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Neste documento, o autor discute o capítulo do corpo em seu trabalho prático, abordando temas como o rosto, a pele, o tacto, as mãos e a relação corpo-espaco-tempo. Ele reflete sobre a importância de se concentrar no que realmente é seu trabalho e apresenta textos e ideias relacionadas a esses temas.
Tipologia: Resumos
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Faculdade de Belas-Artes Universidade do Porto
Relatório de Projeto para obtenção de Grau de mestre em Prácticas Artísticas Contemporâneas Orientador: Pedro Tudela Co-Orientador: Pedro Cabral Santo
A abertura desta janela, já vinha a ser considerada e trabalhada desde o período de formação na licenciatura. Esta tese/projeto, em nada estará desagregado da vida, por outras palavras, creio que está imbuído na relação da arte e vida. Aquilo que me chama a atenção na rua, os objetos para a qual eu me sustenho a olhar durante imensos minutos até que os tenha decorado, fazem parte dos filtros com que vejo o Mundo. Observo o Mundo sob a minha ética, os meus princípios, aquilo que defendo como certo ou errado, a beleza que vejo nas coisas e nas pessoas... Os sentimentos funcionam como filtros diários, dependendo do que sinto naquele dia projeto na forma como vejo os outros, projetando neles os meus sentimentos negativos ou positivos. Lei da atração, como no filme Inception^1 onde o sonhador ao tomar consciência de que está a sonhar, as personagens sendo projeções do subconsciente do outro sonhador começam a voltar-se contra ele próprio. Na vida real identifico tudo o que projeto para o outro, o que ele absorve e me devolve de igual forma. Então, tudo o que eu nesse dia projeto para o Mundo, o meu filtro diário será o que o Mundo me devolve, levando nesse dia aquilo que me foi devolvido. Tudo o que nos rodeia é importante para a nossa produção artística. Tendencialmente não separo a arte da vida. Essas questões ou visões sobre o mundo vão tendo um percurso que vai-se alterando por diversos fatores; mudança de local de residência; novas experiências; contacto com outros meios. Tudo isso são condicionantes. (^1) Inception. Dirigido por Christopher Nolan; 2010; Reino Unido; Syncopy Films;
Há trabalhos práticos que inicialmente não tinha destinado que aparecessem, mas de forma natural eles foram sendo incluídos no relatório. Porque quando se avança para um relatório sobe a nossa prática artística apercebemo-nos que há uma linha condutora sobre a qual não tínhamos consciência ou ainda que não tínhamos refletido. O texto é dividido por capítulos e subcapítulos. O corpo e o Tempo. O capítulo do corpo sub divide-se em outros temas que constituem o meu trabalho prático, como o rosto; a pele; o tato; as mãos. Não só corpo, mas também os objetos que se relacionam com o corpo. No pátio de um edifício do Hospital Conde Ferreira, apanhei uma casca de Plátano que estavam caída junto da árvore. Essa casca tinha um buraco que fazia a forma de um semi-círculo. Esse buraco era uma medidor exato de uma parte muito específica da minha mão. Daí, surgiram alguns textos e disputou pensamentos para o desenvolvimento de trabalhos que surgem neste capítulo do corpo. Foi perante a forma de me relacionar com os objetos e de os fixar na memória que os textos foram escritos. Era importante, no meio daquilo que é o Universo do corpo em si e dos objetos, afunilar-se o pensamento para aquilo que realmente é o meu trabalho. O capítulo do Tempo é constituido por mais subcapítulos, uns que têm uma ligação direta às questões temporais e outros que à priori estão mais distanciados. Tudo aquilo que assisti na cidade do Porto foi relevante e influenciador da produção do texto. Não só porque não se apaga da memória aquilo que nós assistimos no dia- a-dia, como também há muitas coisas que são realmente influênciadoras. As peças de teatro; poemas que vamos lendo; conversas que se ouvem em trasnportes públicos ou no jardim.
O conteúdo de texto, embora esteja separado por dois grandes capítulos não são distanciados. Os trabalhos que falo no capítulo do Corpo têm questões que são também exploradas no capítulo do Tempo , e vice-versa. Todo o conteúdo tem ligação, que se verifica no trabalho prático. O segundo livro, é constituido por uma proposta, onde são dados alguns passos para que materializem através de atos a relação corpo – espaço – tempo que é desenvolvido neste livro, relatório de projeto.
“A abertura fictícia de uma janela para um interior” O título foi a última coisa a ser decidida. Havia uma proposta inicial para um título que foi baseada naquilo que já tinha produzido no primeiro ano de mestrado, focando-se muito nos últimos trabalhos que tinham sido produzidos na altura. Esse título foi pensado como algo que seria temporário. Até à entrega do relatório de projeto, iria surgir um título que resumisse todo o meu trabalho. É essa a minha ideia de título, que fosse capaz de poetizar o trabalho, dando-lhe a necessária distância, ainda que tenha partido dele. Ainda que o título tivesse sempre sido pensado como algo temporário, a verdade é que esteve sempre presente ao longo da realização do relatório de projeto. Pensando no título completo Relação corpo-tempo entre o espetador e o dispositivo vídeo – a abertura fictícia de uma janela para um interior; este resume aquilo que acabou por ser a minha divisão de capítulos e a exploração dos temas. Poderia inclusive ser a última frase do texto, a frase que resumiria e concluiria. Acabei por decidir que esta última parte do título seria a melhor escolha de título para este relatório, poetiza-o, tal como referi anteriormente. O título completo emitia demasiadas palavras-chave e era muito complexo como primeira coisa que é lida no relatório.
A palavra crítica do meu título está em último lugar. Como uma narrativa, em que toda a história contada é um pretexto para se chegar a uma situação final que por vezes não se sabe qual é quando se começa a escrever... Noutras situações todo o espetáculo narrativo só existe para tornar percetível o ponto final da história, o elemento chave que a fecha. A moral, o ponto final, o fim de um ciclo, o começo de uma nova história, o espaço para que a imaginação do espetador continue a narrativa. Cada um terá uma continuação diferente existindo infinitas continuações da mesma história. A palavra interior, no fim do título vem apresentar-se da mesma forma.
A obra criada pelo artista proporciona ao espetador uma experiência, diria mágica da entrada para dentro da obra. Uma Viagem. Da qual garantidamente retornará diferente. Um mergulho consciente, que o deixará imergido durante o tempo que este se dispuser a estar ali. Interior, carrega toda a sensualidade que uma palavra pode carregar. É um momento íntimo. Esse contacto a sós ou rodeado de estranhos na absorção da obra. Um acesso ao interior do artista, à forma como ele capta o mundo exterior e o transforma em imagem.
O LADO DE LÁ – Primeira impressão que escrevi sobre esta palavra O lado de lá é sempre relativo à nossa posição. Exterior – Interior – consoante o lado do vidro onde estamos. Podemos estar dentro de um aquário a céu aberto, ou fora do aquário debaixo de teto. Quem está mais exterior? Nós que estamos debaixo das estrelas, onde sentimos a brisa gelada que nos congela todas as partes do rosto, onde se pode olhar para o céu azul e questionar as questões do Universo. Rodeados por vidro, onde observamos quem nos observa ou quem passa simplesmente distraído. Somos observados e nada podemos fazer. Podemos fingir, ou distrair- nos realmente. Ou vós, que estais debaixo de teto a passar pelo vidro de forma distanciada, a olhar quem do lado de lá, está. No seu mundo, a contemplar as estrelas ou a seguir com os olhos e a nuca, todos aqueles que passam pelo vidro e contemplam... ou seguem num ritmo acelerado. Eu que estou a céu aberto, ainda que num cubículo de vidro, diria que estou mais externa que todos os que estão do outro lado.