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7036068 - Apostila - de - Seguranca - Do - Trabalho, Trabalhos de Segurança do Trabalho

segurança do Trabalho

Tipologia: Trabalhos

2010

Compartilhado em 20/09/2010

michele-nichimore-2
michele-nichimore-2 🇧🇷

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Não perca as partes importantes!

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1 – HISTÓRICO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
1.1 – Antecedentes Históricos
Antes mesmo do advento histórico da Saúde Pública, ocorrido em 1854 através da
investigação epediomológica de Snow, que descobriu no poço de Broad Street o foco de epidemia
da cólera que ameaçava Londres havia sugerido a idéia do que seria a Saúde Ocupacional,
identificada em Leis do Parlamento Britânico que visavam proteger a saúde do trabalhador.
No período de 1760 a 1830, ocorreu a advento da Revolução Industrial na Inglaterra, que deu
grande impulso às industrias como conhecemos hoje. A revolução Industrial transformou totalmente
as relações de trabalho existentes, pois naquela época praticamente só existia a figura do artesão,
que produzia seus produtos individualmente ou com alguns auxiliares e trocava seus produtos por
outros, geralmente em um mercado público.
Das máquinas domesticas e artesanais, criaram-se às máquinas complexas que exigiam
volumosos investimentos de capital para sua aquisição e considerável mão de obra para o seu
funcionamento, que foi recrutada indiscriminadamente entre homens e mulheres, crianças e velhos.
O êxodo rural logo aconteceu e as relações entre capital e trabalho também iniciaram-se através de
movimentos trabalhistas reinvidicatórios.
Pressionado, o Parlamento aprovou, em 1802, a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que
estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho noturno e introduziu
medidas de higiene nas fábricas. O não comprimento desta Lei, obrigou o Parlamento Britânico a
criar, em 1833, a “Lei das Fábricas”, que estabeleceu a inspeção das fábricas, instituiu a idade
mínima de 9 anos para o trabalho, proibiu o trabalho noturno aos menores de 18 anos e limitou a
jornada de trabalho para 12 horas diárias e 69 horas por semana.
Criou-se, em 1897, a inspetoria das Fábricas como órgão do Ministério do Trabalho Britânico,
com o objetivo de realizar exames de saúde periódicos no trabalhador, além de propor a estudar
doenças profissionais, principalmente nas fábricas pequenas ou desprovidas de serviços médicos
próprio.
Paralelamente, em outros países europeus e nos Estados Unidos, adota-se uma legislação
progressista em defesa da saúde do trabalhador.
Em 1919, é fundada em Genebra, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo
como objetivo estudar, desenvolver, difundir e recomendar formas de relações de trabalho, sendo
que o Brasil um dos seus fundadores e signatários (veremos adiante alguns dados relativos ao
Brasil).
1.2 – Conceito de Saúde Ocupacional
Compreende-se por Saúde Ocupacional o segmento da Saúde Publica que tem como objetivo a
segurança e higiene do ambiente do trabalho, bem como a saúde do trabalhador. A efetivação deste
objetivo envolve uma equipe de profissionais que compreende o médico do trabalho, o ergonomista,
o engenheiro de segurança do trabalho, o toxicologista, o enfermeiro, o psicólogo, além é claro do
Técnico de Segurança do Trabalho, bem como outros profissionais de nível médio ou superior.
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1 – HISTÓRICO DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

1.1 – Antecedentes Históricos Antes mesmo do advento histórico da Saúde Pública, ocorrido em 1854 – através da investigação epediomológica de Snow, que descobriu no poço de Broad Street o foco de epidemia da cólera que ameaçava Londres – já havia sugerido a idéia do que seria a Saúde Ocupacional, identificada em Leis do Parlamento Britânico que visavam proteger a saúde do trabalhador. No período de 1760 a 1830, ocorreu a advento da Revolução Industrial na Inglaterra, que deu grande impulso às industrias como conhecemos hoje. A revolução Industrial transformou totalmente as relações de trabalho existentes, pois naquela época praticamente só existia a figura do artesão, que produzia seus produtos individualmente ou com alguns auxiliares e trocava seus produtos por outros, geralmente em um mercado público. Das máquinas domesticas e artesanais, criaram-se às máquinas complexas que exigiam volumosos investimentos de capital para sua aquisição e considerável mão de obra para o seu funcionamento, que foi recrutada indiscriminadamente entre homens e mulheres, crianças e velhos. O êxodo rural logo aconteceu e as relações entre capital e trabalho também iniciaram-se através de movimentos trabalhistas reinvidicatórios. Pressionado, o Parlamento aprovou, em 1802, a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho noturno e introduziu medidas de higiene nas fábricas. O não comprimento desta Lei, obrigou o Parlamento Britânico a criar, em 1833, a “Lei das Fábricas”, que estabeleceu a inspeção das fábricas, instituiu a idade mínima de 9 anos para o trabalho, proibiu o trabalho noturno aos menores de 18 anos e limitou a jornada de trabalho para 12 horas diárias e 69 horas por semana. Criou-se, em 1897, a inspetoria das Fábricas como órgão do Ministério do Trabalho Britânico, com o objetivo de realizar exames de saúde periódicos no trabalhador, além de propor a estudar doenças profissionais, principalmente nas fábricas pequenas ou desprovidas de serviços médicos próprio. Paralelamente, em outros países europeus e nos Estados Unidos, adota-se uma legislação progressista em defesa da saúde do trabalhador. Em 1919, é fundada em Genebra, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo como objetivo estudar, desenvolver, difundir e recomendar formas de relações de trabalho, sendo que o Brasil um dos seus fundadores e signatários (veremos adiante alguns dados relativos ao Brasil). 1.2 – Conceito de Saúde Ocupacional Compreende-se por Saúde Ocupacional o segmento da Saúde Publica que tem como objetivo a segurança e higiene do ambiente do trabalho, bem como a saúde do trabalhador. A efetivação deste objetivo envolve uma equipe de profissionais que compreende o médico do trabalho, o ergonomista, o engenheiro de segurança do trabalho, o toxicologista, o enfermeiro, o psicólogo, além é claro do Técnico de Segurança do Trabalho, bem como outros profissionais de nível médio ou superior.

Em 1957, o comitê Misto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) a Organização Mundial da Saúde (OMS), reunidos em Genebra, estabeleceram os seguintes objetivos para Saúde Ocupacional e estabeleceram o seu âmbito de atuação: 1 – Promover e manter o mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as ocupações; 2 – Prevenir todo prejuízo causado à saúde dos trabalhadores pelas condições do seu trabalho; 3 – Proteger os trabalhadores, em seu trabalho, contra os riscos resultantes da presença de agentes nocivos a saúde; 4 – Colocar e manter o trabalhador em uma função que convenha às suas aptidões fisiológicas e psicológicas; 5 – Adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao seu trabalho. 1.3 – Conceito de Saúde A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu o conceito de saúde como: “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência da doença”. Outro conceito, sob o enfoque ecológico, afirma que a saúde é um estado de equilíbrio dinâmico entre o individuo e o seu ambiente, considera que a doença ocorreria da ruptura desse mesmo equilíbrio dinâmico. Devemos estabelecer algumas diferenciações que afetam a saúde do trabalhador para que possamos melhor trabalhar estes conceitos, como segue abaixo: Condições de Trabalho:

  • Ambiente Físico: temperatura, barulho, vibrações, etc.
  • Ambiente Químico: vapores, fumaças, tóxicos, etc.
  • Ambiente Biológico.
  • Condições de Higiene e Segurança. Organização do Trabalho:
  • Divisão do Trabalho
  • Conteúdo da Tarefa
  • Sistema Hierárquico
  • Modalidades de Comando
  • Relações de Poder
  • Questões de Responsabilidades, etc. Portanto, para que possamos estabelecer uma qualidade de vida completa ao trabalhador, ou seja, que ele tenha “Saúde”, devemos atacar todos os problemas de Condições de Trabalho e Organização do Trabalho.

Não obstante o Brasil ser signatário da OIT, somente pela Portaria 3227 de 1972 é que veio a obedecer á Recomendação 112, de 1959, daquela Organização. Tomou-se, então, obrigatória à existência de Serviços de Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas, de acordo com o número de empregados e o grau de risco em que se enquadram. Ainda assim, em tomo 85% dos trabalhadores ficaram excluídos destes serviços obrigatórios. As micros, pequenas e medias empresas não estão enquadradas nesta legislação e, atualmente a grande empregadora são estas empresas. Um outro fato alarmante é que os riscos e as condições insalubres a que estão expostos estes trabalhadores são muito maiores que as empresa de porte superior. Nas empresas de maior porte, as condições financeiras e econômicas permitem um maior investimento em máquinas modernas e processes com certa garantia de segurança e higiene do trabalho, não ocorrendo nas pequenas empresas. Alguns estudos realizados apontam que o risco nas pequenas empresas industriais (até 100 empregados) é 3,77 vezes maior que o das grandes empresas (mais de 500 empregados) ou 1, vezes o das médias empresas (101 a 500 empregados). As industrias do ramo da mecânica, material elétrico e eletro-técnico são responsáveis pelos índices mais elevados de acidentes graves, seguidos pelas industrias ligadas ao ramo dos produtos alimentícios. A nível nacional, a industria da construção civil responde por 25% dos acidentes, inclusive os mais graves e letais. Com relação às estatísticas de acidentes do trabalho, os dados brasileiros são poucos confiáveis, por diversos motivos, a seguir enumeramos alguns fatores que prejudicam uma analise mais aprofundada nas estatísticas de acidentes: a) Enorme quantidade de acidentes não registrados ou ocorrência de sub registros b) Grande quantidade de trabalhadores que não tem carteira de trabalho assinada. c) Sistema de estatística oficial não é confiável devido, dentro de outros fatores, a burocracia. Em 1972, foi criada o PVNT – Plano Nacional de Valorização do Trabalho, em função da situação alarmante do número de acidentes registrados no país. A legislação em vigor foi publicada em 22 de dezembro de 1977 e recebeu o número 6514. Ela altera o capitulo V, do titulo II, da consolidação das Leis do Trabalho. Decorrentes dessa lei, foram baixadas 28 Normas Regulamentadoras, Portaria 3214, de 8 de junho de 1978, pelo então Ministro Arnaldo Prieto.

Abaixo as 28 Normas Regulamentadoras (Portaria 3214 de 8/jun/1978) NR 01 DISPOSIÇÕES GERAIS NR 02 INSPEÇÃO PRÉVIA NR 03 EMBARGO OU INTERDIÇÃO NR 04 SESMT NR 05 CIPA NR 06 EPI NR 07 EXAME MÉDICO NR 08 EDIFICAÇÕES NR 09 RISCOS AMBIENTAIS NR 10 INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE NR 11 TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS. NR 12 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. NR 13 CALDEIRAS E RECIPIENTES SOB PRESSÃO. NR 14 FORNOS NR 15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES NR 16 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS NR 17 ERGONOMIA NR 18 OBRAS DE CONSTRUÇÃO, DEMOLIÇÃO E REPAROS. NR 19 EXPLOSIVOS NR 20 LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS. NR 21 TRABALHOS A CÉU ABERTO NR 22 TRABALHOS SUBTERRÂNEOS. NR 23 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO NR 24 CONDIÇÕES SANITÁRIAS. NR 25 RESÍDUOS INDUSTRIAIS NR 26 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA NR 27 REGISTRO DE TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NR 28 FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES

Alguns Órgãos Públicos Vinculados a Segurança e Higiene do Trabalhador

  • MTb – Ministério do Trabalho
  • CRT – Coordenadoria das Relações do Trabalho (antigo DRT – Delegacia Regional do Trabalho)
  • Secretaria da Saúde.
  • Prefeitura Municipal (Código de Obras)
  • Corpo de Bombeiros
  • Cetesb
  • Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo
  • IRB – Instituto de Resseguros do Brasil 1.5 – HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NOS ESTADOS UNIDOS Atitudes de Segurança por volta de Durante a última metade do século 19, a indústria americana cresceu muito rapidamente. A introdução da energia a vapor e outras técnicas avançadas transformaram o mundo do trabalho. Em conseqüência da revolução industrial, a produção transferiu-se das pequenas companhias que empregavam alguns artesãos habilidosos para as grandes fábricas e usinas. Embora a mudança para o sistema de produção em massa ampliasse muito as técnicas de produção industrial, os setores industriais emergentes pouco faziam para proteger seus empregados contra acidentes ou riscos à saúde. O seguinte comentário é típico de como a maioria do pessoal da indústria se sentia em relação a acidentes, por volta de 1900. “Prevenir Acidentes? Duvido muito! Sou superintendente desta fábrica há mais de 15 anos, e uma coisa eu sei: 95% dos acidentes são resultados de descuidos. Não se pode impedir esse tipo de coisa. Alguns homens estão fadados a ser mortos, não importa o que se procure fazer por eles. Faz parte da natureza humana, creio eu. Não, acho que fazemos tudo o que é possível. Mas no nosso tipo de trabalho haverá sempre uma porção de acidentes”. Naqueles dias, as empresas faziam muito pouco sobre prevenção de acidentes porque gerentes e empregados acreditavam que não havia muito o que pudessem fazer. A maioria considerava os acidentes industriais como subprodutos desafortunados, mas inevitáveis, do próprio trabalho. Fabricar aço, minerar carvão, operar estradas de ferro, fabricar vidro e produtos químicos – e muitas outras atividades industriais eram ocupações tidas como naturalmente perigosas. Os ferimentos, que incapacitavam fisicamente, e as fatalidades eram aceitas como fatos industriais à vida. É muito fácil olhar para trás, agora, e ver como essas atitudes cegavam gerentes, supervisores e empregados para a gravidade do problema de acidente industrial, bloqueando qualquer esforço real para prevenir acidentes.

Prevenção de Acidentes por volta de 1900 O que faziam as companhias, se é que faziam alguma coisa, para prevenir acidentes naquela época? Francamente, muito poucas companhias faziam alguma coisa. O setor industrial de mineração de carvão era uma exceção onde se iniciou o treinamento de primeiros socorros organizados e prevenção de acidentes em decorrência dos desastres nas minas que matavam e aleijavam muitos trabalhadores. É importante compreender como eram as condições de trabalho, antes que tivessem início o movimento de segurança nos Estados Unidos, para poder avaliar o que foi realizado em épocas mais recentes. Portanto, vejamos rapidamente o que as companhias não faziam. A maioria das companhias não tinha nem programa de segurança organizado nem pessoal de segurança trabalhando em tempo integral, naqueles dias. Somente aqui e ali havia alguém com responsabilidade em segurança trabalhando em tempo parcial. Considerava-se que a segurança era uma questão de sorte, não uma parte do trabalho de alguém. As condições de trabalho eram extremamente perigosas, pelos padrões de hoje. As peças móveis da maquinaria raramente eram protegidas. Os condutores elétricos comumente ficavam expostos ao contacto acidental. A iluminação era sombria e, muitas vezes mínima. Gases tóxicos e vapores eram subprodutos comuns das operações industriais. Ventilação contra calor e umidade não existia. As áreas de trabalho eram perigosamente congestionadas. A manutenção de limpeza da fábrica, em geral, negligente. Sanitários sem a mínima condição de higiene. Ferramentas e equipamentos eram usados até quebrar. Todas essas condições perigosas eram comuns e aceitas como normais. Havia pouca ou nenhuma ênfase sobre treinamento de segurança no trabalho. “Mantenha seus olhos e ouvidos abertos se não quiser morrer. Observe e faça o que Harry faz”. Esse era o tanto de instrução de segurança que a maioria dos novos empregados recebia. Todos assumiam que era responsabilidade do empregado descobrir como trabalhar em segurança. Quando recebiam instruções, estas geralmente tratavam de como aprontar o trabalho, e não como faze-lo em segurança. As companhias não tinham regulamentos e normas de segurança, nem havia distribuição de literatura sobre o assunto. Jamais ocorreu aos supervisores fazer “conferências sobre segurança”. Além do mais, muitos operários industriais eram imigrantes que mal entendiam inglês. Equipamento de proteção individual, como sapatos, capacetes e óculos de segurança ou não existiam ou não eram comumente usados, ao redor de 1900. As companhias não distribuíam qualquer tipo de equipamento de proteção, a não ser que fosse absolutamente imprescindível à realização do trabalho. Técnicas modernas de prevenção de acidentes, como análise de segurança do trabalho, inspeções, e análise de segurança do trabalho, inspeções, e análise de causa de acidente, não existiam. Os acidentes raramente eram investigados de qualquer forma organizada. A maior parte das companhias não tinha a menor idéia do número de acidentes com ferimentos graves ocorridos em um dado ano, e não via razão para coletar tais dados.

O padrão de ferimentos era igualmente chocante. O relatório final dizia o seguinte: “Anualmente, o Distrito Pittsburgh retira de suas usinas, fábricas, pátios ferroviários e minas, 45 homens com uma só perna; 100 aleijados irrecuperáveis que precisam andar com auxílio de muletas ou bengalas; 45 homens com braços torcidos e inúteis; 30 homens sem um braço; 20 homens com apenas uma das mãos; 60 com perda de metade da mão; 70 com um só olho – e assim por diante, mais de 500 seres humanos fisicamente arruinados”. As estatísticas contavam apenas uma parte da história. O relatório também descrevia o sofrimento mental e físico resultante desses acidentes e chamava atenção para a miséria que a família da vítima devia suportar. O relatório incluía recomendações para mudança. O Levantamento de Pittsburgh dramatizava a gravidade do problema de acidentes industriais, e concluía, Precisava-se fazer alguma coisa! Começa o Movimento de Segurança O Levantamento de Pittsburgh deu o chute inicial na bola. Estudos semelhantes em outros estados produziram os mesmos resultados. Invariavelmente, revelavam uma perda extremamente grande de membros e vidas, e nada se fazia para melhorar a situação. A medida que os fatos se tornavam mais amplamente divulgados, educadores e líderes trabalhistas começaram a se manifestar em favor de reformas. Os legisladores estaduais eram pressionados para se posicionarem, banindo os riscos mais contundentes dos setores: industrial e de mineração. A opinião publica exigia ação corretiva. Leis do Governo Federal O governo federal apoiou o movimento pró-segurança logo no início. Em 1908, um ano após o término do Levantamento de Pittsburgh, o Congresso aprovou a primeira lei de Acidentes de Trabalho. As indenizações especificadas na Lei eram irrisórias, mas o principio de indenização por acidente fora estabelecido. Pela primeira vez nos Estados Unidos, os empregados e suas famílias tinham garantia de algum meio de compensação por ferimentos incapacitantes ou fatais. Dois anos mais tarde, em 1910, foi fundado o Bureau de Minas dos Estados Unidos. Um dos seus principais objetivos era reduzir acidentes no setor industrial de mineração. Em 1913, foi organizado o Bureau de Estatísticas do Trabalho (Bureau of Labor Statistics) para coletar, tabular e divulgar fatos sobre problemas de saúde e de acidentes industriais. Mais ou menos na mesma época, o Bureau Nacional de Padrões (National Bureau of Standards) começou a estabelecer normas de segurança para equipamentos e materiais industriais. Todos esses eventos tiveram lugar nos seis anos que se sucederam ao Levantamento de Pittsburgh. Muitos Estados Seguem o Exemplo Muitos Estados também corresponderam as novas preocupações. Em 1911, o Wisconsim aprovou a primeira lei estadual efetiva de Acidentes de Trabalho. Em 1915, mais da metade dos estados tinham leis semelhantes. Hoje, todos os estados proporcionam algum tipo de indenização por acedente no trabalho. Estas leis variam de estado para estado, mas todos dão indenização aos empregados acidentados, independentemente da descoberta do culpado. Antigamente, qualquer empregado gravemente acidentado era mandado para casa até que se recuperasse, mas não recebia pelos dias inativos.

A partir dessas leis de Acidentes de Trabalho, o movimento pró-segurança aumentou. Quanto às companhias se viram forçadas a indenizar seus empregados por acidentes no trabalho, compreenderam logo que custaria menos tomar medidas para prevenir acidentes do que custear as indenizações e reivindicações por incapacidade física. Portanto, o fator custo tornou-se um incentivo poderoso para as atividades de prevenção de acidentes. 1.6 – PRINCIPAIS ATIVIDADES DE UM TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM UMA INDUSTRIA METALURGICA As atividades do profissional Técnico de Segurança do Trabalho variam de empresa para empresa dependendo de alguns fatores, tais como: o tipo de negócio (mecânico, químico, serviços, etc), o porte da empresa, o local das instalações, e etc...; Daremos a seguir uma descrição de função de uma empresa metalúrgica de grande porte, o que deve ser analisado apenas como exemplo e não como uma regra fixa a ser seguida.

1. Assessorar tecnicamente os Supervisores/Mestres em relação a Segurança do Trabalho e Higiene Industrial, bem como fornecer subsídios para aplicação da Política de _Segurança e Higiene da empresa.

  1. Auxiliar nas investigações de acidentes e através delas propor ações e recomendações_ _para evitar e reincidência dos acidentes.
  2. Auxiliar na elaboração de normas e procedimentos relativos a Segurança e Higiene do_ _Trabalho.
  3. Divulgar as mudanças ocorridas e/ou promulgadas na legislação brasileira referente a_ _Segurança do Trabalho e Higiene Industrial.
  4. Elaborar e divulgar as Estatísticas de Segurança do Trabalho.
  5. Auxiliar na escolha de EPI’s utilizados ou a ser utilizados, garantir a eficiência,_ _conforto e qualidade, bem como auxiliar no desenvolvimento de novos fornecedores.
  6. Assessorar a CIPA.
  7. Coordenar as atividades da Brigada de Incêndio.
  8. Auxiliar nas avaliações ambientais.
  9. Assessorar os Supervisores/Mestres nas Reuniões de Segurança.
  10. Executar e/ou auxiliar nas Inspeções de Segurança.
  11. Executar as Palestras de Integração de Segurança.
  12. Acompanhar e orientar os serviços de empresa contratadas em relação a Segurança e_ _Higiene Industrial.
  13. Realizar treinamentos específicos na área de Segurança e Higiene Industrial._

Perturbação Funcional Devemos entender como Perturbação Funcional ao prejuízo de funcionamento de qualquer órgão ou sentido do ser humano, como por exemplo, uma perturbação mental devido a uma forte pancada no crânio, mau funcionamento de algum órgão (pulmão, etc...), pela aspiração ou ingestão de um elemento nocivo a saúde usando no ambiente de trabalho. Doenças Profissionais As doenças profissionais foram igualadas ao acidente de trabalho, quer sejam doenças típicas ou atípicas quando elas ocasionem incapacidade ao trabalho. Doenças de Trabalho Típicas As Doenças do Trabalho Típicas ou Doenças Profissionais são causadas por agentes físicos, químicos, ou biológicos pertencentes a certas funções, desde que estejam relacionadas pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (artigo 2º, # 1º, I, da Lei 6367). Exemplos: Saturnismo (intoxicação de chumbo), Silicose (trabalhadores de sílica). Doenças do Trabalho Atípicas Doenças do Trabalho Atípicas são aquelas que, não constando da relação elaborada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, resultam das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente. Do ponto de vista prevencionista, podemos definir, de uma maneira mais ampla e geral, o acidente de trabalho como sendo “toda a ocorrência não programada que cause danos físicos aos empregados ou danos materiais a equipamentos ou máquinas”. Com uma visão mais moderna, poderíamos definir acidente de trabalho, do ponto de vista prevencionista, como: Talvez você note, nesta definição, algumas mudanças em relação às definições anteriores. Por exemplo, no passado, definíamos acidente de pessoal como uma ocorrência inesperada – geralmente envolvendo contato entre um funcionário e um objeto, substâncias ou condição de exposição – que interrompesse o trabalho. O esforço de segurança e saúde hoje deve ser muito mais amplo. Por exemplo, acidentes nem sempre são inesperados. Se tivermos consciência de que existe um acidente potencial e não o tratamos, não podemos ficar surpresos se o acidente acontecer, o acidente poderia ser evitado. Contudo, acidentes nem sempre envolvem “contato” entre uma pessoa e um objeto; e acidentes nem sempre paralisam o trabalho. Muitas exposições a doenças ocupacionais só são conhecidas pela vítima mais tarde. Muitos acidentes potencialmente graves são acidentes frustrados, sem a menor conseqüência em termos de avarias ou ferimento pessoal. Não obstante são acidentes. Acidente é um evento não planejado e indesejado que poderia resultar em ferimento, dano à saúde, avaria do produto, equipamento ou instalações, ou outras perdas financeiras para a

companhia.

O uso de nossa nova definição de acidente requer uma abordagem mais completa para prevenção de acidente e saúde ocupacional. Hoje, o esforço de prevenção de acidente deve identificar e corrigir comportamentos perigosos que levem a acidentes, em vez de enfatizar a coragem dos tipos de ferimentos e espécies de acidentes. O Significado do Acidente Frustrado A gravidade do ferimento decorrente de acidente é, em grande parte, questão de sorte. A pessoa que caísse de uma escada poderia sair sem ferimentos ou poderia morrer. As causas, porém, poderiam ser as mesmas nos dois casos. Na prevenção de ferimentos ou perdas futuras, é importante estudar as causas, e não as conseqüências. Portanto, o que aprendemos com acidentes sem ferimentos é tão valioso quanto o que aprendemos com acidentes com ferimentos graves. É também igualmente importante não só ter um sistema funcionando que colete e analise dados dos acidentes frustrados como ter um sistema que investigue as ocorrências com ferimentos graves. Para tanto, existe uma série de meios. O diagrama a seguir ilustra o relacionamento entre acidentes com e sem ferimentos: PIRÂMIDE DOS ACIDENTES Os profissionais da área de segurança conhecem há muito tempo esta pirâmide e a correlação entre comportamentos perigosos e tipos de ferimentos. De fato nas últimas décadas de 60 e 70, diversas empresas usaram os conhecimentos sobre essas proporções para identificar atividades de prevenção de acidentes. Ferimentos Graves .............................. 1 Ferimentos Sem Gravidade ................ 29 Acidentes Sem Ferimentos ............... 300 Comportamentos Perigosos ....... 700. 1 29 300 700.

monitorar as condições de segurança e saúde. Isso inclue o sistema de gerência que indica quem é responsável e quem tem a obrigação de que ações, que procedimentos estão funcionando para descobrir e corrigir riscos, e que treinamento é necessário para ter certeza de que cada funcionário saiba fazer o trabalho que lhe foi atribuído em condições seguras. O ambiente atual também inclue o clima ou cultura da organização; se a gerência e supervisores convenceram ou não os subordinados de que a segurança é uma alta prioridade; se os funcionários acreditam ou não que a gerência está realmente comprometida com segurança; se a gerência e os funcionários percebem corretamente as necessidades recíprocas de segurança e saúde; se os funcionários recebem ou não comunicações regulares sobre segurança; se os supervisores recebem ou não uma avaliação sobre seus respectivos desempenhos em segurança e saúde; ou se existem outros mecanismos para demonstrar o compromisso da companhia com a segurança e saúde ocupacional. Causas de Acidentes – O Modelo da Falha Humana Muitos dos aspectos comportamentais do programa de segurança e saúde citados aqui foram desenvolvidos por Dan Petersen, consultor em segurança industrial. O diagrama de causa e efeito de Petersen, apresentado na página seguinte sugere que todos os acidentes são causados por: (1) um sistema de gerência defeituoso, (2) falha humana, ou alguma combinação dessas duas condições básicas. Nas páginas seguintes examinaremos mais detalhadamente o Modelo de Falha Humana do Petersen. Modelo de Causa (Diagrama de Petersen – simplificado) DIAGRAMA DE PETERSEN É CAUSADO POR FERIMENTO OU PERDA FALHA NO SISTEMA GERENCIAL ACIDENTE OU INCIDENTE DECISÃO DE ERRAR ARMADILHAS EXCESSO DE TRABALHO ERRO HUMANO

O modelo de Petersen sugere que qualquer ferimento ou outra perda na área de segurança e saúde para a companhia é resultado final de um acidente ou incidente. Trabalhando da esquerda para a direita através do gráfico podemos ver que o acidente ou incidente é causado ou (1) por uma falha de sistemas gerenciais e (2) por erro humano, ou alguma combinação dos dois. Falha dos Sistemas Gerenciais

Os elementos incluídos em uma falha dos sistemas dizem respeito a muitas das seguintes

perguntas que os profissionais de segurança fazem diariamente:

• A gerencia tem uma declaração de política sobre saúde e segurança?

• Quem é responsável e em que grau?

• Quem tem autoridade para fazer o que?

• Quem é responsável pela segurança e saúde? Como?

• Como essas pessoas são medidas em termos de desempenho?

• Que sistemas são usados nas inspeções para verificar o que saiu errado?

• Como são selecionados os novos empregados?

• Como é dada orientação aos novos empregados?

• Recebem Treinamento suficiente?

• Quais são os procedimentos operacionais padronizados?

• Que Padrões são usados?

• Como são reconhecidos, avaliados, e eliminados ou controlados os riscos de segurança e

saúde?

• Que registros são utilizados e como são mantidos?

• Qual é o programa médico?

Porque as pessoas erram (falha humana)

Dan Pertersen classifica os comportamentos perigosos em três categorias ele diz que

o erro humano se origina de:

Decisão de errar (trabalhar em condições inseguras)

Em certas condições, parece lógico ao empregado preferir a ação insegura. As

razões dessa decisão poderiam incluir:

• Pressão de colegas, exigências de produtividade da gerência, aborrecimento, falta de

interesse, ou muitas outras.

• Uma atitude mental que dê á pessoa uma razão inconsciente para se acidentar.Isto se

chama tendência a acidentes.

• Crença que não possa sofrer acidentes.

• O funcionário foi lembrado sobre as praticas de segurança?

• A escada estava corretamente marcada com avisos de segurança?

• O supervisor examinou o trabalho de antemão?

As respostas a essas e outras perguntas poderiam conduzir aos seguintes tipos de correções:

• Melhor procedimento de inspeção

• Melhor Treinamento

• Definição melhor das responsabilidades de trabalho

• Melhor planejamento prévio do trabalho pelos supervisores

Como em qualquer acidente, se quisermos impedir repetição, precisamos encontrar

e remover as causas básicas. Citar exclusivamente o ato inseguro de “galgar uma escada

defeituosa” e uma condição insegura que chamamos de “Escada defeituosa” não irá ajudar

muito. Quando examinamos exclusivamente ato e condição, estamos lidando com sintomas

e não com as causas.

Freqüentemente, encontram-se causas arraigadas no sistema de gerência. Essas

causas podem decorrer de políticas e procedimentos, supervisão e sua efetividade,

treinamento, etc. Causas arraigadas são aquelas que, se fossem corrigidas, teriam efeito

permanente sobre resultados positivos. Causas arraigadas são pontos fracos que poderiam

afetar não só o acidente sob investigação, mas também muitos outros acidentes e problemas

operacionais futuros.

Causas que os funcionários se arriscam

Como já foi sugerido, os empregados podem agir em condições inseguras porque

não conhecem o meio seguro de faze-lo ou, as vezes , porque preferem deliberadamente o

comportamento inseguro. Decidem adotar o comportamento inseguro porque algum outro

fator tem prioridade mais alta do que sua preocupação com a própria segurança. Nesses

casos, o comportamento inseguro faz sentido para eles, no momento. Seguem-se algumas

das razões para essa atitude.

1. Consciência do perigo

Muitas vezes os empregados agem de maneira perigosa porque simplesmente não

reconhecem o perigo.

2. Falta de informação

Às vezes, os empregados agem perigosamente porque não conhecem a forma de

realizar determinado trabalho, ou não sabem como evitar um risco conhecido do trabalho.

Não podemos esperar que um novo funcionário limpe corretamente respingos de ácido, se

ele não tiver recebido instruções adequadas.

3. Nível de habilidade

As habilidades e informações não são as mesmas. Muitas habilidades exigem o uso

das mãos, dos olhos, e de certos músculos de forma coordenada para se obter o resultado

desejado. Poucos têm habilidade e coordenação naturais para dirigir um carro-guincho ou

para atingir uma bola de golfe na primeira tacada. Nem a maioria das pessoas conseguem

operar um guindaste, uma locomotiva ou outro qualquer equipamento industrial pesado sem

uma soma considerável de treinamento e experiência.

4. Restrição de tempo

Se o meio seguro for mais demorado do que o inseguro, muitos funcionários irão

preferir o caminho mais curto, ganhando tempo. Quanto maior a vantagem de tempo

oferecida pelo comportamento inseguro, maior a tentação de correr o risco e adota-lo.

5. O meio mais fácil

Sempre que o comportamento seguro exigir mais esforço ou aplicação física,

podemos prever que alguns empregados prefiram o meio mais fácil. Quanto maior a

imposição, maior a tentação.

6. Prevenção de desconforto

Quando o comportamento seguro envolver algum desconforto físico (como o uso de

equipamento de proteção individual) alguns darão preferência para a alternativa mais

confortável.

7. Motivo de atenção

Algumas pessoas preferem enfrentar riscos de vida apenas para ganhar a aprovação

do grupo ou para atrair a atenção dos colegas.

8. Ressentimento

Alguns funcionários se ressentem e reagem á supervisão. Essas pessoas, as vezes,

seguem um comportamento perigoso para expressar sua independência ou para se desforrar,

da supervisão por injustiça real ou imaginária.

9. Incapacidade física

Os funcionários podem ser induzidos aos comportamentos arriscados devido a

intoxicação, ressacas, uso de drogas, fadiga, pequenos ferimentos ou outro tipo de

incapacidade física.