ferramenta pedagógica no 1º ano do ensino fundamental. Os objetivos específicos são: discutir sobre a importância de inserir a cultura lúdica no cotidiano escolar; identificar as principais ideias dos autores que abordam o lúdico como facilitador do processo de aprendizagem infantil e verificar as contribuições que as atividades lúdicas proporcionam ao processo de alfabetização. Analisando os processos de aprendizagem da criança em fase inicial de alfabetização, com faixa etária em torno de 6 e 7 anos, é possível perceber que para haver um aprendizado significativo as crianças necessitam de recursos pedagógicos que estão para além do giz e da lousa, uma vez que as crianças estão em fase de transição da educação infantil para o 1º ano do ensino fundamental, onde na série antecedente à alfabetização, as atividades vivenciadas pelas mesmas apresentam um grande aporte das atividades lúdicas, as quais, são em muito importantes para o desenvolvimento das habilidades infantis. Existe um equívoco muito grande por parte de alguns professores que acreditam que as atividades lúdicas são características apenas da educação infantil, e acabam suprimindo da alfabetização esse tipo de atividade. A fase inicial do processo de alfabetização é marcada por um grande número de conceitos e informações a serem absorvidas pela criança, onde se inicia a construção da aquisição dos processos de leitura e escrita, os quais demandam o uso de metodologias que auxiliem na compreensão desses processos. Sabendo da importância que as atividades lúdicas apresentam para o processo de desenvolvimento da criança, será enfocada dada discussão, acerca das imbricações que o lúdico oferece ao processo de alfabetização no 1º ano do ensino fundamental, onde este tem como objetivo maior inserir a criança no universo da leitura e da escrita, podendo ser considerada como o alicerce do processo de alfabetização, este que se compreende como um processo contínuo de aprendizagem.
Pedagógica responsável pelo Ensino Médio. A coordenação do Ensino Profissionalizante fica a cargo de uma das assistentes administrativas da escola. A instituição de Ensino apresenta uma estrutura física de excelente qualidade, contando com salas de aula climatizadas, biblioteca, laboratórios de informática e ciências, quadra de esportes, parque infantil, amplo refeitório e serviço de atendimento odontológico. Na referida instituição de ensino, pôde-se observar o cotidiano escolar de alunos do 1º ano do ensino fundamental. Refletindo um pouco sobre a importância que a pesquisa apresenta, é possível perceber que grande conquista na área das ciências deve-se à pesquisa, sendo esta última considerada como uma atividade de busca constante por respostas que solucionem determinado problema, de modo que Rampazzo (2002, p. 49) afirma “A pesquisa é um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e crítico que permite descobrir novos fatos ou dados, soluções ou leis, em qualquer área do conhecimento”. Para a construção do trabalho de conclusão de curso utilizou-se a pesquisa de natureza básica, a partir de uma abordagem qualitativa, esta definida por Rampazzo (2002) como uma busca pela compreensão particular do objeto que se estuda, tendo seu foco voltado ao específico, buscando a compreensão e não a explicação dos fenômenos estudados. A pesquisa qualitativa baseia-se na fenomenologia, onde esta busca compreender a relação entre o sujeito e objeto, ou seja, buscando voltar ao fenômeno que integra a consciência e o objeto. Tratando-se então de uma pesquisa exploratória, adotando o procedimento bibliográfico como principal instrumento de busca de informações sobre o problema proposto, onde, este procedimento objetiva explicar um problema a partir de referências teóricas já publicadas. Assim, os instrumentos de trabalho utilizados para elaboração dos resultados da pesquisa foram: revistas que abordam o tema, dicionários especializados, bibliografias e catálogos. Inicialmente realizou-se uma análise bibliográfica com o objetivo de encontrar argumentos teóricos que embasassem o desenvolvimento do trabalho. Também foram feitas observações em uma sala de aula de 1º ano do ensino fundamental durante um período de dois anos, com o objetivo de relacionar a teoria com a prática. Ao final das observações realizadas foram aplicados três questionários, sendo que um com a professora responsável pela turma de alfabetização na qual foram realizadas as observações, outro com uma segunda professora, também de uma turma de alfabetização da mesma escola, e um terceiro questionário com a orientadora pedagógica das referidas professoras.
Durante o desenvolvimento do trabalho os sujeitos com os quais foram aplicados os questionários serão mencionados como professora A, professora B e orientadora, de maneira a garantir o sigilo pessoal das mesmas. As discussões desenvolvidas durante o trabalho buscaram estabelecer uma relação entre o que pensam os determinados teóricos e estudiosos da área, as observações realizadas em sala de aula e as respostas obtidas através dos questionários com o problema proposto, de modo a tecer uma conclusão que seja capaz de atender aos objetivos inicialmente destacados. O presente trabalho encontra-se estruturado em seis tópicos, além da presente introdução. No primeiro tópico, encontram-se elementos teóricos que discorrem sobre a formação docente para o trato como os alunos em fase de alfabetização, focalizando o processo de formação continuada como requisito necessário para desenvolver e aprimorar habilidades que favoreçam o trabalho pedagógico na alfabetização. Neste tópico, também é abordado o estágio de desenvolvimento das crianças em fase alfabetização de acordo com a teoria piagetiana. No segundo tópico aborda-se as características que compõe a educação lúdica, entendida como ferramenta de auxílio ao desenvolvimento das habilidades e dos aspectos cognitivos, afetivos, motores, psicológicos e sociais da criança, além de fomentar nas mesmas a motivação para compreender novos conteúdos e fazê-lo de forma mais prazerosa. O terceiro tópico traz os conceitos e as classificações dos principais artefatos lúdicos: o jogo, o brinquedo e a brincadeiras, onde entende-se que a criança aprende e desenvolve-se a partir da brincadeira. Alguns teóricos afirmam que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, fator indispensável à prática pedagógica. No quarto tópico é apresentado o conceito e o desenvolvimento do processo de alfabetização, de modo a estabelecer associações com a ludicidade e sua contribuição para facilitar e motivar os processos de aquisição da leitura e da escrita. Desenvolvendo a construção de um processo de alfabetização que apresente significados relativos à compreensão real do universo letrado, no qual a criança encontra-se inserida. No quinto tópico aborda-se a análise dos dados obtidos através das observações, questionários e do referencial teórico utilizado, de modo a estabelecer relações entre o que diz a teoria e o que se efetiva na prática pedagógica cotidiana. Por fim, no sexto tópico, tecem-se algumas considerações acerca do tema trabalhado, onde são expostas as conclusões sobre a problemática da falta de utilização de uma educação que favoreça o aprendizado significativo dos alunos, de uma educação que permita que os mesmos possam ser quem exatamente são, está-se referindo a uma educação lúdica.
Assim, a formação docente ganha o sentido de um processo inacabado, contínuo, plural, de modo que tem início e nunca um fim, apresentando uma natureza inconclusa de seu papel formador, e que necessariamente precisa de uma relação íntima entre teoria e prática pedagógica. Mas que tipo de formação se faz necessário para o trabalho com os alunos com faixa etária de 6 anos, regularmente matriculados no ensino fundamental? A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em seu artigo 62, parágrafo único, vem estabelecer os requisitos básicos para o trabalho com a educação básica:
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade Normal.
Tendo em vista a formação mínima estabelecida em lei para o exercício da docência, logo, se faz necessário que essa formação não se encerre em sua fase inicial, mas que possa ser uma constante na vida profissional do docente. A Resolução nº 07 (CNE/CEB, 2010. P 34), destaca que não se trata de um padrão de formação a ser seguido, mas que o próprio exercício da docência constitui um processo de constante reflexão, o qual deve ser infindavelmente recriado e questionado. Sabe-se que o homem e a natureza estão em constante processo de transformação, o que também acontece com o conhecimento, pois o mesmo não consiste em algo estático, imutável, mas que modifica-se à medida em que as circunstâncias exigem novos saberes, novas práticas. Desse modo não se pode enxergar o conhecimento como algo finito, acabado, deve-se percebê-lo como um processo que está sempre em movimento, em transformação. Assim, percebe-se a necessidade de buscar constantemente o conhecimento. Quando perguntado às entrevistadas sobre sua formação, a professora A afirmou apresentar certificado de graduação em Pedagogia, a docente B, além do certificado de graduação em Pedagogia apresenta também certificado de mestrado na área de linguística e ensino, já a orientadora afirmou apresentar o curso de Magistério na modalidade Normal, graduação em Letras e especialização na área de Orientação e Supervisão Escolar. Percebe-se, então, que as três entrevistadas estão de acordo com o que propõe a (LDB) para o exercício da profissão. Os profissionais envolvidos no processo de educação de crianças necessitam de um contínuo processo de formação, visando qualificação no desenvolvimento de atitudes que contribuam para o desenvolvimento social da educação em sua plenitude. A este processo de
formação continuada, encontra-se associado o processo de reflexão da prática cotidiana do profissional educador, sendo esta reflexão um dos principais instrumentos que contribuem para o desenvolvimento das aprendizagens significativas dos alunos. (VEIGA, 2008 apud LEITÃO DE MELLO, 1999, p. 26) exemplifica esse processo quando afirma que a formação docente:
[...] é um processo inicial e continuado, que deve dar respostas aos desafios do cotidiano escolar, da contemporaneidade e do avanço tecnológico. O professor é um dos profissionais que mais necessidade tem de se manter atualizado ( sic ), aliando à tarefa de ensinar a tarefa de estudar. Transformar essa necessidade em direito fundamental para o alcance de sua valorização profissional e desempenho em patamares de competência exigidos pela sua própria função social.
Desse modo, percebe-se a importância não só da formação inicial, como também da continuada, dos profissionais responsáveis pela formação intelectual, crítica, reflexiva, cognitiva, afetiva, etc. dos discentes. Deste modo, segundo Veiga (2008, p. 20), concluí-se que “A docência é, portanto, uma atividade profissional complexa, pois requer saberes diversificados. Isso significa reconhecer que os saberes que dão sustentação a docência exigem uma formação profissional numa perspectiva teórica e prática”. Vê-se, então, que a formação docente inicial, fazendo uma analogia, pode ser considerada como apenas a ponta de um iceberg, e que por traz do que parece tão simplório, de uma profissão tão pouco reconhecida socialmente, e que, em muitas vezes, é vista como um sacerdócio, como um dom, arraigado desde o nascimento ao sujeito, e que isto é suficiente para que se promova educação, existe uma grande barreira a ser superada ou conquistada, barreira esta que denomina como formação continuada, e que se faz indispensável à construção de atitudes profissionais que condizem com os ideais propostos à educação. Através de muitas lutas da categoria, em muito se conseguiu avançar no que tange ao reconhecimento do exercício da docência como uma profissão, igualmente reconhecida como todas as outras. O trabalho pedagógico com os alunos do 1º ano do ensino fundamental, sem sombra de dúvidas, exige do profissional docente esse tipo de formação, de busca pelo novo conhecimento, pois trata-se de um processo educativo que requer um saber específico, onde se conduz um processo extremamente complexo, que é o da construção da leitura e da escrita, assim como a apropriação das operações matemáticas. Durante as observações realizadas na turma de 1º ano, percebeu-se que a professora A demonstrava não apresentar uma formação específica para o trabalho com o processo de alfabetização, embora obtivesse o curso de Pedagogia como designa a (LDB), porém, o
mesma, apresentando a teoria dos estágios de desenvolvimento, onde um estágio é por ele caracterizado por uma ordem de aquisições constantes, de forma sucessiva e não apenas cronológica, dependendo da experiência do sujeito e não apenas de sua maturação ou do meio social. Foram estabelecidos quatro grandes períodos de desenvolvimento das estruturas cognitivas: estágio sensório-motor, o qual que se apresenta no período de 0 a 2 anos; estágio pré-operatório: dos 2 aos 7-8 anos; estágio operacional concreto: dos 7-8 à 11-12 anos; e o estágio operacional formal, que se inicia a partir dos 12 anos. Cada estágio apresenta uma duração adequada para a construção das competências cognitivas que os caracterizam, sendo que cada estágio é resultante do estágio anterior, de modo a preparar a integração do estágio seguinte. As crianças em fase de alfabetização, com faixa estaria entre 6 e 7 anos, encontram-se, segundo Piaget (1990), no estágio de desenvolvimento pré-operatório. Esse período é marcado pela manifestação da linguagem, segundo o autor, isto deve-se ao surgimento da função simbólica na criança. A linguagem apresenta grandes contribuições para o desenvolvimento infantil, porém, a mesma é subordinada à inteligência, ou seja, o desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência. O aparecimento da linguagem apresenta profundas modificações nos aspectos afetivos, sociais e cognitivos da criança, uma vez que a mesma permite a interação da criança com o outro, além de fornecer a capacidade de trabalhar com representações para atribuir significados à realidade. A aceleração do alcance do pensamento na criança sofre grandes transformações durante esse período, caracterizando-se pelo egocentrismo, onde a criança não concebe a realidade da qual faz parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica. Embora a mesma consiga agir de forma lógica e coerente, devido à superação do estágio anterior (sensório-motor), a criança apresenta um entendimento da realidade desequilibrado, isso em razão da ausência dos esquemas conceituais. As principais características apresentadas pelas crianças durante o período pré-operacional são: o egocentrismo, não aceitação do acaso, atitudes simuladas, percepção global e o relacionamento dos fatos, agindo pelo que está aparente.
A ludicidade é entendida como uma ferramenta pedagógica que tem como principais objetivos otimizar o processo educativo e torná-lo algo mais prazeroso e motivador. O lúdico pode apresentar-se de várias formas, seja através dos jogos, brincadeiras, músicas e dança, formas estas, que podem ajudar o indivíduo a desenvolver habilidades tanto no âmbito educacional como no social. Uma vez que esta pesquisa direcionou-se às contribuições oferecidas pelo lúdico no processo de alfabetização infantil, é importante delimitar o campo de discussão que está sendo proposto. Ora, se o ato de brincar é uma atividade humana que indefere o sujeito da ação, ou seja, que não determina quem, como ou porque deve-se brincar, mas que proporciona prazer ao sujeito e ao mesmo tempo contribui no processo de aprendizagem, se este ato de brincar for realizado com este objetivo, dessa forma podemos perceber que o brincar não trata-se apenas de uma atividade que tem como objetivo apenas a diversão ou lazer, mas que está diretamente ligada com os processos de desenvolvimento do sujeito praticante da ação. Sobre estes pressupostos podemos refletir sobre a influência que o lúdico apresenta sobre a criança durante seu processo de desenvolvimento, onde, para que seja possível o processo de socialização da mesma, se faz necessário submetê-la a um ambiente onde sinta-se integrada e que atenda as suas necessidades enquanto ser em desenvolvimento. Almeida (2003, p. 24) destaca:
[...] A verdadeira educação é aquela que cria na criança o melhor comportamento para satisfazer suas múltiplas necessidades orgânicas e intelectuais – necessidade de saber, de explorar, de viver -, a educação não tem outro caminho senão organizar seus conhecimentos, partindo das necessidades e interesses da criança.
Muitas discussões têm se dado em torno das atividades lúdicas, uma vez que as mesmas estão diretamente ligadas ao processo de desenvolvimento da criança, e que não veem sendo utilizadas apenas na educação infantil, como alguns docentes imaginam, mas, é possível observar o uso dessas atividades nos anos iniciais do ensino fundamental, utilizadas principalmente no processo de aquisição da língua escrita e do raciocínio matemático. Porém, é importante destacar que essas atividades perpassam todos esses processos, influenciando a criança como um todo, e não apenas em determinado tipo de conhecimento.