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Este presente artigo traz um levantamento de informações coletadas através de levantamentos bibliográficos a respeito de estudos sobre a ciência da Análise do Comportamento Aplicada, em inglês, onde o termo se deu origem - Applied Behavior Analysis, mais conhecido por suas siglas ABA. O artigo visa atingir profissionais, pais, familiares e um público que deseja entender e/ou esteja procurando mais informações sobre o que é a ciência ABA, de que maneira ela atua com as demandas apresentadas por crianças com o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Outros métodos como o TEACCH, ESDM e PECS também foram descritos no artigo, visando apresentar os métodos, expor as diferenças entre eles e explicar, brevemente, como funcionam, observando que ambos métodos funcionam em sua maneira, podem estar interligados e que para a aplicação de forma correta precisa-se de um profissional com formação específica no método para que ele seja eficaz.
Tipologia: Teses (TCC)
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Gabriely de Castro Silva¹ Laura Ribeiro da Silva² Supervisor: André Luiz Moraes Ramos³ Resumo Este presente artigo traz um levantamento de informações coletadas através de levantamentos bibliográficos a respeito de estudos sobre a ciência da Análise do Comportamento Aplicada, em inglês, onde o termo se deu origem - Applied Behavior Analysis, mais conhecido por suas siglas ABA. O artigo visa atingir profissionais, pais, familiares e um público que deseja entender e/ou esteja procurando mais informações sobre o que é a ciência ABA, de que maneira ela atua com as demandas apresentadas por crianças com o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Outros métodos como o TEACCH, ESDM e PECS também foram descritos no artigo, visando apresentar os métodos, expor as diferenças entre eles e explicar, brevemente, como funcionam, observando que ambos métodos funcionam em sua maneira, podem estar interligados e que para a aplicação de forma correta precisa-se de um profissional com formação específica no método para que ele seja eficaz. Palavras-chave: Analise do comportamento Aplicada. ABA. Transtorno do Espectro Autista. Autismo. TEA. Neurodesenvolvimento.
This article presents a survey of information collected through bibliographic surveys regarding studies on the science of Applied Behavior Analysis, in English, where the term originated - Applied Behavior Analysis, better known by its acronym ABA. The article aims to reach professionals, parents, family members and an audience that wants to understand and/or is looking for more information about what ABA science is, how it works with the demands presented by children diagnosed with Autism Spectrum Disorder (TEA). Other methods such as TEACCH, ESDM and PECS were also described in the article, aiming to present the methods, expose the differences between them and briefly explain how they work, noting that both methods work in their own way, can be interconnected and that for the application correctly, you need a professional with specific training in the method for it to be effective. Keywords: Applied behavior analysis. ABA. Autism Spectrum Disorder. Autism. TEA. Neurodevelopment. ¹ Graduanda em Psicologia pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL ² Graduanda em Psicologia pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL ³ Docente do curso de Psicologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL
No ano 2000, os Estados Unidos registraram que para cada 150 crianças 1 criança era diagnosticada com autismo. Já no ano de 2020, foi registrado que 1 criança possui o diagnóstico de autismo entre 36 crianças. As estatísticas são do órgão de saúde Centers for Disease Control and Prevention (CDC), (GLOBO, 2023). No Brasil, entretanto, não existe uma estimativa oficial, mas aproximadamente, estima-se que no país possuem 2 milhões de crianças diagnosticadas. Com estes dados levantados, podemos observar o aumento significativo dos casos de autismo. O levantamento em questão publicou apenas o número de crianças diagnosticadas, sendo assim, o número pode ser ainda maior. A falta de diagnóstico pode se dar a partir de diferentes motivos como, pouco ou nenhum acesso a informação, condições financeiras e mobilidade de difícil acesso. Até o momento, não possui causas comprovadas e nem cura para o transtorno. No entanto, possui formas de intervenção a partir de terapias como psicologia, fonoaudiologia, psicopedagogia e terapia ocupacional, por exemplo. Intervenções e métodos de ensino com base na psicologia comportamental, tem se mostrado eficaz na diminuição dos sintomas do TEA e promovendo conquistas em habilidades em diferentes áreas como na social, comportamental, e de comunicação. Esta ciência, que tem base comportamental para intervenção, é conhecida como Análise do Comportamento Aplicada – ABA (Applied Behavior Analysis) (HOWARD et. al., 2005; LANDA, 2007; VIRUES-ORTEGA, 2010; VISMARA; ROGERS, 2010). A presente pesquisa tem como intuito responder questões sobre o que é a ciência ABA, como ela atua diante das demandas referentes ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) e qual a sua relevância comparada a outros métodos, tendo como hipótese a afirmação da sua eficácia, acreditando que dentre os métodos disponíveis para trabalhar o TEA o ABA atualmente é o mais completo, com o foco em propagar mais conhecimento sobre esse tema visto que, o número de crianças diagnosticadas com autismo cresce consideravelmente a cada dia e o por que ainda encontra-se como um mistério, sendo necessário cada vez mais a elaboração de novas pesquisas para um melhor tratamento do transtorno. Justifica-se esse trabalho pela importância de compreender e informa-se sobre o autismo e a ciência ABA, que visa através de características comportamentais de intervenção para o tratamento de crianças com TEA, frisar a importância da
podem ter origens distintas como deficiência intelectual e transtornos na aprendizagem (ABREU, 2006). Para Lepre (2008), o desenvolvimento atípico é definido como “o desenvolvimento de crianças que apresentam atrasos e/ou prejuízos em relação às crianças com a mesma faixa etária” (LEPRE, 2008, p. 28 apud SOUZA, 2017 p. 6). Vygotsky (2011) relata que a criança neuroatípica manifesta, como sintoma primário, uma dificuldade real, relacionada a uma incapacidade ou a uma limitação biológica. O desenvolvimento atípico também pode-se ocorrer em criança com mecanismo biológico intacto, mas pertencentes a um ambiente que não favorece o desenvolvimento, assim, o indivíduo apresenta um sistema biológico danificado coexistindo a um meio que falha em praticar comportamentos normatizados e desejados. (DUARTE, 2006). O termo Autista foi dado pela primeira vez pelo psiquiatra Eugen Bleuer, em 1911, onde o próprio, narrava a fuga da realidade e o retraimento de adultos esquizofrênicos (SANTOS, 2019, p. 30). Sendo descrito ainda no século XIX, quando Leo Kanner, em 1940, declarou o que é o autismo (do grego "autos" que significa eu mesmo) assim, foi publicado somente na década de 80 pela Organização Mundial da Saúde como forma de esquizofrenia, associando o TEA como psicose infantil. Pouco se sabe sobre a origem da síndrome, alguns especulam que se dá por motivos ambientais, outros que seja predominância genética, assim, as incertezas sobre o transtorno se sobressaem sobre as poucas certezas do que se tem. O único conhecimento científico que se faz aceito de forma consensual é a existência de neurônios deficientes no córtex cerebral. “O autismo se caracteriza pela presença de um desenvolvimento acentuado atípico na interação social e comunicação, assim como pelo repertório marcadamente restrito de atividades e interesses”. Camargo e Bosa (2009, p. 65). É possível observar que as crianças com TEA apresentam dificuldades para desenvolver algumas habilidades como a comunicação verbal e construir relações interpessoais, o que acaba gerado um empecilho para a sociabilidade do mesmo. Também pode ser notado uma repetição de atividades nas quais eles possuem interesse, e restringindo outras atividades não atrativas para eles. De acordo com (Tamanha, Perissinoto e Brasilia, 2008): O Autismo Infantil foi definido por Kanner(1), em 1943, sendo inicialmente denominado Distúrbio Autístico do Contato Afetivo, como uma condição com
características comportamentais bastante específicas, tais como: perturbações das relações afetivas com o meio, solidão autística extrema, inabilidade no uso da linguagem para comunicação, presença de boas potencialidades cognitivas, aspecto físico aparentemente, normal, comportamentos ritualísticos, início precoce e incidência predominante no sexo masculino. Pesquisas consideram o Transtorno do Espectro Autista (TEA) um distúrbio do neurodesenvolvimento, capaz de gerar prejuízos socioemocionais, cognitivos e motores que refletem no indivíduo por meio de comportamentos atípicos, déficits na interação interpessoal e na comunicação verbal, padrões de comportamento estereotipados e um repertorio limitado de atividades e interesses. O autismo se caracteriza pela presença de um desenvolvimento acentuado atípico na interação social e comunicação, assim como pelo repertório marcadamente restrito de atividades e interesses. Estas características podem levar a um isolamento contínuo da criança e sua família (Camargo e Bosa, 2009, p. 65). A American Psychiatric Association (APA, 2014) aponta que, o TEA se apresenta em graus diferentes, visto que, os prejuízos na criança autista, pode ocorrer em três níveis de gravidade, sendo o terceiro nível, o grau mais elevado, onde a criança não apresenta comunicação verbal, tem o temperamento agressivo, não tem autonomia para realizar atividades de vida diárias (AVDS), seu relacionamento social é nulo e necessita de muito apoio substancial. Silva (2012, p. 109) diz: Para crianças com autismo clássico, isto é, aquelas crianças que tem maiores dificuldades de socialização, comprometimento na linguagem e comportamentos repetitivos, fica clara a necessidade de atenção individualizada. Essas crianças já começam sua vida escolar com diagnóstico, e as estratégias individualizadas vão surgindo naturalmente. Muitas vezes, elas apresentam atraso mental e, com isso, não conseguem acompanhar a demanda pedagógica como as outras crianças. Para essas crianças serão necessários acompanhamentos educacionais especializados e individualizados. (SILVA, 2012, p. 109). Vale ressaltar, que quando incluímos a criança com TEA na vida escolar, possibilitamos aos demais alunos, que eles convivam e aprendam a respeitar uns aos outros. Fazendo essa inclusão o futuro tende a ser um lugar melhor para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista. Para Dias: Ao se conhecer o conceito do autismo através dos critérios que definem seu comportamento, torna-se mais fácil pensar alunos autistas torna-se fundamental, pois é através do contato social dentro das escolas, que favorecerá não só seu desenvolvimento, mas também no de outros alunos, com o objetivo de aprimorar a convivência com o semelhante em suas diferenças e o aprender a respeitar uns aos outros, na medida em que possam aprender a compartilhar suas disparidades e experiências em uma nova visão no espaço escolar. (DIAS, 2017, p. 19).
"Tive e tenho uma carreira artística muito linda e maravilhosa. Sou muito grata. Mas dei um tempo e não me arrependo porque fui atrás de um outro grande sonho que era estudar. Sou uma pessoa muito feliz e realizada. O autismo não é fim de uma história. É um recomeço. Posso dizer que o Mateus me salvou, motivando a minha caminhada para uma vida mais saudável, de estudos e dedicação. Ele é a minha melhor criação" (RevistaQuem,16 JUL 2020 - 06H03) 2 Neurodesenvolvimento e Neuropsicologia O desenvolvimento humano é conhecido como o processo responsável por possibilitar o domínio das habilidades físicas, motoras, cognitivas e psicossociais, assim, quando uma criança apresenta uma limitação ou atraso nessas áreas, considera-se um desenvolvimento atípico e isso se da pela interação entre os fatores biológicos e/ou as condições ambientais, como os vínculos e relações sociais, os estímulos do meio em que está inserido, a qualidade de vida e entre outros fatores que contribuem como base para a formação do desenvolvimento que fomentam as aprendizagens das habilidades. Lima (2007) afirma que: O desenvolvimento humano é fruto da interação entre a cultura e a herança biológica da espécie, sendo que, durante o aprendizado, “a criança se vale de disposições internas do desenvolvimento da espécie humana e se vale do que o meio lhe oferece como possibilidades para a aprendizagem”. (Lima, 2007, p. 9) Bee e Boyd (2011) afirma que o neurodesenvolvimento tem seu início no período gestacional, visto que durante os primeiros anos de vida é estabelecido a arquitetura cerebral que sustenta todas as fases posteriores da vida. As rotas relacionadas com o sentido do tato – o primeiro a se desenvolver – já estão mielinizadas na época do nascimento. A mielinização das rotas visuais, que amadurecem mais lentamente, começa no nascimento e continua durante os 5 primeiros meses de vida. Rotas relacionadas com a audição podem começar a ser mielinizadas já no quinto mês da gestação, mas o processo não se completa antes dos 4 anos. As partes do córtex que controlam a atenção e a memória, que demoram mais para se desenvolver, não se encontram plenamente mielinizadas até o início da vida adulta (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006, p. 170). O neurodesenvolvimento é um processo extenso e não ocorre da mesma forma para todos, uma vez que, a maturação cerebral está relacionada aos fatores biológicos individuais e aos estímulos do meio em que o indivíduo está inserido. (Cosenza e Guerra, 2011). Assim, logo durante o período do pré-natal, o desenvolvimento já pode ser abatido por condições ambientais internas e externas, como a forma em que a mãe se alimenta, sua saúde física ou emocional e se faz o uso de substancias toxicas ou consome álcool na fase gestacional. Após o parto e durante a primeira infância, esses fatores continuam se conectando e tendo influencia na maturação cerebral,
interagindo com as funções cognitivas que iram servir como base para as próximas etapas da vida. (Crespi, Noro e Nobile, 2020). A Neuropsicologia é uma especialidade da Psicologia que surgiu através de uma junção entre Neurologia e Psicologia na qual uma face é responsável por estudar o sistema nervoso e suas funções e a outra por analisar o comportamento humano e seus processos psicológicos, tendo como foco estudar a forma como o cérebro afeta as funções cognitivas. É um ramo que tem muito a acrescentar em estudos onde se quer entender o ser humano, o cérebro, a cognição e o desenvolvimento. A neuropsicologia nasceu na segunda metade do século XIX, quando neurologistas e psiquiatras europeus e norte-americanos começaram a estudar sistematicamente o comportamento de pessoas com os mais diversos tipos de lesões cerebrais e doenças neuropsiquiátricas (Finger, 1994). As neurociências não propõem uma nova pedagogia e nem prometem solução para as dificuldades da aprendizagem, mas ajudam a fundamentar a prática pedagógica que já se realiza com sucesso e orientam ideias para intervenções, demonstrando que estratégias de ensino que respeitam a forma como o cérebro funciona tendem a ser mais eficientes (COSENZA e GUERRA, 2011, P.139). Como uma especialidade que compreende o cérebro e suas funções, a Neuropsicologia trabalha diretamente avaliando e diagnosticando o Transtorno do Espectro Autista, visto que, através dela, faz-se possível a determinação do grau de severidade da condição, isso se dá pois, ela auxilia no processo sistemático de identificação das áreas cognitivas e emocionais fornecendo uma análise mais completa e precisa das habilidades e limitações presentes na pessoa com TEA que comumente é diferente de um indivíduo que não possui o espectro. (BANDEIRA,
“Quando a gente fala da avaliação neuropsicológica, estamos avaliando as funções do cérebro e comportamento. Aqui, vamos avaliar o Quociente Intelectual Global, o famoso QI, e também as funções executivas, como memória, aprendizagem, habilidades viso espaciais, viso perceptivas, habilidades motoras etc” (PORTOLESE, Joana, 2023, genialcare) A avaliação neuropsicológica observa quais funções cognitivas estão preservadas e quais estão comprometidas através da realização de testes. Em indivíduos com o Transtorno do Espectro Autista, a avaliação tem de ser programada de acordo com a carência, assim, é realizado diversos testes específicos que analisam suas habilidades sendo elas, a atenção, percepção visual e auditiva, memória, linguagem verbal e não verbal, humor e o nível de inteligência mensurado pelo
aconselhado, visto que a ABA utiliza de um conjunto de saberes sobre o comportamento humano e como intervir em casos, A ABA, portanto, não é um método, mas uma ciência sobre o comportamento humano que tem uma finalidade prática: a solução de problemas socialmente relevantes. Como uma ciência, ela dispõe de um conjunto de conhecimentos que inclui uma grande variedade de métodos e procedimentos de avaliação e intervenção sobre o comportamento (MOREIRA & MEDEIROS, 2019, P. 293). Dentro da comunidade cientifica muito se fala sobre a forma que a ABA se popularizou e está sendo entendido como um tratamento específico para o TEA. Gerando grande desconforto pois, como consequência acaba restringindo o ABA a apenas essa atuação, deixando de lado outros problemas no comportamento humano que também carecem de atenção e podem ser trabalhados com ABA. (Poling, 2010). Historicamente, a ciência ABA se deu origem nos Estados Unidos (EUA), a partir do trabalho de B. F. Skinner (Cooper, Heron, & Heward, 2007; Roane, Fisher, & Carr, 2018). Decorrendo desse fato, atualmente, a análise do comportamento aplicada (em inglês, applied behavior analysis, ou ABA) vem se mostrando como um dos domínios da análise do comportamento mais influentes e em crescimento nos EUA (Deochand & Fuqua, 2016; Dorsey, Weinberg, Zane, & Guidi, 2009; Green & Johnston, 2009; Leblanc, Heinicke, & Baker, 2012; Poling, 2010), se vê muito presente principalmente em pesquisa voltados para indivíduos que possuem o diagnóstico do TEA “Transtorno do Espectro Autista”. A primeira aparição da ABA também foi nos EUA, na década de 30, quando B. F. Skinner desenvolveu pesquisa básica em laboratório com enfoque nos processos de aprendizagem operante (Roane et al., 2018; Ringdahl, Kopelman, & Falcomata, 2009). Ivar Lovaas, foi uma figura importante no cenário da análise do comportamento aplicada, cujo trabalho propiciou o desenvolvimento da análise do comportamento aplicada ao autismo (Roane et al., 2018). Se tratando de marcos, a criação do jornal JABA (Journal of Applied Behavior Analysis) se tornou um na história, em 1968. A primeira revista voltada para publicações de pesquisa aplicadas (Cooper et al., 2007). Outras revistas que surgiram nessa época foram as revistas Education & Treatment of Children (1977), Behavior Modification (1977) e The Behavior Analyst (1978). A primeira edição do livro-texto Learning (Catania, 1979) foi publicada neste período da década de 60 a 70. Atualmente se encontra presente em sua quinta edição de 2013. O livro é a obra mais referenciada por programas de formação de analistas do
comportamento nos EUA no âmbito das disciplinas voltadas para conceitos e princípios da análise do comportamento (Pastrana, et. al. 2016). Já na década 80 a 90, houve a necessidade de profissionais na área de analista do comportamento e a criação de um código de ética profissional. Destacaram-se os esforços de Gerald Shook, que dedicou grande parte de sua carreira para a criação de uma organização de credenciamento de analistas do comportamento (Iwata, Sundberg, & Carr, 2011). No ano de 1998, GerAald Shook fundou a BACB (Behavior Analyst Certification Board) que se constituía em uma organização primária responsável pelo credenciamento de analistas do comportamento, que tem como objetivos promover consistência no treinamento e experiência prática de analistas do comportamento aplicados, bem como avaliar a competência por meio de um exame padronizado (Roane et al., 2018; Shook & Favell, 2008). Mas foi no ano de 2000 que a organização BACB iniciou o processo de credenciamento de profissionais em nível nacional (Leblanc et al., 2012). Apesar da análise do comportamento ter bastante enfoque no contexto-norte americano devido a seus eventos históricos, o Brasil é considerado na atualidade a segunda maior comunidade de analistas do comportamento do Mundo, e isso se dá devido a presença de F.S. Keller, que foi ao país na década de 60, propagando essa ciência por meio da formação de novos profissionais. (Todorov & Hanna, 2010; Todorov, 2016). 4 Outros Métodos A diferença entre a ciência ABA e um método, é que ABA pode-se denominar um tipo de abordagem, ou seja, é um referencial teórico, onde une uma visão do ser humano, do mundo, da sociedade e de sua cultura. Os métodos TEACCH, ESDM e PECS, são os três mais conhecidos na atualidade e, iremos descrever de modo sucinto cada um. Começando com o Método TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related Communication, traduzido para o português Tratamento em Educação para Autista e Crianças com Deficiências Relacionadas à Comunicação. É um método de intervenção terapêutica educacional e clínico, de acordo com Schwsraztman (1995). O método talvez mais famoso seja o denominado método TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related Communication), iniciado por Schopler na década de 1970 na Universidade da Carolina do Norte, que consiste em oferecer apoios educacionais de forma precoce. O método usa
do auxílio às pessoas que necessitam do uso desta ciência, proporcionando um melhor caminho até o resultado, utilizando de maneiras humanas, adota um tipo de aplicação mais dinâmica. O método ou técnica é algo que se é aplicado depois da ciência, como por exemplo o método PECS, que foi brevemente descrito anteriormente no título 4. Podemos considerar que a ciência ABA traz consigo resultados positivos para o tratamento de crianças que estão dentro do espectro. Vale ressaltar que não é a única maneira, mas é uma opção de tratamento com comprovação científica. Ela não se resume apenas para profissionais do ramo da psicologia, também pode ser trabalhada em outros campos com outros profissionais, por exemplo, podemos encontrar profissionais das áreas de fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional (TO), nutrição, educador físico, dentre outros profissionais que podem contribuir para o tratamento da criança. Faz-se valido pontuar, que sem a vontade e interesse dos pais ou cuidadores na melhora do autista qualquer tratamento se torna pouco proveitoso. Em entrevista para a revista Folha de S. Paulo, o apresentador Marcos Mion relata que, “Não existe tratamento que seja mais efetivo do que amor, paciência e dedicação. Não adianta ter os melhores profissionais e delegar seu filho a eles. É a presença constante dos pais que vai fazê-lo evoluir.” (MION, Marcos. Orgulho Autista, Folha de S.Paulo, 20/07/2021) Este trabalho aplicou-se em trazer uma oportunidade para levantar discussões sobre a eficácia e as potencialidades da ciência ABA no tratamento de crianças diagnosticadas com TEA, a partir da percepção dos envolvidos neste projeto e as informações levantadas por eles a partir de artigos publicados e relatos de pessoas que convivem com pessoas autistas. Acreditamos que com este projeto aqui posto, incentive a investigação sobre o progresso da ciência ABA no desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais, verbais e comportamentais de crianças com autismo. Os títulos que irei apresentar agora são de livros referentes à ciência ABA que, além das referências utilizadas, são materiais agregam para profissionais da área, parentes e outros públicos que possuem interesse no assunto do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e da ciência da Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Sendo eles, Simplificando o Autismo: Para pais, familiares e profissionais. Autor: Dr. Thiago Castro; Análise do comportamento aplicada ao transtorno do espectro autista: Volume 1. Autoras: Ana Carolina Sella e Daniela Mendonça Ribeiro (organizadora);
Estratégias da Análise do Comportamento Aplicada para Pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo. Autoras: Cintia Perez Duarte, Luciana Coltri e Silva, Renata de Lima Velloso (organizadoras) e Competência social e habilidades sociais: Manual teórico-prático. Autores: Almir Del Prette e Zilda A. P. Del Prette. Vale lembrar também algumas instituições que propagam o conhecimento e estudos sobre o autismo e a ABA, elas são, CBI Of Miami; Luna ABA; Instituto Singular e ExerCiência
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