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Radiografia de Tórax na Emergência: Embolia, Pneumonia, Abscesso e Intubação., Esquemas de Radiografia

Um estudo publicado na arq med hosp fac cienc med santa casa são paulo em 2008, onde os autores discutem a interpretação de radiografias simples de tórax na sala de emergência. O artigo aborda sinais específicos de embolia pulmonar, pneumonia, abscesso pulmonar e intubação seletiva, incluindo descrições clínicas e imagens radiológicas. Os sinais de embolia pulmonar incluem o sinal de westermark e o sinal da corcova de hampton. A pneumonia pode apresentar consolidação parenquimatosa, infiltrado focal ou difuso, e o abscesso pulmonar apresenta cavitação no parênquima pulmonar. O artigo também discute a intubação seletiva e seus sinais radiológicos, como enfisema subcutâneo e pneumomediastino.

O que você vai aprender

  • Quais sinais radiológicos são associados a pneumonia e como eles podem ser diferenciados de outras condições?
  • Quais sinais radiológicos indicam intubação seletiva e como eles podem ser identificados?
  • Qual é o sinal de Westermark e como ele é identificado em radiografias de tórax?

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Wanderlei
Wanderlei 🇧🇷

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Lauand LSL, Souza Junior EB, Andrade BJ, Sprovieri SRS. Contribuição da interpretação da radiografia simples de tórax na sala de emergência. Arq Med
Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2008; 53(2):64-76.
Embolia pulmonar
Raramente é demonstrada nas radiografias de tó-
rax e, quando há alterações, geralmente são
inespecíficas. Podem existir atelectasias laminares,
derrame pleural, elevação da cúpula diafragmática e
aumento do tronco da artéria pulmonar. Classicamen-
te dois sinais podem ser identificados:
Sinal de Westermark: Sinal de oligoemia pulmo-
nar. Caracteriza-se através da imagem radiográfica do
tórax por uma dilatação proximal de um vaso
embolizado, associado ao colapso dos vasos distais16.
Uma radiografia em PA mostra uma relativa
hipertransparência na região, devido à hipoperfusão
distal ao êmbolo.
Sinal da Corcova de Hampton: Trata-se de uma
consolidação em forma de cone, localizada especifi-
camente em um ângulo costofrênico, com a base vol-
tada para a pleura e o ápice para o hilo pulmonar. Essa
consolidação periférica focal ocorre secundária à
transudação hemorrágica ou infarto pulmonar16. É um
sinal raro e não específico, mas, associado a outros
achados, corrobora para o diagnóstico de
tromboembolismo pulmonar.
Pneumonia
A radiografia pode apresentar consolidação
parenquimatosa, infiltrado focal com aumento da
radiodensidade, onde é possível por vezes a
visualização de broncograma aéreo, o que sugere con-
solidação alveolar17. O infiltrado difuso com padrão
intersticial ou interstício-alveolar pode sugerir quadro
viral. Nas fases iniciais da doença é difícil a definição
da etiologia do processo, se viral ou bacteriana.
Abscesso pulmonar
Cavitação no parênquima pulmonar com centro
radiotransparente (presença de ar), geralmente bem
delimitada por um contorno radiopaco. Pode conter
nível líquido em seu interior. Importante diagnóstico
diferencial com neoplasia escavada.
Pneumonia por Pneumocistis jiroveci
A radiografia pode ser normal em 5 a 10% dos ca-
sos, mas o achado clássico é o infiltrado reticular he-
terogêneo, difuso, bilateral, e simétrico18. Podem ser
encontrados menos freqüentemente infiltrado unila-
teral ou focal, condensações ou pneumotórax.
Tuberculose
Pode ter diversas apresentações, desde o achado
típico da doença cavitária e apical até infiltrado
retículo-nodular difuso19. Adenopatia hilar pode ser
encontrada, assim como derrame pleural.
Figura 24 Radiografia de tórax em AP mostrando área de
oligoemia apontada pela seta em um caso de
tromboembolismo pulmonar. Comparando com o lado
contralateral é evidente a diferença na trama vascular.
Figura 25. Radiografia de tórax em AP mostrando consolida-
ção em lobo médio do pulmão direito em A, e em lobo superi-
or do mesmo lado em B. A seta indica um broncograma aé-
reo.
Figura 26. Radiografia de tórax em PA (imagem A) e perfil
(imagem B) evidenciando a presença de cisto aéreo pulmo-
nar com nível líquido apontado com a seta. Observar as pare-
des finas.
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Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2008; 53(2):64-76.

Embolia pulmonar

Raramente é demonstrada nas radiografias de tó- rax e, quando há alterações, geralmente são inespecíficas. Podem existir atelectasias laminares, derrame pleural, elevação da cúpula diafragmática e aumento do tronco da artéria pulmonar. Classicamen- te dois sinais podem ser identificados: Sinal de Westermark : Sinal de oligoemia pulmo- nar. Caracteriza-se através da imagem radiográfica do tórax por uma dilatação proximal de um vaso embolizado, associado ao colapso dos vasos distais^16. Uma radiografia em PA mostra uma relativa hipertransparência na região, devido à hipoperfusão distal ao êmbolo.

Sinal da Corcova de Hampton: Trata-se de uma consolidação em forma de cone, localizada especifi- camente em um ângulo costofrênico, com a base vol- tada para a pleura e o ápice para o hilo pulmonar. Essa consolidação periférica focal ocorre secundária à transudação hemorrágica ou infarto pulmonar^16. É um sinal raro e não específico, mas, associado a outros achados, corrobora para o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar.

Pneumonia

A radiografia pode apresentar consolidação parenquimatosa, infiltrado focal com aumento da radiodensidade, onde é possível por vezes a visualização de broncograma aéreo, o que sugere con- solidação alveolar^17. O infiltrado difuso com padrão intersticial ou interstício-alveolar pode sugerir quadro viral. Nas fases iniciais da doença é difícil a definição da etiologia do processo, se viral ou bacteriana.

Abscesso pulmonar

Cavitação no parênquima pulmonar com centro radiotransparente (presença de ar), geralmente bem delimitada por um contorno radiopaco. Pode conter nível líquido em seu interior. Importante diagnóstico diferencial com neoplasia escavada.

Pneumonia por Pneumocistis jiroveci

A radiografia pode ser normal em 5 a 10% dos ca- sos, mas o achado clássico é o infiltrado reticular he- terogêneo, difuso, bilateral, e simétrico 18. Podem ser encontrados menos freqüentemente infiltrado unila- teral ou focal, condensações ou pneumotórax.

Tuberculose

Pode ter diversas apresentações, desde o achado típico da doença cavitária e apical até infiltrado retículo-nodular difuso^19. Adenopatia hilar pode ser encontrada, assim como derrame pleural.

Figura 24 Radiografia de tórax em AP mostrando área de oligoemia apontada pela seta em um caso de tromboembolismo pulmonar. Comparando com o lado contralateral é evidente a diferença na trama vascular.

Figura 25. Radiografia de tórax em AP mostrando consolida- ção em lobo médio do pulmão direito em A, e em lobo superi- or do mesmo lado em B. A seta indica um broncograma aé- reo.

Figura 26. Radiografia de tórax em PA (imagem A) e perfil (imagem B) evidenciando a presença de cisto aéreo pulmo- nar com nível líquido apontado com a seta. Observar as pare- des finas.

Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2008; 53(2):64-76.

Intubação seletiva

A radiografia evidencia o tubo muito introduzido na via aérea, geralmente localizado no brônquio fonte direito. O pulmão que não é ventilado apresenta-se atelectasiado, com radiopacidade aumentada, poden- do ter o desvio das estruturas mediastinais para este lado. Podem existir enfisema subcutâneo e pneu- motórax no hemitórax ventilado^11.

Enfisema subcutâneo/pneumomediastino

Radiografia que evidencia ar dissecando o tecido celular subcutâneo. Também se evidencia a disseca- ção das fibras dos músculos peitorais pelo ar 20. O pneumomediastino caracteriza-se por um contorno radiotransparente ao redor da imagem cardíaca, va- sos mediastinais, vias aéreas principais e esôfago, de- limitado externamente por uma tênue linha de orien- tação vertical que corresponde à pleura. Outro sinal importante é o “sinal do diafragma contínuo”, que evidencia a porção central do diafragma (infra-

cardíaco) devido à interposição de uma coluna de ar entre o coração e o diafragma20,^.

Pulmão urêmico

Nos casos de uremia é possível encontrar padrão radiológico bastante característico, com infiltrado reticular, e por vezes com acometimento alveolar e localização parahilar, preservando a periferia 22. Diz- se que este padrão tem aspecto de “asa de borboleta”. A imagem não é patognomônica e pode ocorrer em outras doenças como hipersensibilidade e sarcoidose.

Figura 27. Radiografia de tórax em AP mostrando três casos de tuberculose pulmonar. Em A é possível a visualização de um infiltrado micronodular em um caso de tuberculose miliar, em B é visto infiltrado alveolar em ambos os ápices pulmonares, com áreas de cavitação e estrias fibróticas, e em C presença de infiltrado em ápice direito com grandes áreas cavitadas e redu- ção de volume com desvio de estruturas para aquela região. As setas apontam áreas de cavitação.

Figura 28. Radiografia de tórax em AP evidenciando em A intubação seletiva com atelectasia de todo o pulmão esquer- do e desvio das estruturas mediastinais para este lado. A imagem B mostra a expansão do pulmão esquerdo após a tração da cânula.

Figura 29. Radiografia de tórax em AP mostrando enfisema subcutâneo em ápice direito e pneumomediastino apontado pela seta em A, e em detalhe a dissecção das fibras muscula- res do peitoral em B.

Figura 30. Radiografia de tórax em AP mostrando infiltrado interstício-alveolar parahilar com preservação da periferia em casos de uremia.