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A Bíblia provada e comprovada - Spurgeon, Notas de estudo de Engenharia Biológica

Conhecendo as escrituras

Tipologia: Notas de estudo

2014

Compartilhado em 08/11/2014

alanxx3
alanxx3 🇧🇷

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Baixe A Bíblia provada e comprovada - Spurgeon e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Biológica, somente na Docsity!

C. H. Spurgeon

a Palavra de Deus, e então, ainda que não tenha ami- gos cristãos, não lhe faltará companhia.

E mais, o versículo apresenta ainda um contras- te maior com as palavras dos iníquos quando se re- belam contra Deus e oprimem Seu povo. Eles diziam: “ Por nossa língua prevaleceremos – nossos lábios são nossos – quem é senhor de nós? ” Jactavam-se, tira- nizavam e ameaçavam. O Salmista se afastou da voz do jactancioso e acudiu às palavras do Senhor. Viu a promessa, o preceito, e a doutrina da verdade pura, e esses o consolaram, enquanto os demais falavam pu- ra vaidade cada um com seu vizinho. Ele não tinha tantas palavras do Senhor como as que possuímos agora: porém, aquilo que ele tinha feito seu por meio da meditação, o valorizava acima do ouro mais valio- so. Na boa companhia daqueles que tinham falado sob a direção divina, era capaz de suportar as amea- ças dos que o rodeavam.

Assim, querido amigo, se em algum momento lhe cor- responde estar em um lugar onde as verdades que vo- cê tanto ama são desprezadas, regresse aos profetas e aos apóstolos, escute através deles o que o Senhor Deus falará. As vozes da terra estão repletas de fal- sidade, mas a palavra do céu é limpíssima. Há uma boa lição prática na posição do texto – aprendam-na bem. Façam da Palavra de Deus sua companhia diá- ria, e então, qualquer coisa que pudesse prejudicá-los

na falsa doutrina da momento não os conduzirá a um abatimento muito profundo; pois as palavras do Se- nhor sustentarão o espírito.

Olhando o texto, não lhes impacta como que, em uma maravilhosa condescendência, Jeová, o Infinito, decida utilizar palavras? Em Sua sabedoria, Ele esta- beleceu essa maneira de comunicação de uns com os outros – porém, quanto a Ele mesmo, que é O espíri- to puro e ilimitado, comprimirá Seus gloriosos pensa- mentos em um estreito canal de som, ouvido e nervo? Deve a mente eterna usar palavras humanas? O glo- rioso Jeová falou mundos. Os céus e terra foram ex- pressões de Seus lábios. Quanto a Ele, parece mais de acordo com Sua natureza falar tempestades e tro- vões do que inclinar-se às humildes vogais e conso- antes de uma criatura do pó. Ele se comunicará ver- dadeiramente com o homem à própria maneira do ho- mem? Sim, O condescendente a falar-nos utilizando palavras!

Nós bendizemos ao Senhor pela inspiração verbal, da qual podemos dizer: “ Guardei as palavras de sua boca mais do que minha comida .” Não conheço ne- nhuma outra inspiração, nem sou capaz de conceber alguma outra que possa ser de verdadeiro serviço pa- ra nós. Necessitamos de uma revelação clara sobre a que possamos exercitar a fé. Se o Senhor houvera fa- lado por um método cujo significado fosse infalível,

bém em alto conceito, como foi dito a Israel por meio de Moisés “ Portanto, colocarei essas minhas palavras em vosso coração e em vossa alma .” (Deuteronômio 11:18)

Cremos que temos as palavras de Deus preserva- das para nós nas Escrituras. Estamos sumamente agradecidos de que isso seja assim. Se não tivésse- mos as palavras do Senhor assim registradas, tería- mos o sentimento que vivíamos em um tempo mau, pois nem voz nem oráculo se escutam hoje. Repito que teríamos caído em dias maus se as palavras que Deus falou desde tempos antigos não tivessem sido registradas sob Sua supervisão. Com esse Livro dian- te de nós, o que o Senhor falou faz dois mil anos, vir- tualmente o fala agora: pois Ele “ não retirará Suas palavras ” (Isaías 31:2). Sua palavra permanece para sempre, pois foi falada, não para uma ocasião, mas sim para todas as eras. A Palavra do Senhor é tão afi- nada com a vida e a frescura eterna, que ela é mui- to vocal e poderosa no coração do santo de hoje co- mo foi para o ouvido de Abraão quando a escutou em Canaã – ou para a mente de Moisés no deserto – ou quando Davi a cantava acompanhado de sua harpa. Dou graças a Deus porque muitos de nós sabemos o que é ouvir a palavra divina falada de novo em nossas almas! Pelo Espírito Santo, as palavras da Escritura vêem a nós com uma inspiração presente: o Livro não somente foi inspirado, é inspirado. Esse Livro é mais

que tinta e papel; ele fala conosco. Acaso não foi es- sa a promessa: “ Falarão contigo quando despertes ”?

Abrimos o Livro com essa oração, “ Fala Senhor, porque teu servo ouve ”, e frequentemente o fechamos com esse sentimento: “ Eis-me aqui, para que me hás chamado? ” Sentimos como se a promessa não tivesse sido feita em tempos antigos, antes que ela está sen- do agora mesmo pronunciada pela primeira vez des- de a glória excelsa. O Senhor fez que a Santa Escritu- ra fosse Sua palavra direta para nosso coração e pa- ra nossa consciência. Não digo isso por todos, porém posso falar com certeza de muitas pessoas aqui pre- sentes. Que o Espírito Santo lhes fale outra vez nes- se momento!

Ao tratar de explicar meu texto, consideraremos três pontos. Primeiro, a qualidade das palavras de Deus : “ As palavras do SENHOR são palavras puras” – em segundo, as provas das palavras de Deus : “ Como prata refinada em forno de terra, purificada sete ve- zes” – e depois, em terceiro lugar, as demandas des- sas palavras derivadas de sua limpeza e de todas as provas que elas experimentaram. Espírito eterno, aju- da-me a falar corretamente no consoante a Tua pró- pria palavra, e ajuda-nos a sentir corretamente en- quanto escutamos.

I. Primeiro, queridos amigos, considerem A QUA-

a ama em sua amplitude, não a ama em sua totalida- de. Por outro lado, os que se deleitam com a pregação de deveres, mas não dão importância às doutrinas da graça, estão igualmente equivocados. Eles dizem: “va- leu a pena escutar esse sermão, pois tem a ver com a vida diária.” Agrada-me muito que pensem assim, po- rém, se, ao mesmo tempo, rejeitam outros ensinos do Senhor, vocês possuem sérias falhas. Jesus disse: “ O que é de Deus, ouve as palavras de Deus. ” Temo que, se consideram que uma porção das palavras do Se- nhor são indignas de sua consideração, vocês não são de Deus. Amados irmãos, nós valorizamos as pala- vras do Senhor em toda sua extensão. Não deixamos de lado as histórias, como tampouco as promessas.

“Vou ler as histórias de Teu amor, E guardar Tuas leis à vista, Entanto irei recorrer todas as promessas Com um deleite sempre repleto de frescor.”

Sobretudo, não caia na semiblasfêmia de alguns que consideram o Novo Testamento grandemente su- perior ao Antigo. Não desejaria errar afirmando que no Antigo Testamento encontrarão maiores barras de ouro que no Novo, pois dessa maneira cairia eu mes- mo no mal que condeno – porém, isso direi: os dois Testamentos são de igual autoridade, e projetam tal luz um ao outro, que não poderíamos passar por ci- ma de nenhum dos dois. “ Portanto, o que Deus juntou,

não separe o homem. ” Em todo o Livro, desde Gênesis até o Apocalipse, encontram-se as palavras de Jeová e elas sempre serão palavras puras.

Tampouco, é correto que alguém diga: “Assim falou o próprio Cristo; porém tal e tal ensino é de Paulo.” Não, não é de Paulo; se ele está registrado aqui nes- se Livro, é do Espírito Santo. Seja que o Espírito te- nha falado por Isaías, Jeremias, João, Tiago ou Pau- lo, a autoridade é sempre a mesma. Mesmo no relati- vo a Jesus Cristo nosso Senhor, isso é certo – pois Ele mesmo diz de Si: “ A palavra que ouviram não é minha, mas sim do Pai que me enviou. ” Nesse assunto, Ele se coloca no mesmo nível de outros que atuaram como a boca de Deus. Além disso, Jesus diz: “ Porque eu não falei por minha própria conta; o Pai que me enviou, Ele me deu mandamento de o que hei de dizer, e do que hei de falar .” Nós aceitamos as palavras dos apóstolos co- mo palavras do Senhor, recordando o que João disse: “ Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve- nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto co- nhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro .” ( João 4:6) Assim, um juízo solene é pronunciado so- bre os que querem colocar o Espírito de Jesus contra o Espírito que habitou nos apóstolos. As palavras do Senhor não se vêem afetadas em seu valor pelo meio através das quais elas vieram. Toda verdade revelada é da mesma qualidade, ainda quando algumas das su- as porções não possuem o mesmo peso metálico.

dade, mas eles não deixam na mente uma impressão que a lesione. A mais triste história da Santa Escritu- ra é um farol, e jamais uma armadilha. Esse é o Livro mais limpo, mais claro e mais puro que existe entre os homens, e não deve ser listado juntamente com os fabulosos registros que passam por livros santos. Ele vem de Deus e cada palavra nele é limpa.

A Bíblia é também um livro puro no sentido de ver- dade, sendo sem mistura de erro. Não duvido em di- zer que creio que não há nenhum erro no original das Sagradas Escrituras, do princípio ao fim. Pode exis- tir, e há, erros nas traduções, pois os tradutores não são inspirados; mas, inclusive nos fatos históricos o livro está correto. A dúvida foi lançada sobre elas aqui e ali, e algumas vezes com grande demonstração de razão: dúvida que foi impossível de responder por al- gum tempo, porém tão somente deem suficiente es- paço, e suficiente investigação, e as pedras sepulta- das na terra gritarão para confirmar cada letra da Es- critura. Velhos manuscritos, moedas e inscrições, es- tão do lado do Livro, e contra ele não há nada, somen- te teorias e o fato de que muitos eventos na história não possuem outro registro fora do que a própria Bí- blia nos mostra. O Livro esteve recentemente no forno da crítica, mas muito desse forno se esfriou devido a que mesma critica foi depreciada. “ As palavras do Se- nhor são palavras puras ”: não há nenhum erro de ne- nhum tipo em toda sua extensão. Essas palavras pro-

vêm Daquele que não pode cometer erros, e que não pode ter o desejo de enganar Suas criaturas.

Se eu não cresse na infabilidade do Livro, preferiria não contar com ele. Se eu fosse julgar o Livro, ele não seria meu juiz. Se eu fosse cirandá-lo, como o mon- te de grãos a ser sacudido, e fizesse isso de um lado e somente aceitasse aquilo outro, de conformidade a meu próprio juízo, então eu não teria nenhum guia, somente se eu fosse o suficientemente arrogante pa- ra confiar em meu próprio coração. A nova teoria^2 ne- ga infabilidade às palavras de Deus, mas ela prati- camente a concede aos juízos dos homens: pelo me- nos, essa é toda a infabilidade que podem conceber. Eu protesto que prefiro arriscar minha alma com um guia inspirado do céu, do que com líderes que discu- tem e que se levantam ao chamado do “pensamento moderno.”

Além disso, esse Livro é puro na confiabilidade: não possui em suas promessas nenhuma mistura de falhas. Observem isso. Nenhuma pregação da Escri- tura tem falhado. Nenhuma promessa que Deus te- nha dado resultará ser mero falatório. “ Ele disse, e não fará ?” Tomem a promessa como o Senhor a deu, e a encontrarão fiel em cada jota e til dela. Alguns de

2 O contexto geral das críticas a que Spurgeon se refere é a influência da alta critica alemã e de novos métodos de estudo arqueológico e teológicos na Inglaterra da década de 1880-1890 sobre o conceito da inerrância e infabilidade das Escrituras, sendo contra a esses conceitos, negando-lhe autoridade divina direta e pondo muitas vezes em dúvida a veracidade da mesma ou de parte da mesma. (nota do revisor)

para outra, para comprar queijo, e tinha o hábito de carregar muitas moedas, pois tinha descoberto que os granjeiros desse período não aceitavam cheques, e nem mesmo queriam olhar para eles – porém, esta- vam propícios a vender o produto quando viam que lhes seria pago em metal, até o último centavo.

Nas palavras de Deus você possui o sólido dinhei- ro da verdade: não é ficção, mas sim a substância da verdade. As palavras de Deus são como barras de ou- ro. Quando você as possui, manejadas pela fé, pos- suem a substância das coisas esperadas. A fé encon- tra na promessa de Deus a realidade do que busca: a promessa de Deus é tão boa como seu próprio cum- primento. As palavras de Deus, sejam elas de doutri- nas, de prática ou de consolo, são sólido metal para o homem de Deus que sabe como colocá-las no bolso pela fé pessoal.

Da mesma maneira que nós usamos a prata em muitos artigos de nossos lares^3 , assim usamos a Pa- lavra de Deus na vida diária; ela tem mil usos. Da mesma forma que a prata é a moeda corrente do co- merciante, assim as promessas de Deus são moeda corrente tanto para o céu como na terra: nós trata- mos com Deus por Suas promessas, e assim Ele tra- ta conosco. Como os homens e as mulheres se enfei- tam com prata como um ornamento, assim são as pa-

3 Hoje em dia usa-se muito mais alumínio e aço – N.R

lavras do Senhor nossas joias e nossa glória. As pro- messas são coisas belas que são um gozo para sem- pre. Quando amamos a Palavra de Deus, e a guarda- mos, a beleza da santidade está em nós. Essa é um verdadeiro ornamento do caráter e da vida, e a rece- bemos com um dom de amor do Esposo de nossas al- mas.

Amados irmãos, não preciso engrandecer na pre- sença de vocês a preciosidade da Palavra de Deus. Muitos de vocês a valorizaram por longo tempo, e pro- varam seu valor. Li recentemente sobre uma cristã alemã que estava acostumada a marcar sua Bíblia sempre que encontrava uma passagem que era espe- cialmente preciosa para ela; porém, aproximando-se do final de sua vida, deixou de fazer isso, pois disse: “eu acho isso sem necessidade, pois as Escrituras in- teiras se converteram agora em algo muito precioso para mim.” Para alguns de nós o inapreciável volume está marcado do principio ao fim por nossa experiên- cia. É todo precioso, totalmente precioso:

“Não há tesouros que enriqueçam assim a mente, Nem Tua palavra será vendida Por carregamentos de prata bem refinada, Nem por montanhas do ouro mais escolhido.”

Esse texto nos apresenta, são somente a pureza e a preciosidade das palavras do Senhor, mas também

solo de nossos pais é nosso consolo. As palavras que animaram nossa juventude são nosso apoio na idade adulta. “ Seca-se a erva, murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre .” Essas pala- vras de Deus são um fundamento firme , e nossas es- peranças eternas estão sabiamente construídas so- bre ele. Não podemos permitir que ninguém nos des- poje dessa base de esperança. Em tempos antigos, os homens eram queimados antes que deixassem de ler suas Bíblias; nós suportamos oposições menos bru- tais, mas que são muito mais sutis e difíceis de re- sistir. Deixemo-nos guiar sempre por essas palavras eternas, porque elas sempre estarão conosco.

As palavras do Sempre Bendito são sem mudanças e invariáveis. São como prata sem escória, que per- manecerá de era em era. Isso é o que cremos, e nis- so nos regozijamos. E não é uma carga sobre nossa fé crer na permanência da Santa Escritura, pois es- sas palavras foram faladas por aquele que é o Onis- ciente, e tudo o sabe; portanto, não pode haver erros nelas. Foram ditas por quem é Onipotente, e pode fa- zer tudo; portanto, Suas palavras se cumprirão. Fo- ram pronunciadas por quem é Imutável, e, portan- to, essas palavras não sofrerão jamais alteração algu- ma. As palavras que Deus falou a milhares de anos são verdades nessa hora, pois procedem de quem é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Quem falou es- sas palavras é infalível, portanto, as palavras são in-

falíveis. Quando Ele errou alguma vez? Poderia come- ter erros e, no entanto, ser Deus? “ Ele disse, e não o fará? Falou, e não executará ?” Estejam seguros disso: “ As palavras do Senhor são palavras puras .”

Porém, o tempo me pressiona para passar para o seguinte ponto.

II. Em segundo lugar, e muito cuidadosamente, considerem AS PROVAS DAS PALAVRAS DE DEUS. É dito que são como prata, que foi refinada em um forno. As palavras de Deus foram provadas pela blas- fêmia, pelo ridículo, pela perseguição, pela crítica, e por observações ingênuas. Não tentarei elevar-me em oratória ao descrever as provas histórias do precio- so metal da revelação divina, mas mencionarei provas de uma ordem comum que observei, e que provavel- mente vocês também já observaram. Isso talvez seja mais simples, porém será mais edificante. Que o Se- nhor nos ajude!

Ao tratar com a obstinação do pecado , temos pro- vado as palavras do Senhor. Existem homens que não podem ser convertidos nem persuadidos; duvidam de tudo, e cerrando os dentes, resolvem não crer, ainda que alguém lhes declare essas palavras. Estão encer- rados na armadura do prejuízo, e não podem ser feri- dos sequer com as mais agudas flechas do argumen- to, ainda que professem grande abertura à convicção.